quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013


Bento XVI garante reverência e obediência ao novo Papa

Na manhã desta quinta-feira, 28 de fevereiro, o Papa Bento XVI teve um encontro com os membros do Colégio dos Cardeais, renovou seu compromisso de permanecer unido a todos, pediu que permaneçam em oração e declarou, solenemente, incondicionada reverência e obediência ao futuro Papa.

Assim como o cardeal Sodano, o Papa também citou a experiência dos discípulos de Emaús, afirmando que também para ele foi uma alegria caminhar em companhia dos cardeais nesses anos na luz da presença do Senhor ressuscitado.

Como disse ontem diante de milhares de fiéis que lotavam a Praça S. Pedro, a solidariedade e o conselho do Colégio foram de grande ajuda no seu ministério. “Nesses oito anos, vivemos com fé momentos belíssimos de luz radiosa no caminho da Igreja, junto a momentos em que algumas nuvens se adensaram no céu. Buscamos servir Cristo e a sua Igreja com amor profundo e total. Doamos a esperança que nos vem de Cristo e que é a única capaz de iluminar o caminho. Juntos, podemos agradecer ao Senhor que nos fez crescer na comunhão. Juntos, podemos pedir para que nos ajude a crescer ainda nessa unidade profunda, de modo que o Colégio dos Cardeais seja como uma orquestra, onde as diversidades, expressão da Igreja universal, concorrem à superior e concorde harmonia.

Aos Cardeais, o Papa expressou “um pensamento simples” sobre a Igreja e sobre o seu mistério, que constitui para todos nós a razão e a paixão da vida, escrita por Romano Guardini. Ou seja, de que a Igreja não é uma instituição excogitada, mas uma realidade viva. Ela vive do decorrer do tempo, transformando-se, mas em sua natureza permanece sempre a mesma. O seu coração é Cristo.

“Parece que esta foi a nossa experiência ontem na Praça. Ver que a Igreja é um corpo vivo, animado pelo Espírito Santo, e vive realmente da força de Deus. Ela está no mundo, apesar de não ser do mundo. É de Deus, de Cristo, do Espírito Santo e nós o vimos ontem. Por isso é verdadeira e eloquente a outra famosa expressão de Guardini:

A Igreja se desperta no ânimo das pessoas. A Igreja vive, cresce e se desperta nos ânimos que, como a Virgem Maria, acolhem a palavra de Deus e a concebem por obra do Espírito Santo. Oferecem a Deus a própria carne e o próprio trabalho em sua pobreza e humildade, se tornando capazes de gerar Cristo hoje no mundo.

Através da Igreja, disse o Papa, o mistério da encarnação permanece presente sempre. E fez um apelo aos Cardeais:

“Permaneçamos unidos, queridos irmãos, neste mistério, na oração, especialmente na Eucaristia cotidiana, e assim serviremos a Igreja e toda a humanidade. Esta é a nossa alegria que ninguém pode nos tirar. Antes de saudá-los pessoalmente, desejo dizer que continuarei próximo com a oração, especialmente nos próximos dias, para que sejais plenamente dóceis à ação do Espírito Santo na eleição do novo Papa. Que o Senhor vos mostre quem Ele quer. E entre vós, entre o Colégio dos cardeais, está também o futuro Papa, ao qual já hoje prometo a minha incondicionada reverência e obediência.”

Fonte: Rádio Vaticano

O afeto dos cardeais ao Papa

“Hoje, queremos mais uma vez expressar-lhe toda a nossa gratidão.” Assim, o Decano do Colégio Cardinalício, Card. Angelo Sodano, saudou o Papa Bento XVI, na Sala Clementina, em nome de todos os cardeais presentes em Roma.

“Com grande trepidação, os Padres Cardeais se unem ao seu redor, Santidade, para manifestar-lhe mais uma vez seu profundo afeto e expressar-lhe viva gratidão por seu testemunho de abnegado serviço apostólico, pelo bem da Igreja de Cristo e de toda a humanidade.”

Recordando as palavras pronunciadas pelo Pontífice sábado passado, no final dos Exercícios Espirituais, quando agradeceu a todos por esses quase oito anos, durante os quais seus colaboradores carregaram com competência, afeto, amor e fé o peso do ministério petrino, o Cardeal afirmou que é o Colégio que deve agradecer pelo exemplo que o Papa deu em todo este período:

“Em 19 de abril de 2005, Sua Santidade se inseriu na longa cadeia de Sucessores do Apóstolo Pedro e hoje, 28 de fevereiro de 2013, está prestar a deixar-nos, à espera que o timão da barca de Pedro passe a outras mãos. Assim, prosseguirá a sucessão apostólica, que o Senhor prometeu à sua Santa Igreja, até quando se ouvir sobre a terra a voz do Anjo do Apocalipse que proclamará ‘Já não haverá mais tempo... então o mistério de Deus estará consumado’. Terminará assim a história da Igreja, com a história do mundo, com o advento de novos céus e terra nova.”

O Cardeal Sodano afirmou que, “com profundo amor”, os cardeais tentaram acompanhá-Lo no seu caminho, revivendo a experiência dos discípulos de Emaús, os quais, depois de caminharam com Jesus, disseram um ao outro: ‘Não ardia o nosso coração quando ele nos falava pelo caminho?’.

“Sim, Padre Santo, saiba que o nosso coração também ardia enquanto caminhávamos juntos nesses últimos oito anos. Hoje, queremos mais uma vez expressar-lhe toda a nossa gratidão. Em coro, repetimos uma expressão típica de sua querida terra natal: ‘Vergelt's Gott’, Deus lhe pague!”

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Hallel Aparecida 2013: evento no Santuário Nacional prepara o Brasil para a Jornada Mundial da Juventude

O Santuário Nacional de Aparecida se prepara para receber em abril de 2013, o Hallel Aparecida 2013 - Internacional. O evento é uma preparação para a 27ª Jornada Mundial da Juventude, que acontece no mês de julho do próximo ano no Rio de Janeiro, e acolherá jovens de todo o mundo na Casa da Mãe Aparecida.

Sob um tema geral, o evento é dividido em módulos para discussão de assuntos pertinentes à Igreja. Seu tema geral é: ‘Ai de mim se eu não evangelizar' (1Cor 9,16). São temas dos módulos: ‘Bote Fé', ‘Missionariedade', ‘Sim à Vida' e ‘Maria'.

No seu formato original, o Hallel que nasceu na cidade de Franca (SP), se adapta às características e Pastoral do Santuário Nacional, para que os jovens possam ter a experiência de uma prévia do que será a JMJ, reunindo louvor, música, juventude, oração e evangelização.

"A ASCENSÃO e o PENTECOSTES é o ponto de chegada da Missão de Jesus Cristo e o ponto de partida da Missão da Igreja. Animados pelo Espírito Santo de Deus, cumprindo a nossa vocação de batizados, por Cristo, n'Ele e com Ele, realizaremos o ‘Hallel Aparecida 2013 - Internacional', preparando a ‘27ª Jornada Mundial da Juventude': jovens unidos na ‘5ª. Romaria da Juventude', botando Fé na Vida, na Casa da Mãe Aparecida, Rainha e Padroeira do Brasil", explica o bispo auxiliar de Aparecida, Dom Darci José Nicioli.

O Hallel Aparecida - Internacional é um evento de grande porte que vai reunir louvor, música, juventude, oração e evangelização e acontecerá de 19 a 21 de abril em 2013 em diferentes espaços do Santuário Nacional, como o Centro de Eventos padre Vitor Coelho de Almeida, a Matriz Basílica (Basílica Velha), auditório padre Noé Sotillo, Tribuna Papa Bento XVI, entre outros espaços.

O evento é inédito na história do Santuário e será o último do calendário da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) antes da Jornada Mundial da Juventude. Por isso também a Cruz da Jornada e o Ícone de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, que percorrem o mundo nos eventos da juventude católica, estarão no Hallel.

Ao final do evento será feita a Cerimônia da Entrega da Cruz e do Ícone para a Arquidiocese do Rio de Janeiro, para a celebração da JMJ.

Preparação - Empenhado em realizar uma preparação minuciosa do Hallel Aparecida 2013 Internacional, o Santuário Nacional iniciou, ainda em 2011, os primeiros encontros para discutir os pontos referentes à realização do evento.

Foi criada uma comissão coordenada pelo bispo auxiliar de Aparecida Dom Darci José e pelos prefeitos de Igreja, padre Valdivino Guimarães e irmão João Batista de Viveiros, da qual fazem parte ainda o padre Carlos Sávio, coordenador do Setor Juventude da CNBB e outros membros da conferência, o administrador-ecônomo do Santuário padre Luiz Cláudio Alves de Macedo, a coordenação do Hallel Franca e colaboradores de áreas específicas do Santuário Nacional.

Nesses encontros já foi definida a programação prévia do Hallel, bem como as necessidades de estrutura para realização do evento.

Todas as informações do evento estarão disponíveis no blog Jovens de Maria (WWW.a12.com/jovensdemaria) e também serão divulgadas através da REDE APARECIDA de comunicação, que realizou a escolha de um garoto propaganda para esta finalidade.

As dioceses, arquidioceses e paróquias de todo o Brasil serão convidadas para participarem do Hallel Aparecida através de carta e material de divulgação, que serão enviados em formato digital e via correio.

Ainda estão previstas atividades de mobilização com os movimentos da juventude do país.

Estrutura - Além dos espaços onde acontecerão as celebrações, os módulos de reflexão e os shows, faz parte ainda da estrutura do Hallel Aparecida - Internacional, estandes para entidades e movimentos religiosos, além de uma área de camping com sanitário, chuveiro quente e água potável à disposição dos jovens.

Fonte: Assessoria de Imprensa Santuário de Aparecida - www.A12.com

Conflitos de terra, ameaças e violência são temas comuns para comunidades tradicionais

A cidade de Luziânia (GO) recebe nestes dias cerca de 120 representantes de comunidades tradicionais de todo o país para o debate das problemáticas enfrentadas, as histórias de resistência e as leis governamentais que regem a titulação de seus territórios tradicionalmente ocupados.

Durante o evento, tem grande espaço a reflexão sobre os territórios tradicionais: conflitos, ameaças e violências. É comum entre os participantes o desejo de fortalecimento da luta e das articulações. Em todos os depoimentos, ficou clara a necessidade de unificação dos movimentos e organizações sociais, bem como o fortalecimento das parcerias em prol do sucesso em suas reivindicações.

Segundo indígenas presentes no evento, os conflitos pelo território tem prejudicado, até mesmo, sua cultura e tradições. É o caso dos quilombolas do Rio dos Macacos, na Bahia, denunciam a ação da Marinha e a violência contra a comunidade. Eles são proibidos, inclusive, de cultivar a terra. Os que resistem acabam apanhando.

Com a assessoria do advogado do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Adelar Cupsinski, houve o debate sobre a Constituição Federal e os direitos das comunidades tradicionais. Entre eles, a convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho), que discorre sobre povos indígenas e tribais.

De acordo com informações do advogado, a Constituição precisa ser analisada como um todo. Os direitos das comunidades já estão implícitos na Carta Magna, mas precisam ser melhor definidos. Para ao Movimento Quilombola do Maranhão, dos 1.838 territórios quilombolas mapeados até o dia de hoje, somente 121 possuem título.

O Seminário, em Luziânia, segue o dia 28 de fevereiro.

Fonte: CNBB

"Amar a Igreja significa ter a coragem de fazer opções difíceis" - Bento XVI a 150 mil fiéis na Praça de S. Pedro. Vozes lusófonas

“Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer opções difíceis, árduas, tendo sempre em vista o bem da Igreja e não nós mesmos” – recordou Bento XVI, na serena e ao mesmo tempo vibrante alocução que constituiu a última palavra pública do seu pontificado.
Na véspera de deixar o ministério petrino (amanhã, quinta-feira, 28 de fevereiro, às 20 horas), o Papa quis, antes de mais, “dar graças de todo o coração a Deus, que guia e faz crescer a Igreja, que semeia a sua Palavra, alimentando assim a fé no seu Povo”.

Bento XVI alargou o seu olhar a toda a Igreja e a todo o mundo, assegurando levar a todos no coração, na oração, confiando tudo e todos ao Senhor. E declarou viver este momento com “grande confiança”, na certeza de que “a Palavra de verdade do Evangelho é a força da Igreja, é a sua vida”. “É esta a minha confiança, a minha alegria”.

Foi neste contexto que Bento XVI evocou o dia 19 de abril de 2005, quando assumiu o ministério de Pedro. Ouçamos as palavras com que, mais adiante nesta audiência, o Papa resumiu em português o essencial desta sua alocução:

Queridos irmãos e irmãs,

No dia dezanove de Abril de dois mil e cinco, quando abracei o ministério petrino, disse ao Senhor: «É um peso grande que colocais aos meus ombros! Mas, se mo pedis, confiado na vossa palavra, lançarei as redes, seguro de que me guiareis». E, nestes quase oito anos, sempre senti que, na barca, está o Senhor; e sempre soube que a barca da Igreja não é minha, não é nossa, mas do Senhor. Entretanto não é só a Deus que quero agradecer neste momento. Um Papa não está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe caiba a primeira responsabilidade; e o Senhor colocou ao meu lado muitas pessoas que me ajudaram e sustentaram. Porém, sentindo que as minhas forças tinham diminuído, pedi a Deus com insistência que me iluminasse com a sua luz para tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja. Dei este passo com plena consciência da sua gravidade e inovação, mas com uma profunda serenidade de espírito.

Na alocução mais desenvolvida, em italiano, Bento XVI convidou todos a renovarem a sua firme confiança no Senhor, a confiarem-se “como crianças nos braços de Deus (disse), na certeza de que esses braços sempre nos sustentam, permitindo-nos caminhar dia após dia, apesar da fadiga”.

“Agradeçamos ao Senhor por cada um dos nossos dias, com a oração e com uma vida cristã coerente. Deus ama-nos, mas espera também que nós o amemos!”

Mas não foi só a Deus que Bento XVI quis agradecer neste momento especial da sua vida e antes da conclusão do seu pontificado. Na verdade – recordou – “um Papa nunca está sozinho na condução da barca de Pedro, embora lhe toque a primeira responsabilidade”.

“Nunca me senti sozinho na (responsabilidade) de levar a alegria e o peso do ministério petrino. O Senhor pôs ao meu lado muitas pessoas que, com generosidade e amor a Deus e à Igreja, me ajudaram com a sua proximidade”.

E aqui o Papa mencionou expressamente: os cardeais, cuja “sageza, conselhos e amizade foram preciosos”, prosseguindo com os colaboradores mais diretos, desde o Secretário de Estado mas incluindo todos os que estão ao serviço da Santa Sé, muitos deles “na sombra, no silêncio e na dedicação quotidiana, com espírito de fé e de humildade”, “um apoio seguro e fiável”. Uma palavra de gratidão também ao Corpo Diplomático, representantes das Nações, e a “todos os que trabalham para uma boa comunicação”, um “importante serviço”. Menção de especial e afetuosa gratidão à “sua” diocese de Roma, a todos os irmãos no episcopado e no presbiterado, todos e todas as consagradas, e todo o Povo de Deus…

“nas visitas pastorais, nos encontros, nas audiências, nas viagens, sempre adverti grande atenção e profundo afeto; mas também eu quis bem a todos e a cada um, sem distinções, com aquela caridade pastoral que é o coração de cada Pastor, sobretudo do Bispo de Roma, do Sucessor do Apóstolo Pedro. Cada dia levei na oração cada um de vós , com coração de pai”.

Bento XVI agradeceu também de todo o coração as numerosas pessoas de todo o mundo que nas últimas semanas lhe enviaram – disse – “comoventes sinais de atenção, amizade e oração”.

“Sim, o Papa nunca está só, experimento-o agora uma vez mais, de um modo tão grande que toca o coração. O Papa pertence a todos e tantíssimas pessoas sentem-se muito perto dele”.

Não foram só os “grandes do mundo” (chefes de Estado, chefes religiosos, representantes do mundo da cultura…) a escrever – esclareceu Bento XVI. Chegaram-lhe “também muitas cartas de pessoas simples”, que exprimem o que o coração lhes dita mostrando “todo o seu afeto, que nasce do estar conjuntamente com Cristo Jesus, na Igreja”…

“Escrevem como irmãos e irmãs ou como filhos e filhas, com o sentido de um elo familiar muito afetuoso. Aqui se pode tocar com a mão o que é a Igreja – não uma organização, não uma associação com fins religiosos ou humanitários, mas um corpo vivo, uma comunhão de irmãos e irmãs no Corpo de Jesus Cristo, que nos une a todos. Experimentar a Igreja neste modo e poder assim com que poder tocar com as mãos a força da sua verdade e do seu amor, é motivo de alegria, num tento em que tantos falam do seu declínio”.

“Nestes últimos meses senti que as minhas forças tinham diminuído (confessou Bento XVI),, e pedi a Deus com insistência, na oração, que me iluminasse com a sua luz para me fazer tomar a decisão mais justa, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja”.

“Dei este passo na plena consciência da sua gravidade e também novidade, mas com uma profunda serenidade de espírito. Amar a Igreja significa também ter a coragem de fazer escolhas difíceis, dolorosas, tendo sempre presente o bem da Igreja, e não nós próprios”.

Na parte final da sua alocução, Bento XVI voltou uma vez mais com o espírito ao início do seu pontificado, há oito anos atrás, ao dia 19 de abril de 2005, para sublinhar que com a sua renúncia não regressa a uma vida “privada”. “A gravidade da decisão (de assumir o ministério petrino) – observou ainda o Papa – estava precisamente também no facto de que a partir daquele momento ficava empenhado sempre e para sempre com o Senhor”.

“Sempre – quem assume o ministério petrino já não tem qualquer privacidade. Pertence sempre a totalmente a todos, a toda a Igreja. A sua vida vem, por assim dizer, totalmente retirada a dimensão privada. Pude experimentar, e experimento-o agora, que uma pessoa recebe a vida precisamente quando a dá”.

“O sempre – insistiu Bento XVI – é também um para sempre – não é um regresso ao privado. A minha decisão de renunciar ao exercício ativo do ministério, não revoga isto”.

“Não regresso à vida privada, a uma vida de viagens, encontros, recepções, conferências, etc. Não abandono a cruz, mas permaneço de modo novo junto do Senhor Crucificado”.

Embora “já sem o poder de ofício para o governo da Igreja”, Bento XVI declarou permanecer “no serviço da oração”, ficando “por assim dizer, no recinto de São Pedro”. E invocou o grande exemplo de São Bento, neste ponto. São Bento “mostrou a via para uma vida, que, ativa ou passiva, pertence totalmente à obra de Deus”.

E Bento XVI concluiu convidando todos a viver o caminho da Igreja numa atitude fé:

“Caros amigos! Deus guia a sua Igreja, sustenta-a sempre também e sobretudo nos momentos difíceis. Nunca percamos de vista esta visão de fé, que é a única verdadeira visão do caminho da Igreja e do mundo. No nosso coração, no coração de cada um de vós, haja sempre a jubilosa certeza de que o Senhor está ao nosso lado, não nos abandona, está perto de nós envolvendo-nos com o seu amor. Obrigado!"

Antes das palavras pronunciadas pelo Papa em português, Bento XVI foi saudado na nossa língua, por Mons. Ferreira da Costa… RealAudioMP3

Não faltou como sempre a saudação aos peregrinos lusófonos:
Amados peregrinos de língua portuguesa, agradeço-vos o respeito e a compreensão com que acolhestes a minha decisão. Continuarei a acompanhar o caminho da Igreja, na oração e na reflexão, com a mesma dedicação ao Senhor e à sua Esposa que vivi até agora e quero viver sempre. Peço que vos recordeis de mim diante de Deus e sobretudo que rezeis pelos Cardeais chamados a escolher o novo Sucessor do Apóstolo Pedro. Confio-vos ao Senhor, e a todos concedo a Bênção Apostólica.

Dulce Araújo recolheu vozes de peregrinos lusófonos presentes na Praça de São Pedro, alguns vindos expressamente do estrangeiros para se despedirem de Bento XVI e agradecer-lhe por tudo.

Fonte: Rádio Vaticano

Os caminhos da missiologia no contexto pós-conciliar na América Latina

Teologia para uma missão a partir da América Latina hoje. Esse é o tema do Simpósio de Missiologia que acontece em Brasília, no Centro Cultural Missionário (CCM).

O evento é uma iniciativa do Centro Cultural e das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e conta com a participação de teólogos, missionários/as, religiosos/a, leigos/as, estudiosos da área. Tem como objetivo repensar e relançar o serviço da missiologia nas novas circunstâncias latinoamericanas e mundiais à luz do Concílio Vaticano II.

Ver e refletir sobre a realidade da caminhada missiológica foi a intenção da manhã de debates desta terça-feira, 26, que contou com a assessoria do professor Roberto Marinucci, mestre em Missiologia e diretor da Revista Interdisciplinar da Mobilidade Humana. Roberto Marinucci destacou em sua fala a caminhada da missiologia no contexto pós-conciliar.

Para ele, o Concílio Vaticano II foi um evento de época que provocou várias mudanças na compreensão e no modo de evangelizar na Igreja Católica, por exemplo, o conceito de missão como conversão dos infiéis e implantação da Igreja Católica nas “terras de Missão”. Dessa forma o Concilio gerou a passagem de uma teologia das “missões” para a teologia da “da Missão”(Giancarlo Collet).

De acordo com o assessor, essa passagem advinda das orientações do Concílio foi inevitável, mas ao mesmo tempo sofrida e complexa.“Sofrida por questionar a prática de milhares de missionários que, em boa fé, até então, deram a vida seguindo as orientações missiológicas pré-conciliares; complexa por não ter um rosto bem definido após a conclusão do Concílio; em outros termos, a reflexão conciliar questionou o modelo missiológico tradicional, mas ofereceu apenas algumas orientações para a estruturação de um novo modelo”, atestou. Neste contexto de transformações, a teologia da Missão também ganha novo rosto, se modifica de acordo com os sinais dos tempos.

Marinucci abordou em sua colocação o como a reflexão missiológica ganhou corpo e se desenvolveu na América Latina e relatou alguns eventos que marcaram esse processo:

O Encontro de Melgar (1968) – Manifesta preocupações com a defesa dos direitos dos povos indígenas e denuncia as discriminações a que são submetidos. Chamou a atenção para o desafio do pluralismo cultural, visto como positivo, pois sugere o reconhecimento da presença universal do Espírito de Deus na história; o “desenvolvimento integral” do ser humano, pois a salvação oferecida pela Igreja abrange também a superação das desigualdades sociais, os esforços de libertar o homem todo de tudo aquilo que o desfigura, em vista de um mundo mais justo e fraterno;

1º Encontro de Pastoral de Missões no Alto Amazonas (1971) - O foco da reflexão de Iquitos foi as populações indígenas e a presença na região Amazônica de populações ribeirinhas e migrantes urbanos. Teve como objetivo a criação de uma igreja amazônica: “por isso a Igreja se propõe a tornar-se ela mesma amazônica, solidarizando-se com estes povos aos quais foi enviada, encarnando-se nas suas culturas, nos seus ritos, nos seus ministros e nas suas estruturas, e dando-se a si mesma estruturas de maior unidade, propondo-se de ser fermento daquela cristã comunhão que se realiza na caridade” (n. 32);

Consulta missionária de Assunção (1972) – O documento visava tomar posição diante da Declaração de Barbados. Os erros do passado e do presente “não nos levam à conclusão que se deve por fim a toda atividade missionária”, mas exigem, sim, uma revisão radical da práxis evangelizadora, que implica o abandono de toda ideologia ou prática conivente com a opressão, a denúncia de todo tipo de exploração dos povos nativos e a proclamação do Evangelho de Cristo, que é essencial para a plena libertação dos índios, mas também da própria Igreja.

1º Encontro Panamazônico de Pastoral Indigenista (1977) – Destacou a missão doutrinadora e sacramentalista; a missão desenvolvimentista e paternalista; a missão encarnacionista e libertadora. Embora o texto não aprofunde as características específicas dos três modelos, sustenta que há uma tendência crescente em assumir o terceiro, que está em linha com a reflexão teológica latino-americana pós-conciliar;

1º Encontro Ecumênico de Pastoral Indigenista do Cone Sul da América Latina(1980) - Afirmava a crença na ação missionária das Igrejas cristãs, tinha o propósito de promover e conservar a unidade dos povos indígenas, evitando qualquer ação que possa causar ou fomentar divisões por problemas religiosos. Em outros termos, a divisão entre as Igrejas não prejudicaria apenas a credibilidade da missão, mas poderia prejudicar também a causa indígena, gerando divisões entre povos por razões religiosas.

1º Consulta Ecumênica sobre Pastoral Indigenista na América Latina (1983) - Chamou a atenção pelas frequentes referências aos povos indígenas enquanto sujeitos da construção de uma “sociedade alternativa”, de um projeto de “sociedade utópica”: os indígenas “constituem potencialmente uma das forças mais vivas da história atual, por contarem em si um projeto alternativo de sociedade”. Se os povos nativos podem carregar o germe de uma sociedade alternativa, as minorias étnicas, que são vítimas de “políticas extincionistas”, se tornam caminhos de libertação;

500 anos de resistência indígena (1992) - O papel das culturas enquanto fontes de resistência e libertação foi ainda mais aprofundado por ocasião das comemorações dos 500 anos do “descobrimento”, da “evangelização”, da “invasão” ou de “resistência indígena”;

Seminário Missiológico Internacional(1999) - Para refletir sobre os desafios da globalização na ótica dos outros/pobres, testemunha, por um lado, a preocupação da reflexão missiológica em denunciar o caráter excludente e homogeneizador das dinâmicas globalizadoras, mas, por outro, revela também a opção por uma metodologia teológica de cunho comparativo e intercultural.

Segundo Marinucci, todos esses encontros tiveram um tipo de impacto sobre a realidade da missão hoje, na América Latina. “A questão ecumênica, do diálogo interreligioso, nos permite ver o quanto evolui a reflexão teológica e missiológica que neste se tornou uma fonte importante de memória para as gerações futuras em vista de estabelecer uma caminhada neste sentido”, afirmou.

Fonte: CRB Nacional

Simpósio de Missiologia reflete sobre a natureza missionária da Igreja

A “natureza missionária” da Igreja foi tema de reflexão na manhã desta quarta-feira, 27, durante o 2º Simpósio de Missiologia que acontece no Centro Cultural Missionário (CCM), em Brasília.
Ao abordar esse tema, o teólogo e assessor do Conselho Indigenista Missionária (Cimi), padre Paulo Suess, trouxe reflexões sobre as origens da Missão. “A natureza missionária tem a sua raiz na atração de Deus”, afirmou. “É do Deus-amor que brota a missão. Portanto, a natureza missionária da Igreja está em Deus. A missão, que nasce de Deus, precede a Igreja que nasce do envio trinitário, na Festa de Pentecostes e já envolve interpretações e questões específicas do cristianismo”.
O teólogo sublinhou ainda que a dimensão teológica da Missão está ancorada no próprio Deus-Amor e não em suas missões, seus mensageiros ou profetas. “A Missão pertence à teologia que considera Deus em si e como ponto de partida de tudo. Só em seguida ela faz parte da Economia de Salvação, que parte do caminho que Deus percorre com a humanidade. Esse plano nos foi revelado por Jesus Cristo e já faz parte de uma interpretação particular”.
A distinção entre “atividade” e “natureza missionárias”, foi outro aspecto destacado por Paulo Suess. “Se as raízes da natureza missionária da Igreja se encontram na essência de Deus, não faz sentido distinguir ‘atividades missionárias’ de atividades que quase clandestinamente se emanciparam de Deus sem serem atividades missionárias”. Nesse sentido, “o Documento conciliar Ad Gentes afirma que ‘a atividade missionária entre as nações se distingue da ação pastoral exercida entre os fiéis e das iniciativas empreendidas para restaurar a unidade dos cristãos’, acrescenta, porém, que tanto a ação pastoral como a ação ecumênica ‘estão intimamente ligadas ao esforço missionário da Igreja” (AG 6,6).

Ao aprofundar a ideia da “atração de Deus”, Paulo Suess, observou que o Documento de Aparecida assumiu literalmente esse tópico. Demonstrou isso com as palavras do papa Bento XVI pronunciadas na abertura da Conferência de Aparecida, quando afirmou: ‘A Igreja não faz proselitismo. Ela cresce muito mais por atração’.

“Neste momento eclesial de migração de fiéis para outras denominações, de escândalos, de perda do sentido da relevância da missão, somos obrigados a admitir, que a ferida aberta da nossa Igreja, é a falta de atratividade ou, às vezes, substituída por uma atratividade alienada. Essa falsa atratividade está baseada em marketing, propaganda para uma determinada comunidade, eventos espetaculares ou atividades e obras que se silenciam sobre o escândalo da cruz”, observou, para em seguida, apresentar a “atração da missão” e a “atratividade da Igreja” como meta e metáfora.

Os missionários e as missionárias não são caçadores de borboletas, mas zeladores das flores de um jardim que atrai as borboletas. Não salvam almas, mas vidas. Também o Bom Pastor e o Bom Samaritano não são caçadores de borboletas. A atração de Deus opera também na ovelha perdida e naquele que caiu na mão do ladrão e é encontrado pelo samaritano”.

Na opinião de Paulo Suess, o termo de comparação da natureza missionária é a “atração”. “A atratividade é a marca registrada do nosso Deus. Por tanto, o essencial da natureza missionária é sua atratividade: atrai como a natureza e atrai como Deus”, arrematou.

O 2º Simpósio de Missiologia, reúne cerca de 50 pessoas envolvidas na ação e na reflexão missiológica em todo o Brasil. O encontro começou nesta segunda-feira, 25, e se estende até o dia 01 de março.

Fonte: Jaime C. Patias - POM

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

Presidente da CNBB: "Muitos comparavam o papa Bento 16 aos grandes padres do início da igreja"

Em entrevista concedida ao jornal "Folha de Sâo Paulo", o cardeal dom Raymundo Damasceno trata de várias questões relacionadas ao momento presente vivido pela Igreja, elogia o Papa Bento XVI e fala da expectativa da eleição do novo Papa.

Folha – O que significa “sinais dos tempos” para o senhor?
Dom Raymundo Damasceno Assis – Significa mudanças profundas que todos nós experimentamos. Estamos falando hoje de uma mudança de época, e não de uma época de mudanças. Não são mudanças superficiais, mas que atingem a pessoa, os seus valores, o seu modo de viver, o seu estilo de vida, a sua maneira de julgar as coisas e de se relacionar com Deus, com o próximo, com a natureza.

O avanço das comunicações está afetando as pessoas no comportamento, nos valores, nas relações. Basta pensarmos hoje no celular, na internet, em todos esses meios modernos de comunicação, blog, YouTube etc.

Há a crise pela qual a família passa, o modelo de família hoje. São muitas as mudanças que estamos enfrentando, e a igreja tem de estar atenta a isso. São sinais dos tempos que nos falam também e que, portanto, o papa e nós, os bispos, temos de estar atentos para responder pastoralmente.

São muitos os desafios, não podemos desconhecer que a igreja também vive neste mundo, numa realidade histórica, não é só humana e divina. E a missão da igreja é responder a esses desafios com o anúncio do Evangelho. Sem perder a fidelidade do Evangelho, mas tem de atualizá-lo. Como fazer? Com que linguagem? De que maneira? Esses são os grandes desafios que nós temos pela frente.

Qual legado o papa Bento 16 deixará para a igreja?


Ele nos deixa um legado muito rico quanto ao magistério. Grande teólogo, grande pensador, mesmo antes de ser papa, como sacerdote, como professor em uma das principais universidades da Alemanha. Depois, como cardeal em Munique e prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, ele publicou muitos textos, muitos livros.

Como papa, infelizmente não deixou as três encíclicas que esperávamos. Deixou uma sobre a caridade, sobre a esperança, mas faltou a encíclica sobre a fé. As homilias, as audiências gerais às quartas-feiras são riquíssimas.

Muitos comparavam o papa Bento 16 aos grandes padres do início da igreja, tamanha a riqueza teológica. Será apreciado ainda mais com o passar do tempo.

O papa Bento 16 é chamado de conservador, mas inovou ao renunciar pela primeira vez em mais de 600 anos. O ato abriu uma discussão sobre os rumos da igreja, como a fala recente de um cardeal escocês a favor do fim do celibato?

Primeiramente, você vê que esse termo conservador/progressista é relativo. Muitas vezes, chama-se um papa de conservador e ele faz inovações extraordinárias.

João 23 (1958-63) era considerado conservador. Ele começou a usar aquela toca que nenhum papa mais usava e estabeleceu o latim para a igreja, para Roma, num sínodo em que ele realizou.

E, no entanto, foi ele quem convocou o Concílio Vaticano 2º, que maior repercussão teve na vida da igreja.

O papa Bento 16 realmente inovou nesse sentido. Ninguém esperava essa renúncia. Sabíamos que o papa estava fragilizado fisicamente, faltava força, vigor, como ele disse, do ponto de vista físico e também de espírito.

Isso todo mundo sentia e via pela televisão, mas não se esperava que viria a renunciar. Foi um gesto de humildade, porque reconheceu as suas limitações e não ficou apegado ao poder. Quantos ficam apegados ao poder mesmo estando doente, que não largam de jeito nenhum, que se acham insubstituíveis?

Foi também um gesto de coragem, porque ele tem consciência da repercussão que teria o seu ato. Estamos vendo pelos meios de comunicação o impacto que a renúncia teve em toda a igreja.

E é um sinal profético. Se nós estamos preocupados com poder, com carreirismo na igreja, como ele fez aceno em algumas homilias, que é um dos pecados da igreja, essa busca do poder que cria divisão na igreja, então ele diz: “Eu renuncio, o cargo não é fundamental pra mim, eu cumpri a minha missão até quando eu podia cumprir. O apego ao poder, as honras, a glória do cargo, entrego a quem conduzir melhor a igreja no momento de hoje”.

Com a consciência tranquila de quem cumpriu seu dever diante de nós. É um exemplo pra todos. Aqui em Aparecida, o papa nos deu um exemplo de humildade, de simplicidade, até um pouco tímido.

O sr. mencionou o carreirismo. Esse é o grande motivo da divisão interna?

O papa Bento 16 fez uma alusão a isso. Muitas vezes a pessoa está usando o seu cargo não para servir. [Mas] muitas vezes, quem sabe, em busca de benesses, até para se promover mais ainda.

Ele não citou nomes, mas deu a entender que a comunhão é fundamental na igreja, que é fundamental entender na igreja que todo cargo é serviço, serviço à igreja, à comunidade, à sociedade.

Cargo na igreja não é honra, não é poder no sentido como entendemos, de opressão às outras pessoas, ou de ser favorecido pelo cargo. Nesse sentido, a sua renúncia é um gesto profético.

Em 2007, o sr. disse que havia chegado a hora de a América Latina evangelizar a Europa. Essa percepção deveria ser levada em conta na escolha do papa?

Eu digo sempre que o continente não é decisivo, mas a América Latina está contribuindo hoje para a evangelização da Europa, da África, da Ásia. É um fato, é verdade.

Quantos brasileiros hoje, padres, membros de novas comunidades e leigos consagrados estão na Europa no campo da evangelização, da comunicação?

Então a América Latina está contribuindo para a Europa, embora não tanto quanto nós gostaríamos.

Mas isso não quer dizer que seja o critério decisivo para a escolha do papa.

Então quais são esses critérios?


Um perfil que atenda às necessidades de hoje da igreja. Isso se faz num processo de discernimento, num clima de oração e reflexão, de partilha de experiências durante o conclave, talvez até antes do conclave, nos contatos entre os cardeais.

É muito difícil antecipar isso, mas, de um modo geral, é uma pessoa de experiência pastoral, de diálogo, que promova o diálogo no mundo de hoje entre os povos, entre as religiões, cristãs e não cristãs, uma pessoa sensível aos problemas sociais. E preparado também do ponto de vista teológico, filosófico, intelectual. É um conjunto de elementos.

Como presidente da CNBB, o que o senhor quer falar ao novo papa?

Os nossos anseios são de uma igreja missionária, dinâmica, uma igreja capaz de renovar-se para cumprir sua missão, que quer justamente estar no estado permanente de missão. Essa missão não é só dos bispos, mas de todo cristão e de todo batizado.

Uma igreja solidária com os pobres sobretudo, que esteja a serviço do mundo, e não o mundo a serviço da igreja.

Fonte: CNBB

Bento XVI deixa aos Cardeais a faculdade de antecipar ou adiar por alguns dias o início do Conclave

Padre Federico Lombardi ilustrou hoje aos jornalistas o aguardado Motu proprio de Bento XVI relativo a “algumas modificações relativas à eleição do Romano Pontífice”, completando ou retificando as disposições que o mesmo Papa Ratzinger tinha indicado em anterior Motu proprio de 2007.

De destacar a disposição de que “nenhum Cardeal eleitor poderá ser excluindo da eleição quer ativa, quer passivamente, por qualquer motivo ou prestexto”.

Relativamente ao tempo de início do Conclave, Bento XVI confirma que se devem aguardar durante 15 dias, a partir do início da Sede Vacante a chegada dos Cardeais eleitores, antes de começar o Conclave, acrescentando: “Deixo ao Colégio dos Cardeais a faculdade de antecipar o início do Conclave se se verifica a presença de todos os Eleitores, como também a faculdade de adiar por alguns dias, se houver motivos graves, o início da eleição. Em todo o caso, decorridos um máximo de 20 dias do início da Sede Vacante, todos os cardeais eleitores presentes têm a obrigação de proceder à eleição”.

Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Um exemplo luminoso


Seminário marcará a abertura da celebração dos 40 anos da Pastoral da Juventude

A abertura do ano celebrativo dos 40 anos da PJ acontecerá durante a reunião da Coordenação Nacional da PJ, com a realização de Seminário refletindo sobre o caminho trilhado pela PJ nesses 40 anos de evangelização juvenil.

A atividade acontecerá nos dias 9 e 10 de março de 2013, na cidade de São Leopoldo/RS, na Paróquia São João Batista. Na ocasião também será lançado o Selo Comemorativo em vista da celebração dos 40 anos da PJ.

O Seminário terá início na tarde do dia 9/3 e terá seu encerramento com o almoço do dia 10/3. Na programação da atividade está prevista a realização de oficinas temáticas, rodas de conversas, mesa de debate e celebrações.

A atividade é aberta a todos que desejarem participar. Porém, as vagas serão limitadas e sujeitas à confirmação posterior. A inscrição será simbólica, no valor de R$ 5,00. Para enviar sua inscrição, basta acessar o link e preencher o formulário: http://migre.me/dn4ZI

Programação

Seguem abaixo, algumas atividades e processos que acontecerão durante o período da celebração e que serão espaços propícios para o envolvimento neste processo comemorativo:

1. Abertura do ano Celebrativo: Seminário Nacional nos dias 09 e 10 de março de 2013, em São Leopoldo/RS, na sede da Trilha Cidadã, com o lançamento do Selo Comemorativo dos 40 anos.

2. Campanha da Fraternidade 2013.

3. Semana da Cidadania - SdC, 14 a 21 de abril de 2013.

4. Seminário Nacional "Campanha contra a violência e o extermínio de Jovens", de 03 a 05 de maio de 2013, em Brasília/DF.

5. Semana Missionária, nos dias 16 a 20 de julho de 2013, em todas as dioceses do Brasil.

6. Jornada Mundial da Juventude, de 23 a 28 de julho de 2013, no Rio de Janeiro/RJ.

7. Semana do/a Estudante - SdE, 05 a 11 de agosto de 2013.

8. Dia Nacional da Juventude - DNJ, 27 de outubro de 2013.

9. 13º Intereclesial das CEBs, de 07 a 11 de janeiro de 2014, no Crato/CE.

10. Encerramento do Ano Celebrativo: Ampliada Nacional da Pastoral da Juventude, nos dias 19 a 26 de janeiro de 2014, em Belo Horizonte/MG.

Informações sobre a atividade ou o processo de celebração poderão ser obtidas pelo e-mail:secretarianacional@pj.org.br ou na página www.pj.org.br

Fonte: www.pj.org.br - Equipe do Ano Celebrativo

Experiência Missionária em Cachoeira do Arari, Pará

Somos seminaristas estagiários de nossa Arquidiocese de Pouso Alegre - MG, terminamos nosso período de formação no Seminário e nos preparamos para a ordenação diaconal. Nossa Arquidiocese tem como Diocese Irmã - Ponta de Pedras, na Ilha do Marajó - Pará.

Sendo assim após vinte dias de experiência missionária nestas terras de nossa Diocese Irmã - Ponta de Pedras, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição - Cachoeira do Arari - Pará, vimos por meio desta, partilhar um pouco de nossas experiências nestas terras marajoaras, abençoadas por Deus nosso Pai.

Assim que chegamos em Belém fomos recebidos no aeroporto pelo Reverendíssimo Bispo Diocesano Dom Aléssio, juntamente com o Pe. Fabiano e no dia seguinte seguimos nossa viagem de Barco até a Ilha do Marajó. Logo que chegamos aqui na paróquia tivemos a possibilidade de participar da Assembleia Paroquial, no dia 03/02, a qual utilizou a dinâmica dos frutos bons e maus, como forma de avaliar os trabalhos e planejar as ações para o ano de 2013. Após os debates em grupos como prioridades ficaram definidas: Família, Juventude, Catequese e Dízimo. Neste momento foi possível conhecer toda a liderança das comunidades e perceber com clareza que o povo daqui, realmente participa das decisões, manifestando sua opinião e lutando para concretizar seus sonhos e ideais.

Com relação ao povo, percebe-se um povo acolhedor, não diferente de nossa realidade arquidiocesana. Por conta da realidade política e administrativa desta cidade, nota-se um povo carente de alguns recursos, mas que busca viver com aquilo que tem com dignidade.

Nossa experiência nestas terras tem por objetivo conhecer a realidade, tanto da cidade, como das comunidades ribeirinhas. Também auxiliar em um trabalho de formação dos Catequistas da Paróquia, tendo em vista que a catequese em algumas comunidades estava praticamente "morta".

Durante uma semana, cada um de nós pôde, acompanhado de um dos padres, realizar visitas nas Comunidades Ribeirinhas, visitando as famílias de cinco comunidades ribeirinhas cada um, realizando ao final da semana, uma formação com os catequistas do setor visitado. Assim no encontro com esta realidade ribeirinha, tão diferente da nossa, nos deparamos com algumas dificuldades, tais como: transporte, comunicação, infra-estrutura, por exemplo, algumas casas nem energia elétrica possuíam ou mesmo um banheiro como o que temos tradicionalmente. Sendo assim, pudemos viver de fato a vida deste povo: dormir na rede, tomar banho em rio ou em pequenos espaços feitos de madeira, comer as comidas típicas daqui, uma vez que a culinária marajoara é de uma grande riqueza e diversidade. Pudemos andar muito nas rabetas, rabudos, canoas e cascos (tipos de embarcações locais).

Após as experiências vividas foi possível realmente ver o rosto de Cristo nos nossos irmãos marajoaras. Uma realidade desafiadora, todavia que nos evidencia que ser Igreja é ser capaz de sair de nosso conforto momentâneo e ver o rosto dos nossos irmãos que vivem uma realidade tão diferente da nossa, que Cristo nos convoca a sair de nós mesmos. A cada visita, a cada momento que descíamos de uma rabeta e subíamos nas pontes em direção as casas de palafita, não sabíamos o que íamos encontrar, mas de uma coisa sabíamos, Deus estaria presente naquele local.

Sendo assim, notamos que esta experiência valeu a pena, e tranquilamente poderia ser feita por todos, mostrando assim que ser Igreja rompe muito os nossos espaços físicos e culturais. É belo perceber que em qualquer lugar do Mundo, seja na riqueza ou na pobreza, somos uma só Igreja, Católica, Apostólica Romana, guiados por um só pastor - Jesus Cristo. O Marajó vos aguarda de braços abertos!

Fonte: Edpo Francisco Campos e Marcos Eduardo Caliari  - seminaristas estagiários de nossa Arquidiocese de Pouso Alegre - MG. POM

“Os jovens são esperança do futuro e força vital para o presente da Igreja e da sociedade” (Papa Bento XVI)

Após nove dias de sua visita como Santo Padre ao Brasil, o Papa Bento XVI, já na cidade do Vaticano, fez um balanço de sua viagem apostólica ao Brasil. Bento XVI veio ao Brasil para a abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe, realizada na em Aparecida (SP), em 2007. Sua chegada aconteceu no dia 9 de maio e sua partida no dia 14. Durante os dias que esteve no Brasil, Bento XVI cumpriu uma extensa agenda de compromissos.

Em Audiência Geral, no dia 23 de maio de 2007, Bento XVI recordou sua viagem apostólica ao Brasil dizendo: “depois de dois anos de pontificado, finalmente tive a alegria de visitar a América Latina, que tanto amo, e onde vive, de fato, uma grande parte dos católicos do mundo”.

Bento XVI destacou que a “viagem, teve antes de tudo o valor de um ato de louvor a Deus pelas ‘maravilhas’ operadas nos povos da América Latina, pela fé que animou sua vida e sua cultura durante mais de quinhentos anos”.

Sobre o Brasil, o Santo Padre disse que “é um grande país que custodia valores cristãos profundamente arraigados, mas vive também enormes problemas sociais econômicos. Para oferecer uma solução, a Igreja deve mobilizar todas as forças espirituais e morais de uma comunidade, buscando convergências oportunas com as energias sãs do país”.

Ainda sobre o Brasil, Bento XVI afirmou que “é também uma nação que pode propor ao mundo um novo modelo de desenvolvimento: a cultura cristã pode inspirar uma ‘reconciliação’ entre os seres humanos e a criação, a partir da recuperação da dignidade pessoal na relação com Deus Pai”.

No balanço o sucessor de Pedro ressaltou a canonização do primeiro santo nativo do país: Frei Antônio de Sant’Ana Galvão, dizendo que “seu testemunho é mais uma confirmação de que a santidade é a verdadeira revolução, que pode promover a autêntica reforma da Igreja e da sociedade”.

Sobre o encontro que teve com os bispos do Brasil, na catedral de São Paulo, Bento XVI falou de seu alerta para “prosseguir e reforçar o compromisso da nova evangelização, exortando-os a difundir, de forma capilar e metódica, a Palavra de Deus para que a religiosidade inata difundida entre a população se torne mais profunda e se transforme em fé madura e em adesão pessoal e comunitária ao Deus de Jesus Cristo”.

Em suas palavras, Bento XVI fala que “o cume da viagem foi a inauguração da 5ª Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano”. Diante do tema “Discípulos e missionários de Jesus Cristo para que nossos povos nele tenham vida. ‘Eu sou o caminho, a verdade e a vida’”, o Santo Padre explicou que “a palavra ‘discípulos’ faz referência, portanto, à dimensão formativa e ao seguimento, à comunhão da experiência vivida, da verdade e do amor conhecidos e assimilados”. E reforça dizendo que “ser discípulos e missionários implica um vínculo íntimo com a Palavra de Deus, com a Eucaristia e com os demais sacramentos, viver a Igreja em escuta obediente de seus ensinamentos”.

Bento XVI destacou ainda seu encontro com os jovens ressaltando que eles são “a esperança do futuro e força vital para o presente da Igreja e da sociedade”. O Santo Padre finalizou o balanço encomendando os frutos da viagem “à materna intercessão da Virgem Maria, venerada com o título de Nossa Senhora de Guadalupe, como padroeira de toda a América Latina, e ao novo santo brasileiro, Frei Antônio de Sant’Ana Galvão”.

Os textos reunidos dos discursos, saudações e homilias realizadas pelo Papa Bento XVI, em sua visita de 2007 ao Brasil, podem ser adquiridos através da publicação “Pronunciamentos do Papa Bento XVI no Brasil”, das Edições CNBB. Mais informações: www.edicoescnbb.com.br

Fonte: CNBB

Bento XVI deixa aos Cardeais a faculdade de antecipar ou adiar por alguns dias o início do Conclave

Padre Federico Lombardi ilustrou hoje aos jornalistas o aguardado Motu proprio de Bento XVI relativo a “algumas modificações relativas à eleição do Romano Pontífice”, completando ou retificando as disposições que o mesmo Papa Ratzinger tinha indicado em anterior Motu proprio de 2007.
De destacar a disposição de que “nenhum Cardeal eleitor poderá ser excluindo da eleição quer ativa, quer passivamente, por qualquer motivo ou prestexto”.
Relativamente ao tempo de início do Conclave, Bento XVI confirma que se devem aguardar durante 15 dias, a partir do início da Sede Vacante a chegada dos Cardeais eleitores, antes de começar o Conclave, acrescentando: “Deixo ao Colégio dos Cardeais a faculdade de antecipar o início do Conclave se se verifica a presença de todos os Eleitores, como também a faculdade de adiar por alguns dias, se houver motivos graves, o início da eleição. Em todo o caso, decorridos um máximo de 20 dias do início da Sede Vacante, todos os cardeais eleitores presentes têm a obrigação de proceder à eleição”.


Fonte: Rádio Vaticano

sábado, 23 de fevereiro de 2013

“Para ajudar as famílias, vos exorto a propor-lhes, com convicção, as virtudes da Sagrada Família: a oração e o silêncio” (Bento XVI)

O zelo apostólico com a família cristã é uma das marcas do pontificado do Papa Bento XVI. Esta preocupação vem sendo demonstrada, por diversas vezes, em suas homilias, pronunciamentos e catequeses. Em visita “Ad Limina Apostolorum”, com os Bispos do Brasil, realizada no período de setembro de 2009 a novembro de 2010, o Papa exortou sobre a necessidade do cuidado com as famílias brasileiras que passam por momentos de seduções relativistas.

Durante a visita dos Bispos brasileiros do Regional 1 (CE) e Nordeste 4 (PI), em 25 de setembro de 2009, o Papa Bento XVI fez um pronunciamento no Palácio Apostólico de Castel Gandolfo, onde falou da importância da “família assentada no matrimônio”.“Os vossos relatórios e nossos colóquios individuais tocavam repetidamente esta situação de assédio à família, com a vida saindo derrotada em numerosas batalhas; porém é alertador perceber que, apesar de todas as influências negativas, o povo de vossos Regionais Nordeste 1 e 4, sustentado por sua solidariedade fraterna, continua aberto ao Evangelho da Vida”.

O Papa pediu aos bispos que cuidem das famílias: "Para ajudar as famílias, vos exorto a propor-lhes, com convicção, as virtudes da Sagrada Família: a oração, pedra angular de todo lar fiel à sua própria identidade e missão; a laboriosidade, eixo de todo o matrimônio maduro e responsável; o silêncio, cimento de toda a atividade livre e eficaz. Desse modo, encorajo os vossos sacerdotes e os centros pastorais das vossas dioceses a acompanhar as famílias, para que não seja iludidas e seduzidas por certos estilos de vida relativistas, que as produções cinematográficas e televisivas e outros meios de informação promovem".

Unido aos Bispos do Brasil, o Santo Padre concedeu uma bênção ao povo brasileiro, o qual chamou carinhosamente de "amada Nação". "Trabalhai com inteligência e com zelo; não poupeis fadigas na preparação de comunidades ativas e cientes da própria fé. Nessas se consolidará a fisionomia da população nordestina segundo o exemplo da Sagrada Família de Nazaré. Tais são os meus votos que corroboro com a Bênção Apostólica que concedo a todos vós, extensiva às famílias cristãs e diversas comunidades eclesiais com seus pastores e todos os fiéis das vossas diletas dioceses"

O encontro com o Sucessor de Pedro denominado de visita “Ad Limina”, o Papa acolhe os pastores das Igrejas Particulares, ou seja, das Dioceses e Arquidioceses. É uma oportunidade dos Bispos apresentarem ao Santo Padre informações a respeito das esperanças, alegrias e dificuldades da Igreja Universal, buscando conselhos e diretivas sobre os problemas do próprio rebanho.

Os textos dos pronunciamentos realizados pelo Papa Bento XVI aos Bispos do Brasil e saudações dos Presidentes dos regionais ao Papa, em visitas Ad Limina, de 2009 a 2010, podem ser adquiridos através da publicação “Visitas Ad Limina Apostolorum”, das Edições CNBB. Mais informações: www.edicoescnbb.com.br

Fonte: CNBB

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Missionária relata visita da presidente da CRB ao Haiti

Desde o último dia 17, a presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), Irmã Marian Ambrosio, se encontra no Haiti. Ela faz uma visita à missão intercongregacional iniciada pela CRB Nacional e Cáritas Brasileira, desde o terremoto que assolou o país, em 2010.

Missionária atuante no Haiti há quase três anos, irmã Maria Dalvani Souza Andrade(foto abaixo), relata as experiências vividas nestes dias com irmã Marian:

"Hoje, Irmã Marian participou da celebração de ação de graças pela conclusão de primeira parte do Centro de Evangelização e Ação Social. Estavam presentes as lideranças de todos os grupos com os quais trabalhamos.

A celebração foi fecunda, todos os participantes fizeram um breve relato das atividades desenvolvidas, das dificuldades, mais também dos muitos frutos colhidos ao longo desses dois anos e cinco meses da nossa presença. Em seguida, uma equipe coordenou um momento de oração onde nos ajudou a refletir com o texto São João, "Eu sou o pão da vida" .

A animadora da oração alertou a buscar um pão que dura e não o pão que logo que se come e acaba. Portanto, o pão que não se acaba é o amor, a solidariedade, a justiça, a partilha, o perdão como fez e disse o próprio Jesus. Este momento foi finalizado com preces espontâneas e a oração do Pai Nosso.


Irmã Marian em sua fala focalizou que, graças à contribuição dos irmãos e irmãs pobres do Brasil, somos capazes de manter os projetos há tempos iniciados. Para potencializar sua fala, contou a história de uma criança brasileira que na Páscoa ganhou uma caixa de chocolate, e renunciou comer para fazer uma pequena rifa e enviar o dinheiro para as crianças do Haiti comprarem água. Concluiu convidando todos os presentes para cantar - Caminheiro você sabe, não existe caminho, passo a passo pouco a pouco o caminho se faz.Em seguida, foram feitas apresentações teatrais e musicais. Veio representante de todas as áreas onde estamos atuando, e cada grupo apresentou os pontos relevantes que os ajudaram a crescer, como também as dificuldades, além das apresentações teatrais e musicais que falaram de acolhida, partilha solidariedade e fraternidade.

Finalizamos esse dia fecundo de ação de graças, com a partilha de um almoço festivo, com direito a apresentação de danças e musicas ao vivo", contou a missionária.

Fonte: CRB Nacional

Os últimos dias do pontificado - briefing de Padre Lombardi que anunciou provável Motu Proprio de Bento XVI para o Conclave

Serão os cardeais, nos encontros (“congregações”) que realizarão quotidianamente durante a Sé vacante, a decidir a data do início do próximo Conclave, para a eleição do sucessor de Bento XVI: esclareceu ontem, quinta-feira, num encontro com os jornalistas, Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, o qual confirmou confirmou que “o Papa está a tomar em consideração” a publicação de um ‘Motu Proprio’ [documento publicado por iniciativa pessoal], nos próximos dias. “Trata-se de precisar pontos não substanciais, não é nos últimos dias que é mudada a substância de uma lei”, acrescentou.

As regras da Igreja implicam um tempo de espera de 15-20 dias após o fim do pontificado, situação prevista pela constituição apostólica ‘Universi Dominici Gregis’ (1996), de João Paulo II, onde se determina que após o momento em que a “Sé Apostólica ficar legitimamente vacante” – morte ou renúncia do pontífice -, os cardeais eleitores presentes “devem esperar, durante 15 dias completos, pelos ausentes”.

Foram recordadas as últimas atividades públicas de Bento XVI nestes últimos dias do seu pontificado:
 
- neste sábado, às 9, conclusão dos Exercícios Espirituais da Cúria Romana; ao fim da manhã, audiência privada ao presidente da República italiana;
- domingo, ao meio-dia, última recitação do Angelus, com a tradicional alocução e as saudações, na Praça de São Pedro;
 
- quarta-feira, dia 27, última audiência geral, também na Praça de São Pedro, com o habitual esquema de uma catequese mais desenvolvida em italiano e saudações nas diversas línguas;
- quinta-feira, 28 de feverei8ro, último dia do pontificado, às 11 horas, o Santo Padre tem um encontro com todos os cardeais presentes em Roma, saudando-os pessoalmente. Não está previsto qualquer discurso, nem existe uma convocação formal. Tudo deverá decorrer de modo bastante familiar e personalizado;

- de tarde, às 17 horas, Bento XVI parte do Vaticano, de helicóptero, para Castelgandolfo, onde será saudado pelo presidente do município local e pelo pároco da cidade. Pelas 18 horas, prevê-se uma saudação à população que se tiver congregado junto do palácio apostólico. Às 20 horas,

Padre Lombardi informou também que Bento XVI decidiu confiar ao seu sucessor o dossier da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, fundada por D. Marcel Lefèbvre, que estuda uma proposta para a reintegração canónica na Igreja Católica. Desmentido que esta sexta-feira seja uma “data limite” para o esclarecimento da situação, como tinha referido certa imprensa.

O padre Federico Lombardi disse esperar nestes dias várias intervenções que apresentem a situação no Vaticano “em termos de conflitos, de tensões”. “Isto é previsível, mas na maior parte dos casos nasce de uma perspetiva que é completamente estranha ao Papa e à Igreja”, concluiu.

Os cardeais de todo o mundo estão convocados a convergir para o Vaticano, para a eleição papal, na sequência do anúncio feito no passado dia 11 por Bento XVI, que renuncia ao pontificado, a partir das 20h00 (hora de Roma) do dia 28 de fevereiro, para o bem da Igreja e em razão da sua “idade avançada” e da falta do necessário vigor que tal representa.

Fonte: Rádio Vaticano

Diocese de Juína (MT) promove formação sobre a Lumen Gentiun e CF 2013

A diocese de Juína (MT), através da equipe diocesana de pastoral, iniciou um ciclo de formação sobre os documentos do Concílio Vaticano II. A equipe visitará todas as paróquias da diocese e a expectativa é que o ciclo dure um período de quatro anos.

O primeiro encontro foi realizado, sábado, no dia 16 de fevereiro, na paróquia Sagrado Coração de Jesus, em Juína (MT) e contou com a presença de várias lideranças de comunidades e agentes envolvidos nas diversas pastorais. Inicialmente está sendo estudada a Lumen Gentiun e na ocasião, também foi aprofundada a temática da Campanha da Fraternidade 2013.

A formação segue ao longo do ano e já estão previstas as visitas em todas as demais paróquias da diocese. De acordo com o vigário geral da diocese de Juína (MT), padre Adilson José Selch, “o desafio está nas enormes distâncias geográficas e nas condições de trafegabilidade nas estradas”. Mas finaliza dizendo que “É terra missionária” e destacando o lema da CF 2013 inspirado no profeta Isaías 6,8: "eis-me aqui, envia-me".

Fonte: CNBB

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Sintonia total da Igreja com a mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais

O mundo católico da comunicação social de Hong Kong está em plena sintonia com a mensagem do Papa Bento XVI para o Dia Mundial das Comunicações Sociais sobre o tema "Redes Sociais: portas de verdade e fé, novos espaços de evangelização".

Segundo o boletim semanal da Diocese de Hong Kong, Kung Kao Po, após a publicação da mensagem de 24 de janeiro, os profissionais do setor da comunicação social comentaram com entusiasmo a mensagem do Pontífice.

Segundo Pe. Philip Chan Tak Hung, sacerdote diocesano promotor da iniciativa de publicar no Facebook uma meditação diária do Evangelho, "a rede aumentou os interlocutores, fiéis ou não. Independentemente da paróquia e paroquianos, difundiu o Evangelho e a mensagem da Igreja através deste novo instrumento e tentou levar a verdade e a fé nessas novos espaços de evangelização".

Segundo um membro da Comissão Pastoral da Juventude, o novo instrumento para a comunicação social é muito apreciado pelos jovens de hoje. "Através do Facebook, publicamos atividades e informações sobre a Igreja, além de expressar a posição da Igreja em assuntos importantes".

Fonte: Agência Fides
Local: Hong Kong

Bento XVI poderá vir a publicar ainda um Motu proprio sobre alguns pontos da Constituição Apostólica que regulamenta o Conclave. Briefing sobre a história dos Conclaves

Bento XVI está a ponderar a hipótese de publicar num dos próximos dias, obviamente antes do início da Sé vacante, um Motu proprio referente a alguns pontos particulares da Constituição Apostólica sobre o Conclave, que merecerão ser precisados. Declarou-o hoje o Padre Federico Lombardi, diretor da Sala de Imprensa do Vaticano, acrescentando não saber se o Papa considerará necessário e oportuno fazer um esclarecimento sobre a questão do tempo do início do Conclave. “Se e quando o documento será publicado, ver-se-á. A mim constava, por exemplo, que se estavam a estudar alguns pormenores visando uma plena harmonização com outro documento que diz respeito ao Conclave, a saber, o “Ordo Rituum Conclavis”. Em todo o caso, a questão depende do Papa e se for o caso, o eventual documento será oportunamente divulgado”.

Entretanto, teve lugar, na manhã desta quarta-feira, dia 20, na Sala de Imprensa da Santa Sé, um briefing sobre a história dos últimos conclaves, em que interveio o Vice - Prefeito da Biblioteca Apostólica do Vaticano, Dr. Ambrogio Piazzoni, autor de um livro sobre a história da eleição dos papas. Tratou-se de um dos encontros programados pela Sala de Imprensa da Santa Sé, com o objetivo de oferecer aos jornalistas dos diversos países um pano de fundo histórico para uma melhor compreensão do período da Sé Vacante e do Conclave.

Doutor Piazzoni falou da história dos Conclaves, para fazer luz sobre o que acontece na atualidade. A bem da verdade, as normas que regem os Conclaves realizados atualmente são fruto de experiências e de um amadurecimento que ocorreu ao longo dos séculos.

O Vice - prefeito da Biblioteca Apostólica do Vaticano começou por observar que os primeiros Conclaves sofriam muitas influências externas, especialmente das autoridades civis. Só em 1059, com o Papa Nicolau II, foi emitido o primeiro documento pontifício sobre o Conclave, onde se indicava com precisão que “somente os cardeais têm o direito e o dever de eleger um Pontífice”. Regra válida até os dias de hoje. Posteriormente, em 1079, foi fixada a maioria de 2/3 dos votantes.

O “Conclave” propriamente dito (palavra que vem do latim cum clave - fechado à chave), foi instituído apenas em 1271 pelo Papa Gregório X e a obrigação do voto secreto, para dar maior liberdade aos votantes, só foi fixada a partir de 1621. A obrigação do segredo dos Cardeais durante e após o Conclave veio apenas com o papado de Pio X, e que incluía também a obrigatoriedade da conservação da documentação em arquivos.

Em 1922, um Motu Próprio de Pio XI determinou a espera de 15 dias para iniciar o Conclave, a fim de aguardar a chegada dos cardeais de todo o mundo. A Constituição Apostólica Vacantis Apostolicae Sedis, de 8 de dezembro de 1945, do Papa Pio XII, determinou a maioria de 2/3 mais 1 dos votos dos Cardeais.

O Motu Proprio “Summi Pontificis electio”, de João XXIII, teve por objetivo simplificar o processo eleitoral. As listas das votações deveriam ser conservadas num arquivo e consultadas somente com a autorização de um Papa. As anotações dos cardeais também deveriam ser conservadas e não queimadas como no tempo de Pio XII e por fim, deveriam ser queimados somente os boletins de voto.

Somente em 1978, o Papa João Paulo II fixou que o Conclave deveria ser realizado na Capela Sistina. Paulo VI dizia que ‘normalmente’ os Conclaves deveriam ser ali realizados, enquanto que ao longo da história, se dizia que o Conclave deveria ser realizado no local onde o pontífice viesse a morrer. Houve quatro Conclaves realizados no Palácio do Quirinal (atual residência do Chefe de Estado italiano), antiga residência papal. Também foi João Paulo II a estabelecer a Casa de Santa Marta, no interior da Cidade do Vaticano, como local de residência dos Cardeais eleitores, durante o Conclave. João Paulo II também aboliu as formas de eleição ‘por aclamação’ ou ‘por compromisso’, mantendo apenas a forma ‘por escrutínio’.

No final, interpelado por jornalistas, Dr. Piazzoni explicou quantos Papas haviam renunciado na história. Alguns Pontífices renunciaram obrigados e outros por livre e espontânea vontade. Papa Ponciano, em 235, foi condenado a trabalhar numa mina na Sardenha e, tendo-se prolongada a pena, renunciou para que pudesse entrar em funções um sucessor.
Papa Silvério, em 537, foi obrigado a abdicar e constrangido a exilar-se na Ásia Menor. Martinho V foi preso e mandado para a Crimeia. Sobre o Papa João XVIII, em 1009, não há uma certeza absoluta, mas é muito provável que tenha renunciado. Bento IX, em 1044, renunciou, mas posteriormente voltou ao papado. Posteriormente, houve o caso de Celestino V, que reconheceu não estar preparado, e por fim Gregório XII em 1415.

Somente um pontífice – sublinhou doutor Piazzoni . pode alterar as regras que regem um Conclave. O que vai ter lugar agora em março será o 75º Conclave da história.

Fonte: Rádio Vaticano

“A finalidade da Igreja é a salvação das almas, uma a uma” (Papa Bento XVI)

Em maio de 2007, o Papa Bento XVI veio ao Brasil para a abertura da 5ª Conferência do Episcopado Latino-americano e Caribenho realizada em Aparecida (SP).  A chegada ao Brasil aconteceu no dia 09 de maio de 2007, pelo Aeroporto Internacional de São Paulo/Guarulhos.

Logo após o desembarque o papa falou em discurso sobre o seu carinho pelo Brasil. “O Brasil ocupa um lugar muito especial no coração do Papa, não somente porque nasceu cristão e possui hoje o mais alto número de católicos, mas sobretudo porque é uma nação rica de potencialidades com uma presença eclesial que é motivo de alegria e esperança para toda a Igreja”.

Ainda na chegada, o Papa ressaltou os valores cristãos do povo brasileiro e de todos os latino-americanos, destacando o que esperava ver durante os dias de permanência no Brasil. “Estou muito feliz por poder passar alguns dias com os brasileiros. Sei que a alma deste povo, bem como de toda a América Latina, conserva valores radicalmente cristãos que jamais serão cancelados. E estou certo que em Aparecida, durante a Conferência Geral do Episcopado, será reforçada tal identidade, ao promover o respeito pela vida, desde a sua concepção até o seu natural declínio, como exigência própria da natureza humana; fará também da promoção da pessoa humana o eixo da solidariedade, especialmente com os pobres e desamparados”.

O Papa permaneceu no Brasil de 9 a 13 de maio, durante este período ele participou de diversos compromissos em São Paulo. No Estádio Pacaembu, o Papa se encontrou com milhares de jovens e em seu discurso aproveitou para orientá-los. “ Os anos que vós estais vivendo são os anos que preparam o vosso futuro. O ‘amanhã’ depende muito de como estais vivendo o ‘hoje’ da juventude. Diante dos olhos, meus queridos jovens, tendes uma vida que desejamos seja longa; mas é uma só, é única: não a deixeis passar em vão, não a desperdiceis. Vivei com entusiasmo, com alegria, mas, sobretudo, com senso de responsabilidade”.

Ainda com os jovens, o Papa destacou o modo como espera que eles ajam para que a sociedade seja composta por homens e mulheres livres e responsáveis. “O Papa espera que saibam ser protagonistas de uma sociedade mais justa e mais fraterna, cumprindo as obrigações frente ao Estado: respeitando as suas leis; não se deixando levar pelo ódio e pela violência; sendo exemplo de conduta cristã no ambiente profissional e social, distinguindo-se pela honestidade nas relações sociais e profissionais”.

No dia 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI presidiu a cerimônia de Canonização Beato Frei Galvão, no Campo de Marte em São Paulo (SP). Em sua homilia o Santo Padre ressaltou a vida religiosa do beato. “O carisma franciscano, evangelicamente vivido, produziu frutos significativos através do seu testemunho de fervoroso adorador da Eucaristia, de prudente e sábio orientador das almas que procuravam e de grande devoto da Imaculada Conceição de Maria, de quem ele se considerava ‘filho e perpétuo escravo’”.

E ainda destacou que Frei Galvão é um exemplo a ser seguido devido a disponibilidade para servir o povo sempre quando era solicitado. “Conselheiro de fama, pacificador das almas e das famílias, dispensador da caridade especialmente dos pobres e dos enfermos. Muito procurado para as confissões, pois era zeloso, sábio e prudente. Uma característica de quem ama de verdade é não querer que o Amado seja ofendido, por isso a conversão dos pecadores era a grande paixão do nosso Santo”, disse o Santo Padre.

No encontro com os bispos do Brasil, realizado no dia 12 de maio, na catedral da Sé em São Paulo (SP), o Papa falou sobre a missão confiada aos pastores. “Nós, Bispos, estamos vinculados diretamente a Cristo, Bom Pastor. A missão que nos é confiada, como Mestres da fé, consiste em recordar, como o mesmo Apóstolo das Gentes escrevia, que o nosso Salvador ‘quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade’ (1Tm 2, 4-6). A finalidade da Igreja é a salvação das almas, uma a uma”.

A abertura da 5ª Conferência Geral do Episcopado da América Latina e do Caribe, realizada na sala de Conferência do Santuário de Aparecida (SP), o Papa falou em seu discurso, dentre outros assuntos, sobre a fé Cristã na América Latina, sobre os compromissos com a religiosidade, sobre os problemas sociais e políticos, sobre família, vida consagrada, jovens e pastoral vocacional e concluiu invocando a proteção da Mãe de Deus e Mãe da Igreja sobre todos os presentes e sobre toda a América Latina e do Caribe.

Os textos reunidos dos discursos, saudações e homilias realizadas pelo Papa Bento XVI, em sua visita de 2007 ao Brasil, podem ser adquiridos através da publicação “Pronunciamentos do Papa Bento XVI Np Brasil”, das Edições CNBB. Mais informações: www.edicoescnbb.com.br


Fonte: CNBB

Padre católico vietnamita indicado para o Prémio Nobel da Paz

O padre vietnamita Thadeus Nguyễn Văn Lý, de 66 anos, ativista dos direitos humanos, foi indicado pelos membros do Congresso dos EUA para o Prémio Nobel da Paz de 2013, juntamente com Thich Quang Do, patriarca da Igreja Budista Unificada do Vietname.

Lý esteve preso durante mais de 15 anos por apoiar um movimento democrático. Ficou mais conhecido em 2000, quando o então presidente norte-americano Bill Clinton se quis encontrar com ele durante a sua visita ao Vietname, lembra o site Vatican Insider.

Em março de 2007, depois da entrada da polícia nos espaços da arquidiocese de Hue onde trabalhava, Lý foi detido e condenado à prisão por «difusão de informações caluniosas e difamatórias e lesivas da autoridade estatal» porque tinha ousado «opor-se à revolução, atentando assim contra a destruição da unidade do povo vietnamita».

No mês de julho de 2011 foi novamente preso e condenado a um ano e quatro meses de liberdade vigiada devido à sua saúde precária - está parcialmente paralisado e tem cancro no cérebro.

Em novembro de 2010 o Grupo de Trabalho das Nações Unidas para a Detenção Arbitrária por Motivos Políticos havia pedido a libertação imediata e incondicional do sacerdote, repetindo a solicitação no mesmo sentido feita pela então secretária de Estado dos EUA, Condoleeza Rice, argumentando que a reclusão priva Lý do acesso a cuidados médicos de que tem extrema necessidade.

O anúncio do Prêmio Nobel da Paz é aguardado para outubro.

Fonte: www.snpcultura.org

5ª Semana Social Brasileira divulga vídeo sobre mobilização da juventude

A coordenação nacional da 5ª Semana Social Brasileira (SSB) produziu um vídeo com o objetivo de mostrar como os jovens brasileiros podem se mobilizar no debate do tema “O Estado para quê e para quem?”. A produção tem o apoio da Misereor e da Campanha da Fraternidade da CNBB.

Clique aqui e assista ao vídeo na íntegra. A 5ª SSB é um processo nacional que está em curso desde 2011 em todo o Brasil e promove a participação ampla de pessoas e entidades, a abertura ao ecumenismo e diálogo inter-religioso, o pluralismo de ideias e valores, o exercício do debate democrático em todas as instâncias e o ensaio coletivo de iniciativas transformadoras.

O momento de encerramento dos trabalhos da 5ª Semana acontecerá de 2 a 5 de setembro de 2013.

Fonte:CNBB

Dom Leonardo: "a Igreja no Brasil convida os jovens a serem discípulos missionários no mundo de hoje"

Por ocasião do lançamento da Campanha da Fraternidade 2013, no último dia 13 de fevereiro, o secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Leonardo Ulrich Steiner, fez um discurso. Confira o texto na íntegra.

Brasília, 13 de fevereiro de 2013

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2013

Fraternidade e Juventude
Eis-me aqui, envia-me! (Is 6,8)

O cristão vive da esperança e do amor! Amor visibilizado na pessoa de Jesus Cristo, no seu modo de viver e conviver. Esperança despertada pela morte e ressurreição do Filho de Deus. A vida, morte-ressurreição de Jesus Cristo concede ao cristão a vida do amor e a esperança do Reino definitivo!

Iniciamos hoje nosso caminho pascal. Os quarenta dias que precedem a Cruz e a Ressurreição sinalizam o caminho que a Igreja, na liturgia, nos oferece como possibilidade de sermos atingidos pela experiência salvadora de Jesus Cristo. Nas celebrações, as leituras nos provocarão a seguir o Senhor até o "clarear do novo dia".

O clarear no "novo dia" surge do processo da conversão que a quaresma nos possibilita. Durante esse tempo especial, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil - CNBB nos apresenta a Campanha da Fraternidade como itinerário de conversão pessoal, comunitária e social. Esta experiência começou há 50 anos, em Nísia Floresta, na Arquidiocese de Natal, e, desde então, vem propondo temas de grande relevância para a Igreja e a sociedade brasileira. Para a quaresma deste ano, o tema escolhido é Juventude e Fraternidade. O lema é inspirado no profeta Isaías 6,8: "Eis-me aqui! Envia-me".

A Campanha da Fraternidade de 1992 abordou o tema da Juventude. Igreja no Brasil, ao repropor aJuventude como tema da Campanha da Fraternidade, nesse tempo de mudança de época, deseja refletir, rezar com os jovens, reapresentando-lhes o Evangelho como sentido de vida e, ao mesmo tempo, como missão. A Campanha é um convite para nos convertermos e irmos ao encontro dos jovens e, ao mesmo tempo, é um convite aos jovens para se deixarem encontrar por Jesus Cristo,caminho, verdade e vida (Jo 14,6) e serem protagonistas da civilização do amor.

A Campanha deste ano abre a possibilidade de refletirmos e mesmo nos questionarmos a partir do Evangelho e da realidade dos jovens. Por um lado, admirar a generosidade, a criatividade, a disponibilidade, os ideais dos nossos jovens. Por outro lado, perguntarmos por que tantos assassinados, porque tanta violência contra os jovens? Por que a maioria da população carcerária é jovem? E ainda questionar por que a maioria dos jovens assassinados e encarcerados é afrodescendente? O que realizamos a favor dos jovens das comunidades originais, como indígenas e quilombolas? Qual a nossa contribuição pessoal, comunitária, social, governamental, eclesial, no enfrentamento desta realidade? O que estamos fazendo, quais as nossas iniciativas para dar horizonte, sentido de vida, dignidade aos jovens? O que oferecemos aos nossos filhos e filhas em casa, nas escolas, na universidade? Vale lembrar que apenas informações não plenificam uma vida. São as relações maduras e livres, critérios e valores perenes que iluminam a vida de toda a pessoa, por isso também dos jovens.

A Campanha deseja ser uma palavra de ânimo aos nossos jovens que participam ativamente nas nossas Comunidades de Fé, no cuidado dos pobres e idosos, no anúncio do Reino de Deus manifestado e realizado em Jesus Cristo. Ela convida a juventude a ocupar e usar os novos ambientes digitais para o anúncio e exercício da liberdade e da verdade que o Evangelho propõe. Animar nossos jovens para participarem da política na luta contra a corrupção e na busca de uma sociedade mais fraterna, justa e iluminada pelos direitos da pessoa. Uma vida animada pelo belo, pelo bem, pela verdade e pela liberdade.

A Campanha da Fraternidade é o início da peregrinação próxima para a Jornada Mundial da Juventude. A Semana Missionária e o encontro dos jovens peregrinos de todo o mundo no Rio de Janeiro serão a expressão da vitalidade da Igreja e da sociedade. Ao assumir como lema o espírito missionário da JMJ 2013 indicado pelo Santo Padre Bento XVI, Ide e fazei discípulos entre todas as nações (cf. Mt 28,19), a Igreja no Brasil deseja convidar os jovens a serem verdadeiros discípulos missionários no mundo de hoje. Jovens colocando-se a serviço da evangelização, também através dos novos ambientes de comunicação. Vivendo e testemunhando a graça e a beleza de ser cristãos. Beleza, porque partícipes da vida do Reino e, por isso, tocados por Deus que alegra a nossa juventude. Alegra a nossa juventude, pois tomados pelo vigor de Deus: amar sem medida, gratuitamente! Os nossos jovens deixam transparecer o que é próprio de toda a pessoa humana: amar na gratuidade, tomados pela esperança!

Agradecemos com carinho filial o cuidado do Santo Padre Bento XVI que, a cada ano, durante seu pontificado, enviou à Igreja no Brasil palavras de orientação e incentivo para que a Campanha da Fraternidade frutificasse em amor e solidariedade para com os menos favorecidos da sociedade.

Aproveitemos o tempo da Quaresma para rezar pela Igreja que vive este momento especial de eleição do novo papa, sucedendo a Bento XVI cuja renúncia ele próprio anunciou na última segunda-feira. Supliquemos à Mãe Aparecida abençoá-lo, protegê-lo e ampará-lo, e que ele continue ajudando a Igreja com suas preces.

Leonardo Ulrich Steiner
Bispo Auxiliar de Brasília
Secretário-Geral da CNBB

Fonte: POM