quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Demandas indígenas não foram priorizadas nos últimos oito anos

As expectativas dos povos indígenas foram mais que frustradas durante os oito anos de governo do presidente Lula. Em linhas gerais, isso é o que atesta Roberto Antonio Liebgott, vice-presidente do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), entidade que atua ativamente pela defesa dos direitos dos povos indígenas. Em análise detalhada, são comprovados os poucos avanços e relatadas situações de descaso com a saúde, a educação e a demarcação de terras indígenas.
Rememorando a atuação dos chefes de Estado brasileiros, começando pelo general do Exército João Batista Figueiredo é possível constatar a permanente desatenção a esta parcela da população brasileira. O governo de Figueiredo foi marcado por epidemias e endemias que vitimaram dezenas de povos e quase extinguiram algumas etnias, como os Deni. Os anos de 1979 a 1985 também foram marcados pela construção de estradas e hidrelétricas em terras indígenas.

No governo do presidente José Sarney (1985-1990) o processo de invasões teve continuidade, desta vez, protagonizado por pescadores, madeireiros, garimpeiros e mineradoras. Fui durante esta gestão que, com a ajuda do Governo Federal e da Fundação Nacional do Índio (Funai), mais de 30 mil garimpeiros ocuparam as terras indígenas Yanomami, situação que ocasionou a morte de cerca de 2.000 indígenas em virtude das doenças trazidas pelos invasores.

O sucessor de Sarney, Fernando Collor de Mello (1990 a 1992), promoveu alguns benefícios, como a demarcação das terras Yanomami. No entanto, a iniciativa foi motivada pela pressão em função da realização da ECO 92 no Brasil. Este governo promoveu a homologação de 108 terras indígenas. Após o impeachment de Collor, o Brasil foi governado durante dois anos por Itamar Franco, quem promoveu a homologação, em dois anos, de 20 terras indígenas.

Presidente do Brasil durante oito anos (1994 a 2002), Fernando Henrique Cardoso deu um pouco mais de visibilidade à questão indígena, mas de acordo com Liebgott isso foi feito em virtude de interesses econômicos sobre as terras indígenas. Durante seus dois mandatos FHC homologou 147 terras indígenas.

Com a chegada de Lula à presidência após quatro disputas, as camadas populares e as minorias étnicas se encheram de esperança. No entanto, esse sentimento, sobretudo no que diz respeito aos povos indígenas, foi se esvaindo com o passar dos anos. Isso aconteceu porque demandas prioritárias da agenda indígena não foram levadas em consideração como deveriam durante o governo Lula.

As demarcações não foram priorizadas, prova disso é que apenas 88 terras foram homologadas, sendo que algumas tiveram seus procedimentos iniciados em governos anteriores. Centenas de outros processos de demarcação estão parados.

Segundo Liebgott ‘das 988 terras, 323 ainda encontram-se sem nenhuma providência; 146 estão em estudo, mas ainda a identificar. Quanto às terras em que os procedimentos de demarcação já tiveram início, a situação atual é a que se segue: 20 estão identificadas; 60 estão declaradas; 35 já foram homologadas e 366 encontram-se registradas e, desse modo, com sua demarcação concluída. Existem ainda 36 áreas que foram reservadas aos povos indígenas'.

A violência e a criminalização dos protestos indígenas foram outros pontos negativos que marcaram os últimos oitos anos. Bahia, Pernambuco, Maranhão e Mato Grosso do Sul foram cenário de episódios de violência, despejo e invasões. O caso dos Guarani Kaiowá, que foram despejados de suas terras, perseguidos e obrigados a viveram à beira de uma rodovia, foi considerado um dos episódios mais significativos para provar "a falta de interesse pelos povos indígenas".

A má utilização do orçamento indígena, que não promoveu ações efetivas para a sobrevivência física e cultural dos povos, e a reestruturação da Funai imposta sem consulta aos povos, também foram situações que contrariaram o solicitado pelos 241 povos indígenas do Brasil. No mesmo caminho seguiram as ações voltadas para a saúde e a educação, já que as propostas encaminhadas para os povos foram esquecidas em detrimento das propostas governamentais.

Aos povos indígenas e organizações que defendem os direitos destes só resta intensificar a luta. Os desafios que se configuram para o próximo ano não são desconhecidos. ‘Apresentar demandas, mobilizar-se em torno delas para que se transformem em políticas públicas, batalhar por participação em todas as etapas, e pressionar o poder público pela efetivação dos povos indígenas continuam sendo o caminho, assegura o vice-presidente do Cimi.

Fonte: Adital - Tatiana Félix

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Bento XVI: Mensagem para 44° Dia Mundial da Paz

Liberdade religiosa, caminho para a paz

1.NO INÍCIO DE UM ANO NOVO, desejo fazer chegar a todos e cada um os meus votos: votos de serenidade e prosperidade, mas sobretudo votos de paz. Infelizmente também o ano que encerra as portas esteve marcado pela perseguição, pela discriminação, por terríveis actos de violência e de intolerância religiosa.

Penso, em particular, na amada terra do Iraque, que, no seu caminho para a desejada estabilidade e reconciliação, continua a ser cenário de violências e atentados. Recordo as recentes tribulações da comunidade cristã, e de modo especial o vil ataque contra a catedral siro-católica de «Nossa Senhora do Perpétuo Socorro» em Bagdad, onde, no passado dia 31 de Outubro, foram assassinados dois sacerdotes e mais de cinquenta fiéis, quando se encontravam reunidos para a celebração da Santa Missa. A este ataque seguiram-se outros nos dias sucessivos, inclusive contra casas privadas, gerando medo na comunidade cristã e o desejo, por parte de muitos dos seus membros, de emigrar à procura de melhores condições de vida. Manifesto-lhes a minha solidariedade e a da Igreja inteira, sentimento que ainda recentemente teve uma concreta expressão na Assembleia Especial para o Médio Oriente do Sínodo dos Bispos, a qual encorajou as comunidades católicas no Iraque e em todo o Médio Oriente a viverem a comunhão e continuarem a oferecer um decidido testemunho de fé naquelas terras.

Agradeço vivamente aos governos que se esforçam por aliviar os sofrimentos destes irmãos em humanidade e convido os católicos a orarem pelos seus irmãos na fé que padecem violências e intolerâncias e a serem solidários com eles. Neste contexto, achei particularmente oportuno partilhar com todos vós algumas reflexões sobre a liberdade religiosa, caminho para a paz. De facto, é doloroso constatar que, em algumas regiões do mundo, não é possível professar e exprimir livremente a própria religião sem pôr em risco a vida e a liberdade pessoal. Noutras regiões, há formas mais silenciosas e sofisticadas de preconceito e oposição contra os crentes e os símbolos religiosos. Os cristãos são, actualmente, o grupo religioso que padece o maior número de perseguições devido à própria fé. Muitos suportam diariamente ofensas e vivem frequentemente em sobressalto por causa da sua procura da verdade, da sua fé em Jesus Cristo e do seu apelo sincero para que seja reconhecida a liberdade religiosa. Não se pode aceitar nada disto, porque constitui uma ofensa a Deus e à dignidade humana; além disso, é uma ameaça à segurança e à paz e impede a realização de um desenvolvimento humano autêntico e integral.

De facto, na liberdade religiosa exprime-se a especificidade da pessoa humana, que, por ela, pode orientar a própria vida pessoal e social para Deus, a cuja luz se compreendem plenamente a identidade, o sentido e o fim da pessoa. Negar ou limitar arbitrariamente esta liberdade significa cultivar uma visão redutiva da pessoa humana; obscurecer a função pública da religião significa gerar uma sociedade injusta, porque esta seria desproporcionada à verdadeira natureza da pessoa; isto significa tornar impossível a afirmação de uma paz autêntica e duradoura para toda a família humana.

Por isso, exorto os homens e mulheres de boa vontade a renovarem o seu compromisso pela construção de um mundo onde todos sejam livres para professar a sua própria religião ou a sua fé e viver o seu amor a Deus com todo o coração, toda a alma e toda a mente (cf. Mt 22, 37). Este é o sentimento que inspira e guia a Mensagem para o XLIV Dia Mundial da Paz, dedicada ao tema: Liberdade religiosa, caminho para a paz.

Direito sagrado à vida e a uma vida espiritual

2. O direito à liberdade religiosa está radicado na própria dignidade da pessoa humana, cuja natureza transcendente não deve ser ignorada ou negligenciada. Deus criou o homem e a mulher à sua imagem e semelhança (cf. Gn 1, 27). Por isso, toda a pessoa é titular do direito sagrado a uma vida íntegra, mesmo do ponto de vista espiritual. Sem o reconhecimento do próprio ser espiritual, sem a abertura ao transcendente, a pessoa humana retrai-se sobre si mesma, não consegue encontrar resposta para as perguntas do seu coração sobre o sentido da vida e dotar-se de valores e princípios éticos duradouros, nem consegue sequer experimentar uma liberdade autêntica e desenvolver uma sociedade justa.

A Sagrada Escritura, em sintonia com a nossa própria experiência, revela o valor profundo da dignidade humana: «Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a lua e as estrelas que lá colocastes, que é o homem para que Vos lembreis dele, o filho do homem para dele Vos ocupardes? Fizestes dele quase um ser divino, de honra e glória o coroastes; destes-lhe poder sobre a obra das vossas mãos, tudo submetestes a seus pés» (Sl 8, 4-7).

Perante a sublime realidade da natureza humana, podemos experimentar a mesma admiração expressa pelo salmista. Esta manifesta-se como abertura ao Mistério, como capacidade de interrogar-se profundamente sobre si mesmo e sobre a origem do universo, como íntima ressonância do Amor supremo de Deus, princípio e fim de todas as coisas, de cada pessoa e dos povos. A dignidade transcendente da pessoa é um valor essencial da sabedoria judaico-cristã, mas, graças à razão, pode ser reconhecida por todos. Esta dignidade, entendida como capacidade de transcender a própria materialidade e buscar a verdade, há-de ser reconhecida como um bem universal, indispensável na construção duma sociedade orientada para a realização e a plenitude do homem. O respeito de elementos essenciais da dignidade do homem, tais como o direito à vida e o direito à liberdade religiosa, é uma condição da legitimidade moral de toda a norma social e jurídica.

Liberdade religiosa e respeito recíproco

3.A liberdade religiosa está na origem da liberdade moral. Com efeito, a abertura à verdade e ao bem, a abertura a Deus, radicada na natureza humana, confere plena dignidade a cada um dos seres humanos e é garante do respeito pleno e recíproco entre as pessoas. Por conseguinte, a liberdade religiosa deve ser entendida não só como imunidade da coacção mas também, e antes ainda, como capacidade de organizar as próprias opções segundo a verdade.

Existe uma ligação indivisível entre liberdade e respeito; de facto, «cada homem e cada grupo social estão moralmente obrigados, no exercício dos próprios direitos, a ter em conta os direitos alheios e os seus próprios deveres para com os outros e o bem comum».

Uma liberdade hostil ou indiferente a Deus acaba por se negar a si mesma e não garante o pleno respeito do outro. Uma vontade, que se crê radicalmente incapaz de procurar a verdade e o bem, não tem outras razões objectivas nem outros motivos para agir senão os impostos pelos seus interesses momentâneos e contingentes, não tem uma «identidade» a preservar e construir através de opções verdadeiramente livres e conscientes. Mas assim não pode reclamar o respeito por parte de outras «vontades», também estas desligadas do próprio ser mais profundo e capazes, por conseguinte, de fazer valer outras «razões» ou mesmo nenhuma «razão». A ilusão de encontrar no relativismo moral a chave para uma pacífica convivência é, na realidade, a origem da divisão e da negação da dignidade dos seres humanos. Por isso se compreende a necessidade de reconhecer uma dupla dimensão na unidade da pessoa humana: a religiosa e a social. A este respeito, é inconcebível que os crentes «tenham de suprimir uma parte de si mesmos - a sua fé - para serem cidadãos activos; nunca deveria ser necessário renegar a Deus, para se poder gozar dos próprios direitos».

A família, escola de liberdade e de paz
4.Se a liberdade religiosa é caminho para a paz, a educação religiosa é estrada privilegiada para habilitar as novas gerações a reconhecerem no outro o seu próprio irmão e a sua própria irmã, com quem caminhar juntos e colaborar para que todos se sintam membros vivos de uma mesma família humana, da qual ninguém deve ser excluído.

A família fundada sobre o matrimónio, expressão de união íntima e de complementaridade entre um homem e uma mulher, insere-se neste contexto como a primeira escola de formação e de crescimento social, cultural, moral e espiritual dos filhos, que deveriam encontrar sempre no pai e na mãe as primeiras testemunhas de uma vida orientada para a busca da verdade e para o amor de Deus. Os próprios pais deveriam ser sempre livres para transmitir, sem constrições e responsavelmente, o próprio património de fé, de valores e de cultura aos filhos. A família, primeira célula da sociedade humana, permanece o âmbito primário de formação para relações harmoniosas a todos os níveis de convivência humana, nacional e internacional. Esta é a estrada que se há-de sapientemente percorrer para a construção de um tecido social robusto e solidário, para preparar os jovens à assunção das próprias responsabilidades na vida, numa sociedade livre, num espírito de compreensão e de paz.

Um patrimônio comum

5.Poder-se-ia dizer que, entre os direitos e as liberdades fundamentais radicados na dignidade da pessoa, a liberdade religiosa goza de um estatuto especial. Quando se reconhece a liberdade religiosa, a dignidade da pessoa humana é respeitada na sua raiz e reforça-se a índole e as instituições dos povos. Pelo contrário, quando a liberdade religiosa é negada, quando se tenta impedir de professar a própria religião ou a própria fé e de viver de acordo com elas, ofende-se a dignidade humana e, simultaneamente, acabam ameaçadas a justiça e a paz, que se apoiam sobre a recta ordem social construída à luz da Suma Verdade e do Sumo Bem.

Neste sentido, a liberdade religiosa é também uma aquisição de civilização política e jurídica. Trata-se de um bem essencial: toda a pessoa deve poder exercer livremente o direito de professar e manifestar, individual ou comunitariamente, a própria religião ou a própria fé, tanto em público como privadamente, no ensino, nos costumes, nas publicações, no culto e na observância dos ritos. Não deveria encontrar obstáculos, se quisesse eventualmente aderir a outra religião ou não professar religião alguma. Neste âmbito, revela-se emblemático e é uma referência essencial para os Estados o ordenamento internacional, enquanto não consente alguma derrogação da liberdade religiosa, salvo a legítima exigência da justa ordem pública. Deste modo, o ordenamento internacional reconhece aos direitos de natureza religiosa o mesmo status do direito à vida e à liberdade pessoal, comprovando a sua pertença ao núcleo essencial dos direitos do homem, àqueles direitos universais e naturais que a lei humana não pode jamais negar.

A liberdade religiosa não é património exclusivo dos crentes, mas da família inteira dos povos da terra. É elemento imprescindível de um Estado de direito; não pode ser negada, sem ao mesmo tempo minar todos os direitos e as liberdades fundamentais, pois é a sua síntese e ápice. É «o papel de tornassol para verificar o respeito de todos os outros direitos humanos». Ao mesmo tempo que favorece o exercício das faculdades humanas mais específicas, cria as premissas necessárias para a realização de um desenvolvimento integral, que diz respeito unitariamente à totalidade da pessoa em cada uma das suas dimensões.

A dimensão pública da religião

6.Embora movendo-se a partir da esfera pessoal, a liberdade religiosa - como qualquer outra liberdade - realiza-se na relação com os outros. Uma liberdade sem relação não é liberdade perfeita. Também a liberdade religiosa não se esgota na dimensão individual, mas realiza-se na própria comunidade e na sociedade, coerentemente com o ser relacional da pessoa e com a natureza pública da religião.

O relacionamento é uma componente decisiva da liberdade religiosa, que impele as comunidades dos crentes a praticarem a solidariedade em prol do bem comum. Cada pessoa permanece única e irrepetível e, ao mesmo tempo, completa-se e realiza-se plenamente nesta dimensão comunitária.

Inegável é a contribuição que as religiões prestam à sociedade. São numerosas as instituições caritativas e culturais que atestam o papel construtivo dos crentes na vida social. Ainda mais importante é a contribuição ética da religião no âmbito político. Tal contribuição não deveria ser marginalizada ou proibida, mas vista como válida ajuda para a promoção do bem comum. Nesta perspectiva, é preciso mencionar a dimensão religiosa da cultura, tecida através dos séculos graças às contribuições sociais e sobretudo éticas da religião. Tal dimensão não constitui de modo algum uma discriminação daqueles que não partilham a sua crença, mas antes reforça a coesão social, a integração e a solidariedade.

Liberdade religiosa, força de liberdade e de civilização:
os perigos da sua instrumentalização


7.A instrumentalização da liberdade religiosa para mascarar interesses ocultos, como por exemplo a subversão da ordem constituída, a apropriação de recursos ou a manutenção do poder por parte de um grupo, pode provocar danos enormes às sociedades. O fanatismo, o fundamentalismo, as práticas contrárias à dignidade humana não se podem jamais justificar, e menos ainda o podem ser se realizadas em nome da religião. A profissão de uma religião não pode ser instrumentalizada, nem imposta pela força. Por isso, é necessário que os Estados e as várias comunidades humanas nunca se esqueçam que a liberdade religiosa é condição para a busca da verdade e que a verdade não se impõe pela violência mas pela «força da própria verdade». Neste sentido, a religião é uma força positiva e propulsora na construção da sociedade civil e política.

Como se pode negar a contribuição das grandes religiões do mundo para o desenvolvimento da civilização? A busca sincera de Deus levou a um respeito maior da dignidade do homem. As comunidades cristãs, com o seu património de valores e princípios, contribuíram imenso para a tomada de consciência das pessoas e dos povos a respeito da sua própria identidade e dignidade, bem como para a conquista de instituições democráticas e para a afirmação dos direitos do homem e seus correlativos deveres.

Também hoje, numa sociedade cada vez mais globalizada, os cristãos são chamados - não só através de um responsável empenhamento civil, económico e político, mas também com o testemunho da própria caridade e fé - a oferecer a sua preciosa contribuição para o árduo e exaltante compromisso em prol da justiça, do desenvolvimento humano integral e do recto ordenamento das realidades humanas. A exclusão da religião da vida pública subtrai a esta um espaço vital que abre para a transcendência. Sem esta experiência primária, revela-se uma tarefa árdua orientar as sociedades para princípios éticos universais e torna-se difícil estabelecer ordenamentos nacionais e internacionais nos quais os direitos e as liberdades fundamentais possam ser plenamente reconhecidos e realizados, como se propõem os objectivos - infelizmente ainda menosprezados ou contestados - da Declaração Universal dos direitos do homem de 1948.

Uma questão de justiça e de civilização:
o fundamentalismo e a hostilidade contra os crentes prejudicam
a laicidade positiva dos Estados

8.A mesma determinação, com que são condenadas todas as formas de fanatismo e de fundamentalismo religioso, deve animar também a oposição a todas as formas de hostilidade contra a religião, que limitam o papel público dos crentes na vida civil e política.

Não se pode esquecer que o fundamentalismo religioso e o laicismo são formas reverberadas e extremas de rejeição do legítimo pluralismo e do princípio de laicidade. De facto, ambas absolutizam uma visão redutiva e parcial da pessoa humana, favorecendo formas, no primeiro caso, de integralismo religioso e, no segundo, de racionalismo. A sociedade, que quer impor ou, ao contrário, negar a religião por meio da violência, é injusta para com a pessoa e para com Deus, mas também para consigo mesma. Deus chama a Si a humanidade através de um desígnio de amor, o qual, ao mesmo tempo que implica a pessoa inteira na sua dimensão natural e espiritual, exige que lhe corresponda em termos de liberdade e de responsabilidade, com todo o coração e com todo o próprio ser, individual e comunitário. Sendo assim, também a sociedade, enquanto expressão da pessoa e do conjunto das suas dimensões constitutivas, deve viver e organizar-se de modo a favorecer a sua abertura à transcendência. Por isso mesmo, as leis e as instituições duma sociedade não podem ser configuradas ignorando a dimensão religiosa dos cidadãos ou de modo que prescindam completamente da mesma; mas devem ser comensuradas - através da obra democrática de cidadãos conscientes da sua alta vocação - ao ser da pessoa, para o poderem favorecer na sua dimensão religiosa. Não sendo esta uma criação do Estado, não pode ser manipulada, antes deve contar com o seu reconhecimento e respeito.

O ordenamento jurídico a todos os níveis, nacional e internacional, quando consente ou tolera o fanatismo religioso ou anti-religioso, falta à sua própria missão, que consiste em tutelar e promover a justiça e o direito de cada um. Tais realidades não podem ser deixadas à mercê do arbítrio do legislador ou da maioria, porque, como já ensinava Cícero, a justiça consiste em algo mais do que um mero acto produtivo da lei e da sua aplicação. A justiça implica reconhecer a cada um a sua dignidade, a qual, sem liberdade religiosa garantida e vivida na sua essência, fica mutilada e ofendida, exposta ao risco de cair sob o predomínio dos ídolos, de bens relativos transformados em absolutos. Tudo isto expõe a sociedade ao risco de totalitarismos políticos e ideológicos, que enfatizam o poder público, ao mesmo tempo que são mortificadas e coarctadas, como se lhe fizessem concorrência, as liberdades de consciência, de pensamento e de religião.

Diálogo entre instituições civis e religiosas

9.O património de princípios e valores expressos por uma religiosidade autêntica é uma riqueza para os povos e respectivas índoles: fala directamente à consciência e à razão dos homens e mulheres, lembra o imperativo da conversão moral, motiva para aperfeiçoar a prática das virtudes e aproximar-se amistosamente um do outro sob o signo da fraternidade, como membros da grande família humana.

No respeito da laicidade positiva das instituições estatais, a dimensão pública da religião deve ser sempre reconhecida. Para isso, um diálogo sadio entre as instituições civis e as religiosas é fundamental para o desenvolvimento integral da pessoa humana e da harmonia da sociedade.

Viver no amor e na verdade

10.No mundo globalizado, caracterizado por sociedades sempre mais multiétnicas e pluriconfessionais, as grandes religiões podem constituir um factor importante de unidade e paz para a família humana. Com base nas suas próprias convicções religiosas e na busca racional do bem comum, os seus membros são chamados a viver responsavelmente o próprio compromisso num contexto de liberdade religiosa. Nas variadas culturas religiosas, enquanto há que rejeitar tudo aquilo que é contra a dignidade do homem e da mulher, é preciso, ao contrário, valer-se daquilo que resulta positivo para a convivência civil.

O espaço público, que a comunidade internacional torna disponível para as religiões e para a sua proposta de «vida boa», favorece o aparecimento de uma medida compartilhável de verdade e de bem e ainda de um consenso moral, que são fundamentais para uma convivência justa e pacífica. Os líderes das grandes religiões, pela sua função, influência e autoridade nas respectivas comunidades, são os primeiros a ser chamados ao respeito recíproco e ao diálogo.

Os cristãos, por sua vez, são solicitados pela sua própria fé em Deus, Pai do Senhor Jesus Cristo, a viver como irmãos que se encontram na Igreja e colaboram para a edificação de um mundo, onde as pessoas e os povos «não mais praticarão o mal nem a destruição (...), porque o conhecimento do Senhor encherá a terra, como as águas enchem o leito do mar» (Is 11, 9).

Diálogo como busca em comum

11.Para a Igreja, o diálogo entre os membros de diversas religiões constitui um instrumento importante para colaborar com todas as comunidades religiosas para o bem comum. A própria Igreja nada rejeita do que nessas religiões existe de verdadeiro e santo. «Olha com sincero respeito esses modos de agir e viver, esses preceitos e doutrinas que, embora se afastem em muitos pontos daqueles que ela própria segue e propõe, todavia reflectem não raramente um raio da verdade que ilumina todos os homens».

A estrada indicada não é a do relativismo nem do sincretismo religioso. De facto, a Igreja «anuncia, e tem mesmo a obrigação de anunciar incessantemente Cristo, "caminho, verdade e vida" (Jo 14, 6), em quem os homens encontram a plenitude da vida religiosa e no qual Deus reconciliou consigo mesmo todas as coisas». Todavia isto não exclui o diálogo e a busca comum da verdade em diversos âmbitos vitais, porque, como diz uma expressão usada frequentemente por São Tomás de Aquino, «toda a verdade, independentemente de quem a diga, provém do Espírito Santo».

Em 2011, tem lugar o 25º aniversário da Jornada Mundial de Oração pela Paz, que o Venerável Papa João Paulo II convocou em Assis em 1986. Naquela ocasião, os líderes das grandes religiões do mundo deram testemunho da religião como sendo um factor de união e paz, e não de divisão e conflito. A recordação daquela experiência é motivo de esperança para um futuro onde todos os crentes se sintam e se tornem autenticamente obreiros de justiça e de paz.

Verdade moral na política e na diplomacia

12.A política e a diplomacia deveriam olhar para o património moral e espiritual oferecido pelas grandes religiões do mundo, para reconhecer e afirmar verdades, princípios e valores universais que não podem ser negados sem, com os mesmos, negar-se a dignidade da pessoa humana. Mas, em termos práticos, que significa promover a verdade moral no mundo da política e da diplomacia? Quer dizer agir de maneira responsável com base no conhecimento objectivo e integral dos factos; quer dizer desmantelar ideologias políticas que acabam por suplantar a verdade e a dignidade humana e pretendem promover pseudo-valores com o pretexto da paz, do desenvolvimento e dos direitos humanos; quer dizer favorecer um empenho constante de fundar a lei positiva sobre os princípios da lei natural. Tudo isto é necessário e coerente com o respeito da dignidade e do valor da pessoa humana, sancionado pelos povos da terra na Carta da Organização das Nações Unidas de 1945, que apresenta valores e princípios morais universais de referência para as normas, as instituições, os sistemas de convivência a nível nacional e internacional.

Para além do ódio e do preconceito

13.Não obstante os ensinamentos da história e o compromisso dos Estados, das organizações internacionais a nível mundial e local, das organizações não governamentais e de todos os homens e mulheres de boa vontade que cada dia se empenham pela tutela dos direitos e das liberdades fundamentais, ainda hoje no mundo se registam perseguições, descriminações, actos de violência e de intolerância baseados na religião. De modo particular na Ásia e na África, as principais vítimas são os membros das minorias religiosas, a quem é impedido de professar livremente a própria religião ou mudar para outra, através da intimidação e da violação dos direitos, das liberdades fundamentais e dos bens essenciais, chegando até à privação da liberdade pessoal ou da própria vida.

Temos depois, como já disse, formas mais sofisticadas de hostilidade contra a religião, que nos países ocidentais se exprimem por vezes com a renegação da própria história e dos símbolos religiosos nos quais se reflectem a identidade e a cultura da maioria dos cidadãos. Frequentemente tais formas fomentam o ódio e o preconceito e não são coerentes com uma visão serena e equilibrada do pluralismo e da laicidade das instituições, sem contar que as novas gerações correm o risco de não entrar em contacto com o precioso património espiritual dos seus países.

A defesa da religião passa pela defesa dos direitos e liberdades das comunidades religiosas. Assim, os líderes das grandes religiões do mundo e os responsáveis das nações renovem o compromisso pela promoção e a tutela da liberdade religiosa, em particular pela defesa das minorias religiosas; estas não constituem uma ameaça contra a identidade da maioria, antes, pelo contrário, são uma oportunidade para o diálogo e o mútuo enriquecimento cultural. A sua defesa representa a maneira ideal para consolidar o espírito de benevolência, abertura e reciprocidade com que se há-de tutelar os direitos e as liberdades fundamentais em todas as áreas e regiões do mundo.

Liberdade religiosa no mundo

14.Dirijo-me, por fim, às comunidades cristãs que sofrem perseguições, discriminações, actos de violência e intolerância, particularmente na Ásia, na África, no Médio Oriente e de modo especial na Terra Santa, lugar escolhido e abençoado por Deus. Ao mesmo tempo que lhes renovo a expressão do meu afecto paterno e asseguro a minha oração, peço a todos os responsáveis que intervenham prontamente para pôr fim a toda a violência contra os cristãos que habitam naquelas regiões. Que os discípulos de Cristo não desanimem com as presentes adversidades, porque o testemunho do Evangelho é e será sempre sinal de contradição.

Meditemos no nosso coração as palavras do Senhor Jesus: «Felizes os que choram, porque hão-se ser consolados. (...) Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados. (...) Felizes sereis quando, por minha causa, vos insultarem, vos perseguirem e, mentido, vos acusarem de toda a espécie de mal. Alegrai-vos e exultai, pois é grande nos Céus a vossa recompensa» (Mt 5, 4-12). Por isso, renovemos «o compromisso por nós assumido no sentido da indulgência e do perdão - que invocamos de Deus para nós, no "Pai-nosso" - por havermos posto, nós próprios, a condição e a medida da desejada misericórdia: "perdoai-nos as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido"(Mt 6, 12)». A violência não se vence com a violência. O nosso grito de dor seja sempre acompanhado pela fé, pela esperança e pelo testemunho do amor de Deus. Faço votos também de que cessem no Ocidente, especialmente na Europa, a hostilidade e os preconceitos contra os cristãos pelo facto de estes pretenderem orientar a própria vida de modo coerente com os valores e os princípios expressos no Evangelho. Mais ainda, que a Europa saiba reconciliar-se com as próprias raízes cristãs, que são fundamentais para compreender o papel que teve, tem e pretende ter na história; saberá assim experimentar justiça, concórdia e paz, cultivando um diálogo sincero com todos os povos.

Liberdade religiosa, caminho para a paz

15.O mundo tem necessidade de Deus; tem necessidade de valores éticos e espirituais, universais e compartilhados, e a religião pode oferecer uma contribuição preciosa na sua busca, para a construção de uma ordem social justa e pacífica a nível nacional e internacional.

A paz é um dom de Deus e, ao mesmo tempo, um projecto a realizar, nunca totalmente cumprido. Uma sociedade reconciliada com Deus está mais perto da paz, que não é simples ausência de guerra, nem mero fruto do predomínio militar ou económico, e menos ainda de astúcias enganadoras ou de hábeis manipulações. Pelo contrário, a paz é o resultado de um processo de purificação e elevação cultural, moral e espiritual de cada pessoa e povo, no qual a dignidade humana é plenamente respeitada. Convido todos aqueles que desejam tornar-se obreiros de paz e sobretudo os jovens a prestarem ouvidos à própria voz interior, para encontrar em Deus a referência estável para a conquista de uma liberdade autêntica, a força inesgotável para orientar o mundo com um espírito novo, capaz de não repetir os erros do passado. Como ensina o Servo de Deus Papa Paulo VI, a cuja sabedoria e clarividência se deve a instituição do Dia Mundial da Paz, «é preciso, antes de mais nada, proporcionar à Paz outras armas, que não aquelas que se destinam a matar e a exterminar a humanidade. São necessárias sobretudo as armas morais, que dão força e prestígio ao direito internacional; aquela arma, em primeiro lugar, da observância dos pactos».A liberdade religiosa é uma autêntica arma da paz, com uma missão histórica e profética. De facto, ela valoriza e faz frutificar as qualidades e potencialidades mais profundas da pessoa humana, capazes de mudar e tornar melhor o mundo; consente alimentar a esperança num futuro de justiça e de paz, mesmo diante das graves injustiças e das misérias materiais e morais. Que todos os homens e as sociedades aos diversos níveis e nos vários ângulos da terra possam brevemente experimentar a liberdade religiosa, caminho para a paz!

Vaticano, 8 de Dezembro de 2010.

BENEDICTUS PP XVI

Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Mensagens para Encontro Europeu de Taizé salientam importância de iniciativa que tem constituído «um dom especial para os jovens» no final de cada ano

Bento XVI, o secretário-geral da ONU e o presidente do Conselho Europeu, além de responsáveis do mundo cristão protestante e ortodoxo, enviaram mensagens de estímulo e reconhecimento pelo próximo Encontro Europeu de Taizé, marcado para Roterdão, na Holanda.
 
Referindo-se à iniciativa animada pela comunidade religiosa ecuménica de Taizé que decorre entre 28 de Dezembro e 1 de Janeiro, o Papa “invoca a força e a paz do Espírito Santo” sobre os jovens, assim como sobre os pastores, paróquias e famílias que os acolhem, na esperança de que os participantes sejam conduzidos “às fontes da alegria”.
 
Por seu lado, o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-Moon, sublinha que “na era em que os desafios ultrapassam fronteiras e têm um alcance global”, o futuro “depende dum bom trabalho colectivo”.
 
O responsável afirma que a ONU conta com os jovens “neste tempo de provação” para levarem a “chama da solidariedade global” e para ajudarem a Organização “a dar aquilo que o mundo precisa neste momento crucial”.
 
O presidente do Conselho Europeu, Herman van Rompuy, escreve que se enche “de alegria interior” ao ouvir o nome de Taizé, “com seus irmãos, os seus jovens e menos jovens, de religião cristã mas de confissões diferentes, trazendo cada um, pela sua presença, uma porção de esperança a uma humanidade sempre a caminho”.

Dirigindo-se aos 30 mil jovens da Europa e de outros continentes em Roterdão, o patriarca Bartolomeu de Constantinopla, da Igreja Ortodoxa, lembra que “são o futuro da Igreja” e que lhes cabe a “responsabilidade de agir na sociedade”, promovendo “os princípios de justiça e de amor”.

O arcebispo de Cantuária e figura mais destacada da hierarquia anglicana, Rowan Williams, faz votos para que os participantes da 33.ª edição do encontro possam descobrir um coração feito de “alegria que ninguém pode mover” e de um “amor que ninguém pode separar”.

Para o secretário-geral da Comunhão Mundial das Igrejas Reformadas, Setri Nyomi, os encontros anuais organizados pela comunidade ecuménica localizada na França “têm sido um dom especial para os jovens”.

Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Campanha planeja Semana Nacional de Luta Contra o Extermínio de Jovens para 2011

Aprofundar o debate com a sociedade e formular propostas concretas para o enfrentamento da violência serão algumas das prioridades da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens para os próximos anos. A conclusão é resultado do seminário nacional que terminou no último dia 19, em Salvador, e reuniu representantes de todas as regiões do país, além de organizações que apoiam a defesa dos direitos da juventude.

Na avaliação da coordenação nacional, o encontro foi muito bom na construção de novos horizontes, realizou também uma análise sobre o panorama do primeiro ano de existência da Campanha e pontuou desafios para o próximo período. O planejamento prevê para 2011 a divulgação do texto base até o mês de abril, um seminário nacional em agosto e a 1ª Semana Nacional de Luta Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, em novembro, antecedendo o Dia Nacional da Consciência Negra.

O planejamento visa, também, a construção da marcha nacional da Campanha, programada para acontecer no mês de julho de 2012, em Brasília. Dentro da estratégia, ainda constam as atividades permanentes das Pastorais da Juventude (Semana da Cidadania, Semana do Estudante e Dia Nacional da Juventude) que terão como eixo os debates da Campanha. As ações previstas deverão contribuir para continuar sensibilizando a sociedade e denunciando o extermínio dos jovens brasileiros.

Além das atividades planejadas, outro desafio pontuado pelos participantes do seminário é o de ampliar o diálogo com as forças sociais interessadas em discutir o tema da violência e pensar formas de enfrentamento para esta questão. “Refletir sobre temas como drogas, violência praticada pela mídia, violência policial e violência doméstica, por exemplo, são fundamentais para avançarmos”, observa o membro da coordenação da Campanha, Felipe da Silva Freitas.
Chega de violência!

Lançada em novembro de 2009, a Campanha é uma iniciativa das Pastorais da Juventude do Brasil, com o apoio do Setor Juventude da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). A intenção é debater as diversas formas de violência praticadas contra a juventude,  denunciar o extermínio de milhares de jovens no Brasil e desencadear ações que possam mudar a realidade.

Com uma taxa de até 51,7 homicídios para cada 100 mil, o Brasil é o 3º país com  mais  assassinatos  de  jovens  no  mundo,  atrás  de Colômbia e Venezuela. A conclusão consta do estudo Mapa da Violência 2010 – Anatomia dos Homicídios no Brasil, divulgado pelo Instituto Sangari. Segundo  relatório  da Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla), no Brasil morrem por dia, em média, 54 jovens vítimas de homicídio.

Fonte: CNBB

Papa evoca atentados de Natal contra cristãos e pede que se ponha termo ao ódio. Recordadas as famílias, neste domingo da Sagrada Família

Os atentados de Natal, numa igreja católica das Filipinas e outros ataques a igrejas cristãs da Nigéria foram evocados pelo Papa neste domingo ao meio-dia, por ocasião do Angelus, com milhares de fiéis congregados na Praça de São Pedro e muitos que o seguiam através da rádio e da televisão. Juntamente com os seus pêsames, Bento XVI renovou um apelo a que se abandone o caminho do ódio.

“Foi com grande tristeza que tomei conhecimento do atentado a uma igreja católica das Filipinas, quando se celebrava o rito do Natal, como também do ataque a igrejas cristãs da Nigéria. E também noutras partes do mundo, como no Paquistão, a terra voltou a ser manchada de sangue.
Desejo exprimir as minhas sentidas condolências pelas vítimas destas violências absurdas e renovo uma vez mais o apelo a abandonar o caminho do ódio para encontrar soluções pacíficas dos conflitos e para dar segurança e serenidade às caras populações.
Neste dia em que celebramos a Sagrada Família, que viveu a dramática experiência de ter que fugir para o Egipto por causa da fúria homicida de Herodes, recordemos também todos os que - em particular as famílias que são constrangidas a abandonar as próprias casas por causa da guerra, da violência e da intolerância.
Convido-vos, portanto a unirdes-vos a mim na oração para pedir intensamente ao Senhor que toque os corações dos homens e lhes traga esperança, reconciliação e paz”.

Na sua alocução antes do Angelus, Bento XVI reflectiu sobre a Sagrada Família, que a Igreja celebra neste domingo, convidando a contemplar o menino Jesus, no presépio, objecto do afecto e das atenções dos seus pais. “Na pobre gruta de Belém (escrevem os Padres da Igreja) resplandece uma luz vivíssima, reflexo do profundo mistério que envolve este Menino e que Maria e José acolhem no seu coração e deixam transparecer nos seus olhares, nos gestos, sobretudo nos seus silêncios. De facto, eles conservam no íntimo as palavras do anúncio do anjo a Maria: “aquele que vai nascer será chamado Filho de Deus”.

O nascimento de cada criança traz consigo algo deste mistério, como bem o sabem os pais que falam do “dom” que um filho para eles representa. “De facto, os seres humanos vivem a procriação, não como um mero acto reprodutivo, mas advertem a sua riqueza, intuem que em cada criatura humana que surge na terra é o ‘sinal’ por excelência do Criador e Pai que está nos céus. Como é importante, assim, que cada criança, ao vir ao mundo, seja acolhida pelo calor de uma família”.
E o que mais interessa não são as comodidades exteriores. “Jesus nasceu num estábulo, tendo como berço uma manjedoura, mas o amor de Maria e de José fizeram-lhe sentir a ternura e beleza de sermos amados”. “É disto que têm necessidade as crianças: do amor do pai e da mãe. É isto que lhes dá segurança e que, no crescimento, permite descobrir o sentido da vida”.
Não obstante as muitas provações por que passou a santa Família de Nazaré, incluindo o ter que imigrar para o Egipto – observou o Papa – confiando na divina Providência, eles conseguiram a sua estabilidade e asseguraram a Jesus uma infância serena e uma sólida educação”. “Confiemos a Nossa Senhora e a São José todas as famílias, para que não desanimem perante as provações e dificuldades, mas cultivem o amor conjugal e se dediquem confiadamente ao serviço da vida e da educação”.

Fonte: Rádio Vaticano

Papa condena «violência absurda» que manchou o Natal

Atentados contra igrejas nas Filipinas e Nigéria lembrados por Bento XVI, que lamentou ainda ataque no Paquistão

Bento XVI condenou este Domingo a "violência absurda" contra os cristãos, nesta quadra natalícia, referindo-se aos atentados que tiveram lugar na Nigéria e Filipinas, provocando dezenas de mortes.

"Soube com grande tristeza do atentado numa igreja católica nas Filipinas, enquanto se celebravam os ritos do dia de Natal, como também do ataque a igrejas cristãs na Nigéria", afirmou, num apelo lido após a recitação do Angelus, na Praça de São Pedro.

Uma série de atentados bombistas e ataques contra igrejas, na Nigéria, saldou-se em pelo menos 38 mortos e dezenas de feridos.

Pelo menos 10 pessoas ficaram feridas numa explosão de uma bomba durante a Missa de Natal na igreja de uma base da polícia filipina na ilha de Jolo, no sul das Filipinas.

"O mundo continua a ser marcado pela violência, especialmente contra os discípulos de Cristo", assinalou o Papa.

Bento XVI disse ainda que "a terra se manchou de sangue noutras partes do mundo, como no Paquistão".

Um ataque suicida matou 45 pessoas no exterior de um armazém do Programa Alimentar Mundial (PAM), em Bajur, Paquistão.

O Papa manifestou as suas "sentidas condolências" às vítimas da violência, pedindo que os responsáveis pelos ataques abandonem "a via do ódio, para encontrar soluções pacíficas para os conflitos" e oferecer "segurança e serenidade" às populações.

Aos presentes, exortou a pedir "com força" a Deus "que toque os corações dos homens e leve a esperança, reconciliação e paz".

Num dia dedicado pela Igreja Católica à celebração da Sagrada Família, Bento XVI lembrou todos aqueles, em particular as famílias, que "foram obrigados a abandonar as suas próprias casas por causa da guerra, da violência e da intolerância".

A catequese proferida pelo Papa na parte inicial deste encontro, no Vaticano, falou da família formada por Jesus, Maria e José como um "exemplo de vida e comunhão" para "enfrentar as preocupações e as necessidades domésticas com profundo amor e compreensão recíproca".


Fonte: Agência Ecclesia

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Brasileiros participam da Peregrinação da Confiança no Chile

Cerca de 7 mil jovens de vários países participaram da Peregrinacion de Confianza, coordenada pelos Irmãos de Taizé, na cidade de Santiago, no Chile, nos dias 8 a 12 de dezembro.  Esta foi a segunda Jornada realizada na América Latina; a primeira foi em Cochabamba, na Bolívia, em 2007.

O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da CNBB, padre Elias Wolff, participou da peregrinação com um grupo de 40 jovens brasileiros. “A Jornada foi uma ocasião privilegiada para aprofundar a espiritualidade do diálogo e da reconciliação, caminho imprescindível para a unidade dos cristãos e a convivência pacífica entre as religiões”, disse o assessor.

“Os Irmãos de Taizé buscam desenvolver um estilo de vida e uma espiritualidade que se caracterizam pelo esforço de reconciliar as pessoas, os povos, as tradições religiosas”, explica padre Elias. “Em várias partes do mundo realizam as Jornadas da Confiança, sempre ecumenicamente, promovendo o diálogo e a convivência pacífica entre Igrejas e Religiões”, acrescenta.

Durante os dias da Jornada, os participantes têm momentos de reflexão, de celebração e de convivência. Esses momentos acontecem tanto nas paróquias onde os participantes ficam hospedados. “São momentos oportunos para o conhecimento mútuo, o estudo de desafios do mundo atual, e a descoberta de como a juventude pode contribuir para um mundo melhor”, esclarece padre Elias.

“Num continente fortemente marcado pelo sofrimento e pela dor causados por tantos fatores, sócio-políticos e naturais, os jovens latino americanos foram chamados a mostrar o caminho da reconstrução de uma Terra habitável por todos, uma Terra de solidariedade e de paz”, concluiu o padre.

Fonte: Revista Missões

Fonte: Juventude Missionária

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Porto Alegre e São Luís ganham bispos auxiliares e dom Mário Marquez é transferido para Joaçaba

O papa Bento XVI anunciou, nesta quarta-feira, 22, três novas nomeações de bispos para o Brasil. O bispo auxiliar de Vitória (ES), dom Mario Marquez, da Ordem dos Frades Menores Capuchinos (OFMCap), foi transferido para a diocese de Joaçaba, sua terra natal, em Santa Catarina, vacante desde 14 de abril, após a renúncia de dom Walmir Alberto Valle, IMC.

Para a arquidiocese de Porto Alegre (RS) foi nomeado bispo auxiliar o padre Agenor Girardi, da congregação Missionários do Sagrado Coração de Jesus (MSC), atualmente, pároco da paróquia São José, em Francisco Beltrão, no Paraná.

Já o padre José Carlos Chacorowski, da Congregação da Missão, foi nomeado bispo auxiliar da arquidiocese de São Luís do Maranhão (MA). Atualmente padre José Carlos é diretor provincial das Filhas da Caridade da Província da Amazônia e reside em Belém (PA).

O novo bispo de Joaçaba, dom Mário, tem 58 anos. Foi ordenado padre em 22 de novembro de 1980 e bispo auxiliar de Vitória no dia 6 de agosto de 2006. Seu lema episcopal é “Viver e anunciar o evangelho”.
Os bispos auxiliares

O catarinense padre Agenor Girardi, 58, nasceu no dia 2 de fevereiro de 1952, na cidade de Orleães. Entrou para o Seminário Menor São José, dos Missionários do Sagrado Coração de Jesus, em 1966, em Francisco Beltrão (PR). Cursou filosofia na PUC de Campinas e teologia em São Paulo. Na Pontifícia Universidade Gregoriana, em Roma, fez mestrado em Teologia e Espiritualidade. Tem mestrado também em Teologia da Vida Consagrada, pelo Instituto Claretiano, em Roma.

Ordenado presbítero no dia 5 de setembro de 1982, padre Agenor foi reitor do Seminário Menor São José, em Francisco Beltrão; mestre de noviços em Pirassununga (SP); trabalhou na Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB), no Rio de Janeiro, e na coordenação do Centro de Teologia e Espiritualidade (CETESP). Foi ainda reitor e pároco do Santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração, em Curitiba. Desde 2001 trabalha na paróquia São José, em Francisco Beltrão, primeiro como vigário paroquial, depois como pároco.

Padre José Carlos, 54, é de Curitiba (PR), nascido no dia 26 de dezembro de 1956. Começou seus estudos no Seminário Menor São Vicente de Paulo, da Congregação da Missão, em Araucária, no Paraná, em 1968. O curso de teologia foi feito no Studium Theologicum, dos Claretianos, em Curitiba.

Foi ordenado presbítero no dia 2 de julho de 1980, no Rio de Janeiro, pelo papa João Paulo II. Depois de ordenado, exerceu inúmeras atividades: professor no seminário da diocese de Palmas (PR); missionário no Zaire (hoje, República Democrática do Congo) de 1982 a 1987; diretor da Província das Filhas da Caridade da Província de Curitiba; pároco da paróquia do Senhor Bom Jesus dos Perdões, em Guaraqueçaba, no Paraná. Desde junho do ano passado é diretor das Filhas da Caridade da Província da Amazônia.

Fonte: CNBB

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Em Manila uma nova residência para jovens portadores de deficiência, para valorizar as capacidades de cada um

Uma casa simples em um ambiente projetado para acomodar uma família de vinte crianças com deficiência mental e física: é a Guanella Home for Special Children, inaugurada em12 de dezembro na zona de Tandanga Sora, Quezon City. Desde 1996, um pequeno grupo de crianças com deficiência tinha encontrado uma acolhida e atenção em alguns locais adjacentes à capela e inseridos na formação. 

A nova estrutura está localizada dentro de uma área de dois hectares, onde, desde 1993, a Casa Mãe da Guanellianos nas Filipinas, o Centro de Formação e Centro Guanella, todos concebidos como "Tenda aberta da Caridade", onde tantos pobres do povoado vizinho encontram atenção, escuta, serviços diários de assistência educacional, assistência médica, reabilitação, apoio nutricional, assistência social, formação de valores cristãos, a participação na rede de solidariedade e de uma série de atividades para promover o desenvolvimento humano integral, buscando restaurar esperança para aqueles que precisam, redescobrir e reforçar as competências e recursos de cada um. 

É um edifício luminoso e funcional, num plano totalmente acessível, com uma grande área para a recepção, o escritório para o coordenador, a enfermaria e espaço para reabilitação física, cozinha, refeitório, uma sala multiuso para atividades recreativas, sociais e religiosas, dois dormitórios com número suficiente de banheiros e toaletes, uma sala para o coordenador e uma sala para o pessoal da noite, lavanderia, sala espaçosa para atividades de trabalho e terapia ocupacional. Os garotos são divididos em dois grupos: doze têm entre 5 e 15 anos, enquanto que 8 são maiores. A gestão e animação da casa é confiada a uma equipe de educação guanelianas assistidos por dois professores, assistente social, pelo pessoal da cozinha e lavanderia e um grupo de voluntários.

Fonte: Agência Fides
Local: Manila - Quezon City  - Filipinas

Papua nova Guiné: Rádio Gabriel, autêntica voz da igreja

"São as rádios diocesanas que difundem a autêntica voz da Igreja Católica na Papua Nova Guiné", disseram os bispos desse país.

A "Rádio São Gabriel" voltou a retransmitir na diocese de Vanimo e até no final deste mês será ouvida não somente nessa cidade, mas também nos povoados mais distantes da região. Em vista disso, os sacerdotes locais lançaram uma campanha a fim de comprar aparelhos de rádios, capazes de captar o sinal de Vanimo, que serão utilizados pelos catequistas e responsáveis pelas pastorais nos povoados distantes.

O bispo de Alotau-Sideia, Dom Francesco Panfilo, presidente da Conferência Episcopal da Papua Nova Guiné, fala muitas vezes na Radio Maria nacional e nas estações de rádios diocesanas. Recentemente, o bispo de Vanimo, Dom Cesare Bonivento, retomou algumas palavras do Papa do livro-entrevista intitulado "Luz do Mundo. O Papa, a Igreja, os sinais dos tempos. Uma conversa do Santo Padre Bento XVI com Peter Seewald", recentemente publicado.

Também o bispo de Aitape, Dom Otto Separy, levantou a voz na rádio diocesana contra uma proposta de lei que pretende legalizar a prostituição feminina e homossexual.

Recentemente, numa manifestação em Vanimo, vários líderes políticos e religiosos disseram não a tudo o que é contrário à dignidade humana e à cultura do povo da Papua Nova Guiné, reivindicando a defesa da dignidade da mulher.


Fonte: Rádio Vaticano
Local:Port Moresby

Nomeada a secretaria geral da Pontifícia Obra da Santa Infância

O Cardeal Ivan Dias, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos nomeou como secretária-geral da Pontifícia Obra da Infância Missionária a doutora Jeanne Baptistine Ralamboarison. A nova secretaria geral nasceu em 6 de maio de 1951 em Ambatondrazaka (Madagascar). Depois dos estudos médios em Madagascar, prosseguiu os estudos superiores e universitários na França onde se formou em direito e em línguas. Iniciou a trabalhar para a Pontifícia Obra da Infância Missionária em 1983, quando o secretário-geral da Obra foi transferido de Paris a Roma, no prédio de Propaganda Fide.

A nomeação, para o quinquênio 2010- 2015, tem a data de 1° de dezembro de 2010. É a primeira mulher a desempenhar esta função. A Pontifícia Obra da Santa Infância ou Infância Missionária foi fundada em 19 de maio por Charles August Marie de Forbin-Janson, bispo de Nancy (França), para educar as crianças ao espírito missionário, sensibilizando-os acerca das necessidades materiais e espirituais de seus coetâneos, sobretudo dos países de missão. A obra encontrou a seu favor pessoas e instituições fortemente envolvidas na educação das cristãs e se difundiu rapidamente. O Papa Leão XIII promoveu com a encíclica Sancta Dei Civitas (3 de dezembro de 1880) e Pio XI a declarou Pontifícia em 3 de maios de 1922.

Todo ano, na solenidade da Epifania do Senhor ou em outra data considerada mais idônea por motivos pastorais, em cerca de 150 países do mundo é celebrado o Dia da Infância Missionária, estabelecida em dezembro de 1950 com a carta apostólica de Pio XII. Com as ofertas recolhidas nesta circunstância e através de várias iniciativas promovidas pelos jovens durante o ano, com o slogan "Crianças ajudem as crianças", são ajudados centenas de programas de educação religiosa, assistência alimentar e médico hospitalar, fornecimento de roupas e material escolar, decoração de aulas para catequese e centros para a infância, compra de remédios, ajuda às crianças pobres, proteção da vida... em todo o mundo.

Fonte: Agência Fides

Polônia: Envio missionário das crianças e adolescentes de Czestochowa após 20 anos da Redemptoris missio

No sábado, 18 de dezembro, a Pontifícia Obra da Infância Missionária da Arquidiocese de Czestochowa promoveu uma peregrinação à Igreja de São Tiago onde foi apresentado o material preparado para a animação missionária deste período e foi celebrado o envio missionário das crianças e dos jovens. "Queremos que as crianças e os adolescentes possam dar nova força espiritual às Obras Missionárias da nossa arquidiocese" - disse à Agência Fides Pe. Jacek Gancarek, diretor diocesano das Pontifícias Obras Missionárias de Czestochowa. "Em nosso encontro expressamos o nosso agradecimento pelo dom da encíclica missionária de João Paulo II Redemptrois missio, publicada 20 anos atrás'.

Participaram da iniciativa todos os responsáveis pelas Pontifícias Obras Missionárias (POM) da Arquidiocese, junto com o diretor arquidiocesano, Pe. Jacek Gancarek. Foram convidados de modo particular os vários grupos missionários de jovens, crianças e adolescentes: o voluntariado missionário, os animadores, os grupos de Rosário, a Militia Immaculatae, os grupos das POM de várias paróquias e escolas da Arquidiocese de Czestochowa. A Santa Messa foi presidida por Dom Stanislaw Nowak, Arcebispo de Czestochowa.

Fonte: Agência Fides

Famosos convidam a presentear jovens com a JMJ

Cine religioso gratuito e de qualidade, até agosto de 2011

 O técnico da seleção espanhola, Vicente del Bosque, a diretora Inma Shara e o escritor Leopoldo Abadía protagonizam a campanha de Natal da Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que será no verão de 2011. Além da campanha, os organizadores preparam um ciclo de cinema religioso com filmes de grande impacto.

A campanha de Natal da JMJ começou no último dia 14 de dezembro na Espanha. A ideia é que pais e avós presenteiem a seus filhos e netos inscrições para a JMJ, que se celebrará em Madri, em agosto de 2011.

A ação, que tem especial presença nas redes sociais da internet, imprensa, rádio e tv, conta com os testemunhos de personalidades.

Vicente del Bosque salienta o exemplo que os jogadores da seleção espanhola deram aos jovens, depois da conquista da Copa do Mundo e afirma que “no esporte, como em tudo na vida, é preciso ter valores sólidos e ser consequentes”.

Inma Shara lembra uma viagem solidária que fez a Zâmbia: “pude escutar os acordes mais dolorosos do ser humano”, diz e anima “os jovens a recuperar os valores que viu naquelas pessoas”.

Leopoldo Abadía reconhece que, cada Natal, tem verdadeiros problemas para escolher os presentes de seus 12 filhos e 40 netos e surpreendê-los, mas “este ano tenho tudo resolvido: sei que o melhor investimento é presentear inscrições à JMJ”, afirma.

Gabriel González-Andrío, diretor de marketing  da JMJ, explica: “A mensagem desta campanha enfatiza que se trata de um duplo presente, já que as pessoas que se inscrevam podem colaborar com um Fundo de Solidariedade que permite que jovens sem recursos, de países mais pobres, que estão em guerra ou que sofreram com catástrofes naturais possam participar”.

Por ser uma campanha sem fins lucrativos, sua difusão é totalmente gratuita, graças à colaboração de vários grupos de comunicação, dentro e fora da Espanha.

Todos aqueles que queiram inscrever-se para a JMJ podem fazê-lo na web oficial  www.madrid11.com.

Nos meses prévios à Jornada, se celebrará em Madri um ciclo de cinema que ajudará na preparação a este evento global.

Teresa Ekobo, responsável pela área de cinema da JMJ, destaca que o ciclo servirá para “preparar juntos as jornadas, aprofundar em seu tema através de filmes e de encontros com os profissionais que os realizaram”.
Para ver a campanha: http://www.madrid11.com/es/oficina-de-prensa/descargas.

Fonte: Zenit
Local: Madri

A equipe Mundo e Missão deseja a todos um Santo Natal

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Roma recebe o 8º Encontro Internacional dos Circos e Parques de Diversão

Com o tema "Circos e Parques de Diversão: ‘Catedrais' de fé e sinal de esperança em um mundo globalizado", aconteceu, de 12 a 16, no colégio La Salle, em Roma (ITA), o 8º Encontro Internacional dos Circos e Parques de Diversão. O evento foi promovido pelo Pontifício Conselho para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes.

O evento reuniu 70 delegados de 21 países representando três continentes: Américas (EUA, Chile, Bolívia, Brasil e Nicarágua), Ásia (Índia) e Europa (Áustria, Bélgica, França, Alemanha, Itália, Holanda, Roménia, Espanha e Suíça).

Segundo o diretor executivo da Pastoral dos Nômades da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), padre Wallace Zanon, o objetivo do encontro foi refletir sobre a realidade sócio-religiosa dos circenses e parquistas para uma nova ação evangelizadora. "Refleti sobre a situação da Igreja Particular (diocese e paróquia) para um maior acolhimento para os circenses e parquistas", disse padre Walace.

O encontro se iniciou com uma missa, presidida pelo arcebispo do principado de Mônaco, dom Bernado Barsi. "Este encontro foi um momento de muito estudo e reflexão sobre a realidade mundial dos circos e parques de diversão", destacou dom Barsi.

No dia 15, aconteceu uma missa concelebrada pelos participantes do evento na Basílica de São Pedro seguida de audiência com papa Bento XVI

Fonte: CNBB

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Jovens partilham experiências no combate à violência contra a juventude.

“Experiências juvenis de luta contra a violência”. Este foi o tema da mesa redonda realizada no segundo dia do Seminário Nacional da Campanha Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, que acontece em Salvador (BA), desde quinta-feira, 16. Promovido pelas Pastorais da Juventude do Brasil, o evento termina neste domingo, 19.

“A Campanha dá voz àqueles que não têm voz, porque estão mortos”, destacou o assessor da Pastoral da Juventude (PJ) na arquidiocese de Mariana (MG), padre Wander Torres Costa. Ele apresentou uma reflexão sobre a questão da violência e juventude, destacando as experiências da Igreja na luta em defesa da vida. Jovens de todo o país também apresentaram as ações de combate à violência contra o jovem que vêm sendo realizadas nos diversos estado.

As Pastorais da Juventude receberam a confirmação do apoio da Adveniat à Campanha. O apoio foi manifestado pelo representante da entidade para o Brasil, Norbert Bolte, que participa do Seminário. A Adveniat é um organismo da Conferência Episcopal da Alemanha que apóia projetos pastorais em toda a América Latina,

Outro apoio importante recebido pela Campanha veio do Canal Futura, que entrevistou ontem, 17, ao vivo, no programa Conexão, o coordenador nacional da Campanha, Felipe Freitas.

Para saber mais sobre a campanha acesse: http://www.juventudeemmarcha.org/index.php

Fonte: CNBB

Emissora radiofônica promove uma iniciativa sobre a AIDS para jovens jornalistas free-lance

Rádio Netherlands Worldwide (RNW), emissora radiofônica global, acaba de lançar em Nairóbi um concurso na Internet para conscientizar sobre o impacto do HIV e da AIDS nas crianças contagiadas pela doença no Quênia e no mundo, em geral. Estima-se que no país africano, 180 mil crianças menores de 14 anos estejam contagiados pelo vírus HIV. A ideia de criar um site com um blog sobre crianças órfãs do HIV ou soropositivas nasceu em meados de novembro. “I CARE: my blog, their voice” está aberto a jornalistas e agentes sociais, com o objetivo de alcançar cada vez mais a população jovem. Será repleto de histórias pessoais e profissionais, fotos e vídeos. O concurso terminará com a premiação dos cinco melhores bloggers. RNW 25 jornalistas free-lance em 20 países africanos.

Fonte: Agência Fides
Local: Quênia - Nairóbi

Análise de conjuntura marca primeiro dia do Seminário da Campanha Contra o Extermínio de Jovens

Começou no dia 16, em Salvador (BA), o Seminário Nacional da Campanha Contra a Violência e Extermínio de Jovens, promovido pelas Pastorais da Juventude do Brasil. O evento marca o período de um ano do lançamento da Campanha Nacional e tem como objetivo identificar seus impactos e apontar elementos para o planejamento do próximo período.

Na abertura, estiveram presentes mais de 30 pessoas de todas as regiões do Brasil, com representantes das Pastorais da Juventude, Conferência dos Religiosos do Brasil, Adveniat, Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (FEAB), Associação Brasileira dos Estudantes de Engenharia Florestal (ABEF), Iser Assessoria, Casa da Juventude Pe. Burnier (CAJU) e Rede Ecumênica de Juventude.

O dia de ontem foi dedicado à análise de conjuntura que apontou os desafios e perspectivas da luta popular a partir dos elementos do contexto político, social e eclesial. A análise foi feita pelo jovem Felipe Freitas, membro da coordenação da Campanha Nacional contra o extermínio de jovens.

“A sociedade está cada vez mais militarizada, e a idéia do confronto é algo autorizado pelas pessoas, pelo senso comum”, disse Felipe Freitas. “O Documento de Aparecida nos mostra que a sociedade já não está mais dividida entre os ‘incluídos’ e os ‘excluídos’, mas entre os ‘incluídos’ e os ‘descartáveis’”, acrescentou. Segundo Freitas, “é preciso mirar as utopias, ter criatividade e coragem para construir a reinvenção dos nossos sonhos”.
 

Fonte: CNBB
Local:Salvador (BA)

Pe. Ricardo - Missionário do PIME

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Papa preside oração das Vésperas e marca encontro com jovens na JMJ 2011

Bento XVI presidiu na tarde de ontem, 16, quinta-feira, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a oração das Vésperas com os universitários das Pontifícias Universidades Católicas de Roma, em preparação ao Natal.

O papa frisou que sente a necessidade de uma nova classe de intelectuais, sublinhando que a universidade é chamada a desempenhar esta função apoiada pela Igreja.

A Basílica de São Pedro estava lotada de jovens que se reuniram em oração com Bento XVI, olhando com confiança para a vinda de Jesus. Neste contexto, o papa mostrou a gruta de Belém como "um itinerário de libertação interior e experiência de liberdade profunda que impulsiona a caminhar em direção a Deus que nos acompanha em nossa vida cotidiana e nos fala no segredo do coração e nas Sagradas Escrituras", ressaltou o Santo Padre, convidando os jovens a libertar o coração de todo fermento de sofrimento e falsa expectativa. "Deus continua agindo na história e pede para ser acolhido", disse.

Bento XVI reiterou que "a paciência e a constância cristã não são sinônimos de apatia e resignação, mas são virtudes de quem sabe respeitar os tempos e as maneiras da condição humana".

"Caminhamos rumo a Belém com o olhar para Deus paciente e fiel, que sabe esperar, que sabe parar e respeitar os tempos de nossa existência. O menino que encontraremos na manjedoura é a manifestação plena do mistério do amor de Deus que ama doando a vida, que ama de forma desinteressada, que nos ensina a amar e que pede para ser amado", disse ainda o papa.

Falando sobre a passagem do Ícone de Maria Sedes Sapientiae das mãos da delegação universitária africana à espanhola, que marca a peregrinação de Maria por todas as universidades da Espanha, o papa confiou toda a comunidade universitária à Virgem Maria, marcando com os jovens um novo encontro, em Madri, na Jornada Mundial da Juventude de 2011.

Fonte: CNBB

Papa aos universitários: Gruta de Belém, Itinerário de libertação interior

Bento XVI presidiu na tarde de ontem, quinta-feira, na Basílica de São Pedro, no Vaticano, a oração das Vésperas com os universitários das Pontifícias Universidades Católicas de Roma, em preparação ao Natal.

O Papa frisou que se sente a necessidade de uma nova classe de intelectuais, sublinhando que a universidade é chamada a desempenhar esta função apoiada pela Igreja.

A Basílica de São Pedro estava lotada de jovens que se reuniram em oração com o Papa, olhando com confiança para a vinda de Jesus. Neste contexto, Bento XVI mostrou a gruta de Belém como "um itinerário de libertação interior e experiência de liberdade profunda que impulsiona a caminhar em direção a Deus que nos acompanha em nossa vida cotidiana e nos fala no segredo do coração e nas Sagradas Escrituras" – ressaltou o Santo Padre – convidando os jovens a libertar o coração de todo fermento de sofrimento e falsa expectativa. "Deus continua agindo na história e pede para ser acolhido" – frisou o Papa.

Olhando a uma sociedade sempre mais dinâmica, Bento XVI reiterou que "a paciência e a constância cristã não são sinônimos de apatia e resignação, mas são virtudes de quem sabe respeitar os tempos e as maneiras da condição humana".

"Caminhamos rumo a Belém com o olhar para Deus paciente e fiel, que sabe esperar, que sabe parar e respeitar os tempos de nossa existência. O menino que encontraremos na manjedoura é a manifestação plena do mistério do amor de Deus que ama doando a vida, que ama de forma desinteressada, que nos ensina a amar e que pede para ser amado" – disse ainda o Papa.

Falando sobre a passagem do Ícone de Maria Sedes Sapientiae das mãos da delegação universitária africana à espanhola, que marca a peregrinação de Maria por todas as universidades da Espanha, o Papa confiou toda a comunidade universitária à Virgem Maria, marcando com os jovens um novo encontro, em Madri, na Jornada Mundial da Juventude de 2011.
 
Fonte: Rádio Vaticano
Local:Cidade do Vaticano    

Noite Feliz

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Uma jornada pela proteção Social no Brasil

Campanha Unicef por uma infância e adolescência sem racismo

No dia 29 de novembro de 2010 foi lançada no Brasil a campanha motivada pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância e Adolescência (Unicef) que visa o enfrentamento do racismo na infância e adolescência. Esta Campanha terá aliados nos diferentes segmentos do Estado, das tradições religiosas e da sociedade civil em geral. A pastoral afro-brasileira representará a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), nesta campanha. Segundo o assessor da Pastoral Afro-brasileira, padre Ari Antônio dos Reis, a participação de outras Pastorais é muito importante e se faz necessária para a erradicação do racismo no país.

A apresentação deste enfoque para a sociedade diz respeito ao enfrentamento necessário da realidade do racismo ainda presente no Brasil. “Nosso país é marcado pela diversidade, isto compreendido como uma grande riqueza. Contudo, a desigualdade de oportunidades é uma realidade explicita e cabe construir ações concretas na perspectiva da superação deste entrave ao desenvolvimento integral das crianças e adolescentes indígenas e negros”, disse padre Ari.

Segundo dados da Unicef, o racismo contribui para o atendimento deficiente das mulheres negras e indígenas grávidas, o que pode afetar a vida da criança em gestação e a sua sobrevivência nos primeiros anos de vida. O racismo impede o acesso a saúde e educação de qualidade. As taxas de analfabetismo são mais altas entre os adolescentes indígenas e negros. Dos 27 milhões de crianças que vivem em situação de pobreza (45,6%), 17 milhões são negras.

Os adolescentes negros representam o maior percentual de vítimas de homicídios nas cidades com mais de 100 mil habitantes (2,6 mais riscos que um adolescente branco). Os dados negativos se estendem ao acesso ao primeiro emprego, ao curso superior, as profissões bem renumeradas.

As estatísticas oficiais mostram uma situação de desvantagem e exclusão que tem reflexos concretos na vida de crianças e adolescentes. A criança, ao vivenciar esse cotidiano de desigualdade, tem percepção de que negros, brancos e indígenas ocupam lugares diferentes na sociedade. Por isso, torna-se fundamental uma socialização que desconstrua essa percepção, contribuindo dessa forma para mudar a realidade.

Segue abaixo uma sugestão concreta que poderá ser efetivada nas famílias, escolas e demais ambientes onde as crianças e adolescentes convivem.
10 Maneiras de Contribuir para Uma Infância sem Racismo

   1. Eduque seus filhos e filhas para o respeito à diferença. Ela está nos tipos de brinquedos, nas línguas faladas, nos vários costumes entre os amigos e pessoas de diferentes culturas, raças e etnias. As diferenças enriquecem nosso conhecimento. E o respeito ao próximo está em primeiro lugar.
   2. Palavras, olhares, piadas e algumas expressões podem se desrespeitosas com outras pessoas, culturas e tradições. Indigne-se, e esteja alerta se isso acontecer!
   3. Não classifique o outro pela cor de pele, o essencial você ainda não viu. Lembre-se: racismo é crime.
   4. Se seu filho ou filha foi discriminado, abrace-o, apóie-o. Mostre-lhe que a diferença entre as pessoas é legal e que cada um pode usufruir de seus direitos igualmente.
   5. Não deixe de denunciar. Em todos os casos de discriminação, você deve buscar defesa junto ao conselho tutelar, às ouvidorias dos serviços públicos, da OAB e nas delegacias de proteção à infância e adolescência.
   6. Proporcione aos seus filhos e filhas a convivência com crianças de diferentes raças e etnias. Valorize o comportamento sem preconceito, respeitoso e oriente-os sobre o que precisam melhorar.
   7. Muitas empresas estão revendo sua política de seleção e de pessoal com base na multiculturalidade e na igualdade racial. Procure saber se o local onde você trabalha participa também dessa agenda. Se não, fale disso com seus colegas e supervisores.
   8. Órgãos públicos de saúde e de assistência social estão trabalhando com rotinas de atendimento sem discriminação para famílias indígenas e negras. Você pode cobrar esta postura dos serviços de saúde e sociais da sua cidade. Valorize as iniciativas nesse sentido.
   9. As escolas são grandes espaços de aprendizagem. Em muitas escolas no país, as crianças e adolescentes estão aprendendo sobre a história e a cultura dos povos indígenas e da população negra; e sobre como enfrentar o racismo. Ajude a escola de seus filhos a adotar também essa postura.
  10. Participe dessa Campanha e contribua para uma infância sem Racismo. Acesse o site www.unicef.org.br ou siga o UNICEF no Twitter: @unicefbrasil e acompanhe o tema da redução do impacto do racismo na infância e na adolescência. Divulgue para os seus amigos! Valorizar as diferenças na infância é cultivar igualdades!

Fonte: CNBB

Por uma infância sem racismo

Terra Santa: Encontro internacional dos jovens da ação católica

"O estilo simples e confiante das paróquias que nos acolheram" é a mensagem que os jovens do Fórum Internacional da Ação católica (Fiac), que participaram do recente curso de formação, em Jerusalém, na Terra Santa, intitulado "Juntos no coração do mundo. Itinerários de jovens na terra de Jesus", levarão às suas comunidades e paróquias.

O encontro foi promovido pelo Fiac, junto com o patriarcado latino de Jerusalém e a Custódia da Terra Santa. Participaram da iniciativa – refere a agência de notícias SIR (Serviço de Informação Religiosa) – 30 jovens e 4 sacerdotes provenientes da Itália, Romênia, Burundi, Argentina, Mianmar, Palestina, Israel e Jordânia.

Além dos encontros de formação comum realizados no Centro Cultural de Ação Católica de Belém e no Centro Bento XVI de Nazaré sobre temas bíblicos, históricos, aprofundamentos sobre a atualidade da Terra Santa, e o Sínodo do Oriente Médio concluído recentemente, no Vaticano, foram realizadas visitas nos lugares santos de Jerusalém, Judeia e Galileia e encontros com as comunidades cristãs locais.

"Permanecer unidos na oração, nos ajudará levar adiante o compromisso de anunciar a Boa Nova do Evangelho" - frisou o pároco da Basílica da Anunciação, em Nazaré, Pe. Amjad Sabbara.
 
Fonte: Rádio Vaticano
Local:Jerusalém