quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Semana Missionária para párocos e vigários: “a paróquia numa Igreja em estado permanente de Missão”

Com o tema “A Paróquia numa Igreja em estado permanente de Missão” acontece na sede do Centro Cultural Missionário (CCM) em Brasília, a 3ª Semana Missionária para Párocos e Vigários, encontro que teve início na segunda-feira, 15, e segue até sexta-feira, 19.

A formação, realizada pelo CCM em parceria com as Pontifícias Obras Missionárias (POM), reúne 23 sacerdotes de várias regiões do país. A iniciativa tem o objetivo de refletir sobre a possibilidade da paróquia tornar-se efetivamente missionária, através de uma formação adequada de seus agentes, de uma reestruturação de seus âmbitos, de uma evangelização efetiva em seu contexto sociocultural e de uma animação missionária que a projete na cooperação intereclesial.

Os sacerdotes refletem de modo específico sobre o redescobrimento do seu ministério à luz da perspectiva missionária; sobre a paróquia missionária; o fortalecimento da consciência missionária e a prática evangelizadora sempre mais próxima, inculturada, com horizonte universal.

Na prática, é um passo para aprimorar o trabalho evangelizador na formação de discípulos missionários através da espiritualidade da ação missionária, conforme pede o Documento de Aparecida (DAp). “Com o coração aberto a todas as culturas e a todas as verdades, cultivando a capacidade de contato humano e diálogo”.

De acordo com o padre José Cícero, da arquidiocese de Maceió (AL), esse curso é indispensável para o amadurecimento da dimensão missionária no seio da paróquia. Ele desenvolve trabalhos missionários em sua paróquia há um ano e meio. “Todos os meses fazemos Missão e, neste curso, estou buscando novos métodos e reavaliando o que eu faço nas bases para aprimorar a ação de levar a Palavra de Deus às pessoas”.

O padre Neimar Aloísio Troes, da diocese de Toledo (PR), representante do Conselho Missionário Regional do Paraná (Regional Sul 2) participa da formação “para perceber como nós enquanto estrutura, párocos, vigários, precisamos agilizar a vida missionária da Igreja de tal forma que continuemos a manter nossas estruturas, mas nos abrindo à Missão: indo ao encontro daquelas pessoas que nós não atingimos, que estão às margens da nossa comunidade, da nossa sociedade e da Igreja”.


Nesta quarta-feira, 17, o secretário da Pontifícia Obra de São Pedro Apóstolo, padre Sávio Corinaldesi, orientou o dia com o tema “A animação missionária na paróquia: chamados e enviados a todos os povos”.  De acordo com o sacerdote, a missão ad gentes também pode acontecer na paróquia a partir do próprio testemunho. “O padre é um sacerdote do mundo e ele deve zelar por isso. Quando ele parte, sai da sua terra e vai, torna-se um exemplo e testemunho para a sua paróquia”, disse.

O papel dos padres, bispos e leigos na Missão Ad Gentes

Padre Sávio afirmou que à Igreja, de modo especial aos padres e bispos, cabe a preocupação com aqueles que nunca ouviram falar de Jesus Cristo, que abandonaram a sua fé, e com aqueles que vivem o Evangelho. “Quanto de nosso tempo gastamos com 70% da população mundial que nunca ouviu falar de Jesus? Quanto gastamos com 25% das pessoas que abandonaram sua fé? E quanto gastamos com 5% dos fiéis que estão em nossas Igrejas?”, questionou.

A maioria dos sacerdotes não está interessada nesse tipo de discurso, afirmou padre Sávio. “Nossos padres, infelizmente, são formados para tomar conta de uma paróquia, para administrar ritos”. A Ásia, onde está a maior parte da população que não conhece o Evangelho, é tida como uma região que não é de nossa responsabilidade. “Nossos padres e bispos pensam: não é minha responsabilidade me preocupar com a China e a Índia, mas com os cristãos da minha paróquia e diocese”.

Com base no Documento Redemptoris Missio, carta encíclica do papa João Paulo II sobre o mandato missionário, padre Sávio falou sobre o papel dos bispos da Igreja para a evangelização no mundo.  “Os irmãos bispos são comigo diretamente responsáveis pela evangelização do mundo, quer como membros do colégio episcopal, quer como pastores das Igrejas particulares”. Padre Sávio salientou ainda que “nossos bispos não podem dormir enquanto esse mandato não for cumprido”.

Quanto aos padres, ele destacou que “é preciso um motivo muito sério para não serem missionários do mundo”. Ele também falou do papel do leigo na dimensão missionária. “O leigo não deve estar apenas no altar, ao redor do padre. É muito bonito sim, esteticamente, mas não corresponde ao mandamento de Jesus de ir e levar o Evangelho a toda a criatura. O lugar do leigo é no seio da sociedade, nas redações dos jornais, atuando em favor da comunidade”.

Hoje dia 18, o padre José Carlos Pereira, CP, mestre em ciências da religião e doutor em sociologia vai trabalhar o tema “A organização missionária da paróquia: desafios e perspectivas rumo a um novo padrão pastoral”. Na sexta-feira, último dia da Semana de Formação Missionária, o secretário executivo do CCM, padre Estevão Raschietti, vai abordar o tema “Elementos para uma espiritualidade missionária presbiteral”.

Fonte:  Fúlvio Costa - Assessoria de Imprensa Pontifícias Obras Missionárias
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