quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Encontro Nacional da Pastoral da Juventude revisita o Concílio Vaticano II

"É tempo de recuperar fios de memórias que leve de novo a juventude a ser sujeita de projetos" (Pe. Vilson Groh).

O 4º dia do 10º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude - ENPJ, que acontece desde o dia 8 de janeiro na cidade de Maringá, PR, focou sua atenção, nesta quarta-feira (11), nos 50 anos do Concílio Vaticano II convocado pelo Papa João XXIII e realizado entre os anos 1962 e 1965.

Dom Sinésio Bohn, bispo emérito de Santa Cruz do Sul, RS, que viveu em Roma todo o tempo do Concílio, lembrou que na época a Igreja andava um tanto cansada, teólogos queriam mais vitalidade, todos pediam uma renovação. Na Comissão Episcopal de Pastoral da CNBB, dom Sinésio foi o bispo responsável pelos setores do Ecumenismo, do Diálogo Interreligioso e da Pastoral da Juventude durante os anos de 1983 a 1990. De 1992 a 1995 foi também o Presidente do Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC).

O bispo destacou alguns frutos do Concílio para o setor da juventude como a criação dos movimentos jovens, a organização dos assessores, o Congresso Latino Americano de Jovens, o Dia Nacional da Juventude. "Era um tempo de imensa criatividade e os jovens estavam ansiosos para falar. Foi um tempo necessário depois da morte da Ação Católica quando os jovens não tinham mais espaço nem voz na Igreja", lembrou. Dom Sinésio foi também assessor da Pastoral Operária que criou muitas lideranças políticas e sindicais como o ministro Gilberto Carvalho, o ex-presidente Lula e o senador Paulo Paim, entre outros. Para ele "é preciso dar atenção aos jovens e investir neles, senão a Igreja vai acabar inútil como o sal que não salga, cheia de gente velha sem esperança".

Maicon Malacarne, recém ordenado padre e assessor da PJ da diocese de Erechim, RS, relatou sua experiência como alguém que nasceu 25 anos após a realização do Concílio. O padre fez sua partilha utilizando três imagens: uma janela aberta para o mundo, imagem da Igreja que se abre para a realidade e respira novos ares; um menino representando a esperança, a exemplo de Jesus que nasce; e um olhar novo. A seguir, padre Maicon convidou os jovens a ajudá-lo olhar a realidade e destacou três características do Concílio. 1) o "aggiornamento" - renovação; 2) Igreja Povo de Deus, como categoria central; e 3) a dimensão dos sinais dos tempos à luz da Palavra.

Na terceira exposição, padre Vilson Groh, que atua na periferia da Grande Florianópolis, idealizador do Projeto Travessia dedicado a resgatar jovens do tráfico, fez uma explanação histórica e traçou um paralelo entre a realização do Concílio e os documentos das Conferências Latino-americanas e caribenhas de Medellin (1968), Puebla (1979), Santo Domingo (1992) e Aparecida (2007).

Padre Vilson é filho de operário das fábricas de Busque, SC. "Vivi a geração de Puebla e dos movimentos da clandestinidade, (anos 60 e 70) e pós-clandistinidade dos anos 80. É justamente nesse contexto que o Concílio Vaticano II se tornou concreto no Documento de Medellin, na formação das CEBs que vivem luzes e sombras", explicou.

Recordou também o que significou a Ação Católica enquanto luta e compromisso de tornar o Reino de Deus uma perspectiva de vida. "Depois veio a dimensão de sombra, nos anos 60, com o golpe militar e que reacende nos anos 70 com o Documento de Puebla na opção preferencial pela juventude e pelos empobrecidos. São documentos que precisamos ter como livros de cabeceiras para entender os sinais dos tempos e como Deus se manifesta nas luzes e sombras em nosso contiente e nossa Igreja", sublinhou padre Vilson.

Para o assessor é preciso entender a importância do conceito "Igreja Povo de Deus", para saber o que é "Igreja Comunhão", destaque no Documento de Santo Domingo. Ao comentar sobre o Documento de Aparecida, padre Vilson lembrou que este reafirma a Juventude, o laicato, as CEBs, a opção pelos pobres e traz a beleza que é ser discípulo missionário. "Seguir Jesus implica em seguir as suas causas, as bandeiras de Jesus e também olhar para Nazaré e para a Galileia. Significa olhar para a juventude que está sendo assassinada neste país. De 2006 a 2013 nós vamos perder 37.560 jovens assassinados. Eu vivo há 30 anos nas áreas de periferias da grande Florianópolis. No ano de 2000 fiz 80 funerais de morte violenta. A partir desse situação produzida por um sistema que mata a nossa juventude começamos a desencadear um movimento de desarmamanto.

Aqui gostaria de dizer o que significa olhar o Vaticano II como luzes e sombras. O que essa juventude invisível nas periferias das grandes capitais diz para a Igreja. Não é tempo de triunfalismo, de saudosismo. É tempo de recuperar fios de memórias que leve denovo a juventude a ser sujeita de projetos, de controle social, de relacionar fé com a questão pública, fé com as questões políticas e sociais. Não podemos viver num país com os olhos fechados achando que não vivemos uma guerra civil".

"Qual é o grito?" perguntou padre Vilson, e respondeu: "é o grito do jovem cruscificado. Precisamos recuperar essa realidade da juventude para a formação de políticas públicas. Mergulhar nessa realidade é o meu encantamento, porque a causa dos empobrecisdos é a causa de Deus, é a causa de Jesus, a causa dos empobrecidos que agente tem de adentrar para pensar projetos alternativos. Não podemos ficar apenas lendo a bíblia e se encontrando mas dar razões à nossa esperança gerando projetos reais para a juventude".

Com essa motivação, padre Vilson liderou, em Florianópolis, a cração de projetos de formação de jovens universitários e de desarmamento de quadrilhas. O assessor mostou um video sobre jovens que deixaram o narco-tráfico e criaram o movimento "Um novo caminho". Em seguida, conclamou os jovens a se inserirem na realidade, a estudar muito e a serem articuladores de processos de transformação.

O Encontro acontece no Centro de Formação Bom Pastor, anexo ao Seminário Arquidiocesano e conta com a participação de mais de 600 jovens entre coordenadores, líderes e assessores dos 17 regionais. O encerramento será na tarde deste sábado (14) com uma Marcha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens que percorrerá as ruas de Maringá.

Fonte:  Jaime C. Patias - Revista Missões

Inicia o Voluntariado Jovem no Anchietanum

Neste domingo, 08 de janeiro, a equipe do Anchietanum, juntamente com seus colaboradores/as, receberam com alegria, os participantes do Voluntariado Jovem 2012.  Vindos/as das cidades de Cascavel – PR, Santa Rita do Sapucaí – MG, Rio de Janeiro – RJ e São Paulo – SP, os jovens farão a experiência de estar a serviço em centros de acolhida e projetos de material reciclável, que atuam com pessoas em situação de rua. A atividade acontece entre os dias 10 a 20 de janeiro.

Já na segunda-feira, 09 de janeiro, tivemos uma manhã intensa de reflexão e provocação a cerca da proposta do Voluntariado e dos lugares onde iremos trabalhar, provocando-nos pensar e rezar sobre nossas disposições internas e externas neste tempo de amar e servir dentro destas realidades.

No período da tarde, convidamos o grupo para fazer um passeio pela cidade. Como dizia o poeta, nesta “paulicéiadesvairada”, há uma mistura de belezas e complexidades que torna São Paulo, uma das cidades mais paradoxais do mundo. Do alto do edifício do Banespa, os jovens voluntários/as tiveram a oportunidade de contemplar importantes pontos turísticos e avenidas da cidade. A visão panorâmica deslumbra, mas também inquieta. Como diz a canção: "alguma coisa acontece no meu coração..."

 Sem perder tempo, caminhamos pelo centro, atravessando o Vale do Anhangabaú, seguindo pelo largo São Francisco, até a Catedral da Sé. Foi assim que se deu nossa “ocupação” dos espaços da cidade no primeiro dia de Voluntariado Jovem. Sem saber ao certo o que os espera nas obras e projetos onde irão irão trabalhar, os participantes foram enviados em missão durante a eucaristia. Ao celebrar, Pe. Alexandre dizia: “Que nestes dias, vocês possam ser presença significativa na vida das pessoas que conhecerem, sigam o que Jesus disse aos discípulos, vão e vejam”.

O desafio do Voluntariado Jovem começa nesta terça-feira. Desejamos aos jovens uma rica e intensa experiência de vida, conscientização, esperança, amor e serviço!


Fonte: Anchietanum

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Governo reconhece a importância das ações da Pastoral da Juventude

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, enviou uma carta aos participantes do 10º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ), na qual reconhece a importância das ações desenvolvidas pela Pastoral da Juventude (PJ). De acordo com o ministro, “têm especial relevância as ações da PJ, em conjunto com outras pastorais, contra a violência de que são vítimas os jovens negros em nosso país”.

Em sua carta, o ministro destaca o trabalho da PJ realizado há três décadas, bem como a luta em favor da juventude brasileira. O ministro parabenizou a Pastoral da Juventude pela participação na articulação da 2ª Conferência Nacional de Juventude realizada em dezembro do ano passado, em Brasília.

“Envio os meus votos de que esse Encontro Nacional da PJ seja espaço profícuo, onde se fortaleçam as vossas convicções em defesa da vida da juventude e de um Brasil livre das injustiças e das misérias”, concluiu o ministro.

Marcha contra a violência

O 10º ENPJ teve início no último domingo, 8, em Maringá (PR), e conta com a presença de mais de 600 jovens representando as dioceses brasileiras. A programação segue até o dia 15 com palestras, trabalhos em grupo e celebrações. Hoje, 11, as assessorias são sobre os temas Concílio Vaticano II e Projeto de Revitalização da Pastoral Juvenil Latino Americana.

No sábado, 14, após a celebração de encerramento, os participantes do encontro farão uma marcha da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens. A concentração será a partir das 17:30h no estacionamento do estádio Willie Davis, no centro de Maringá.

Fonte: CNBB

Cimi fala sobre a denuncia dos indígenas Tenetehara do Maranhão

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) divulgou ontem, 10, uma nota pública em que esclarece os desdobramentos da denúncia feita por indígenas Tenetehara (ou Guajajara), no Maranhão, sobre um ataque sofrido pelos Awá-Guajá em situação de isolamento, onde os restos mortais carbonizados de uma criança foram encontrados pelos Tenetehara no meio da mata.

Segundo a nota, o Cimi mantém plena confiança na denúncia e acredita que “algo de muito grave” ocorreu no interior da terra indígena, afetando diretamente a segurança e as garantias de vida dos Awá-Guajá isolados.

Leia abaixo a íntegra da nota do Cimi:

O Conselho Indigenista Missionário (Cimi) vem a público esclarecer os desdobramentos da denúncia feita por indígenas Tenetehara (ou Guajajara) da aldeia Patizal, Terra Indígena Araribóia, no Maranhão, sobre ataque sofrido pelos Awá-Guajá em situação de isolamento, entre setembro e outubro do ano passado na altura do município de Arame, onde os restos mortais carbonizados de uma criança foram encontrados pelos Tenetehara no meio da mata, durante caçada.

Tornaram-se públicas, pelas mãos do Cimi, informações passadas pelos próprios indígenas e são por elas que respondemos, porque não jogamos na vala comum dos boatos depoimentos que remontam anos de denúncias da ação de invasores, sobretudo madeireiros, na Terra Indígena Araribóia. Não obstante, o Cimi mantém plena confiança na denúncia e acredita que algo de muito grave ocorreu no interior da terra indígena, afetando diretamente a segurança e as garantias de vida dos Awá-Guajá isolados.

Apenas investigações mais detalhadas feitas dentro da mata, local de caça dos Tenetehara e palco do episódio denunciado, poderão dizer como o assassinato desta criança indígena ocorreu e como se deu o ataque aos Awá-Guajá isolados. No entanto, o Cimi acredita que não é necessário um corpo carbonizado para que medidas urgentes de proteção aos indígenas da Terra Indígena Araribóia – ou a qualquer outro povo em condição de isolamento ou de contato no país – sejam adotadas.

Conforme os próprios técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai) atestam, a ação de madeireiros ocorre livremente dentro da terra indígena – com o trânsito impune de caminhões apinhados de toras de ipê e demais espécies de árvores. Além da dilapidação do patrimônio nacional, o assédio dos madeireiros coloca em risco a vida e a segurança dos indígenas, impedindo-os de usufruírem do território tradicional.

Faz-se necessária uma ampla ação dos órgãos envolvidos para ultrapassar a fronteira dos monitoramentos das ações de madeireiros e partir rumo à proteção efetiva da terra indígena, impedindo a extração de madeira e a circulação impune de invasores que aliciam e ameaçam os indígenas. Do contrário, se madeireiros circulam sem impedimentos na Terra Indígena Araribóia, como não acreditar nos depoimentos de violência dos Tenetehara?

Chegamos, com isso, a outro ponto importante: se os madeireiros atuam com sossego e no arrepio de fiscalizações mais exaustivas, como fica a segurança dos Tenetehara que fazem denúncias e se opõem aos invasores de suas terras? Numa denúncia como a tratada por esta nota, de ampla repercussão nacional e internacional, as pressões dentro da aldeia são consideráveis. Proteção a esses indígenas também é outra importante prerrogativa para o esclarecimento desse e de tantos outros episódios de violência – noticiados com exaustão pelo Cimi.

Dois casos são salutares de lembrar: em 2007, Tomé Guajajara foi assassinado por madeireiros que invadiram a Terra Indígena Araribóia com o intuito de recuperar um caminhão; já em 2008, um motoqueiro disparou contra uma indígena de 6 anos acertando-a na nuca. O contexto, portanto, é de saque do território, assassinatos e negação de direitos. A impunidade dos crimes só poderia deixar os indígenas preocupados com a própria segurança.

Por fim, esperamos que o foco sobre a questão não se restrinja a mera comprovação se a violência ocorrida no interior da Terra Indígena Araribóia passa de boato de internet ou não, pois no Brasil o assassinato e a violação dos direitos indígenas deixaram a condição de boato desde que o Estado Nacional passou a reconhecer direitos para as populações originárias. O Cimi acredita que novos fatos poderão surgir, mas, sobretudo, espera medidas concretas de proteção ao território indígena e aos indígenas autores das denúncias.

Brasília, 10 de janeiro de 2012

Fonte: Conselho Indigenista Missionário

Mensagem do papa Bento XVI demonstra preocupação com deslocamentos migratórios

Neste domingo, dia 15 de janeiro, a Igreja celebra o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado. O tema central da mensagem do papa Bento XVI foi “Migrações e nova evangelização”, intimamente ligado à ideia de migrações como característica nos dias atuais. O Sumo Pontífice manifestou sua preocupação com a complexidade dos deslocamentos migratórios, e aconselhou aos cristãos que assumam o compromisso da Nova Evangelização com a acolhida fraterna do irmão migrante e refugiado.

Na mensagem, o papa quer sensibilizar a todos sobre a situação desumana que milhares de pessoas, migrantes e refugiadas, em todo o mundo são submetidas, tendo seus direitos e dignidade humana desrespeitados. O pontífice utiliza expressões como “novo vigor”, “novas modalidades”, “novas problemáticas”, “novas estratégias pastorais”, “novas situações”, para sinalizar a ideia de novas condutas e atitudes. “A hora presente chama a Igreja a realizar uma nova evangelização inclusive no vasto e complexo fenômeno da mobilidade humana, intensificando a ação missionária tanto nas regiões de primeiro anúncio, como nos países de tradição cristã”, propõe o Santo Padre.

Segundo o papa, na sociedade contemporânea, em busca de melhores condições de vida, ou para fugir de condições de violência, como guerras, miséria e catástrofes naturais, foi produzida uma grande mistura de pessoas e de povos sem precedentes, com novas problemáticas do ponto de vista não só humano, mas também ético, étnico, religioso e espiritual. “A Igreja enfrenta o desafio de ajudar os migrantes a manterem firme a fé, mesmo quando falta o apoio cultural que existia no país de origem, lançando mão inclusive de novas estratégias pastorais, assim como de métodos e linguagens para um acolhimento vivo da Palavra de Deus”.

Conforme a mensagem do Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2010, Bento XVI, reiterou a necessidade do diálogo entre distintos povos e culturas diante da falta de fé e fraternidade cristãs. O pontífice finalizou a mensagem de 2012, convocando aos cristãos, sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e leigas, sobretudo, os jovens e as jovens, que se mostrem sensíveis e ajudem aos inúmeros “irmãs e irmãos que, tendo fugido da violência, devam se confrontar com novos estilos de vida e com dificuldades de integração”.

Leia agora a Mensagem do papa para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado 2012:

Migrações e nova evangelização

Queridos Irmãos e Irmãs!

Anunciar Jesus Cristo, único Salvador do mundo, «constitui a missão essencial da Igreja, tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes» (Exort. apost. Evangelii nuntiandi, 14). Aliás, hoje, sentimos a urgência de promover, com novo vigor e novas modalidades, a obra de evangelização num mundo onde a queda das fronteiras e os novos processos de globalização deixaram as pessoas e os povos ainda mais próximos, tanto pela expansão dos meios de comunicação, como pela frequência e a facilidade com que indivíduos e grupos se podem deslocar. Nesta nova situação, devemos despertar em cada um de nós o entusiasmo e a coragem que impeliram as primeiras comunidades cristãs a ser intrépidas anunciadoras da novidade evangélica, fazendo ressoar no nosso coração as palavras de São Paulo: «Se anuncio o Evangelho, não tenho de que me gloriar, é antes uma obrigação que me foi imposta: ai de mim, se eu não evangelizar!» (1 Cor 9,16).

O tema, que escolhi para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado em 2012 – «Migrações e nova evangelização» –, nasce desta realidade. De fato, a hora presente chama a Igreja a realizar uma nova evangelização inclusive no vasto e complexo fenômeno da mobilidade humana, intensificando a ação missionária tanto nas regiões de primeiro anúncio, como nos países de tradição cristã.

O Beato João Paulo II convidava-nos a «alimentar-nos da Palavra para sermos “servos da Palavra” no trabalho da evangelização... numa situação que se vai tornando cada vez mais variada e difícil com a progressiva mistura de povos e culturas que caracteriza o novo contexto da globalização» (Carta apost. Novo millennio ineunte, 40). Com efeito, as migrações dentro ou para fora da nação, como solução para a busca de melhores condições de vida ou para fugir de eventuais perseguições, guerras, violência, fome e catástrofes naturais, produziram uma mistura de pessoas e de povos sem precedentes, com novas problemáticas do ponto de vista não só humano, mas também ético, religioso e espiritual.

As atuais e palpáveis consequências da secularização, a aparição de novos movimentos sectários, uma difundida insensibilidade à fé cristã, uma acentuada tendência à fragmentação, tornam difícil focalizar uma referência unificadora que encoraje a formação de «uma só família de irmãos e irmãs em sociedades que se tornam cada vez mais multiétnicas e interculturais, onde também as pessoas de várias religiões são estimuladas ao diálogo, para que se possa encontrar uma serena e frutuosa convivência no respeito das legítimas diferenças», como eu escrevia na Mensagem do ano passado para este Dia Mundial. O nosso tempo está marcado por tentativas de cancelar Deus e a doutrina da Igreja do horizonte da vida, enquanto ganham terreno a dúvida, o cepticismo e a indiferença, que gostariam de eliminar todo e qualquer referimento social e simbólico da fé cristã.

Em tal contexto, sucede frequentemente que os migrantes que conheceram Cristo e O aceitaram se sintam impelidos a considerá-Lo como não relevante na própria vida, a perder o sentido da fé, a deixar de se reconhecerem como parte da Igreja, acabando muitas vezes por viverem uma existência que já não é caracterizada por Cristo e pelo seu Evangelho. Cresceram no seio de povos marcados pela fé cristã, mas depois com frequência emigram para países onde os cristãos são uma minoria ou a antiga tradição de fé já não é convicção pessoal, nem confissão comunitária, mas está reduzida a um fato cultural. Aqui a Igreja enfrenta o desafio de ajudar os migrantes a manterem firme a fé, mesmo quando falta o apoio cultural que existia no país de origem, lançando mão inclusive de novas estratégias pastorais, assim como de métodos e linguagens para um acolhimento vivo da Palavra de Deus. Em alguns casos, trata-se duma ocasião para proclamar que, em Jesus Cristo, a humanidade se torna participante do mistério de Deus e da sua vida de amor, abrindo-se a um horizonte de esperança e de paz através, nomeadamente, do diálogo respeitoso e do testemunho concreto da solidariedade, enquanto, noutros casos, há a possibilidade de despertar a consciência cristã adormecida, através dum renovado anúncio da Boa Nova e duma vida cristã mais coerente para fazer descobrir a beleza do encontro com Cristo, que chama o cristão à santidade em todo o lado, mesmo em terra estrangeira.

Mas o atual fenômeno migratório é também uma oportunidade providencial para o anúncio do Evangelho no mundo contemporâneo. Homens e mulheres provenientes das mais diversas regiões da terra, que ainda não encontraram Jesus Cristo ou que O conhecem só de maneira parcial, pedem para ser acolhidos em países de antiga tradição cristã. Em relação a eles, é necessário encontrar modalidades adequadas para que possam encontrar e conhecer Jesus Cristo e experimentar o dom inestimável da salvação, que para todos é fonte de «vida em abundância» (cf. Jo 10,10); os próprios migrantes desempenham um papel precioso a este respeito, porque podem, por sua vez, tornar-se «anunciadores da Palavra de Deus e testemunhas do Senhor Ressuscitado, esperança do mundo» (Exort. apost. Verbum Domini, 105).

No exigente itinerário da nova evangelização em âmbito migratório, assumem um papel decisivo os agentes pastorais – sacerdotes, religiosos/as e leigos/as – que se encontram a trabalhar num contexto cada vez mais pluralista; em comunhão com os seus Bispos, inspirando-se no Magistério da Igreja, convido-os a procurar caminhos de partilha fraterna e anúncio respeitoso, superando contrastes e nacionalismos. Por sua vez, as Igrejas tanto de proveniência, como de trânsito e de acolhimento dos fluxos migratórios saibam intensificar a sua cooperação em benefício tanto dos que partem como daqueles que chegam e, em todo o caso, de quantos têm necessidade de encontrar no seu caminho o rosto misericordioso de Cristo no acolhimento do próximo. Para uma frutuosa pastoral de comunhão, poderá ser útil atualizar as tradicionais estruturas que atendem os migrantes e os refugiados, dotando-as de modelos que correspondam melhor às novas situações em que aparecem diferentes culturas e povos a interagir.

Os refugiados que pedem asilo, fugindo de perseguições, violências e situações que põem em perigo a sua vida, têm necessidade da nossa compreensão e acolhimento, do respeito pela sua dignidade humana e seus direitos, assim como da consciência dos seus deveres. O seu sofrimento reclama dos diversos Estados e da comunidade internacional que haja atitudes de mútuo acolhimento, superando temores e evitando formas de discriminação e que se procure tornar concreta a solidariedade também mediante adequadas estruturas de hospitalidade e programas de reinserção. Tudo isto exige uma ajuda recíproca entre as regiões que sofrem e aquelas que, anos após anos, acolhem um grande número de pessoas em fuga e também uma maior partilha de responsabilidades entre os Estados.

A imprensa e os outros meios de comunicação desempenham um papel importante para fazer conhecer, com imparcialidade, objetividade e honestidade, a situação de quantos foram forçados a deixar a sua pátria e os seus afetos e desejam começar a construir uma nova existência.

As comunidades cristãs reservem particular atenção aos trabalhadores migrantes e suas famílias, acompanhando-os com a oração, a solidariedade e a caridade cristã; valorizando aquilo que enriquece reciprocamente e promovendo novos projetos políticos, econômicos e sociais, que favoreçam o respeito pela dignidade de cada pessoa, a tutela da família, o acesso a uma habitação condigna, ao trabalho e à assistência.

Sacerdotes, religiosos e religiosas, leigos e, sobretudo, os jovens e as jovens, mostrem-se sensíveis e ajudem incontáveis irmãs e irmãos que, tendo fugido da violência, se devem confrontar com novos estilos de vida e com dificuldades de integração. O anúncio da salvação em Jesus Cristo será fonte de alívio, esperança e «alegria completa» (cf. Jo 15,11).

Por fim, desejo recordar a situação de numerosos estudantes vindos de outros países que enfrentam problemas de inserção, dificuldades burocráticas, aflições na busca de alojamento e de estruturas de acolhimento. De modo particular, as comunidades cristãs mostrem-se sensíveis com tantos jovens que, além do crescimento cultural, têm necessidade – precisamente devido à sua tenra idade – de pontos de referência, cultivando no seu coração uma profunda sede de verdade e o desejo de encontrar Deus. De modo especial, as Universidades de inspiração cristã sejam lugares de testemunho e de irradiação da nova evangelização, aparecendo seriamente comprometidas, no ambiente acadêmico, não só em cooperar para o progresso social, cultural e humano, mas também em promover o diálogo entre as culturas, valorizando a contribuição que podem dar os estudantes estrangeiros. Estes sentir-se-ão impelidos a tornar-se, eles mesmos, protagonistas da nova evangelização, se encontrarem testemunhas autênticas do Evangelho e modelos de vida cristã.

Queridos amigos, invoquemos a intercessão de «Nossa Senhora do Caminho», para que o anúncio jubiloso da salvação de Jesus Cristo infunda esperança no coração daqueles que se encontram, em condições de mobilidade, pelas estradas do mundo. A todos asseguro a minha oração e concedo a Bênção Apostólica.

Vaticano, 21 de Setembro de 2011.

Benedictus PP. XVI

O Congresso nacional juvenil, “um tsunami de fé e de entusiasmo”

Está tudo pronto para o início, em 11 de janeiro, do Congresso nacional da pastoral dos jovens. Os organizadores confirmaram a presença de mais de 400 delegados, além dos hospedes especiais e de alguns Bispos que acompanharão o evento, que abre o calendário 2012 das atividades da Igreja na Bolívia. “Esperamos que este Congresso se torne um tsunami de fé e de entusiasmo, para dar continuidade a este processo de renovação que iniciamos há tanto tempo” – disse Gabriela de la Barra, responsável da pastoral juvenil nacional. Segundo o programa, o Congresso tem como meta zelar pelo aspecto formativo dos delegados com a formação bíblica. Outro aspecto importante é a análise da realidade e dos desafios que nos aguardam. A este respeito, os temas de maior atenção para a pastoral juvenil são: reencontrar o sentido da fé nos jovens de hoje e propor os caminhos para aproxima-los de Cristo. Este Congresso - que celebrará também os 30 anos de vida da pastoral juvenil, completados em fins de 2011 – segue dois eventos de grande importância: a Jornada Mundial da Juventude de Madri (agosto 2011) e o encontro latino-americano de pastoral juvenil em Los Teques (janeiro 2011). A sede do Congresso é a Casa de Vinto, em Cochabamba. Os trabalhos serão abertos em 11 de janeiro e está previsto que se encerrem em 15 de janeiro.

Fonte:Agência Fides
Local: Cochabamba - Bolívia

Diocese de Sobral define itinerário da passagem dos Símbolos da JMJ pela região

Em reunião com a equipe central do “Bote Fé” em Sobral (CE), e contando com a presença do bispo diocesano, dom Odelir José Magri, a comissão de juventude da diocese de Sobral, definiu o itinerário e a programação da peregrinação da Cruz e do Ícone da Jornada Mundial da Juventude na diocese, nos dias 18, 19 e 20 de fevereiro. O tema proposto para a peregrinação foi “Fazei tudo o que Ele vos disser” (Jo 2,5).

Além da passagem dos Símbolos pela cidade de Sobral, a programação fixou as cidades de Marco e Ipu como lugares que também receberão a visita. Esta decisão visa multiplicar a alegria da peregrinação e para ser fonte de evangelização em outras duas regiões pastorais.

A programação ficou definida como, dia 18, sábado, a cidade de Ipu receberá a Cruz, tendo como horário de retorno às 22h, onde segue para a cidade de Marco, na região pastoral de Acaraú.

No dia 19 de fevereiro, os Símbolos ficarão na cidade de Marco até as 17h. Em seguida segue para Sobral, 18h, recebidos com uma grande concentração, no ginásio poliesportivo. Às 19h é o horário previsto para começar o Bote Fé Sobral.

No dia 20, pela manhã, os Símbolos peregrinarão pelo bairro padre Palhano, onde haverá celebração, formação e testemunho.  Às 11h do mesmo dia, a Cruz e o Ícone de Nossa Senhora irão para o Presídio Estadual, que fica na estrada para Groaíras. Ficará lá até as 12h, seguindo para a Igreja de São Pedro (bairro Dom Expedito) na paróquia da Catedral.

Às 16:30h haverá uma concentração em frente à Igreja São Pedro, de onde segue, às 17h, em caminhada, rumo ao Ginásio Poliesportivo para a celebração da missa e do envio dos Símbolos, que seguirão para a diocese de Limoeiro do Norte, no Ceará.


Fonte: CNBB

Caso Tentorio: o homem preso não é o assassino, mas cita um político e o chefe de polícia como supostos mandantes

Jimmy Ato, o homem preso pela polícia e acusado de matar o missionário Pe. Fausto Tentorio em 17 de outubro, em Arakan, na ilha de Mindanao, negou ser o assassino, mas indicou os supostos mandantes do crime: segundo Ato, seria um político local, William Buenaflor, candidato para a Prefeitura de Arakan, e o inspetor Benjamin Rioflorido, chefe da polícia de Arakan. Como referem fontes locais de Fides, Ato, 35 anos, disse aos agentes do National Bureau of Investigation (NBI) que não atirou no sacerdote, mas de ter participado do plano de execução. Ato foi levado para Cagayan de Oro, onde assinou uma declaração de quatro páginas, contando sua versão dos fatos e se disponibilizando a colaborar com os investigadores. Na declaração, cuja Fides obteve informação, Ato indica os irmãos Joe e Dima Sampolna, residentes em Culaman, os assassinos de Pe. Tentorio.

O homem cita ainda William Buenaflor, político que se candidatou à prefeito (e não eleito) nas últimas eleições em Arakan, e o inspetor Benjamin Rioflorido, chefe da polícia de Arakan, como mandantes do delito, sem porém explicar os possíveis motivos para o envolvimento deles. Ato afirma ter recebido 1.500 pesos por seu trabalho de "vingança" e de ter recebido ameaças de morte para manter o silêncio sobre o caso. Por fim, refere ter participado da reunião para elaborar o plano do delito, realizada na casa de Buenaflor um dia antes do homicídio.

Os investigadores, notam fontes da Fides, estão agora tentando verificar os fatos contados por Ato. O vice-diretor do NBI, Virgilio Mendez, declarou que Ato poderia ajudar a identificar “executores e mandantes”. Os dois homens chamados em causa como supostos mandantes, segundo as primeiras reações, negam qualquer responsabilidade e denunciam uma tentativa de “despistar”. Rioflorido renunciou ao seu cargo.

Segundo pe. Jun Mercado, missionário OMI de Cotabato e docente no "Institute for Autonomy and Governance" na Universidade "Notre Dame" de Cotabato, as motivações para o delito do pe. Tentorio vão em três direções: "O missionário - nota a Fides pe. Mercado – trabalhava para a promoção e a auto-organização das comunidades autóctones, sobretudo no campo do domínio ancestral da terra. Esta era uma ameaça para as companhias agrícolas latifundiárias de Arakan. Em segundo lugar, esta obra poderia incomodar também as empresas minerárias na área de Columbio. Terceiro ponto, formar a consciência e promover os direitos da população local e pobre vai de encontro às posições dominantes de quem detém o poder político”. Pe. Mercado acrescenta que “os grupos paramilitares podem estar envolvidos enquanto recrutados por empresas ou políticos, para fazer seus interesses".

Fonte: Agência Fides
Local: Cotabato

Mobilização e resistência: Por uma Copa do Mundo sem exclusão social e com respeito aos direitos dos/as brasileiros/as

No dia 30 de outubro de 2007, o Brasil foi anunciado oficialmente como país sede da Copa do Mundo 2014, jamais empresários, governadores e a própria Federação Internacional de Futebol (Fifa, por sua sigla em inglês) imaginaram que haveria tanto barulho pelas bandas de cá. É que a torcida verde-amarelo também soube dizer a que veio quando numa onda desenfreada de obras, infraestrutura e até mudanças em leis que ferem a Constituição brasileira se colocou em risco a cidadania, o direito de morar, de ir e vir das pessoas.

E o que começou com algumas inquietações pontuais, dispersas nas 12 cidades que, então, vão sediar os jogos da Copa do Mundo, tomou forma e organização nacional, articulada em causas comuns, preparadas para outras mais específicas. Surgiram assim os Comitês Populares da Copa 2014, que congregam centenas de movimentos e organizações que passaram a questionar o preço que se pagará por um projeto desenvolvimentista e quem pagará por isso.

Antes de tudo, os/as representantes dos Comitês e dos movimentos (que não necessariamente integram os Comitês) que estão à frente dessa luta deixam claro: ninguém é contra a realização do evento. Mas o evento precisa respeitar os direitos das populações.

Em Fortaleza


Na capital do Ceará, a comunidade da Trilha do Senhor é um dos 22 locais que está sob ameaça de ser afetado por uma das obras estruturantes da Copa, o Veículo Leve Sobre Trilhos (VLT), que facilitará o trajeto dos milhares de turistas que circularão pela cidade durante o período até o Estádio Governador Plácido Castelo, o Castelão.

Lá, Kássia Sales é moradora há 39 anos. Chegou com dois meses de nascida, junto com os pais. Militante do Movimento de Luta em Defesa da Moradia (MLDM), ela vê na resistência uma forma de afirmar a identidade do lugar e de afirmar o espaço como um ambiente social que deve ser respeitado em todos os seus níveis.

A Trilha do Senhor existe há mais de 70 anos. Próximo a ela, existem outras 14 comunidades, todas serão diretamente afetadas pelo VLT que, pelos planos do Governo, terá 13 quilômetros de extensão e – com isso – deve atingir a 5 mil famílias que moram em torno do trilho e que estão sujeitas à remoção.

A proposta dada pelo Governo para ressarcir as famílias que eventualmente serão despejadas seria de "um aluguel social” de R$ 200,00, quantia irrisória numa capital que tem um dos custos de vida mais altos do Brasil. Outra proposta é que alguns imóveis sejam comprados. "Mas os preços são absurdamente mais baixos do que valem as casas. Tem casas que estão estimadas em 80 ou 100 mil reais e o governo que dar 10 mil, 8 mil. Ninguém sabe qual a base que estão fazendo para terem esses cálculos”, relata.

Para Kássia, mais do que passar por cima das casas, o projeto da Copa passa por cima da história e da cultura de milhares de famílias. "É como se para eles aqui não houvesse vida. Nós temos escolas, igreja, associações, trabalhos sociais, curso de balé, inglês, vamos ter teatro. Estamos encontrando nossa qualidade de vida da forma que nos é possível. Mas toda essa luta, todo esse histórico não é levado em consideração. Nós não somos contra o VLT, mas somos resistentes no sentido de dizer que para ter VLT não precisa ter remoção. O que se está fazendo é uma higienização, afastando os pobres para as margens”, denuncia.

Em Natal

A questão das remoções foi um ponto forte de mobilização dos Comitês e dos movimentos organizados neste ano de 2011. Em Natal, capital do Rio Grande do Norte, segundo estimativas do Comitê local, cerca de 600 moradias podem ser afetadas diretamente por conta da construção de um viaduto.

Rosa Pinheiro, arquiteta e integrante do Comitê Popular da Copa de Natal, afirma que além das possíveis remoções, a questão do impacto ambiental não está sendo levada em consideração nas obras para o mundial. As obras, acrescenta, poderão atingir áreas de mangue.

Ela também fala sobre os valores destinados tanto ao estádio e às reformas do aeroporto. Com uma cidade cujo déficit habitacional chega a 24 mil casas, de acordo com programa habitacional da própria Prefeitura de Natal, os gastos com a construção de um novo estádio são considerados exorbitantes. O "Machadão” – como é conhecido o estádio João Cláudio de Vasconcelos Machado – foi totalmente demolido para dar lugar ao Arena das Dunas, que engloba ainda um outro ginásio, o Machadinho. Teriam sido liberados, pelo BNDES, quase 400 milhões de reais.

Rosa ressalta que este ano de 2011 foi mesmo de muita articulação e o resultado disso foi a criação da Associação dos Moradores Atingidos pelas Obras da Copa que reúne atualmente não só as famílias que estão em comunidades, mas também um núcleo classe média da cidade que resolveu se juntar.

"O que está em questão é que vários direitos básicos estão sendo violados. Existe ainda a questão da legalidade, da transparência e da legitimidade por qual está passando todo esse processo. Como cidadãos e cidadãs temos direitos, inclusive o direito de conhecer o que está sendo preparado”, disse.

Em Brasília

"A gente não é contra a Copa. Mas a Copa tem que acontecer de uma forma que seja boa para o Brasil”. A fala é de Vitor Guimarães, integrante do Movimento dos/as Trabalhadores/as Sem Teto e membro do Comitê Popular da Copa Brasília e Distrito Federal.

Brasília é um caso atípico. Sem tradição de futebol como Rio de Janeiro e São Paulo, além de outras, está incluída dentro das opções que abrigarão os jogos. Vitor questiona a necessidade de construir um estádio que, mais tarde, servirá como Centro de Convenções ou espaço para grandes shows. "Se fosse para construir um espaço assim sairia muito mais barato do que está orçado para a Copa do Mundo”, diz.

Orçado como um dos mais caros no país, o novo Estádio Nacional Mané Garrinha, terá um custo de mais de 900 milhões de reais. "Depois que terminar, o lugar vai ser usado para ser um centro, para abrigar grandes eventos, shows, as salas servirão de escritórios, de salas comerciais. Ou seja, é um custo absurdo que vai se ter para construir algo que no final não teria tanta necessidade. O dinheiro deveria ser destinado para a construção de casas para as pessoas que necessitam”, afirma.

2012 e a Lei Geral da Copa


Previsto para ter acontecido na última semana de dezembro, o projeto da Lei Geral da Copa (LGC) teve sua votação adiada para 2012. Polêmico, o mecanismo promete ser o grande ponto de mobilização para o próximo ano por parte das entidades, movimentos e organizações, que consideram o adiamento uma vitória. Mas sabem que ainda há muito por se lutar. Da forma como está proposto, o projeto de Lei 2330/11 é considerado inconstitucional, pois fere direitos históricos e básicos conquistados pela cidadania brasileira e bastante claros em nossa Constituição.

Descumprimento da meia entrada para estudantes; permissão para venda de bebidas alcoólicas; desrespeito ao Estatuto do Idoso; controle sobre qualquer produto que for vendido nos arredores dos estádios pela Fifa, que também lavará as mãos caso aconteça alguma acidente grave durante o evento mundial... Ou seja: durante o período da Copa 2014, quem governará o Brasil será a Federação.

"Em Brasília, começaremos 2012 tentando dialogar com os governos distrital e federal. Nossa maior mobilização vai se centrar para que a Lei Geral da Copa não passe do jeito que está, atropelando direitos históricos já conquistados pelo povo brasileiro. Uma Lei que foi feita para garantir o lucro da Fifa e dos empresários”, afirma Vitor Guimarães.

Cláudia Fávaro, do Comitê Popular de Porto Alegre, informa que nos dias 21 e 22 de janeiro a Articulação Nacional dos Comitês Populares se reunirá na capital justamente para definir as ações de uma Frente que acompanhará todo este processo, propondo ações efetivas para que o projeto de Lei não seja aprovado com tantos desrespeitos aos direitos do povo brasileiro.

"A ideia é que possamos apresentar emendas que mudem esse projeto. Ele [o projeto] é totalmente inconstitucional, viola nossos direitos e confere à Fifa poderes de governança que não podem ser aceitados”, enfatizou.

A Copa 2014

Belo Horizonte, Brasília, Cuiabá, Curitiba, Fortaleza, Manaus, Natal, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, Salvador e São Paulo serão as cidades sedes da Copa do Mundo em 2014.

Para saber mais: http://comitepopularcopapoa2014.blogspot.com/


Fonte: Rogéria Araújo - Adital

Cáritas do Norte 2 declara compromisso com a PJ na luta contra o extermínio dos jovens

Nesta terça-feira (10), dia de visitas missionárias no 10º Encontro Nacional da Pastoral da Juventude (ENPJ), a Cáritas Brasileira Regional Norte 2 (Pará e Amapá) divulgou uma nota em que saúda os participantes do ENPJ e declara compromisso com "com a PJ na luta contra o extermínio dos jovens".

Confira a nota na íntegra:

Belém/PA 10 de janeiro de 2012

"... eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância." João 10:10

A Cáritas Brasileira Regional Norte 2, Pará e Amapá, saúda todos os jovens reunidos no 10º ENPJ, que ocorre em Maringá.

Hoje mais do que nunca pensar juventude se tornou uma tarefa revolucionária, visto que as maiores vítimas de violência e injustiça são os jovens, principalmente os mais pobres. Nesse sentido firmamos o compromisso com a PJ na luta contra o extermínio dos jovens.

Assim a Cáritas Norte 2 deseja a todos e todas que o 10º ENPJ , orientados pela luz de Jesus Cristo, possam ser semeadores e semeadoras no processo de transformação e celebração da vida.

Atenciosamente,

Cáritas Brasileira Regional Norte 2 - Pará e Amapá

Fonte: Equipe de comunicação PJ - www.pj.org.br/enpj

A oração de Jesus na Última Ceia comentada por Bento XVI na audiência geral, sublinhando a doação total do "Cordeiro de Deus", como vítima inocente para a remissão dos nossos pecados

A participação na eucaristia é “indispensável para a vida cristã” e há-de ser sempre o “ponto mais alto de toda a nossa oração” – sublinhou o Papa na audiência geral desta quarta-feira, com milhares de fiéis de todos os continentes congregados na Aula Paulo VI no Vaticano.
 
Retomando o ciclo de catequeses dedicado à oração, Bento XVI centro desta vez sobre o momento “particularmente solene” da oração de Jesus, durante a sua última ceia, refeição que marca a instituição da eucaristia.

Na ceia com os 12 apóstolos, o gesto de Jesus de “partir o pão e oferecer a taça [com vinho] na noite antes de morrer torna-se o sinal da sua auto-oferta redentora, em obediência à vontade do Pai”, sublinhou. Ao rezar uma prece de louvor e de bênção naquela refeição, referiu o Papa, Jesus “também pede a força para os seus discípulos, especialmente Pedro”. “A oração de Jesus, quando se aproxima a prova também para os seus discípulos, ampara a sua debilidade, o seu esforço de compreender que o caminho de Deus passa pelo mistério pascal da morte e ressurreição, antecipado na oferta do pão e do vinho”, observou.
 
A eucaristia, prosseguiu, “é alimento dos peregrinos que se torna força também para quem está cansado, exausto e desorientado”, e a “oração é particularmente por Pedro, para que, uma vez convertido, confirme os irmãos na fé”. “Participando na Eucaristia, alimentando-nos da Carne e do sangue do Filho de Deus, nós unimo-nos a nossa oração à do Cordeiro pascal [Cristo] na sua noite suprema, para que a nossa vida não se perca, não obstante as nossas fraquezas e infidelidades, mas seja transformada.”
Como sempre, Bento XVI resumiu o conteúdo da sua catequese nas línguas dos principais grupos de fiéis, sem esquecer o português: RealAudioMP3

"Queridos irmãos e irmãs,

No contexto da nossa reflexão sobre a oração de Jesus, detemo-nos hoje na Última Ceia. No núcleo desta Ceia, temos a instituição da Eucaristia feita com palavras de acção de graças, louvor e bênção a Deus sobre o pão e o vinho e com gestos de partilha e entrega dos mesmos aos seus discípulos. Jesus, porém, acrescenta que, no pão e no vinho, Se oferece e comunica a Si próprio. Mas como pode dar-Se a Si mesmo, naquele momento? Ele sabe que a vida está para lhe ser tirada através do suplício da cruz; e, antecipando-Se, oferece a vida e, deste modo, transforma a sua morte violenta num acto livre de doação de Si próprio aos outros e pelos outros. A violência sofrida transforma-se num sacrifício activo, livre e redentor. Por nossa vez, ao participar na Eucaristia, vivemos de forma sublime a oração que Jesus fez, e continua a fazer, por todos e cada um de nós para que o mal não triunfe na nossa vida, mas seja vencido em nós graças à força transformadora da morte e ressurreição de Cristo.

Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, desejando-vos que o ponto mais alto da vossa oração seja uma digna participação na Eucaristia para poderdes, também vós, transformar as cruzes da vossa vida em sacrifício livre de amor a Deus e aos irmãos. Obrigado pela vossa presença. Ide com Deus.

Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Equipes de trabalho do 10º ENPJ: lugar de serviço e amor

Para que o 10º Encontro Nacional da Pastoral da Juventudeaconteça é necessário que, além dos participantes, outras pessoas estejam envolvidas no processo de construção e preparação, garantindo o bem estar de todos e todas. Essa é a missão das equipes de trabalho. São 125 jovens divididos em 17 equipes que não estão poupando esforços para que tudo saia conforme o planejado.

O seminarista religioso da diocese de Criciúma (SC), Rodrigo Szymanski, integrante da equipe de refeitório, conta que trabalhar no ENPJ está sendo uma ótima experiência. "É legal poder trabalhar e ajudar no encontro. O ENPJ não é feito apenas pelos delegados, mas por toda estrutura e pessoas envolvidas nas tarefas".

Algumas equipes irão desenvolver seu trabalho em dias específicos, como a equipe de missão, que está mobilizando as paróquias da diocese para receber os delegados nesta terça-feira (10). Outras equipes estão trabalhando durante todas as atividades do encontro, como explica Larissa dos Santos, de Foz do Iguaçu, que faz parte da equipe de ornamentação: "Apesar de muito trabalho, é bacana estar vivendo esse momento. É um trabalho cansativo, precisamos ter muita criatividade". A jovem afirma que é possível participar do encontro mesmo com tantas tarefas. "Só de ver essa juventude a gente se diverte".

Além de se preocuparem com a parte estrutural do encontro, as pessoas envolvidas na equipe também participam dos momentos de espiritualidade e integração com os delegados. "É interessante que o pessoal das equipes de trabalho interaja com os jovens", diz Adriana Sotana, da arquidiocese de Londrina (PR), que integra a equipe de refeitório. "O trabalho está tranquilo. Estamos nos organizando de acordo com as necessidades que vão aparecendo para melhor atender as demandas da equipe", ressalta.

Nas equipes de trabalho a alegria é visível e contagiante . O cansaço, às vezes notável, passa despercebido quando comparado com a vontade e a motivação dos jovens que há algum tempo vêm idealizando o 10° Encontro Nacional da Pastoral da Juventude.

Fonte: Equipe de comunicação PJ - www.pj.org.br/enpj

Anjos de Deus: músicas de crianças para crianças

Novo CD da Casa da Ternura de Perugia, cantado só por crianças

Anjos de Deus: uma surpresa realmente inesperada. Trata-se de um disco lançado sem alarde e produzido inteiramente pela Casa da Ternura de Perugia, centro fundado por Dom Carlo Rocchetta e ativo há anos na pastoral da família, ajudando especialmente casais em dificuldade na Itália.

Dez novas canções, interpretadas pelas crianças do centro, têm o propósito expresso de falar para os menores sobre a beleza da fé e do encontro com Deus.

Há de tudo no repertório. Da primeira música, de arrebatadora alegria, a Dante Alighieri, com sua incrível jornada recontada pelas crianças. Aparece a família, com as suas muitas belezas, e ainda contos de fadas, Maria, a história de Davi e o dia do domingo visto pelos olhos das crianças.

O frescor das melodias comove, assim como o bom casamento entre música e letras, mas comovem principalmente as vozes dos jovens artistas, pequenos na idade (o maior tem nove anos, o caçula tem poucos meses), mas grandes no comunicar emoções autênticas e inesperadas.

É um instrumento de aplicabilidade imediata e perceptível no contexto da escola, dos grupos de jovens e da catequese.

Um dos aspectos mais marcantes do disco é exatamente o prazer de ouvi-lo, e não só para as crianças, mas, talvez, principalmente para os “grandes”. Num tempo em que até a música que a mídia nos oferece todos os dias parece seguir os mesmos códigos, muitas vezes desagradáveis e inclusive violentos, é refrescante mergulhar durante alguns minutos na leveza delicada que canções como estas conseguem transmitir.

Uma pequena jóia, concebida especificamente para crianças, mas preciosa para nós, adultos com necessidade maior que nunca de nos tornarmos crianças, como o Evangelho nos ensina.

Para mais informações (em italiano):
http://www.casadellatenerezza.it
http://www.dehoniane.it/edb/cat_dettaglio.php/Angeli-di-Dio-/?ISBN=84025
http://www.myspace.com/angelididio

Fonte:Flavia Marcacci - Zenit
Local: Perugia

Pauline Jaricot foi "como Davi que enfrenta Golias": o Secretário do Dicastério Missionário no congresso de Lyon

"Relendo a vida de Pauline Jaricot, eu penso em Davi, este pequeno pastor que enfrenta Golias. Sim, Pauline é Davi, e diria que o clima religioso e cultural fortemente anticlerical que se seguiu à Revolução Francesa foi o seu Golias". Quem traça este paralelo é Dom Savio Hon Tai Fai, Secretário da Congregação para a Evangelização dos Povos, na sua palestra no colóquio internacional sobre o tema "Pauline Jaricot, uma mulher sempre atual", que se realiza hoje em Lyon, por ocasião dos 150 anos da morte da venerável Pauline Marie Jaricot (1799-1862), que dedicou sua vida à missão, à oração e ao serviço dos pobres, fundando a Pontifícia Obra da Propagação da Fé e o Terço vivente (veja Fides 07/01/2012).

Como Davi, também Pauline Jaricot foi à fonte da Escritura, explicou o Secretário do Dicastério Missionário, onde encontrou as suas cinco pequenas pedras: a oração, a humildade, a confiança em Deus e o amor pelo Santo Padre. "Pauline funda o Rosário Vivente, esta cadeia de oração que emana todos os dias do coração dos fiéis em direção ao Senhor, para a propagação do Evangelho e a vinda do Reino de Deus sobre a terra", disse Dom Savio Hon Tai Fai . A segunda pedra é a Caridade: "Pauline compreende que as missões também necessitam de ajuda material, e a este fim organiza uma coleta semanal para as missões", a primeira na história, como a coleta dos primeiros cristãos para a comunidade de Jerusalém, que sucessivamente se estendeu a todas as nações. Traída, enganada por pessoas de negócios  mal-intencionadas, a Pauline é contestado o seu papel de fundadora, e a sua frágil saúde e o seu caminho espiritual a reduzem ao silêncio. "Até o final da sua vida, ela carregará com amor todas as suas cruzes, fiel à oferta que tinha feito de si mesma a Cristo na sua Paixão, que foi o motor do seu empenho". Por fim, a sua inesgotável confiança em Deus, que não é abalada nem mesmo pelas maiores dificuldades, e o amor pelo Santo Padre, concretizado numa "obediência dócil e ativa": "à luz da fé, compreende que a sua submissão à Igreja é a garantia da fidelidade da Obra ao seu carisma".

Concluindo a sua palestra, Dom Savio Hon Tai Fai recordou as palavras incisas na capela que guarda o seu coração, que a definem "mártir da caridade em favor da classe operária", e destacou que "o seu exemplo antecipou de maneira profética o apelo de Bento XVI, quando disse: 'É necessário lançar as redes do Evangelho no mar da história para guiar os homens rumo à terra de Deus'".


Fonte:Agência Fides
Local: Lyon - França

Papa anunciou um consistorio a 18 de fevereiro para a criação de 22 novos cardeais: entre eles D. Manuel Monteiro de Castro

Bento XVI anunciou esta sexta-feira a convocação de um consistório a 18 de fevereiro para a criação de 22 novos cardeais, entre os quais o português D. Manuel Monteiro de Castro, penitenciário-mor.
Os Cardeais têm a tarefa de ajudar o Sucessor do Apostolo Pedro no desempeno do seu Ministério de confirmar os irmãos na fé e de ser principio e fundamento da unidade e da comunhão da Igreja:
A lista dos novos “purpurados” inclui D. Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, D. Antonio Maria Vegliò, presidente do Conselho Pontifício da Pastoral para os Migrantes e Itinerantes, e D. Giuseppe Bertello, presidente da Comissão Pontifícia para o Estado da Cidade do Vaticano e presidente do Governatorato do mesmo Estado. O presidente do Conselho Pontifício para os Textos Legislativos, D. Francesco Coccopalmerio, o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, D. João Braz de Aviz, e o presidente da Prefeitura dos Assuntos Económicos da Santa Sé, D. Giuseppe Versaldi.

Os arcebispos de Nova Iorque (EUA) D. Timothy Michael Dolan; Berlim (Alemanha), D. Rainer Woelki; Toronto (Canadá), D. Christopher Collins; Praga (República Checa), D. Dominik Duka; Hong Kong (China), D. John Tong Hon; Florença (Itália), D. Giuseppe Betori, Utrecht (Holanda), D. Willem Eijk; e o arcebispo dos Siro-Malabares (Índia), D. George Alencherry, constam também do elenco.
O Papa decidiu também elevar á dignidade cardinalícia um venerando prelado que desempenha o seu ministério de Pastor e Pai de uma Igreja e três beneméritos eclesiásticos que se distinguiram pelo seu empenho ao serviço da Igreja.

Sua Beatitude Lucien Muresan Arcebispo Mor de Făgăraş e Alba Iulia dos Romenos (Roménia);
O Padre Julien RiesSacerdote da Diocese da Namur e Professor emérito de historia das religiões na Universidade Católica de Lovaina, Padre Prosper Grech Docente emérito de varias Universidades romanas e Consultor da Congregação para a Doutrina da Fé e o jesuíta P. Karl Becker, Docente emérito da Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, durante longos anos consultor da Congregação para a Doutrina da Fé.

Fonte: Rádio Vaticano