segunda-feira, 4 de março de 2013

Qual é o papel da missiologia no mundo atual?

Terminou nesta sexta-feira, 1º, o 2º Simpósio de Missiologia, realizado em Brasília desde segunda-feira, 25. O evento reuniu mestres e doutores em missiologia, docentes e teólogos de outras áreas, representantes de instituições e organizações missionárias, assim como agentes de pastoral em torno de discussões sobre a teologia das missões, com foco para o atual contexto da América Latina.

Mas, afinal, o que é missiologia, qual é o seu papel? De acordo com o mestre em Missiologia e diretor do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Estêvão Raschietti, sx, o objetivo da missiologia, ou seja, da teologia das missões, é ajudar a centralizar o discurso sobre a missão.

Segundo padre Estêvão, há o risco de criar uma confusão, considerando como missionária todo tipo de ação, inclusive aquilo que não o é. "Missão é ir pra fora, é convidar a paróquia, a comunidade a se lançar fora de seus hábitos, de seus ambientes, porque missão implica sempre um partir, um caminhar e se aproximar dos outros".

O sacerdote ressalta que a acolhida, por exemplo, é algo feito nas paróquias e que é um gesto muito bom. Porém, explica que a ação especificamente missionária não é aquela que acolhe, mas que se dispõe a ser acolhida pelo outro. "Quem acolhe é o dono da casa, quem se dispõe a ser acolhido é o hóspede. Então missionária é uma Igreja que se torna hóspede na casa dos outros, tem que fazer esse movimento de sair para ir ao encontro dos outros", disse.

Sobre as ações previstas para este campo de estudo tendo em vista o mundo atual, padre Estêvão enfatiza a necessidade de formação. Ele cita o desejo de que todos os seminários e escolas teológicas tenham um curso consistente de missiologia para os seminaristas. "O próprio Documento de Aparecida fala que fazer uma opção por uma Igreja missionária é fazer uma opção pela formação", comenta.

E com relação aos avanços feitos nessa área desde o primeiro simpósio, realizado há 14 anos, padre Estêvão faz uma análise positiva, acreditando que houve evoluções e que o tempo presente está propício para voltar a focar nestas discussões.

"A realidade mudou, tanto eclesial como social. Eu acho que também a Igreja caminhou positivamente em relação a uma Igreja sempre mais missionária. Eu acho que nós estamos em um período muito mais favorável, graças também ao Documento de Aparecida, e também menos conflitual, quer dizer, à procura mais de uma comunhão".

Para o sacerdote, essa busca de comunhão é algo muito importante para a missiologia, uma vez que a missão leva sempre mais para a colaboração, participação, para a procura de unidade dentro da Igreja. "Também na Igreja no Brasil temos que dar um testemunho de unidade e a missão é uma ocasião muito propícia para isso".

Fonte: www.noticias.cancaonova.com - Jéssica Marçal / Canção Nova