A
Pastoral da Juventude é uma ação organizada dos jovens que são Igreja
junto com seus pastores e com a comunidade na qual está inserida para
aprofundar a vivência da fé, com opção evangélica preferencial e
consciente pela juventude. Ficou célebre o dito do bem-aventurado João
Paulo II: “A igreja será jovem, quando os jovens forem verdadeiramente
Igreja”. A juventude, evangelizada e organizada, sustenta a seqüência na
transmissão da fé. É de absoluta importância para o progresso da
própria Igreja. Os jovens de hoje estão abertos a crer e a praticar a
fé, apesar de todos os obstáculos criados por um mundo materializado e
divorciado dos valores eternos. Eles buscam um sentido para as próprias
vidas e é em Cristo que deparam um refúgio seguro para as suas vidas e a
Igreja os ajuda a alcançar esse objetivo. Nos anos 70 a Igreja do
Brasil passava por um grave momento e de grandes transformações,
principalmente tendo em vista a situação política do contexto histórico
de então e a necessidade de se aplicar sabiamente as resoluções do
Concílio Vaticano II. A Organização de um projeto Pastoral Juvenil para a
Igreja do Brasil foi mais que necessário, em face do imperativo do
acolhimento e da superação do modelo político emergente que produzira
grandes feridas na sociedade e de modo muito característico na
Juventude. Era necessário um equilíbrio perfeito diante das
circunstâncias de um momento conturbado. A Pastoral da Juventude passou
a existir nessa situação e herdou muita coisa deste período, como, por
exemplo, o método Ver-Julgar-Agir; uma prática transformadora a partir
da realidade; a descoberta da dimensão política da fé; o protagonismo
dos jovens e a presença do Deus Libertador nas lutas do povo. O
surgimento de uma pastoral da juventude orgânica e transformadora, como
conhecemos hoje, foi gerada, portanto, na década de 70 por iniciativa,
aliás, da própria CNBB. Essa iniciativa foi iluminada por um novo modelo
de Igreja Latino-americana que vinha sendo cuidadosamente elaborado
através das conclusões e orientações das Conferências dos Bispos da
América Latina ocorridas em Medelin (1968) e Puebla (1979). Nesta
história é fundamental ressaltar os Encontros Nacionais da PJ ocorridos
em 1973, 1976 e 1978, que inicialmente serviram para reunir os
conhecimentos práticos das PJ esparsas por todo o território brasileiro.
Os encontros, seminários e assembléias nacionais foram momentos de
articulação, organização e elaboração dos projetos da PJ. Chegando os
anos 90, diante de uma nova realidade social e eclesial, a PJ ingressou
numa nova fase, a fase de grande amadurecimento e a percepção de uma
atividade missionária ainda mais intensa. Nem se pode esquecer a
influência das Jornadas Mundiais da Juventude idealizadas pelo papa João
Paulo II. Muitos jovens, ao participarem desses atos, além de descobrir
a necessidade de atuar com mais fervor, acordam para o verdadeiro
sentido do apostolado esclarecido. Entretanto, o que na prática
cotidiana é ser jovem e o que os adultos devem passar à juventude? Ser
jovem é possuir, no coração, uma fonte de esperança, de nobres ideais,
de otimismo alvissareiro. Ser jovem é ter, dentro de si, caudais de
energias prontas a se concretizar em iniciativas pelo bem comum, pelo
próximo, pela pátria, pela humanidade. Ser jovem é saber amar, cercando,
sem cessar, de ternura e compreensão os entes queridos. Ser jovem é
fazer do dever de cada hora a felicidade mais inebriante, transformando a
existência em sublime realização de si mesmo. Ser jovem é não
tergiversar, nem vacilar ante os árduos embates da vida; é enfrentar com
ânimo varonil obstáculos e dificuldades, transpondo-os com olhos fitos
em Cristo. Ser jovem é não assimilar o erro, veiculado tão sutilmente,
aqui e ali, nos jornais, nas revistas, no rádio, na televisão, nas
palavras do falso amigo. Ser jovem é lutar sem tréguas contra o mal, as
tentações, os vícios; é evitar os caminhos fáceis; é ter consciência de
que os mortos não são aqueles que jazem numa tumba fria, mas, sim, os
que têm morta a alma e vivem, todavia. Ser jovem é saber que espíritos
elevados não admitem pactos efêmeros, e, portanto, que o divórcio é uma
aberração. Ser jovem é ser livre e usar racionalmente a liberdade. Ser
jovem é não desanimar nunca, é ver o lado bom dos acontecimentos, é
sempre acender uma vela e não lamentar a escuridão. Ser jovem é vibrar
com as iniciativas do Grupo, participando, cooperando com o crescimento
de todos. Ser jovem é poder repetir com São Paulo: “já não sou eu quem
vive, é Cristo que vive em mim”, pois Ele é a origem da eterna
juventude.
Fonte: Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho -*Diretor Espiritual do Movimento de Juventude da Paróquia de Santa Rita de Cássia desde 1970 (Viçosa- MG) - Catolicanet
Local:Viçosa (MG)