quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Análise de conjuntura política é apresentada ao Consep da CNBB

Começou na manhã de ontem, 14, na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília (DF), a primeira reunião do Conselho Episcopal Pastoral (Consep) de 2012.

Os bispos do Consep ouviram, entre outros assuntos, a análise de conjuntura que teve como destaque, no plano internacional, a crise mundial e, no plano nacional, a dívida pública e a crise da oposição.
pedrogontijoconsep2012Elaborada por uma equipe especialmente constituída para esse fim, a análise foi apresentada pelo secretário executivo da Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP), professor Pedro Gontijo. Ao avaliar a crise econômica mundial, o secretário a classificou como sendo profunda e com aspectos de ser duradoura, colocando países como Portugal, Irlanda, Espanha, Grécia, em situação delicada.

"A situação da Grécia, mesmo com a aprovação do pacote econômico pelo parlamento, não foi solucionada", explicou Gontijo. Em sua opinião, a crise coloca em xeque a realização do sonho de unidade dos países da Europa conforme proposta da União Europeia, "já que a pauta econômica tira a autonomia dos países delimitando sua política".

Outro ponto importante citado na análise foi quanto à questão ambiental no mundo. Gontijo afirmou existir um desinteresse por parte das lideranças mundiais por esta pauta, devido à política econômica. Segundo o secretário, a Rio + 20 e as definições do protocolo de Kyoto estão sendo "esvaziadas" na agenda internacional. "Nos fóruns, a pouca preocupação com a questão ambiental se expressa no esvaziamento dos líderes mundiais, com a presença de técnicos de terceiro escalão", analisou.

Na análise da conjuntura no Brasil, o destaque foi a dificuldade de se alterar o padrão da política Brasileira. Em 2011, 45,5% dos recursos da União (R$ 708 bilhões de reais) foram utilizados para o pagamento de juros e amortizações. Enquanto isso, setores essenciais não tiveram os recursos necessários para estabelecer políticas coerentes. A saúde recebeu apenas 4% do orçamento da União; a educação 3%; a segurança menos de 1%, e a reforma agrária quase nada. "Vemos a inclusão dos mais pobres pelo consumo, e não pela cidadania", afirmou Gontijo.

 

Fonte:CNBB