quinta-feira, 25 de março de 2010

Bispos italianos: difícil transmitir a fé aos jovens

Iniciação cristã não pode ser reduzida a uma experiência genérica

 “A transmissão da fé às jovens gerações enfrenta hoje dificuldades inéditas, devido ao clima cultural que não contribui para o amadurecimento das consciências e o desenvolvimento da liberdade”. Foi o que observaram os bispos italianos, reunidos nos últimos dias em Roma para o Conselho permanente.

Durante os trabalhos, declarou Dom Domenico Pompili, porta-voz da Conferência Episcopal Italiana (CEI), “foi enfatizada a necessidade de uma maior atenção ao apresentar a doutrina católica, para não reduzir a iniciação cristã a uma experiência genérica”.

“A convicção de que o sujeito da catequese é a comunidade como um todo representa uma fecunda aquisição que deve ser promovida”, sublinhou.

Além disso, acrescentou ele, “a década da educação representará, esperamos, uma oportunidade para resgatar uma reflexão adequada sobre a iniciação cristã”.

Na reunião foi ainda discutida a ótica da Caritas in Veritate para abordar os problemas sociais e econômicos de nosso tempo. Para Dom Pompili, a encíclica evidencia que os problemas sociais a serem inseridos na agenda da Igreja – o mercado de trabalho e a empresa, a emergência educativa, a imigração, o papel da universidade, a participação democrática - têm sempre um fundamento antropológico.

“Outra questão que atraiu a atenção dos membros do Conselho permanente foi a da crescente presença de sacerdotes estrangeiros na Itália”, acrescentou.

De fato, explicou o prelado, “nos últimos anos foi registrado um aumento sensível” no número de sacerdotes estrangeiros no país - que já chega a 2636 presbíteros, 5% do clero em atuação na Itália – dedicados a atividades como o serviço pastoral em tempo integral, à capelania para comunidades de outros idiomas ou aos estudos.

Neste sentido, informou, foi enfatizada “a lógica do dom que está por detrás desta presença, que deve assegurar uma estreita relação com as Igrejas de origem e valorizar a presença do sacerdote estrangeiro, na ótica da cooperação missionária entre as Igrejas”.

Fonte: Zenit