segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Os desafios missionários de duas novas dioceses africanas: falam os Bispos de Impfondo e Bafang

Quais são os desafios enfrentados por um bispo de uma nova diocese para promover a evangelização no território que lhe foi confiado? A Agência Fides entrevistou sobre este tema Dom Jean Gardin, Bispo de Impfondo, na República do Congo, e Dom Abraham Kome, Bispo de Bafang, na República de Camarões.

"A minha diocese foi criada em março de 2011. Impfondo está localizada no extremo norte da República do Congo (Congo Brazzaville), entre o Rio Ubangui e a fronteira com a República Centro-Africana", disse Dom Gardin. "O seu território é um enorme deserto verde, com uma superfície coberta em grande parte pela floresta de 60.000 quilômetros quadrados e com uma densidade de 3 habitantes por quilômetro quadrado". O bispo afirma que "os habitantes são pessoas muitas abertas para a evangelização. Sentem a necessidade de um relacionamento com o Senhor. O problema é que existem muitas seitas que, em num contexto de pobreza elevada, agarram facilmente as pessoas pois prometem milagres e outros sucessos materiais. Algumas dessas seitas são locais, outras provenientes do exterior, outras nascem por divisões locais de associações estrangeiras".

É a promoção humana uma das principais opções escolhidas por Dom Gardin para continuar o trabalho de evangelização. "Impfondo é isolada do resto do país, tanto é verdade que o nosso primeiro problema diz respeito ao movimento tanto para orientar as atividades pastorais quanto para ir à capital, Brazzaville. Não há estradas e os únicos meios são aéreos ou embarcações fluviais", disse Dom Gardin. "Por esse motivo estamos engajados num programa que tem como objetivo alcançar a autossuficiência. Estamos comprando barcos para transportar a Brazzaville as produções locais. A nossa região tem uma agricultura florescente, mas infelizmente até agora não tivemos meios para fazer a mercadoria chegar aos mercados nacionais. Além da produção agrícola existe a madeira a ser exportada. Com este barco esperamos obter os recursos para financiar os projetos da diocese, sobretudo as escolas e centros de saúde. Encontramos o dinheiro para comprar o barco grande agora temos que encontrar fundos outros barcos", conclui Dom Gardin.

Até mesmo Dom Abraham Kome, Bispo de Bafang, acredita que "a salvação da alma integra a salvação da totalidade do ser humano: não se pode falar do Céu como se a terra não existisse. A nossa preocupação é criar e administrar estruturas (escolas e centros de saúde) que integrem a nossa ação pastoral. Além das instalações materiais é necessário formar as pessoas que trabalham lá, religiosos e leigos. "O Bispo de Bafang descreve sua diocese: "de 400 mil habitantes, quase a metade (cerca de 200.000) são católicos. Há membros das igrejas protestantes, da religião tradicional africana, e aqueles chamados de "novas expressões religiosas", porque o termo seita parece um pouco ofensivo. Estes novos movimentos religiosos são de origem estrangeira, em especial estadunidense, que passam antes de chegar aos Camarões pela Nigéria. É um ambiente essencialmente anglófono".
Dom Kome enfatiza que a visita do Papa Bento XVI aos Camarões "deixou uma emoção forte no país." "No entanto, o nosso trabalho começou quando o Santo Padre deixou os Camarões porque cabe a nós agora acolher a sua mensagem para difundi-la mais e transformá-la em ações concretas", concluiu o bispo.

Fonte: Agência Fides
Local: Roma