quarta-feira, 25 de maio de 2011

Jovens Indígenas apresentam seus pedidos para Fórum da ONU

Por ocasião do 10° Período de Sessões do Foro Permanente para as Questões Indígenas das Nações Unidas (ONU), que está sendo realizado em Nova York desde 16 de maio e segue até o dia 27 de maio, a juventude indígena latino-americana apresentou seus pedidos. Os jovens participaram da Assembleia Global de Jovens Indígenas, que faz parte da Sessão, na qual formularam a declaração com ações contra a discriminação.

No documento, dirigido para a presidência do Fórum Permanente, os jovens afirmam "a importância de dar continuidade aos nossos povos e culturas”. Nesse sentido, expressam suas preocupações, solicitações e recomendações. Re-planejamento das metodologias dos censos, articulação entre os órgãos das Nações Unidas e a defesa da cultura e identidade indígena são as bases dos pedidos apresentados.

Os jovens criticam a falta de informação sistemática e de qualidade, levando em consideração que os censos populacionais "não refletem as cifras reais da população indígena”. Eles avaliam que "as variáveis utilizadas não se adéquam para a realidade, a diversidade cultural dos nossos países, nem para a auto-identificação”.

Nesse sentido, propõem o re-planejamento das metodologias dos censos e dos procedimentos de aplicação. Dizem que os censos da população devem ser feitos com amplos processos de consulta e devem incorporar dados desvinculados e variáveis étnico-culturais, etárias e de gênero, indo além das pesquisas domiciliares e registros básicos.

Ademais das metodologias dos censos, também são colocadas como prioridade de ação as múltiplas manifestações de violência; a rara presença da juventude indígena em espaços de participação política, como o Fórum Permanente, o Mecanismo de Especialistas sobre Povos Indígenas, e outros órgãos e mecanismos da ONU; e o distanciamento das crianças e jovens indígenas de sua própria cultura.

Como uma das formas de melhorar a realidade exposta, os jovens propõem uma ação coordenada e articulada das agências das Nações Unidas a fim de que se iniciem programas especialmente dirigidos para melhorar as condições nos campos da educação e saúde da criança, adolescência, juventude, e das mulheres indígenas.

Indicam também remuneração de recursos econômicos "dignos e suficientes” para a implantação de políticas e programas dirigidos para os povos indígenas e em especial para a infância e a juventude.

Diante de problemas de violência, tráfico, exploração sexual, suicídio, perda de laços culturais, entre outros, os indígenas propõem a realização de estudos referentes a migração da infância e dos adolescentes dando ênfase nessas problemáticas enfrentadas.

Também sobre essas problemáticas, os jovens solicitam uma atenção especial, do ao Relator Especial, sobre a situação dos indígenas em relação à venda de crianças, à prostituição infantil e à utilização de crianças na pornografia, e para outros Relatores Especiais que possuem o poder de analisar a situação da infância.

Finalmente, para intensificar a participação dos jovens, eles sugerem que as agências da ONU, ONG’s de apoio e doadores em geral assegurem recursos financeiros destinados a participação de jovens indígenas em espaços internacionais como o Fórum Permanente.

Fonte: Camila Maciel - Adital