segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Igreja promove o diálogo entre jornalistas e governo sobre a lei anti-racismo

A Conferência Episcopal Boliviana (CEB) pediu aos jornalistas que suspendam a greve de fome contra a lei anti-racismo (veja Fides 12/10/2010), e pediu ao governo que escute as exigências deste grupo como um gesto comum da vida de um Estado democrático. Em um comunicado, a Igreja boliviana expressa preocupação por esta medida de pressão por parte de jornalistas e proprietários da mídia em defesa da liberdade de expressão e de pensamento na Bolívia.
 
“Reconhecemos a legitimidade dos pedidos da mídia e de suas ações em defesa da liberdade de expressão, um dos alicerces de uma sociedade democrática. Nós, no entanto, pedimos àqueles que estão em greve de fome que suspendam esta medida extrema que ameaça suas vidas e optem por outras alternativas constitucionais para obter suas reivindicações” – diz o comunicado, que pede também ao governo que “ouça estas vozes em sinal de sabedoria e maturidade democrática”.
 
“Como Igreja, reafirmamos nosso compromisso com toda iniciativa voltada a eliminar formas de racismo e discriminação, assim como a nossa vigilância dos riscos iminentes associados à recente aprovação e promulgação desta lei, em relação ao exercício dos princípios e direitos fundamentais de indivíduos e instituições” – observa o documento.

A situação, neste momento, ainda não está resolvida: ontem, 13 de outubro, realizou-se uma marcha, com muitos participantes, em favor dos jornalistas. A Associação Nacional da Imprensa (ANP) e a Confederação dos Trabalhadores da Imprensa Boliviana expressaram-se a favor do protesto e se recusaram a fazer parte do grupo de trabalho encarregado da redação do regulamento, pois se o fizessem, reconheceriam a validez dos artigos em questão.

Fonte: Agência Fides
Local: La Paz - Bolívia