quarta-feira, 27 de julho de 2011

Sete milhões de jovens não estudam nem trabalham; tornam-se fáceis alvos para organizações criminosas

 Sete milhões de jovens não estudam e nem conseguem encontrar um emprego e correm o risco de ser recrutados por organizações criminosas que aperfeiçoam suas redes para possuir sempre mais elementos jovens que vivem em situação de desespero. O alarme provém do semanal "Desde la Fe", da arquidiocese de Cidade do México, enviado à Agência Fides. A publicação recorda que, segundo relatórios oficiais, existem na América Latina quase 40 milhões de jovens de 15 a 29 anos cujo futuro é incerto, pois não estudam nem trabalham (são chamados "Ninis"): este número representa um quarto da população desta faixa etária.
No México, este número chega a sete milhões de jovens e constitui a população juvenil mais vulnerável. A arquidiocese evidencia que “enquanto a rede da criminalidade organizada melhora e expande seu potencial de atrair milhões de jovens sem oportunidades, as políticas públicas para assisti-los ‘dormem tranquilamente'. 

O texto prossegue afirmando que “esta é a população juvenil mais vulnerável, porque não tem emprego ou profissão, cai em vícios ou vive na desesperada busca de alguma oportunidade de trabalho que não surge. Assim, os jovens ficam tentados em aceitar as propostas do crime organizado, que lhes oferece um bom dinheiro, mesmo sabendo que correm o risco de perder a vida ou a liberdade”. As cifras são alarmantes: 80% dos cárceres estão ocupados por jovens de 20 a 35 anos; 9 entre 10 vítimas de crimes violentos são jovens.
Não basta assistir os jovens que estudam para evitar que abandonem a escola, mas é preciso oferecer oportunidades àqueles que não pertencem ao sistema escolar e logicamente não têm possibilidades de se unir à população economicamente ativa. O semanal reconhece também que o trabalho da Igreja católica neste âmbito se reduziu enormemente, porque os jovens estão cada vez mais distantes dos ambientes de fé e por causa da carente evangelização especialmente para eles.

Fonte: Agência Fides