quarta-feira, 9 de março de 2011

Fraternidade e a Vida no Planeta “A Criação geme em dores de parto”(Rm 8,22)

Nesta quarta-feira de Cinzas, a Igreja dá inicio a uma nova etapa de sua caminhada, vivida na fé e na oração, em meios às tribulações e crises de nossa sociedade.
 
É o tempo da Quaresma, tempo de escuta, de oração, de jejum, tempo de praticarmos a caridade e de irmos ao encontro da conversão. Tempo no qual somos convidados à pratica fervorosa da oração pessoal e comunitária, participando dos sacramentos da penitência e da eucaristia. Neste mesmo clima dá-se início também à Campanha da Fraternidade 2011.

Neste ano, a Campanha da Fraternidade nos pede que olhemos para a vida de nosso planeta e percebamos qual de nossas atitudes está contribuindo para as graves mudanças climáticas que estão acontecendo nestes últimos anos. Trata-se de um cenário que está colocando em jogo a própria vida, uma ameaça contra a vida humana que se encontra vulnerável em meio a este paradoxo que o próprio homem começou. Quem mais sofre em meio a esta realidade são aqueles que não têm e nunca tiveram a oportunidade de falar, ou seja, os mais pobres. Será que eles merecem sofrer por um mal que os grandes deram início?
 
Neste sentido, a CF-2011 tem como tema “Fraternidade e a Vida no Planeta”, e como lema : 

“A criação geme em dores de parto” [Rm 8,22].

Sem sombra de dúvida, esta é uma situação que tem preocupado a todos aqueles que querem preservar a vida em nosso planeta. Há hoje duas linhas de pesquisas que tentam explicar este efeito: a primeira é a de que este efeito é causado por um desequilíbrio do aquecimento global e que é provocado por um processo da própria natureza; a segunda, conforme sugerem alguns cientistas, indica que o planeta apresenta este aquecimento devido às grandes quantidades de emissões de gases de efeito estufa, causadas, sobretudo, pela excessiva industrialização dos países ricos.
 
Em meio a estes impasses, onde os verdadeiros responsáveis parecem não existir, fica claro que estamos cada vez mais longe de uma resposta que resolva, de fato, os danos causados pelo aquecimento global.
 
Nesta Campanha não se pretende, de forma universal, resolver essa situação, mas sim, conscientizar e mobilizar toda a sociedade para uma formação ambiental em relação a esse problema do aquecimento global e identificar responsabilidades e implicações éticas.
Permanecermos indiferentes diante desta realidade significa darmos carta branca aos “grandes” que desmatam, queimam e poluem as nossas águas, o ar, as florestas e os rios. É não assumirmos nossas responsabilidades com as gerações futuras. Somos convidados a assumir este compromisso não somente com a Igreja do Brasil, mas com nossas famílias, com a natureza e com o planeta.
 
Para que possamos atingir esta meta é preciso promover discussões sobre os problemas ambientais, mostrando a gravidade e a urgência dos mesmos, e propondo caminhos para a superação dos problemas ambientais relacionados ao aquecimento global.
Essa iniciativa só terá efeito se cada um se comprometer em preocupar-se seriamente com estes problemas, mobilizando as pessoas, as comunidades, as igrejas, as diversas denominações religiosas e a sociedade em geral. Devemos propor atitudes, comportamentos e práticas que manifestem nossa sincera preocupação com o nosso meio ambiente.

Nosso Compromisso Pastoral

Deus continua a zelar pela vida de seu povo. Neste sentido, Ele nos interpela:
 
- Que faremos para que a terra seja um bem para todos?
- Que faremos pela dignidade da pessoa humana e pelo bem de nosso planeta?

Por fim, entendemos que esta problemática somente terá uma solução verdadeira quando cada um mudar sua mentalidade e a estrutura da nossa sociedade também se modificar. Estamos prontos para a mudança?
 
Juntos com a Igreja do Brasil, animados em assumir este compromisso, peçamos ao Senhor que nos ilumine, que nos dê força e coragem para pôr em pratica as atitudes necessárias para uma verdadeira mudança. 

Nossa sociedade será construída com o esforço de todos, com a necessária participação dos jovens, com a união das pastorais e a organização dos fracos, daqueles que o mundo considera desprezíveis, mas que Deus escolheu para conduzir e julgar os poderosos. (cf 1 Cor 1, 26). Que o Senhor nos fortaleça e nos ajude a darmos aquele testemunho de unidade que Ele mesmo pediu na hora de oferecer sua vida por nós. (cf Jo 1,7).

Fonte: Deivid Barros, Noviço Palotino - dsbarros_@hotmail.com
Cornélio Procópio-PR