quarta-feira, 30 de junho de 2010

Igreja tem de reforçar presença no mundo digital

Comissões Episcopais das Comunicações Sociais de Portugal e Espanha lembram necessidade de "recursos materiais, técnicos e humanos"

As Comissões Episcopais das Comunicações Sociais de Portugal e Espanha consideram fundamental que a Igreja esteja presente “no cenário do mundo digital”, lembrando para isso a necessidade de “recursos materiais, técnicos e humanos”.

No documento conclusivo do encontro ibérico que decorreu entre 28 e 30 de Junho, em Málaga, os responsáveis das Comissões falam das novas tecnologias da comunicação como “uma oportunidade onde se devem envolver sacerdotes, consagrados e leigos, educadores e catequistas”, em particular os mais jovens e “nativos” na rede.

“A evangelização na cultura actual, essencialmente mediática, passa por esta necessária exigência, à qual não basta responder só com louváveis considerações teóricas sobre os meios de comunicação, mas com projectos e realizações, possibilitando recursos materiais, técnicos e humanos necessários”, pode ler-se no documento, publicado pela Agência ECCLESIA.

As Comissões Episcopais das Comunicações Sociais de Portugal e Espanha foram acompanhadas pelo presidente do Conselho Pontifício das Comunicações Sociais, D. Cláudio Maria Celli, para analisar o tema “Igreja e novas tecnologias da comunicação: uma oportunidade para a missão pastoral”.

Os participantes manifestam a sua intenção de “unir os seus esforços aos dos homens e mulheres que fazem da comunicação e das novas tecnologias o seu meio de vida e de relações pessoais e sociais”.

“As novas tecnologias não só oferecem à Igreja grandes vantagens para uma mais eficaz gestão pastoral, mas também são meios privilegiados para partilhar bens e serviços, sem desvalorizar o encontro pessoal, familiar e comunitário”, referem as conclusões deste encontro ibérico.

Recordando o apelo do Papa ao exercício de um verdadeiro ministério pastoral na “cultura digital”, os membros das Comissões consideram necessário que “os futuros sacerdotes sejam adequadamente preparados para assumirem a missão de bons comunicadores, na qualidade e na transmissão da mensagem”.

Para estes responsáveis, as novas tecnologias constituem uma oportunidade “para a coesão social, para superar a solidão, fomentar as relações inter-geracionais e fortalecer novas redes de conhecimentos”.

O documento conclusivo precisa que o mundo das novas tecnologias “não pode ser um espaço isento de responsabilidades éticas e morais”, pedindo especialmente “a atenção dos pais e educadores e a eficaz acção das autoridades, que devem proteger os menores de conteúdos ofensivos da dignidade humana”.

Os meios de comunicação, acrescenta o texto, “são chamados a favorecer a solidariedade, promovendo assim o bem comum” perante a actual crise económica.

A comitiva portuguesa integrou seis elementos, com a presidência de D. Manuel Clemente, responsável pela Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais.

Fonte: Agência Ecclesia