quarta-feira, 23 de junho de 2010

Se liga 16! 2010 é a nossa vez!

Neste ano de eleições, a UBES mobiliza os secundaristas brasileiros a exercerem seu direito ao voto com a campanha “Se Liga 16! 2010 é a nossa vez". A partir dos 16 anos o jovem tem a chance de eleger seus representantes, definindo assim os rumos de nosso país. Como em anos anteriores, a campanha circula nas escolas e chama os jovens a participarem da festa da democracia!

A União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) lança por todo o Brasil o mote: “Se liga 16! 2010 é a nossa vez!”, voltado aos jovens que já podem tirar seu título eleitoral e fazer valer os seus direitos. Secundarista, se você tem 16 anos ou vai completar essa idade até 3 de outubro, já tem condições de votar, participando das eleições 2010.

“Penso que a juventude precisa entender seu papel na construção de um projeto de país”, afirma Yann Evanovick, presidente da UBES. O estudante esclarece que o “Se liga 16!” acontece em dois momentos. O primeiro objetivo é incentivar os jovens com 16 anos a tirar seu título de eleitor. Depois dessa fase, a idéia é estimular o voto consciente. “O eleitor precisa ficar atento e votar em candidatos que tenham disposição para defender os interesses do estudante, como o investimento em educação”, exemplifica Evanovick.

Tire seu título de eleitor pela internet!

A campanha “Se liga 16! Agora é a nossa vez!” já está a todo vapor. Lembre que o prazo para emitir o seu título de eleitor é até o próximo dia 5 de maio. Portanto, vá até um cartório eleitoral mais próximo de sua casa ou pela internet através do site www.tse.gov.br clicando neste link: Título Eleitoral. 

Entre em contato com a UBES e leve a "Se liga 16" para a sua escola. UBES: (11) 5084-5219 / 5082-2924.

Leve o Se Liga 16 para a sua escola! A UBES disponibiliza o material da campanha, confira:

http://www.4shared.com/file/bF4Dpema/campanha_voto_16_2.html

http://www.4shared.com/file/r7xPg8-9/campanha_voto_16.html

http://www.4shared.com/file/uGzHH8Se/cartinha_UBES_em_corel__fontes.html

http://www.4shared.com/file/mdanh6hE/cartinha_ubes_em_curvas.html

http://www.4shared.com/file/w55eO0vg/cartinha_ubes.html

Fonte: UBES

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lançamento do livro: Tráfico de pessoas

Missa em homenagem ao 102° Aniversário da Imigração Japonesa no Brasil

Foi realizada no dia 19, uma missa em Ação de Graças ao 102° Aniversário da Imigração Japonesa no Brasil, na Catedral de Araçatuba (SP), presidida pelo bispo da diocese, dom Sérgio Krzywy.

A organização desta celebração foi realizada pela Pastoral Nipo-Brasileira (PANIB) da diocese. Segundo seu coordenador, Kossei Otsuka, o evento é realizado há 10 anos.

O coordenador Kossei destacou "o auge desta celebração foi em 2008, nos 100 anos da Imigração Japonesa. Nosso objetivo é fortalecer a fé dos japoneses e descendentes, como também agradecer todo carinho e acolhimento dos brasileiros conosco. Vale apena ressaltar que em nossa Pastoral existem brasileiros também".

Durante a celebração foi lembrado o nome de monsenhor Domingos Nakamura, que nasceu no dia 22 de agosto de 1865, em Fukue, uma das ilhas do arquipélago Goto, num vilarejo chamado Minami Matsuura-Gun. Seus pais eram descendentes dos cristãos que chegaram à ilha. Em 1880 ingressou no Seminário de Nagasaki, sendo ordenado padre em 07 de fevereiro de 1897. Veio para o Brasil em 1923 dedicando-se a uma vida missionária. Foi um dos primeiros imigrantes japoneses a dar assistência religiosa no Brasil e está passando por processo de beatificação.

Para saber mais sobre a PANIB Nacional acesse www.panib.org.br

Pastoral da Criança
 
Entre os dias 18 e 20, a Pastoral da Criança da diocese Araçatuba realizou sua Assembleia Anual, no Centro Pastoral, no Seminário São José.

O evento contou com a presença do Coordenador da Regional Sul 1 da CNBB (São Paulo) da Pastoral, José de Anchieta Ribeiro Santos que direcionou todos os trabalhos dos três dias de encontro, como também dom Sergio Krzywy.

Dom Sergio Krzywy, enalteceu a importância da oração a todos que trabalham para uma pastoral e sobre a importância do trabalho voluntário. "Quem é qualificado, trabalha para alguma empresa e ganha dinheiro. Mas o trabalho voluntário na Igreja não tem preço. O Reino de Deus é construído a partir do voluntariado. O Reino de Deus não tem medida, avaliação. Vale muito mais do que qualquer dinheiro neste mundo." O bispo agradeceu o empenho da pastoral neste último ano.

Durante o primeiro dia, ocorreu a eleição para o novo coordenador da Pastoral. Depois de todos os estágios da votação, foi reeleita a Sra. Denizarda como Coordenadora e como suplente a Sra. Ozenilda. Na sequência do encontro, todos participaram de palestras para capacitação e formação além de celebrações eucarísticas.

A Sra. Denizarda agradeceu a todos pelo empenho dos dois últimos anos e ressaltou diversas vezes que a Pastoral da Criança são todos seus membros e não uma única pessoa, a coletividade e a entrega à causa.
 

Fonte: CNBB
Local:Araçatuba (SP)    

segunda-feira, 21 de junho de 2010

José Saramago (1922-2010). O homem que dizia não

Morreu o homem de Lanzarote. E o mundo encolheu de ontem pra hoje: Saramago recebeu o ponto final. Além de haver sido o ganhador do primeiro Nobel de literatura concedido a escritor de língua portuguesa, foi a grande referência para a esquerda em todo o planeta. Nesse segundo aspecto guarda forte semelhança com o ideário político de nosso longevo e brilhante Oscar Niemeyer. 

Saramago foi alguém cuja arte literária se firmou ante a Academia do Nobel como mais representativo em nossa língua que Carlos Drummond de Andrade, Jorge Amado, João Cabral de Mello Neto. Recebeu o Nobel com 76 anos em uma época em que já era escritor prolífico, traduzido em dezenas de idiomas e tendo agregado junto à sua obra multidão de leitores com uma fidelidade inquebrantável.

Contava 87 anos de idade e pelo menos uns 12 séculos de história. Sua casa em Lanzarote, nas Ilhas Canárias, era a própria caverna do pensador inflamado e do justiceiro impiedoso para com as falsas quimeras. Era filho de pastores analfabetos e pobres; segundo o próprio Saramago, "para quem o livro era um luxo inatingível".

Sua estréia como escritor foi pontuada por amplos travessões e gritantes silêncios. O primeiro romance foi publicado em 1946 quando contava 23 anos de idade e o segundo somente veria letra tipográfica depois de 30 anos, em 1976. E fez um pouco de tudo: mecânico, funcionário público, gerente de gráfica, revisor, tradutor, articulista de jornal.

Totalitarismo revisitado

Aprendi a admirar Saramago muito cedo, contava ainda menos de 20 anos e ficava encantado com aquele texto avançando sobre as páginas, ignorando por completo idéias tão obscuras quanto parágrafos, letras maiúsculas, pontos finais. A escrita de Saramago é formada por potentes blocos de prosa sem pit-stop e nada de quebra de parágrafos e muito menos uso de aspas.

Intuo que pesquei dele esse jeito de me esparramar sobre o tema que desejo tratar e não poucas vezes entendo que se não fosse pela paciência e dedicação de uns poucos amigos (e revisores) toda a idéia seria abarcada, de um só jato, sobre o bloco primeiro do texto. Foi com o tempo que constatei ser impossível escrever aos pedaços e também impossível ser lido sem render reverência à necessidade que os textos têm de respirar e para isto vieram à existência os parágrafos e, mais além, o luxo que os bons intertítulos desfrutam, para deleite dos leitores. Era o ponto de união entre tradicionalismo e vanguardismo.

Saramago tinha jeito de rio caudaloso, guardando a extensão do Nilo e a vazão do Amazonas, e era dado a conchavos com a criatividade: Evangelho segundo Jesus Cristo, Ensaio sobre a cegueira, A viagem do elefante, Ensaio sobre a lucidez, Memorial do convento, A caverma, Cadernos de Lanzarote. Vendeu mais de dois milhões de exemplares em todo o mundo. Fernando Meirelles levou às telas em 2008 o inquietante Ensaio sobre a cegueira.

Era um autor crítico, utópico, comunista. Diante da Real Academia da Suíça disse que se para ganhar o Nobel tivesse que renunciar às suas convicções, renunciaria antes ao prêmio. Quando, pressionado pela igreja católica, o governo português bloqueou a entrada no país de um Prêmio Literário Europeu, em 1992, ele não demorou a seguir para o exílio nas ilhas Canárias, uma possessão espanhola.

E foi sempre um homem apaixonado. E sua paixão era a mulher, Pilar Del Rio, conhecida jornalista espanhola. "A ela, devo toda a minha vida", diria em 1993. Nada lhe passava batido. São recorrentes suas declarações e impressões sobre os conflitos de Chiapas, o regime cubano, a guerra no Iraque, a causa palestina, o Haiti. Suas idéias esbanjavam clareza. Foi um dos primeiros intelectuais europeus a visitar, ainda em 2002, a Cisjordânia e o que viu lá o levou a comparar o tratamento concedido por Israel aos palestinos com o Holocausto.

A ética foi o princípio criativo que brilhou em toda a sua produção intelectual. Achava cômico ser classificado como escritor triste, soturno, melancólico. Dizia ser seu direito esposar o pessimismo após viver em uma época com tantos conflitos armados ruinosos, com a destruição de Guernica, campos de extermínio mantidos pelos nazistas nos anos 1940, explosão de bombas atômicas sobre cidades japonesas, disseminação do agente laranja no Vietnã, os horrores de Abu Ghraib.

Para ele a globalização devia ser vista como uma nova forma de totalitarismo e lamentava o fracasso da democracia contemporânea em conter o sempre crescente poderio das empresas multinacionais.

Ponto de separação

É de admirar que alguém reconhecidamente pessimista tivesse seu grande sucesso de vendas com a cômica história de amor Baltasar e Blimunda, romance que retrata as desventuras de um trio de pessoas excêntricas em vias de ser exterminado pela Inquisição: um padre herege que inventa uma máquina voadora, um ex-soldado e a filha de um feiticeira dotada com visão de raio-X, sendo os amantes os dois últimos.

O crítico Irving Howe destacou em sua obra a reunião de uma fantasia lírica a um realismo áspero e só Deus sabe o que isso quer dizer, ainda mais agora, que não temos entre nós o bom decifrador de textos que foi Wilson Martins. Saramago era em boa medida a voz ceticismo europeu e, todos hão de concordar, era o mestre dos mestres na arte da ironia.

E era paradoxal tal qual o tempo em que viveu. Embora seus principais romances denotassem intensa preocupação com Deus, afirmava-se ateu militante. "A história humana seria muito mais tranqüila não fossem as religiões", dizia Saramago.

Quem não se lembra de uma das passagens mais líricas e inquietantes da obra de Saramago, revelada no excelente Evangelho segundo Jesus Cristo? Refiro-me à passagem em que Jesus na cruz pede desculpas à humanidade... pelos pecados de Deus. E tem início aí a bifurcação a separar seus admiradores de seus críticos. Os primeiros afirmavam ser essa percepção profundamente religiosa e os segundos, encontravam nela nada mais que explicita blasfêmia. Tal foi o escritor Saramago.

Grafado em pedra

Não vou deixar de compartilhar o quanto me agradou a leitura do seu A viagem do elefante. Neste, o autor detalhava em profundidade a história real, ocorrida nos 1700, em que o rei de Portugal tratava de levar o pobre quadrúpede de Lisboa para Viena. Todos os prós e todos os contra se encontram em transe literário e nos fazem pensar como é que alguém consegue extrair uma história cativante a partir desse enredo? Entretanto, há que se convir que Saramago tem o poder que poucos tem para descrever coisas e fatos e, caso não fosse a fatídica e hilária viagem do elefante por terras européias, ele poderia nos convidar a mergulhar numa xícara pequena de café e dali sair com a sensação que a literatura pode mais que qualquer tudo.

Em entrevista à televisão espanhola em fins de 1998 declarou que não tinha tempo para pensar na morte porque tinha muitas coisas que lhe faziam viver. E também não flertava com arrependimento: "Se tivesse que reviver tudo de novo, mesmo com o que há de triste, de mal, de feio, ainda assim, viveria tudo de novo".

E quando alguém foi levar flores ao túmulo de José Saramago bem poderia ler na lápide a ofuscante inscrição:

Jaz aqui o homem que ousou dizer não.
[Observatório da Imprensa].

Fonte: Adital

Campanha Nacional de Doação de Sangue

"Doe sangue, faça alguém nascer de novo."

Objetivo é mostrar que um gesto simples pode salvar vidas. Brasil precisa aumentar o estoque anual de bolsas para pelo menos 5,7 milhões

O Ministério da Saúde lançou nesta segunda (14) uma nova campanha de incentivo à doação de sangue. Com o lema “Doe sangue, faça alguém nascer de novo”, a campanha vai mostrar, até o próximo dia 30, como esse gesto de amor pode salvar vidas.

A campanha vai mostrar o depoimento de pessoas que tiveram suas vidas salvas com a transfusão de sangue. Haverá também a imagem de um bebê fazendo tarefa de adulto, representando as pessoas que nasceram outra vez ao receber sangue doado. A campanha estará na TV e também em outras mídias, como jornal, rádio e mobiliário urbano.

Cada vez mais a demanda por sangue aumenta nos hemocentros. O aumento de 30% no transplante de órgãos e o crescimento da população estão entre os fatores que fazem o país precisar cada vez mais de sangue para transfusão. São coletadas por ano 3,5 milhões de bolsas de sangue no Brasil, quando o ideal seria 5,7 milhões.

No Brasil, 1,9% da população é doadora de sangue. Mesmo estando este percentual dentro do parâmetro da Organização Mundial de Saúde (OMS) – de 1% a 3% da população – o Ministério da Saúde considera que é urgente e possível aumentar o número de brasileiros doadores: se cada pessoa doasse duas vezes ao ano, não faltaria sangue para transfusão no país.

Dia 14 de junho é Dia Nacional do Doador de Sangue, instituído em pela OMS e celebrado no Brasil desde 2004. A data é em homenagem ao cientista Karl Landsteiner, descobridor dos sistemas de grupos sanguíneos ABO. Para doar sangue, basta ir ao hemocentro mais próximo. Todo procedimento demora muito pouco, é seguro e não dói.

Consulta pública - Além da campanha, o Ministério da Saúde realiza uma consulta pública desde o dia 2 de junho sobre a proposta de mudar as idades mínima e máxima para doação. Hoje podem doar sangue quem tem em 18 e 65 anos. A proposta é que a idade seja de 16 a 68 anos. Com a mudança, 13,9 milhões de pessoas ficam aptas a doar sangue.

Outras informações importantes

Para doar sangue é necessário - Sentir-se bem, com saúde; apresentar documento com foto, válido em todo território nacional; ter entre 18 e 65 anos de idade; ter peso acima de 50Kg.

Recomendações para o dia da doação- Nunca vá doar sangue em jejum; faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior a doação; não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores; evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação; evitar alimentos gordurosos nas 3 horas antecedentes a doação; Interromper as atividades por 12 horas as pessoas que exercem profissões como: pilotar avião ou helicóptero, conduzir ônibus ou caminhões de grande porte, subir em andaimes e praticar pára-quedismo ou mergulho.

Quem não pode doar- Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade; mulheres grávidas ou amamentando; pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas; usuários de drogas; aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos.

Apoio: Planeta Voluntários
A maior Rede Social de Voluntários e ONGs do Brasil !!!
disque saúde 0800 61 1997
Ministério da Saúde
http://www.facaalguemnascerdenovo.com.br

Fonte: Agência Saúde

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Kinshasa: Inaugurado o novo centro diurno para crianças e jovens de rua

Acaba de ser inaugurado em Kinshasa o "Centre Sainte Famille - Point d´eau", novo centro diurno dos guanelianos para crianças e jovens de rua. Muitas causas levam estas crianças a viver habitualmente nas ruas: quando as famílias os acusam de ser pequenos bruxos, em presença de guerra, divórcio, pobreza...

"Um fenômeno que representa a situação extrema e difícil da infância congolesa, especialmente na capital, Kinshasa" - escreve em uma nota enviada à Agência Fides Fr. Mauro Cecchinato, diretor das atividades na cidade e encarregado da equipe móvel. "Acolher, ouvir, servir, responder às necessidades, são as primeiras coisas que oferecemos aos nossos pequenos enfants de la rue". No dia 19 de junho, teremos o ingresso oficial dos meninos e jovens no novo Point d´eau.

É nosso desejo - conclui Fr. Mauro - oferecer a estas crianças e jovens uma ´casa´ que os acolha, um lugar de transito em que se sintam protegidos e seguros; por isso, o centro se transforma, de noite, num ´dormitório´ para cerca de 80 crianças, evitando assim os riscos da rua. Desejamos oferecer a eles uma vida digna, nada de mais, apenas o essencial, que consinta a cada um de se sentir acolhido, amado e aceito".


Fonte: Agência Fides
Local: Kinshasa

No Dia Mundial do Meio Ambiente (1998)

Mensagem de Nelson Mandela durante o Dia Mundial do Meio Ambiente de 1998.

Durante séculos, a Montanha da Mesa (Table Mountain) tem sido um símbolo da nossa cidade-mãe, a Cidade do Cabo. Durante os meus muitos anos de prisão em Robben Island, muitas vezes, contemplamos na Baía da Mesa (Table Bay) a magnífica silhueta da Table Mountain. Foi à sombra desta montanha que as primeiras guerras de resistência à dominação colonial foram travadas pelas tribos Khoikhoi (NT: também conhecidos como bosquímanos, hotentotes) que viviam na Península do Cabo. Pelas encostas da montanha os escravos da Indonésia e da Malásia, arrancados à força de suas casas no Leste, deixaram os restos mortais de seus líderes, de seus sábios e de seus homens santos. 
 
E foi em Robben Island que os príncipes de Sumatra e líderes religiosos foram exilados pelas autoridades holandesas, que em seguida governaram no Cabo e em Java. Os inúmeros santuários e templos (kramats) ao longo da Table Montain e em Robben Island tornaram esses lugares de peregrinação para muitos em nossa comunidade muçulmana, e contam sua própria história sobre a capacidade humana de perseverança, coragem moral e força.

Para nós em Robben Island, Table Mountain foi um farol de esperança. Ela representou a terra onde sabíamos que um dia voltaríamos.

Para o povo da África do Sul, os limites da Table Mountain representavam muito mais do que os restos rochosos de milênios de sedimentos. Possui um significado inestimável em relação à sua importância ecológica, cultural, religiosa e econômica, não apenas para a região do Cabo Ocidental, mas também para o resto do país.

Como povo e como país, a África do Sul está comprometida com uma escalada longa, árdua e desafiadora. Ao subir uma montanha, quando se encontra um desconhecido, não se pode deixar de notar a diferença na sua atitude. Unidos pelo mesmo propósito e experiência na ocasião dos encontros, o que um oferece ao outro é coragem e companhia. "Não falta muito para chegar", ele vai dizer nos mais diversos sotaques. Essa também tem sido a nossa experiência enquanto escalamos os picos desafiadores na construção de uma sociedade verdadeiramente democrática.

Hoje, é com imenso prazer que anuncio que o meu governo decretou essa renomada montanha e conhecida por todo mundo como parte do novo Parque Nacional da Península do Cabo. Estendendo-se de Signal Hill por todo o caminho para Cape Point e o Cabo da Boa Esperança, no extremo Sul da Península do Cabo, o novo Parque Nacional protegerá, para sempre, o coração do reino vegetal do Cabo. Menor dos seis reinos florais do mundo, a conservação do Reino Floral do Cabo é de responsabilidade única da África do Sul. Ao anunciar este novo Parque Nacional, o meu governo demonstrou que está comprometido em conservar esta parte rica do patrimônio biológico da Terra.

O WWF colaborou significativamente na consolidação dos Parques Nacionais Sul-Africanos através do estabelecimento do Table Montain Fund, um fundo verdadeiro que ajudará na conservação em longo prazo nesta área de relevância global. Por isso, estou feliz em anunciar que a criação deste novo Parque Nacional será um "presente sul-africano ao mundo", em relação à campanha do WWF pela preservação da biodiversidade florística. A África do Sul, como país signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica, está empenhada em cumprir o seu papel na conservação do meio ambiente global. O que fizemos hoje, proclamando o Parque Nacional da Península do Cabo, é uma mensagem ao mundo no Dia Mundial do Meio Ambiente do real compromisso da África do Sul, para tornar esta Convenção internacional, uma realidade de trabalho em nosso país.

*Nelson Mandela é ex-presidente da África do Sul

Tradução: Ana Huara

Nota da tradutora: s Khoikhoi também são conhecidos como bosquímanos, ou hotentotes

Este texto é parte integrante da revista ECO 21, edição 163 de Junho de 2010, disponível nas bancas.

Fonte: www.envolverde.com.br

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Pedagogia Social

Guia mostra 'lado social' dos jogos da Copa

A primeira Copa do Mundo realizada na África traz um número recorde de seleções do continente: além das cinco vagas destinadas às nações da região desde 1998, há a reservada para a sede, África do Sul. Por isso, aumentam as expectativas de que esses países, em maior número e jogando em casa ou perto de casa, obtenham o melhor resultado do continente na história dos Mundiais. Dos 18 campeonatos anteriores, os africanos estiveram presentes em 11, e chagaram no máximo até as quartas de final (Camarões, em 1990, e Senegal, em 2002).

É nesse desafio que estarão de olho torcedores de várias partes do mundo a partir desta sexta-feira, em especial os africanos, sobretudo os das seleções que participam da Copa (Argélia, Camarões, Costa do Marfim, Gana e Nigéria, além da África do Sul).

O continente, no entanto, enfrenta outros desafios, ainda mais difíceis e importantes. É sobre esses que se debruça um guia alternativo para a Copa, chamado Scoring for Africa ("marcando gols para a África", em tradução livre), lançado nesta semana por Kofi Annan, presidente do Painel para o Progresso da África e ex-secretário-geral da ONU, e por Didier Drogba, atacante da Costa do Marfim e embaixador da Boa Vontade do PNUD.

O guia analisa as estatísticas sociais e econômicas - e também de futebol - dos países envolvidos nos 12 jogos da primeira fase em que há alguma seleção africana. Assim, ao lado da posição dos países no ranking da Fifa, há a colocação em outras listas, como a do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), da percepção de corrupção, do desempenho ambiental e da competitividade. As tabelas dos jogos também trazem números do PIB (Produto Interno Bruto), da emissão de gás carbônico e da expectativa de vida, entre outros. Além disso, é feita uma avaliação dos pontos positivos (os "chutes a gol") e negativos ("chutes para fora") na relação entre as duas nações envolvidas em cada jogo, e uma lista de "faltas" cometidas pelos dois lados. O guia traz ainda um "plano de jogo", com sugestões do que pode ser feito para que a parceria entre os países possa aprimorar o desenvolvimento.

Brasil contra Costa do Marfim
 
Na única partida entre o Brasil e um país africano na primeira fase (contra Costa do Marfim, em 20 de junho), a tabela mostra que os brasileiros ficam em primeiro lugar no ranking da Fifa, mas em 75º no IDH. O país africano é o 27º no futebol e o 163º no índice criado pelo PNUD. Entre os "chutes a gol" estão a ajuda humanitária brasileira a nações do continente (incluindo Costa do Marfim), a expansão do comércio exterior entre o Brasil e a África e a participação de militares brasileiros da Missão das Nações Unidas para a Costa do Marfim.

Nos "chutes para fora", o guia afirma que "o Brasil pode fazer mais para compartilhar sua experiência única de desenvolvimento com países como a Costa do Marfim, particularmente nas áreas de transferência de renda, segurança alimentar, educação rural e industrialização". A publicação aponta ainda que a nação africana está longe de alcançar a maioria dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio e que o Brasil, embora tenha avançado muito, pode não cumprir algumas metas.

Entre as "faltas", o guia aponta que o governo provisório marfinense postergou várias vezes a realização de eleições, que nos dois países o combate ao comércio ilegal de joias é fraco e que ambos "não têm sido capazes de deter as altas taxas de desmatamento".

Jogo injusto
 
Na apresentação, Kofi Annan e Didier Drogba fazem uma cobrança enfática aos países ricos. "O fato é que muitos países africanos e em desenvolvimento ainda estão em grande desvantagem. Eles não têm permissão de competir internacionalmente em um campo nivelado, com um árbitro imparcial e uma série de regras e normas claras e aceitas. Longe disso; de fato, eles têm sido pesadamente penalizados. O que seria um escândalo no mundo do futebol é ainda algo comum na sociedade das nações", escrevem os dois.

Eles criticam, por exemplo, que os países pobres não têm responsabilidade nas mudanças climáticas, mas são os que mais sofrem com elas. Reclamam também das regras em áreas como mercado exterior, tecnologia, recursos financeiros, migração e direito autoral, que "tornam ainda mais difícil" a tarefa de promover o desenvolvimento.

"Jogadores e torcedores, sejam de Midrand, Manila, Manchester ou Montevidéu,entendem a importância do jogo justo e de um árbitro imparcial. Nós acreditamos intensamente que esse entendimento não deveria se limitar ao modo como os países jogam, correm e marcam gols uns contra os outros, mas também ao modo como eles fazem negócios e política uns com os outros; que o espírito da Copa do Mundo deveria ser estendido às relações econômicas e políticas entre os países; que a celebração de nossa humanidade comum não deveria se limitar a um mês a cada quatro anos", afirmam Annan e Drogba.

Com informações do PNUD.

Fonte: www.revistaforum.com.br

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Semana do Migrante

Em pleno mês da copa, com os olhos voltados para a África, temos pela frente a Semana do Migrante. Aberta no domingo dia 13, vai se concluir no próximo dia 20, quando no Brasil se celebra o Dia Nacional do Migrante.

A promoção e a organização da Semana do Migrante está a cargo do SPM - Serviço Pastoral dos Migrantes, o organismo da CNBB incumbido de incentivar a acolhida e a valorização dos migrantes nas comunidades da Igreja. Desta vez o SPM está completando 25 anos.
Um motivo a mais para conferirmos a realidade migratória em nosso país, com as interpelações que ela nos apresenta. Ao longo destes 25 anos o SPM foi se firmando como uma importante referência para a problemática dos migrantes, seja pelos locais de acolhida, espalhados pelo Brasil afora, seja pela atuação sistemática, constante, atenta,    
de presença e acompanhamento aos migrantes em nosso país.

Para avaliar a importância da atuação da Igreja junto aos migrantes, nada melhor do que conferir os benefícios trazidos pela recente lei da anistia aos indocumentados, oferecendo a possibilidade de regularizarem sua permanência no país, aprovada recentemente. Sem o apoio do Setor de Mobilidade Humana da CNBB, dentro do qual se insere o Serviço Pastoral dos Migrantes, com certeza não se teria chegado a esta lei, com a abertura que ela apresenta, e com as possibilidades que ela proporciona. Uma lei com conteúdo muito humano, que honra o Brasil, e que serviria de exemplo para tantas situações que os migrantes vivem hoje no mundo.

 É tradição firmada nestes 25 anos de atuação do SPM, assumir para a Semana do Migrante o mesmo tema da Campanha da Fraternidade. Além de boa, esta opção é estratégica, pois revela a importância de inserir as atividades pastorais num contexto mais amplo da ação da Igreja, para que encontrem respaldo e possam se integrar num processo permanente. Assim, em cada ano, o tema da Campanha da Fraternidade pode ser aprofundado, vendo suas incidências na realidade migratória, de acordo com a proposta de "uma economia a serviço da vida".

No que se refere à ação cotidiana do SPM, ela tem três focos distintos, que servem de referência para a atuação pastoral junto aos migrantes.

O primeiro deles é constituído pelas migrações sazonais. A cada ano, milhares de pessoas saem em busca de trabalho, sobretudo nos canaviais que se espalham pelo país. Os outros dois focos são os migrantes urbanos, e os imigrantes estrangeiros.

No mundo há situações muito mais tensas. Em cada época, os fluxos migratórios assumem feições que retratam a problemática que os suscita. Hoje a tensão migratória é resultado das grandes diferenças econômicas existentes no mundo, que não são fruto do acaso, mas têm causas bem identificadas.

O continente africano, que nestes dias está na mira de nossas atenções, serve de referência também para entendermos como se apresenta hoje o fenômeno migratório. A situação em alguns países africanos é tão dramática, que se fosse possível a população migraria toda para a Europa. Se as riquezas descobertas nos tempos da colonização européia tivessem sido aplicadas na própria África, com certeza não haveria hoje tantos africanos sonhando com a Europa e forçando a barra para atravessar o mediterrâneo.

As migrações têm o seu lado positivo, de intercâmbio de culturas e de nova composição étnica das nações. Mas revelam também o lado escuro dos processos de exploração que continuam produzindo impasses e provocando migrações forçadas.

Em tempos de copa do mundo na África, quando de novo o esporte serve de utopia da confraternização mundial, é salutar uma Semana do Migrante, para sonharmos com os caminhos que podem tornar este mundo uma casa habitável para todos, sem preconceitos, sem injustiças e sem discriminações.


Fonte: SPM - Serviço Pastoral dos Migrantes -  Demétrio Valentini - Bispo de Jales (SP) e Presidente da Cáritas Brasileira
Local: Brasil

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Lançamento do livro: A missão em debate - Provocações à luz de Aparecida

A conferência de Aparecida se realiza em um momento em que os países do mundo e, em particular, da América Latina e do Caribe, atravessam um profunda crise em seus sistemas econômicas e políticos, com ampla repercussão moral e social.

O Documento de Aparecida reconhece a dificil e complexa situação da nossa sociedade e, por conseguinte, o enorme desafio da Igreja, chamada a refletir sobre a sua missão e a sugerir propostas concretas que respondam às novas circunstâncias latino-americanas e mundiais (cf. DAp 11). Os autores desta obra, competentes em suas especialidades e movidos por um profundo espírito eclesial, trazem uma contribuição qualificada, com suas reflexões e sugestões, para o bom êxito do projeto missionário da Igreja. Cada um assume a responsabilidade de suas contribuições dentre de um pluralsimo de opções construtivas. 

Querem, deste modo, contagiar o leitor com o seu entusiasmo e realismo, suas preocupações e esperanças. A intenção destas páginas é chegar a quem conhece o Documento de Aparecida, mas também aos que, mesmo não o conhecendo, sentem uma preocupação real pela situação da nossa Igreja e do nosso povo.
(AMERINDIA. A missão em debate: provocações à luz de Aparecida. São Paulo: Paulinas, 2010)
 
Entre muitos artigos neste livro:
- Jon Sobrino. "O estilo de Jesus como paradigma da missão".
- Paulo Suess. "A missão da Igreja: lembrar o Reino, zelar pela vida".
- Barbara Bucker. "Deus nos criou, homem e mulher".
- Afonso Murad. "Ecologia e missão: um olhar a partir do Documento de Aparecida".
-Silvia Regina de Lima Silva. "Uma missão descolonizadora de nossas mentes em relação aos afrodescendentes".
- Maria Clara Lucchetti Bingemer. "A missão como seguimento de Jesus Cristo no Espírito".

Entre Meridianos e Paralelos - A revista Mundo e Missão como instrumento de Animação Missionária no Brasil

Nesta sexta-feira, 11 de junho, ás 14:00 hs, no ITESP - Instituto de Teologia de São Paulo, o Pe. Pedro Facci, diretor da revista Mundo e Missão, fez a sua defesa de tese de mestrado em Missiologia com o tema:

"Entre Meridianos e Paralelos - A revista Mundo e Missão como instrumento de Animação Missionária no Brasil."

A banca examinadora foi composta pelo Doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Gregoriana, Itália (Professor Titular), Ênio José da Costa Brito, pelo Doutor em Teologia (Direito Canônico) pela Universidade Pontifícia Santo Tomás de Aquino, Itália (Professor Titular), José J. Queiroz, e pela doutora em Ciência da Religião pela PUCSP, professora Ceci Maria Costa B. Mariani.
O evento contou com a presença de 60 pessoas, entre elas a equipe da Editora Mundo e Missão, amigos e padres de diversas congregações. A tese foi aprovada e recebeu a nota máxima: dez! Logo após a defesa, todos foram convidados a comemorar a aprovação com um lanchinho.

A equipe da Editora Mundo e Missão e o Entre Jovens, que estava representado pelo Daniel Aguirre e pela Valesca Montenegro, parabenizaram pe. Pedro Facci por mais essa vitória, levando ao meio acadêmico um ideal missionário e abrindo portas para novos estudos em Missiologia!!
Parabéns!
Fonte: Valesca Montenegro
Fotos: Ronildo Silva

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Congresso sobre Tráfico de Pessoas prorroga prazo de inscrição de trabalhos

O Comitê Acadêmico do II Congresso Latino-americano sobre Tráfico de Pessoas: Gênero, Migração e Direitos Humanos, está recebendo, até 31 de agosto, para análise e aprovação, resumo de trabalhos de pessoas interessadas em participar dos simpósios do evento. O Congresso será realizado de 21 a 24 de setembro deste ano, na Universidade Iberoamericana de Puebla, na cidade de Puebla, no México.

O material deve ser enviado diretamente ao responsável pela mesa temática, relacionada com o trabalho enviado pelo candidato, que pode ser conferida através do site do evento: www.tratacongreso2010.org. É necessário antes fazer registro e inscrição na página do Congresso. As pessoas que receberem a carta de aceitação devem fazer o pagamento da taxa correspondente, preencher a ficha de inscrição e enviar cópia do comprovante de pagamento ou depósito bancário pelo site.

O evento é uma iniciativa da Universidade Iberoamericana Puebla, do Instituto de Investigações Gino Germani da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade de Buenos Aires, do Centro de Estudos Sociais e Culturais Antonio de Montesinos, do Centro Frei Julián Garcpes "Direitos Humanos e Desenvolvimento Local" entre outras instituições.

O objetivo do Congresso é aprofundar a investigação sobre o tráfico humano na América Latina, com o intuito de contribuir com projetos e intervenções em políticas públicas na região, e também pressionar os governos para que eles assumam os compromissos estabelecidos nos instrumentos internacionais de proteção e ações efetivas para o combate a este crime, incluindo um serviço de atenção às vítimas.

O Congresso, que tem como foco reunir membros da comunidade acadêmica e de organizações da sociedade da América Latina, será realizado na perspectiva de se discutir as proporções alarmantes a que se chegou o tráfico de pessoas na região e a relação com temas como migração, violência de gênero e de infância.

O tráfico de seres humanos, sobretudo de mulheres e crianças para fins de exploração sexual, atingiu níveis alarmantes não só internacionalmente, como também dentro dos territórios das nações.

Desde a aprovação do Protocolo para Reprimir, Prevenir e Sancionar o Tráfico de Pessoas em 2000, no marco da Convenção das Nações Unidas contra o crime organizado internacional, entidades e profissionais de direitos humanos somam esforços no sentido de garantir o direito das mulheres, crianças e migrantes.

Para saber mais informações consultar o site: www.tratacongreso2010.org ou enviar e-mail para: oscar.castro@iberopuebla.edu.mx ou sergio.luna@iberopuebla.edu.mx.


Fonte: Adital
Local: Brasil

Dia Mundial contra o trabalho infantil, data chama atenção para exploração

No próximo sábado, dia 12, nações de várias partes do mundo celebram uma data em comum: o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil. Após dez anos da entrada em vigor da Convenção nº 182 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que discute sobre as Piores Formas de Trabalho Infantil, o problema ainda é enfrentado por muitas crianças e adolescentes de vários países.

A situação no Brasil não é diferente. Apesar de o País ter ratificado, em setembro de 2000, a Convenção da OIT e proibir em sua legislação qualquer tipo de trabalho a crianças e adolescentes menores de 16 anos, salvo na condição de aprendiz, milhões de crianças e adolescentes ainda trabalham.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), pelo menos 4,5 milhões de crianças e adolescentes entre cinco e 17 anos de idade estavam ocupadas em 2008. Para resgatar a cidadania dessas crianças e desses adolescentes e retirá-los do trabalho, o Governo Federal possui, em mais de 3.000 municípios brasileiros, o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).

O programa, coordenado pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), tem o objetivo de retirar do trabalho precoce crianças e adolescentes menores de 16 anos. Embora seja uma ação de grande impacto, Andreia Cortez, coordenadora de Proteção Social Especial da Secretaria Municipal de Assistência Social (Semas) da Prefeitura de Fortaleza (CE), considera que o Programa, sozinho, não é capaz de resolver o problema.

"O Peti é a ação mais contundente no combate, mas, por si só, não resolve o problema", comenta, ressaltando que é preciso também a participação da sociedade para mudar essa situação. "Em Fortaleza, o Peti já conseguiu retirar mais de três mil crianças e adolescentes [do trabalho]. A ação tem grande impacto, garante o acesso à educação, à saúde, mais ainda é pouco", destaca.

Mobilizações

Para marcar o Dia Mundial e Nacional de Combate ao Trabalho Infantil, acontecem diversas ações de mobilização no decorrer desta semana em todo o país. De acordo com Andreia Cortez, o objetivo é sensibilizar a população para o combate a esse tipo de trabalho. "A ideia é chamar atenção da sociedade civil para a gravidade desse problema", afirma.

As ações ocorrem em diversas cidades do país e fazem parte da campanha nacional "Cartão Vermelho ao Trabalho Infantil", promovida pela OIT. Em Fortaleza, as atividades já começaram hoje (7) com uma audiência pública na Câmara Municipal sobre o assunto.

As mobilizações prosseguem nesta semana com panfletagens, distribuição de adesivos e oficinas. O encerramento será no sábado com uma caminhada pelas ruas da cidade com a participação de crianças e adolescentes do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti).

Segundo Andreia Cortez, a utilização da mão-de-obra infanto-juvenil ainda é está presente na capital cearense. "Acreditamos que existam em torno de 25 mil crianças e adolescentes trabalhando", estima. Reciclagem, exploração sexual e trabalho doméstico são apenas algumas atividades citadas pela coordenadora que também são executadas por meninos e meninas.

As denúncias de trabalho infantil podem ser feitas às autoridades competentes, como Conselhos Tutelares, Ministério do Trabalho, Juizados da Infância e da Adolescência, entre outros; ou ao Disque 100, serviço nacional gratuito que funciona diariamente das 8h às 22h.


Fonte: Adital
Local: Brasil