quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Assassinado um jornalista e ativista de direitos humanos: indignação no país

Gerry Ortega, jornalista e ativista de direitos humanos, foi assassinado a tiros ontem, 24 de janeiro, na cidade de Puerto Princesa, na ilha de Palawan, centro do arquipélago filipino. É o 142° jornalista assassinado em 25 anos, e é mais uma vítima da série de execuções extra-judiciais que há décadas abalam o país.

Alguns dias atrás, os bispos filipinos advertiram para o aumento da criminalidade e da violência que atinge principalmente jornalistas, religiosos, ativistas, sindicalistas, advogados e aqueles que defendem os direitos dos mais pobres e marginalizados (veja Fides 20/1/2011). 
Ortega, com efeito, era engajado no Comitê de salvação da ilha de Palawan e na proteção de suas comunidades indígenas.

Frequentemente, em seus programas radiofônicos, dava espaço a Fóruns de missionários, comunidades cristãs, ONGs e associações ambientalistas que lançaram uma petição para impedir a devastação de uma das mais belas ilhas do arquipélago filipino: Palawan poderá ser destruída devido a grandes projetos de extração de minérios, autorizados pelo governo filipino central e provincial. Palawan é habitada por tribos indígenas locais como os Tagbanua, Palawanon, Tau't Bato, Molbog, Batak, que vivem da pesca e da agricultura de subsistência em pequenas aldeias nas montanhas ou ao longo da costa.

“Neste momento a ilha corre um grave risco: começaram as obras de construção de estradas para abrir minas e canteiros de extração confiados às multinacionais MacroAsia e Celestial” - informa o Comitê “Salvemos Palawan”.
Segundo o acordo com o governo de Manila, a “Macro Asia” tem o direito de extração da terra que sempre pertenceu – como reza o conceito de ‘ancestral domain’ – às comunidades indígenas, algumas das quais têm raros contatos com o mundo externo.

Os projetos de exploração de minérios colocam em sério risco sua sobrevivência. O Fórum expressou indignação e desconcerto pela execução de Ortega e reiterou ao governo o pedido para revogar o “Mining Act” de 1995, que “foi realmente desastroso para as populações indígenas das Filipinas”.

Fonte: Agência Fides
Local: Manila - Filipinas