quinta-feira, 28 de março de 2013

Francisco na Missa do Crisma: “Ser pastor é sentir o cheiro das ovelhas”



O Papa Francisco celebrou na manhã desta Quinta-feira Santa, que abre o Tríduo Pascal, a Missa do Crisma na Basílica Vaticana.

Em sua homilia, falou da simbologia dos ungidos, seja na forma, seja no conteúdo. A beleza de tudo o que é litúrgico, explicou, não se reduz ao adorno e bom gosto dos paramentos, mas é presença da glória do nosso Deus que resplandece no seu povo vivo e consolado.

“O óleo precioso, que unge a cabeça de Aarão, não se limita a perfumá-lo, mas se espalha e atinge «as periferias». O Senhor dirá claramente que a sua unção é para os pobres, os presos, os doentes e quantos estão tristes e abandonados. A unção não é para perfumar a nós mesmos, e menos ainda para que a conservemos num frasco, pois o óleo tornar-se-ia rançoso... e o coração amargo.”

Para Francisco, o bom sacerdote reconhece-se pelo modo como é ungido o seu povo: “Nota-se quando o povo é ungido com óleo da alegria; por exemplo, quando sai da Missa com o rosto de quem recebeu uma boa notícia. O nosso povo gosta do Evangelho quando é pregado com unção, quando o Evangelho que pregamos chega ao seu dia a dia, quando escorre como o óleo de Aarão até às bordas da realidade, quando ilumina as situações extremas, «as periferias» onde o povo fiel está mais exposto à invasão daqueles que querem saquear a sua fé”.

Ser sacerdote é estar nesta relação com Deus e com o seu povo, pois assim a graça passa através dele para ser mediador entre Deus e os homens. Esta graça, todavia, precisa ser reavivada, para intuir o desejo do povo de ser ungido e experimentar o seu poder e a sua eficácia redentora: “Nas «periferias» onde não falta sofrimento, há sangue derramado, há cegueira que quer ver, há prisioneiros de tantos patrões maus”.

Não é nas reiteradas introspecções que encontramos o Senhor, adverte o Pontífice, nem mesmo nos cursos de autoajuda. O poder da graça cresce na medida em que, com fé, saímos para nos dar a nós mesmos oferecendo o Evangelho aos outros, para dar a pouca unção que temos àqueles que nada têm.

“O sacerdote que sai pouco de si mesmo, que unge pouco, perde o melhor do nosso povo, aquilo que é capaz de ativar a parte mais profunda do seu coração presbiteral. Quem não sai de si mesmo, em vez de ser mediador, torna-se pouco a pouco um intermediário, um gestor. Daqui deriva precisamente a insatisfação de alguns, em vez de serem pastores com o «cheiro das ovelhas», pastores no meio do seu rebanho, e pescadores de homens.”

Para enfrentar a crise de identidade sacerdotal, que se soma à crise de civilização, Papa Francisco convida a lançar as redes em nome Daquele em que depositamos a nossa confiança: Jesus.

E conclui: “Amados fiéis, permanecei unidos aos vossos sacerdotes com o afeto e a oração, para que sejam sempre Pastores segundo o coração de Deus. Amados sacerdotes, Deus Pai renove em nós o Espírito de Santidade com que fomos ungidos, o renove no nosso coração de tal modo que a unção chegue a todos, mesmo nas «periferias» onde o nosso povo fiel mais a aguarda e aprecia”.


Fonte: Rádio Vaticano

Lava-pés: colocar-se a serviço de modo humilde, dos mais humildes

Na tarde desta Quinta-Feira Santa, Papa Francisco celebra a Santa Missa da Ceia do Senhor no Instituto Penal para Menores de Casal del Marmo. Esta Missa é caracterizada pelo rito do Lava-pés.

Celebrando no Instituto Penal para Menores, Francisco dá assim continuidade a uma tradição que assumiu quando ainda sacerdote. Em Buenos Aires, Bergoglio costumava celebrar esta Missa em prisões ou casas para pobres e marginalizados.

Para uma reflexão sobre o significado deste gesto, nós contatamos o Bispo responsável pela Pastoral Carcerária, Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes, em São Paulo:

A Semana Santa é um momento tão importante na vida da Igreja, um momento tão importante para a vida dos cristãos católicos. É um retiro espiritual, como se costuma dizer. Celebramos os principais mistérios das passagens da vida do Cristo e o mistério da salvação: a paixão, a morte e a ressurreição do Senhor – o tríduo pascal é assim a maior festa litúrgica da Igreja Católica durante o ano.

Na Quinta-feira Santa, o Evangelho traz o texto do Lava-pés, ou seja, no fundo é a Igreja querendo ensinar que quem entendeu o significado da eucaristia deixado por Jesus, memorial da Páscoa, da Nova Aliança, quem celebra a eucaristia tem que se colocar a serviço e a serviço de modo humilde, e a serviço dos humildes e dos pequenos. E aí que entra a proclamação do Evangelho de João, capítulo 13, que é o texto do lava-pés – esta passagem tão bonita de Jesus, que antes de entregar sua vida quis realizar este gesto. Gesto simples, mas ao mesmo tempo tão contundente a ponto de S. Pedro não entender. Ou seja, quem celebra a eucaristia tem que se colocar a serviço, a serviço do mais humilde.

Este ano, a Festa da Páscoa coincide com a chegada de Francisco. Este Papa que nos surpreendeu vindo da América Latina, nos surpreendeu pelo nome que escolheu – é a primeira vez que um Papa se chama Francisco, evocando a figura de S. Francisco de Assim, que mais do que ninguém foi o santo que lavou mesmo os pés: ele foi abraçar o leproso, foi ao encontro dos mais pobres. Então tudo coincide e mais ainda o fato de que o Papa Francisco escolheu lavar os pés de jovens que estão privados da liberdade, em recuperação. Isso será um gesto muito profético. Vamos aprender com tudo isso, vamos aprender com o gesto de Jesus, que se repete na Igreja, e ao qual todos nós, cristãos, somos chamados a realizar e que o Papa Francisco está evidenciando.

E quando se trata da situação dos presos, dentro daquele espírito do Evangelho de Mateus, ‘estive preso e me visitaste’ – quando se fala desta situação, estamos diante da situação social mais grave. Porque uma coisa é socorrermos uma criança indefesa, todos nós gostamos de fazer isso, outra coisa é ir ao encontro daqueles que um dia praticaram atos contra a sociedade e que vivem numa situação muito precária, muito desafiadora.


Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 26 de março de 2013

Via Sacra jovem homenageia Papa Francisco em São Paulo


  

Cerca de 3 mil pessoas, segundo estimativa da organização, entre crianças, adolescentes, jovens e adultos, participaram na manhã desta sexta-feira, 22, da “Via Sacra da criança e do adolescente” que, este ano, incluiu também os jovens.

A Via Sacra, promovida todos os anos pela Pastoral do Menor da Arquidiocese, contou com o apoio da Pastoral da Juventude (PJ) e do Setor Juventude da Arquidiocese. A coordenadora da Pastoral do Menor, Sueli Camargo, não escondeu a alegria por poder contar com a colaboração destas Pastorais e, no início da caminhada, agradeceu a todos pela colaboração.

Na primeira estação, realizada no Pátio do Colégio, os jovens da PJ lembraram os tantos jovens que são exterminados e assassinados nas periferias da cidade: “A juventude quer viver”, salientava a faixa segurada pelos jovens. As crianças, adolescentes e jovens presentes na caminhada tiveram seus rostos pintados com uma “mão vermelha”, simbolismo do sangue dos jovens assassinados e representando o desejo de basta com todo tipo de violência.

Ainda no Pátio do Colégio, foi feita uma homenagem ao Papa Francisco, dezenas de crianças vestidas de São Francisco subiram no palco ao som da “Oração de São Francisco” e com um cartaz que trazia o rosto do Papa e os dizeres “Papa Francisco ‘O Papa dos pobres’”.

Logo após a primeira estação, a procissão seguiu em direção da Praça do Patriarca, onde foi lembrada a frase de Dom Luciano Mendes de Almeida, “Criança e Adolescente não são problema, mas solução”.

A Via Sacra passou ainda pelo Largo São Francisco, onde realizou mais uma parada, e foi lembrado o lema da Campanha da Fraternidade deste ano, "Eis-me aqui, envia-me (Is 6,8)".

A última parada realizada na Praça da Sé, nas escadarias da Catedral, lembrou o sonho dos jovens e a força de transformação que eles possuem, “Corações que sonham, jovens que transformam”. Os alunos da Rede Marista fizeram apresentação teatral e dançaram a música do Padre Zezinho que tem embalado os “Bote Fé” pelo Brasil: “Nova Geração”.

(CM-Arquidiocese SP)

Fonte: Rádio Vaticano

segunda-feira, 25 de março de 2013

"Alegria, Cruz e Juventude" - as palavras de Papa Francisco em dia de Domingo de Ramos

Hoje teve início a Semana Santa no Vaticano com a Eucaristia de Domingo de Ramos. Às 9.30h o Papa Francisco abençoou os ramos de oliveira e no final da procissão presidiu à celebração da Santa Missa da Paixão do Senhor num dia em que é também a 28ª Jornada Mundial da Juventude. Uma Praça de São Pedro repleta por milhares de peregrinos e adornada com oliveiras da Puglia e ramos de palmeira de Sanremo e Bordighera.

Na sua homilia o Papa Francisco começa por indicar a cena narrada pelo Evangelho de Lucas: "Jesus entra em Jerusalem" e descreve-a:

"Multidão, festa, louvor, bênção, paz: respira-se um clima de alegria. Jesus despertou tantas esperanças no coração, especialmente das pessoas humildes, simples, pobres, abandonadas, pessoas que não contam aos olhos do mundo. Soube compreender as misérias humanas, mostrou o rosto misericordioso de Deus, inclinou-Se para curar o corpo e a alma. E agora entra na Cidade Santa…É um espectáculo lindo: cheio de luz, de alegria, de festa."

"Também no início da celebração todos nós presentes na Praça agitamos os nossos ramos de oliveira, disse o Papa Francisco, também nós acolhemos Jesus; também nós manifestamos a alegria de O acompanhar, de O sentir perto de nós, presente em nós e no nosso meio, como um amigo, como um irmão, mas também como rei, isto é, como farol luminoso da nossa vida. E aqui compreendemos a primeira palavra: alegria." Desta forma, o Papa recolhe da narração evangélica a palavra da entrada na Cidade Santa. E a multidão acolhe Jesus com tanta alegria que o aclama como Rei. O Papa Francisco lança uma interrogação:

Mas, que tipo de Rei seria Jesus? Vejamo-Lo… Monta um jumentinho, não tem uma corte como séquito, nem está rodeado de um exército como símbolo de força. Quem O acolhe são pessoas humildes, simples. Jesus não entra na Cidade Santa, para receber as honras reservadas aos reis terrenos, a quem tem poder, a quem domina; entra para ser flagelado, insultado e ultrajado, como preanuncia Isaías na Primeira Leitura (cf. Is 50, 6); entra para receber uma coroa de espinhos, uma cana, um manto de púrpura (a sua realeza será objecto de ludíbrio); entra para subir ao Calvário carregado com um madeiro. E aqui temos a segunda palavra: Cruz. Jesus entra em Jerusalém para morrer na Cruz.

Cruz é a segunda palavra da narração do texto de Lucas no dia de hoje e que Papa Francisco nos propõe como parte de um itinerário de vida. E é precisamente na Cruz que Jesus resplandece como Rei. Citando Bento XVI, o Papa Francisco recordou que os cardeais da Igreja são príncipes de um rei cujo trono é a Cruz. O que conta não é, pois, o poder terreno. O Santo Padre explica:

"Jesus toma sobre Si o mal, a sujeira, o pecado do mundo, incluindo o nosso pecado, e lava-o; lava-o com o seu sangue, com a misericórdia, com o amor de Deus. "

Na Cruz Jesus sente todo o peso do mal, mas com a forza do Amor de Deus vence-o na sua ressurreição. Quando abraçamos a Cruz de Cristo com amor não somos inundados pela tristeza mas pela alegria. Assim , para que a triologia do itinerário proposto fosse completado faltava a terceira palavra e ela é: jovens.

Hoje, nesta Praça, há tantos jovens. Desde há 28 anos que o Domingo de Ramos é a Jornada da Juventude! E aqui aparece a terceira palavra: jovens! Queridos jovens, imagino-vos fazendo festa ao redor de Jesus, agitando os ramos de oliveira; imagino-vos gritando o seu nome e expressando a vossa alegria por estardes com Ele!
Vós levais a Cruz peregrina por todos os continentes, pelas estradas do mundo.

E o Papa termina com um convite:

"Levai a vossa Cruz, correspondendo ao convite de Jesus: «Ide e fazei discípulos entre as nações» (cf. Mt 28, 19), que é o tema da Jornada da Juventude deste ano. "

Fonte: Rádio Vaticano

No Angelus o Papa Francisco invocou a intercessão da Virgem Maria para a Semana Santa

No final da celebração eucarística e antes da benção final o Papa Francisco propôs a toda a assembleia a oração do Angelus invcando a proteção e intercessão da Virgem Santa Maria durante esta Semana Santa. Eis as palavras em Português:

"Amados irmãos e irmãs,
No final desta celebração, invoquemos a intercessão da Virgem Maria para que nos acompanhe na Semana Santa. Ela, que seguiu com fé o seu Filho até ao Calvário, nos ajude a caminhar atrás d’Ele, levando com serenidade e amor a sua Cruz a fim de chegarmos à alegria da Páscoa. A Virgem Nossa Senhora das Dores ampare especialmente quem está vivendo situações mais difíceis; lembro de modo particular as pessoas vítimas de tuberculose, sendo hoje o Dia Mundial de luta contra esta doença. E de modo especial entrego a Maria vós próprios, caríssimos jovens, e o vosso itinerário rumo ao Rio de Janeiro.

Um bom caminho a todos!"

Fonte: Rádio Vaticano

sexta-feira, 22 de março de 2013

Consórcio de Belo Monte proíbe atingidos de se manifestarem

A Norte Energia, dona da hidrelétrica, e o Consórcio Construtor de Belo Monte conseguiram na Justiça Estadual do Pará a expedição de um interdito proibitório contra o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e o Movimento Xingu Vivo para Sempre (MXVPS). Pela decisão judicial os movimentos foram proibidos de fazer qualquer ação que interferisse no andamento da construção da barragem. Caso desrespeitassem a medida, a multa diária estabelecida seria de R$ 50 mil.

A ação foi articulada pelas empresas que compõe o consórcio da barragem de Belo Monte, com o nome fantasma Norte Energia, e servilmente aceita por uma juíza de plantão da 4ª Vara Civil da Comarca de Altamira, que expediu um documento chamado Interdito Proibitório, encaminhado para os movimentos que lutam pelos direitos dos atingidos na região numa evidente tentativa de criminalizar a luta dos atingidos.

A decisão foi emitida um dia antes da assembleia dos atingidos realizada na área social da Escola Bulamarque de Miranda, em um bairro de Altamira, distante cerca de 30 quilômetros do canteiro principal de obras. O evento reuniu mais de 500 atingidos pela barragem de Belo Monte, organizados no MAB, que buscavam reivindicar seus direitos e a ação foi claramente uma tentativa de inibir qualquer tentativa de manifestação dos atingidos.
O MAB relembra e encaminhará às empresas, governo e judiciário, o relatório aprovado pelo Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana da Secretaria de Direitos Humanos do Governo Federal, onde consta a existência de uma prática e um padrão constante de violação dos direitos humanos nas construções de barragens no Brasil. É para combater essas práticas que os atingidos precisam se organizar.

Mais de 40 mil pessoas estão sendo atingidas pela Usina Hidrelétrica Belo Monte e até o momento pouco ou nada foi feito, mesmo depois dos R$ 22,5 bilhões de dinheiro público que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) liberou para construção da usina e que certamente beneficiará empresas como Iberdrola, Vale, Alstom, Andrade Gutierrez, Odebrecht, Camargo Correa, Cemig e Eletrobrás.

O MAB repudia a posição do judiciário favorável aos violadores dos direitos humanos, sem se quer ouvir os atingidos, inclusive se valendo de medidas superadas desde o término do regime autoritário.

Finalmente, afirmamos que a luta dos atingidos é uma justa reação contra a agressão das empresas, e enquanto houver injustiças, a luta do povo atingido é legítima e continuará, mesmo que isso seja contra o interesse dos poderosos.

Fonte: www.cptnacional.org.br

Cáritas desenvolve ações para garantia de água no semiárido brasileiro

A água é um bem natural que está ficando cada vez mais escasso, devido ao mau uso do ser humano. Por esse motivo, a Organização das Nações Unidas criou o Dia Mundial da Água, em 22 de março de 1992.

Parte da população brasileira sofre com a seca todos os dias, e a Cáritas Brasileira, organismo vinculado à CNBB, desenvolve programas e projetos que buscam minimizar os efeitos da falta de chuva que afeta a vida de milhões de cidadãos na região nordeste. Este ano, a pior estiagem das últimas quatro décadas trouxeram prejuízos para a lavoura, fizeram disparar o preço dos alimentos, e têm obrigado muitos agricultores a deixarem o local onde moram. A possibilidade de chover abaixo da média histórica no Nordeste em 2013 é de 40% ou 45%, dependendo do estado, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet).

Ocupando uma área de aproximadamente 975 mil quilômetros quadrados, o Semiárido brasileiro abrange 1.133 municípios de 9 estados do país. Embora seja o Semiárido mais chuvoso do planeta, constitui-se como uma região com déficit hídrico, o que também se aplica aos estados de Pernambuco, Alagoas e Paraíba, que fazem parte junto com o Rio Grande do Norte, da área de atuação da Cáritas Brasileira Regional Nordeste.

As ações desenvolvidas pela Rede Cáritas têm obtido resultados positivos, principalmente no que se refere ao armazenamento da água para consumo e produção, com base nos princípios da agroecologia, da economia popular solidária, da luta por políticas públicas e do acesso a terra, à água e aos direitos.

Um exemplo concreto de convivência com a realidade local é a experiência do Projeto Raízes, implantado nos municípios da Paraíba (Cacimbas, Casserengue e Poço Dantas), de Pernambuco (Ibirajuba) e Alagoas (Cacimbas), com apoio financeiro da cooperação espanhola Manos Unidas e o Banco do Nordeste (BNB). A iniciativa já promoveu a construção de 734 obras hídricas (cisternas de placas, barragens subterrâneas e tanques de pedra), a implantação de 156 núcleos produtivos familiares, 19 bancos de sementes, e a construção de 02 núcleos de beneficiamento de frutas. No total, 1.907 pessoas foram beneficiadas diretamente com as ações.

O Dia Mundial da Água não é só para pensar, mas principalmente para agir: vamos usar esse recurso natural com sabedoria para que ele nunca acabe.

Fonte: CNBB

CPT mostra que conflitos pela água cresceram em 2012

Boa parte do Brasil convive hoje com conflitos pelo uso da água. De acordo com a Comissão Pastoral da Terra (CPT), no ano passado foram registrados 115 conflitos, em 19 estados. “Uma das razões fundamentais, sem dúvida, é o registro dos conflitos acontecidos em função da seca, embora se reconheça que esse registro está aquém do real acontecido e em acontecimento, já que a longa estiagem não acabou”, explica Roberto Malvezzi, assessor nacional da CPT.

De acordo com o levantamento, a seca não é a razão única do crescimento dos conflitos pela água. “É que aqueles registrados como oriundos da estiagem se concentram em apenas seis estados, sendo cinco do Nordeste e um da região sul (Santa Catarina). Porém, quando nos debruçamos sobre os conflitos de água em geral, então eles abrangem 18 estados da federação. Dessa forma, podemos dizer que os conflitos pela água já adquiriram efetivamente uma dimensão nacional”, afirma Malvezzi.

O assessor conta que hoje os conflitos ocorrem de forma diferente. “Persistem as ocupações de bancos, órgãos públicos, fechamento de estradas, normalmente para reivindicar políticas públicas e obras estruturantes que empoderem a população para os períodos de estiagem prolongada”. A CPT afirma que os conflitos pela água estão presentes em todo o território nacional por outras razões: destruição e poluição de mananciais, impedimento de acesso à água, apropriação privada e não cumprimento de procedimentos legais.

“Esses problemas são causados em sua maioria esmagadora pela construção de hidrelétricas, barragens e açudes, mineradoras, comandados por empresários e ações dos governos estaduais e federal.  Há um fenômeno não captado pelos dados que é a apropriação privada dos aquíferos subterrâneos, particularmente no Oeste Baiano, e também das águas de superfície para finalidade de irrigação. Mesmo assim, está evidenciado pelos números quem são os causadores dos problemas e quem são as vítimas”, arremata Malvezzi.


Fonte:CNBB

"Lutar contra a pobreza, tanto material como espiritual" - Papa Francisco ao Corpo Diplomático acreditado na Santa Sé"

Esta manhã foi recebido pelo Papa Francisco o Corpo Diplomático acreditado na Santa Sé. No seu discurso o Papa agradeceu a numerosa presença de embaixadores, sinal de que são países que mantêm profícuas relações com a Santa Sé. É isso que o Papa pretende continuar desempenhando o seu ministério petrino desejando o bem de cada ser humano que vive na Terra. E não deixou de esclarecer a escolha do seu nome:

"Como sabeis, há vários motivos que, ao escolher o meu nome, me levaram a pensar em Francisco de Assis, uma figura bem conhecida mesmo além das fronteiras da Itália e da Europa, inclusive entre os que não professam a fé católica. Um dos primeiros é o amor que Francisco tinha pelos pobres. Ainda há tantos pobres no mundo! E tanto sofrimento passam estas pessoas! A exemplo de Francisco de Assis, a Igreja tem procurado, sempre e em todos os cantos da terra, cuidar e defender quem passa indigência e penso que podereis constatar, em muitos dos vossos países, a obra generosa dos cristãos que se empenham na ajuda aos doentes, aos órfãos, aos sem-abrigo e a quantos são marginalizados, e deste modo trabalham para construir sociedades mais humanas e mais justas."

Aludiu de seguida à pobreza espiritual, citando o Papa Emérito Bento XVI no seu célebre conceito de “ditadura do relativismo”, que deixa um pouco cada um como medida de si mesmo. Isto, disse o Papa, pode ser um entrave para a construção da paz. Desta forma, o Papa apelou-se à sua qualidade de Pontífice, ou seja, criador de pontes para, assim, colocar-se ao serviço do diálogo, nomeadamente entre as várias religiões, tendo citado a urgência do diálogo com o Islão. Em suma, o Papa Francisco pretende lutar contra a pobreza, contra toda a pobreza:

"Lutar contra a pobreza, tanto material como espiritual, edificar a paz e construir pontes: são como que os pontos de referimento para um caminho que devemos percorrer, desejando convidar cada um dos países que representais a tomar parte nele. Um caminho que será difícil, se não aprendermos a amar cada vez mais esta nossa terra. Também neste caso me serve de inspiração o nome de Francisco: ele ensina-nos um respeito profundo por toda a criação, ensina-nos a guardar este nosso meio ambiente, que muitas vezes não usamos para o bem, mas desfrutamos com avidez e prejudicando um ao outro."

De seguida o Santo Padre saudou cada um dos embaixadores presentes.

Fonte: Rádio Vaticano

Coordenação da 5ª SSB se reuniu para preparar eventos

Na tarde desta quinta-feira, 21 de março, foi realizada em Brasília (DF) a reunião ampliada da coordenação da 5a Semana Social Brasileira (SSB). Dom Guilherme Werlang, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz participou da reunião, juntamente com assessores e representantes das pastorais sociais, organismos e movimentos sociais.

Durante o encontro, foi avaliado o processo da 5a SSB, que está em andamento em todo o país, bem como a preparação de um seminário, marcado para os dias 20 a 23 de maio. Também trataram da preparação de um encontro, em parceria com os movimentos sociais, sobre "O Estado Financeirizado" nos dias 22 a 26 de abril em São Paulo; e de um outro seminário, marcado para junho, sobre o tema "Juventudes e o Estado que temos".

Mais informações sobre estes dois eventos e o andamento da 5 SSb estão disponíveis em www.semanasocialbrasileira.com.br.

Fonte: CNBB

quinta-feira, 21 de março de 2013

CFM vai apoiar o direito de a mulher abortar até a 12ª semana de gestação

O Conselho Federal de Medicina (CFM) decidiu romper o silêncio e defender a liberação do aborto até a 12.ª semana de gestação. O colegiado vai enviar à comissão do Senado que cuida da reforma do Código Penal um documento sugerindo que a interrupção da gravidez até o terceiro mês seja permitida, a exemplo do que já ocorre nos casos de risco à saúde da gestante ou quando a gravidez é resultante de estupro.

O gesto tem um claro significado político. "Queremos deflagrar uma nova discussão sobre o assunto e esperamos que outros setores da sociedade se juntem a nós", afirmou o presidente do CFM, Roberto D'Ávila. A entidade nunca havia se manifestado sobre o aborto.

A movimentação em torno do tema vem perdendo força nos últimos anos, fruto sobretudo de um compromisso feito pela presidente Dilma Rousseff com setores religiosos, ainda durante a campanha eleitoral. Diante da polêmica e das pressões sofridas de grupos contrários à legalização do aborto, a então candidata amenizou o discurso e se comprometeu a não adotar nenhuma medida para incentivar novas regras durante seu governo.

O comportamento da secretária de Políticas para Mulheres, Eleonora Menicucci, é um exemplo do quanto o compromisso vem sendo seguido à risca. Conhecida por ser favorável ao aborto, em sua primeira entrevista depois da posse ela avisou: sua posição pessoal sobre o assunto não vinha mais ao caso. "O que importa é a posição do governo", disse ela, na época.

A decisão da entidade foi formalizada ontem, dia em que Dilma Rousseff se encontrou com o papa Francisco, em Roma.

Por enquanto, não há sinais de que uma nova onda de manifestos favoráveis possa mudar a estratégia do governo. O Ministério da Saúde disse que a discussão do tema cabe ao Congresso. A ministra Eleonora, por sua vez, afirmou que não se manifestaria.

"Não podemos deixar que esse assunto vire um tabu. O País precisa avançar", afirmou D'Ávila. Ele argumenta que mulheres sempre recorreram ao aborto, sendo ele crime ou não. Para o conselho, a situação atual cria duas realidades: mulheres com melhores condições econômicas buscam locais seguros para fazer a interrupção da gravidez. As que não têm recursos recorrem a locais inseguros. "Basta ver o alto índice de morte de mulheres por complicações. Não precisa ser assim." O aborto é a quinta causa de morte entre mulheres - são 200 mil por ano.

O CFM sustenta que a mulher tem autonomia para decidir. "E essas escolhas têm de ser respeitadas." A proposta do CFM avança em relação ao texto da comissão do Senado, que também permitia o aborto até a 12.ª semana, mas desde que houvesse aprovação médica. "Seria uma burocracia desnecessária. Sem falar de que poderia começar a ocorrer fraude com tais laudos", avaliou.

Legislação

D'Avila é enfático ao dizer que o CFM não é favorável ao aborto. "O que defendemos é o direito de a mulher decidir." A divulgação do manifesto, diz, não mudará em nada a forma como o conselho trata acusações de médicos que realizaram aborto ilegal. "Não estamos autorizando os profissionais a fazer a interrupção da gravidez nos casos que não estão previstos em lei. Queremos é que a lei seja alterada." O presidente do CFM reconhece haver resistência a essa alteração.

"Vivemos em um Estado laico. Seria ótimo que as decisões fossem adotadas de acordo com o que a sociedade quer e não com o que alguns grupos permitem."

Entidades divergem sobre o tema:

"A liberação do aborto representaria evitar um mal com outro mal", afirmou ontem o representante da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Clóvis Bonfleur. "Isso nunca será a solução. É preciso formar a juventude, garantir o acesso à informação. Essas medidas, sim, é que podem proteger a mulher", observou.

Bonfleur também questionou a representatividade da decisão do CFM. "Isso não é a opinião da classe, pois certamente eles não ouviram todos os médicos", disse. "Essa é a posição apenas dos integrantes do colegiado."

Para o representante da CNBB, o argumento de que a liberação do aborto protegeria mulheres economicamente menos privilegiadas é questionável. "Não há nada que prove que mulheres com recursos são submetidas ao procedimento com segurança, ficando o risco de vida apenas às mais pobres", completou.

À favor

"É um feito histórico", comemorou ontem a presidente da organização Católicas pelo Direito de Decidir, Maria José Rosado. "Como essa manifestação, há tempo esperada e muito bem-vinda, o Conselho Federal de Medicina mostra que a descriminalização do aborto não é apenas uma pauta de feministas, mas da sociedade", disse. Ela acredita que o envio do documento para o Senado possa trazer novo fôlego para a discussão sobre o aborto no País. "Estamos falando de uma classe que lida cotidianamente com o problema. Há uma necessidade real: mulheres morrem, têm complicações por abortos mal realizados."

Fonte: www.estadao.br.msn.com

Papa Francisco recebeu em audiência o Nobel da Paz Adolfo Peres Esquivel

Esta manhã o Papa Francisco recebeu em audiência o activista dos direitos e humanos e Nobel da Paz em 1980, Adolfo Peres Esquivel. O arquitecto e escultor argentino é uma personagem fundamental na luta contra a ditadura militar de do General Videla nos anos 70. E a propósito das dúvidas que muitos colocaram em relação à actuação do Cardeal Bergogllio neste período específico da história da Argentina, a opinião de Esquivel retirando qualquer responsabilidade do Arcebispo de Buenos Aires em atitudes menos justas e reforçando o empenho do Cardeal na defesa da lliberdade e dos mais pobres e excluídos da sociedade.

Foram também recebidos o Cardeal Paul Cordes, Presidente Emerito do Pontifício Conselho “Cor Unum”, Sua Beatitude, Louis Raphael Sako, Patriarca de Babilónia dos Caldeus e ainda o Monsenhor Carlos Maria Nannei da Prelatura da Santa Cruz e Opus Dei.

Fonte: Rádio Vaticano

O Papa Francisco celebrará a Missa da Ceia do Senhor de Quinta-Feira Santa, dia 28, no Instituto Penal para Menores de Casal del Marmo em Roma

Esta manhã a Santa Sé informou através de comunicado que o Papa Francisco celebrará a Missa da Ceia do Senhor de Quinta-Feira Santa, dia 28, no Instituto Penal para Menores de Casal del Marmo em Roma pelas 17.30h. O comunicado informa ainda que, sendo esta celebração um memorial da Última Ceia de Jesus é caracterizada pelo anúncio do Mandamento do Amor e do gesto do Lava-Pés. Enquanto Arcebispo de Buenos Aires o então Cardeal Bergoglio usava celebrar esta missa numa prisão, num hospital ou numa casa de acolhimento de pessoas pobres e marginalizadas. Com a celebração do Instituto Penal de Casal del Marmo o Papa Francisco mantêm este hábito caracterizado de enorme simplicidade.

Entretanto, as celebrações pascais da Semana Santa decorrerão normalmente como oportunamente noticiaremos com maior pormenor. Para já, podemos informar que no início do Tríduo Pascal o Papa Francisco na manhã de Quinta-Feira Santa, dia 28, celebrará na Basílica de São Pedro a tradicional Missa Crismal.

Fonte: Rádio Vaticano

IAM no estado do Ceará intensifica implantação de grupos

Tendo em vista a celebração dos 170 anos de fundação, a Pontifícia Obra da Infância e Adolescência Missionária (IAM) se prepara para vivenciar no Brasil um ano especial. Uma das iniciativas, a exemplo do que já acontece em outros países, é a realização, no último domingo do mês de maio, da Jornada Nacional da IAM, um dia dedicado à prática do carisma da Obra: "uma Ave-Maria e uma moeda" para ajudar as crianças do mundo.

Para marcar o Ano da IAM no Brasil, a paróquia Nossa Senhora da Conceição de Amontada (CE), pretende implantar em suas comunidades, um grupo de IAM por mês. A paróquia é constituída por 90 comunidades e em apenas onze delas existem os grupos. Ao perceber o valor desta Obra, a coordenação paroquial, com o apoio de seu pároco, padre Cesanildo Soares, escolheu esse objetivo como a principal meta na vida das crianças.

Percebemos o quanto as crianças que conhecem e vivem o carisma da IAM, amam e mudam seu estilo de vida, passam a serem participativas, crianças missionárias, comprometidas com a Igreja", afirma Jéssica Teófilo, secretária da IAM no estdo do Ceará.

Entre os dias 15 e 17 de março, na Comunidade de Pixaim, 30 crianças e adolescentes e cinco assessores da IAM participaram de um encontro de formação. Os assessores estudaram a história, o carisma e a psicopedagogia da IAM. Os trabalhos encerraram com um momento de oração e lanche partilhado nas dunas, próximo a igreja. "Esse gesto lembrou a multiplicação dos pães. A cada implantação a gente se surpreende com as crianças, participando e amando cada vez mais essa Obra", conta Jéssica.

Durante a missa celebrada pelo padre Edvaldo Monteiro, no domingo, 17, foi implantado o grupo da IAM. Ao consagrar as crianças, adolescentes e assessores da IAM, na presença dos pais e da comunidade em geral, padre Edvaldo sublinhou a importância de ajudar seus filhos a perseverarem na caminhada.

Fonte: Jaime C. Patias - www.pom.org.br

quarta-feira, 20 de março de 2013

Encontro em Natal (RN) prossegue com preparativos do 8º Muticom

O presidente e a assessora da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Dimas Lara Barbosa e irmã Élide Maria Fogolari, respectivamente, e a presidente da Signis Brasil, irmã Helena Corazza, estarão em Natal (RN), no próximo sábado, 23 de março, para uma reunião com as equipes que estão organizando o 8º Mutirão Brasileiro de Comunicação (Muticom). A reunião, que também contará com a participação do Arcebispo de Natal, dom Jaime Vieira Rocha.

No encontro, serão apresentados um balanço dos preparativos para o Mutirão. Também, haverá um momento de interação entre os organizadores para a acolhida de sugestões. O 8º Muticom será sediado em Natal, no período de 27 de outubro a 01 de novembro deste ano. É promovido pela CNBB, Signis Brasil, Arquidiocese de Natal,  e  das unidades acadêmicas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN: Superintendência de Comunicação, Departamento de Comunicação, Centro Acadêmico Berilo Wanderley e Mestrado em Estudos da Mídia.

As inscrições para o 8º Muticom serão abertas em breve. O site www.muticom.com.br contém informações sobre o evento, como programação, sugestões de hospedagem, peças publicitárias, notícias, entre outras.

Fonte: CNBB

Aberto credenciamento de jornalistas para a 51ª Assembleia Geral

Os órgãos e os profissionais de imprensa interessados na cobertura da Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que se realizará de 10 a 19 de abril de 2013, em Aparecida (SP,) são convidados a solicitar o credenciamento até às 23h do dia 5 de abril de 2013.

O pedido deve ser feito em papel timbrado da empresa e assinado pela chefia imediata, enviado para o endereço eletrônico imprensa@cnbb.org.br . Será necessário informar na solicitação os seguintes dados: nome completo, função, número do documento de identidade, número do registro profissional (se houver), telefone, fax e e-mail da empresa para contato.

Caso o profissional seja estrangeiro, deverá apresentar cópias das páginas do passaporte nas quais estejam registradas a identificação do titular, o número do passaporte e o órgão expedidor, além da credencial do Ministério das Relações Exteriores.

É importante que o veículo encaminhe o e-mail do setor de jornalismo da empresa ou do repórter que vai participar da cobertura para o caso de a Assessoria de Imprensa da CNBB vir a disponibilizar antecipadamente algum material sobre o evento.

As credenciais serão entregues no dia do evento no Centro de Eventos padre Vítor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP), local da 51ª Assembleia mediante apresentação de carteira de identidade.

Mais informações pelos telefones: (61) 2103-8313.

Papa Francisco recebe Presidente Dilma e diz que pretende ir a Aparecida (SP) após a JMJ

A presidente Dilma Rousseff foi recebida na manhã desta quarta-feira, 20 de março, no Vaticano, pelo Papa Francisco, durante uma audiência particular. No dia de ontem, terça-feira, falando aos jornalistas a presidente afirmou que a Jornada Mundial da Juventude seria o “tema central” do encontro com o Papa Francisco.

“A Jornada – disse a Presidente -, vai atrair para o Brasil milhares de jovens católicos, que serão muito bem recebidos, como a gente sempre faz”, acrescentou. A visita ao Rio para a Jornada Mundial da Juventude, em julho, deverá ser a primeira grande viagem do Papa Francisco.

O papa Francisco disse à presidente Dilma Rousseff que é necessário empenho conjunto para combater as drogas e reforçar os valores e os princípios para a juventude. Dilma foi a primeira chefe de Estado recebida por Francisco, depois da cerimônia que marcou ontem (19) o início do seu pontificado. Na conversa, o papa lembrou que a construção do futuro depende da juventude.

“[O papa] falou sobre a importância da juventude na construção do futuro da humanidade e que a Igreja [Católica], como uma instituição secular, tem no jovem um foco muito grande”, disse a presidente, após o encontro com o papa, no Vaticano.

Dilma disse que Francisco ressaltou que é fundamental, para o combate às drogas, reforçar valores e princípios. “Conversamos sobre a questão das drogas e do crack, o reforço de valores, princípios e símbolos para a juventude”, destacou.

A presidente acrescentou que o papa confirmou que participará da Jornada Mundial da Juventude, nos dias 23 a 28 de julho, no Rio de Janeiro. “Ele [o papa] disse que espera uma presença grande dos jovens [durante a jornada]”, contou ela. Segundo Dilma, o papa disse que pretende, depois da jornada, visitar Aparecida (SP) – onde está o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida.

“Ele [o papa] disse que vai a Aparecida, depois [da jornada]. Ele até me lembrou que, em 2007, esteve em Aparecida, e me deu um livro do que eles [os bispos latino-americanos] fizeram em 2007”, contou a presidente, lembrando da recomendação de Francisco de que ela “não leia o livro todo”.

“'Você não precisa ler tudo porque você pode se aborrecer, então você pega o índice e vai nos assuntos que te interessa', ele me disse”, contou Dilma, entre sorrisos, demonstrando o bom humor de Francisco.

A presidente se disse impressionada como o papa se comporta como uma pessoa normal. “Ele [Francisco] é o primeiro muitas coisas: é o primeiro Francisco, primeiro jesuíta, primeiro latino-americano e primeiro argentino”, acrescentou Dilma, informando que percebeu bastante entusiasmo no papa.

A Rádio Vaticano informou que o Cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida (SP) e presidente da CNBB, ficou feliz ao receber a notícia. Porém, ainda não há maiores detalhes sobre esse acréscimo no roteiro da visita do Santo Padre ao país. “É uma notícia que me enche de alegria. Os devotos de Nossa Senhora Aparecida, em todo o Brasil, também devem estar transbordando de alegria”, disse dom Damasceno.

Fonte: CNBB

Do CELAM ao Papa Francisco: “Lembramo-nos sempre do convite à missão. Bispo e povo”

“Vivemos a experiência de sua escolha em um clima de colegialidade episcopal. Este fato nos encheu de uma alegria profunda pelo que representa para a Igreja universal e sobretudo para as Igrejas peregrinas da América Latina e do Caribe”, afirma uma carta do Conselho Episcopal Latino Americano (CELAM), dirigida ao recém-eleito Papa Francisco.

A carta, enviada à Agência Fides, continua recordando que “em entrevista ao final de seu mandato na presidência do CELAM, o Sr disse: “A última Conferência dos Bispos realizada em Aparecida é fermento de inspiração, é um convite à criatividade, demarca as linhas da ação missionária; não se encerra com um documento como as conferências precedentes, mas culmina com uma missão isso é muito importante”.

“Queremos assegurar-lhe, Santo Padre, que nos identificamos plenamente com a sua primeira mensagem: Agora, começamos o nosso caminho: Bispo e povo. Por isso, pedimos com humildade a sua benção apostólica para a Igreja na América Latina e no Caribe” conclui a carta.

A carta é assinada pelo presidente do CELAM, Dom Carlos Aguiar Retes, Arcebispo de Tlalnepantla, México; por Dom Dimas Lara Barbosa, Arcebispo de Campo Grande, Brasil, Segundo o vice-presidente do CELAM; por Dom Santiago Silva Retamales, Bispo auxiliar de Valparaíso, Chile, Secretário Geral do CELAM e por Dom Carlos María Collazzi, SDB, Bispo de Mercedes, Uruguai, Presidente da Comissão Econômica do CELAM.

Fonte: Agência Fides
Local: Bogotá

Juventude Missionária investe na formação de coordenadores e assessores

A diocese de Cruzeiro do Sul (AC) acolheu, nos dias 15 a 17, um encontro de jovens coordenadores e assessores da Juventude Missionária (JM). Participaram também jovens interessados em conhecer a história e a metodologia da JM.

Padre Marcelo Gualberto, secretário nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POPF), assessorou os trabalhos com reflexões sobre a história da JM, sua realidade no Brasil, conquistas, dificuldades e metodologia. Em sintonia com os grandes eventos envolvendo a juventude este ano, temas como a Campanha da Fraternidade e a Jornada Mundial da Juventude (JMJ Rio 2013), também foram abordados. Celebrações, momentos de oração, terço missionário e animação, completaram a programação do encontro.

Segundo os organizadores, esta foi a primeira vez que a diocese contou com a assessoria nacional da JM para uma formação. "Os jovens da JM têm que ser missionário em sua vida diária, não apenas pensar em missões nas famílias ou fora de sua realidade, mas precisam saber que a missão começa dentro de cada um", afirmou padre Marcelo. "Isso ficou evidente nas partilhas dos jovens de cada paróquia, quando a maioria destacou a consciência missionária que deve estar presente ao ‘calçar as sandálias do povo'", completou.

Para Kelvyla Lima, coordenadora diocesana da JM, "apesar de esperar maior número de participantes, todos os jovens aproveitaram bem os estudos e celebrações. Pude olhar cada um nos olhos, conhecê-los melhor. Agora terei a possibilidade de acompanhá-los dando o apoio necessário para aqueles que quiserem realizar encontros posteriores de formação", avaliou. "Sem dúvida, a promoção desse encontro foi essencial para o aprofundamento do perfil do jovem missionário tão necessário para a perseverança dos grupos de Juventude Missionária", destacou.

Participaram do encontro 26 pessoas, entre jovens e adultos das paróquias São José (Rodrigues Alves), São Francisco (Mâncio Lima), São Francisco (Guajará), Nossa Senhora do Rosário (Cruzeiro do Sul), Nossa Senhora da Glória (Cruzeiro do Sul), Perpétuo Socorro (Feijó) e São Sebastião (Marechal Thaumaturgo).

Fonte: Jaime C. Patias - www.pom.org.br

terça-feira, 19 de março de 2013

Primeira missa do Papa Francisco: "Cuidar das pessoas que estão na periferia do nosso coração"

Desde as primeiras horas da manhã de hoje, 19 de março, a praça São Pedro começou a receber chefes de estado, líderes religiosos e peregrinos para a missa de inauguração do pontificado do papa Francisco. Antes do início da cerimônia, o Papa Francisco desfilou em carro aberto pela praça, e em seguida desceu ao túmulo de São Pedro, embaixo do altar da Confissão, dentro da Basílica. Depois de se deter alguns minutos em oração, incensou o Trophaeum apostólico e se juntou à procissão de cardeais concelebrantes.

À frente, estavam os diáconos levando o Pálio pastoral, o Anel do Pescador e o Evangelho. Já fora da Basílica, no altar da Praça São Pedro, o cardeal-protodiácono, Jean-Louis Tauran, impôs o Pálio (estola decorada com as cruzes do martírio); o cardeal protopresbítero Godfried Danneels, fez uma oração, e o cardeal decano Angelo Sodano entregou ao Pontífice o Anel do Pescador. Neste momento, seis cardeais, em nome de todo o Colégio Cardinalício, prestaram obediência ao Papa.

Todos os cardeais, patriarcas e arcebispos maiores das Igrejas orientais católicas; o secretário do Conclave, Dom Lorenzo Baldisseri, e os padres Fr. Jose' Rodriguez Carballo e Alfonso Nicolas SJ, respectivamente presidente e vice-presidente da União dos Superiores Gerais, concelebraram com Francisco a sua primeira Missa como Papa.

Também acompanharam a celebração o presidente da Itália, Giogio Napolitano; as presidentes da Argentina, Cristina Kirchner; e do Brasil, Dilma Rousseff, entre outros. Todos os chefes de estado e delegações estrangeiras foram recebidos pelo papa, após a missa, na Basílica de São Pedro.

A seguir, a íntegra da homilia do papa Francisco, na missa de hoje, solenidade de São José, patrono da Igreja.

“Queridos irmãos e irmãs!

Agradeço ao Senhor por poder celebrar esta Santa Missa de início do ministério petrino na solenidade de São José, esposo da Virgem Maria e patrono da Igreja universal: é uma coincidência densa de significado e é também o onomástico do meu venerado Predecessor: acompanhamo-lo com a oração, cheia de estima e gratidão.

Saúdo, com afecto, os Irmãos Cardeais e Bispos, os sacerdotes, os diáconos, os religiosos e as religiosas e todos os fiéis leigos. Agradeço, pela sua presença, aos Representantes das outras Igrejas e Comunidades eclesiais, bem como aos representantes da comunidade judaica e de outras comunidades religiosas. Dirijo a minha cordial saudação aos Chefes de Estado e de Governo, às Delegações oficiais de tantos países do mundo e ao Corpo Diplomático.

Ouvimos ler, no Evangelho, que «José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor e recebeu sua esposa» (Mt 1, 24). Nestas palavras, encerra-se já a missão que Deus confia a José: ser custos, guardião. Guardião de quem? De Maria e de Jesus, mas é uma guarda que depois se alarga à Igreja, como sublinhou o Beato João Paulo II: «São José, assim como cuidou com amor de Maria e se dedicou com empenho jubiloso à educação de Jesus Cristo, assim também guarda e protege o seu Corpo místico, a Igreja, da qual a Virgem Santíssima é figura e modelo» (Exort. ap. Redemptoris Custos, 1).Como realiza José esta guarda? Com discrição, com humildade, no silêncio, mas com uma presença constante e uma fidelidade total, mesmo quando não consegue entender. Desde o casamento com Maria até ao episódio de Jesus, aos doze anos, no templo de Jerusalém, acompanha com solicitude e amor cada momento. Permanece ao lado de Maria, sua esposa, tanto nos momentos serenos como nos momentos difíceis da vida, na ida a Belém para o recenseamento e nas horas ansiosas e felizes do parto; no momento dramático da fuga para o Egipto e na busca preocupada do filho no templo; e depois na vida quotidiana da casa de Nazaré, na carpintaria onde ensinou o ofício a Jesus.

Como vive José a sua vocação de guardião de Maria, de Jesus, da Igreja? Numa constante atenção a Deus, aberto aos seus sinais, disponível mais ao projecto d’Ele que ao seu. E isto mesmo é o que Deus pede a David, como ouvimos na primeira Leitura: Deus não deseja uma casa construída pelo homem, mas quer a fidelidade à sua Palavra, ao seu desígnio; e é o próprio Deus que constrói a casa, mas de pedras vivas marcadas pelo seu Espírito. E José é «guardião», porque sabe ouvir a Deus, deixa-se guiar pela sua vontade e, por isso mesmo, se mostra ainda mais sensível com as pessoas que lhe estão confiadas, sabe ler com realismo os acontecimentos, está atento àquilo que o rodeia, e toma as decisões mais sensatas. Nele, queridos amigos, vemos como se responde à vocação de Deus: com disponibilidade e prontidão; mas vemos também qual é o centro da vocação cristã: Cristo. Guardemos Cristo na nossa vida, para guardar os outros, para guardar a criação!

Entretanto a vocação de guardião não diz respeito apenas a nós, cristãos, mas tem uma dimensão antecedente, que é simplesmente humana e diz respeito a todos: é a de guardar a criação inteira, a beleza da criação, como se diz no livro de Génesis e nos mostrou São Francisco de Assis: é ter respeito por toda a criatura de Deus e pelo ambiente onde vivemos. É guardar as pessoas, cuidar carinhosamente de todas elas e cada uma, especialmente das crianças, dos idosos, daqueles que são mais frágeis e que muitas vezes estão na periferia do nosso coração. É cuidar uns dos outros na família: os esposos guardam-se reciprocamente, depois, como pais, cuidam dos filhos, e, com o passar do tempo, os próprios filhos tornam-se guardiões dos pais. É viver com sinceridade as amizades, que são um mútuo guardar-se na intimidade, no respeito e no bem. Fundamentalmente tudo está confiado à guarda do homem, e é uma responsabilidade que nos diz respeito a todos. Sede guardiões dos dons de Deus!

E quando o homem falha nesta responsabilidade, quando não cuidamos da criação e dos irmãos, então encontra lugar a destruição e o coração fica ressequido. Infelizmente, em cada época da história, existem «Herodes» que tramam desígnios de morte, destroem e deturpam o rosto do homem e da mulher.

Queria pedir, por favor, a quantos ocupam cargos de responsabilidade em âmbito económico, político ou social, a todos os homens e mulheres de boa vontade: sejamos «guardiões» da criação, do desígnio de Deus inscrito na natureza, guardiões do outro, do ambiente; não deixemos que sinais de destruição e morte acompanhem o caminho deste nosso mundo! Mas, para «guardar», devemos também cuidar de nós mesmos. Lembremo-nos de que o ódio, a inveja, o orgulho sujam a vida; então guardar quer dizer vigiar sobre os nossos sentimentos, o nosso coração, porque é dele que saem as boas intenções e as más: aquelas que edificam e as que destroem. Não devemos ter medo de bondade, ou mesmo de ternura.A propósito, deixai-me acrescentar mais uma observação: cuidar, guardar requer bondade, requer ser praticado com ternura. Nos Evangelhos, São José aparece como um homem forte, corajoso, trabalhador, mas, no seu íntimo, sobressai uma grande ternura, que não é a virtude dos fracos, antes pelo contrário denota fortaleza de ânimo e capacidade de solicitude, de compaixão, de verdadeira abertura ao outro, de amor. Não devemos ter medo da bondade, da ternura!

Hoje, juntamente com a festa de São José, celebramos o início do ministério do novo Bispo de Roma, Sucessor de Pedro, que inclui também um poder. É certo que Jesus Cristo deu um poder a Pedro, mas de que poder se trata? À tríplice pergunta de Jesus a Pedro sobre o amor, segue-se o tríplice convite: apascenta os meus cordeiros, apascenta as minhas ovelhas. Não esqueçamos jamais que o verdadeiro poder é o serviço, e que o próprio Papa, para exercer o poder, deve entrar sempre mais naquele serviço que tem o seu vértice luminoso na Cruz; deve olhar para o serviço humilde, concreto, rico de fé, de São José e, como ele, abrir os braços para guardar todo o Povo de Deus e acolher, com afecto e ternura, a humanidade inteira, especialmente os mais pobres, os mais fracos, os mais pequeninos, aqueles que Mateus descreve no Juízo final sobre a caridade: quem tem fome, sede, é estrangeiro, está nu, doente, na prisão (cf. Mt 25, 31-46). Apenas aqueles que servem com amor capaz de proteger.

Na segunda Leitura, São Paulo fala de Abraão, que acreditou «com uma esperança, para além do que se podia esperar» (Rm 4, 18). Com uma esperança, para além do que se podia esperar! Também hoje, perante tantos pedaços de céu cinzento, há necessidade de ver a luz da esperança e de darmos nós mesmos esperança. Guardar a criação, cada homem e cada mulher, com um olhar de ternura e amor, é abrir o horizonte da esperança, é abrir um rasgo de luz no meio de tantas nuvens, é levar o calor da esperança! E, para o crente, para nós cristãos, como Abraão, como São José, a esperança que levamos tem o horizonte de Deus que nos foi aberto em Cristo, está fundada sobre a rocha que é Deus.
Guardar Jesus com Maria, guardar a criação inteira, guardar toda a pessoa, especialmente a mais pobre, guardarmo-nos a nós mesmos: eis um serviço que o Bispo de Roma está chamado a cumprir, mas para o qual todos nós estamos chamados, fazendo resplandecer a estrela da esperança: Guardemos com amor aquilo que Deus nos deu!Peço a intercessão da Virgem Maria, de São José, de São Pedro e São Paulo, de São Francisco, para que o Espírito Santo acompanhe o meu ministério, e, a todos vós, digo: rezai por mim! Amem.

Fonte: CNBB
FonteFonte: CNBB

sexta-feira, 8 de março de 2013

Cardeais decidem: Conclave começa na próxima terça, dia 12

Na oitava Congregação Geral, realizada na tarde desta sexta-feira, 08 de março, o Colégio Cardinalício decidiu a data de início do Conclave que vai eleger o novo papa. Nesta terça, dia 12 de março, os 115 cardeais eleitores iniciam os trabalhos. No período da manhã, na Basílica de São Pedro, será celebrada a Missa ‘Pro eligendo Pontifice’ e na parte da tarde ocorre a entrada dos Cardeais na Capela Sistina. Os primeiros escrutínios já deverão se realizar na tarde do mesmo dia.

Mesmo com a data do Conclave confirmada, o Colégio Cardinalício realizará mais uma Congregação Geral neste sábado. O diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, declarou em coletiva que os cardeais não poderão receber informações externas durante o Conclave, nem poderão ler jornais, ouvir rádio, assistir à TV ou acessar a internet, como prevê a Constituição Apostólica Universi Dominici Gregis. Serão instalados bloqueadores de comunicação para impedir o uso de equipamentos e dispositivos eletrônicos, como celulares, da mesma forma como já ocorre na Sala dos Sínodos, onde têm ocorrido as congregações gerais.

Ainda segundo o padre Lombardi, os cardeais não terão que passar por revista para entrar na Capela Sistina. Apenas os funcionários e demais pessoas devem ter de se submeter a um detector de dispositivos. Durante o período de reclusão para a escolha do novo Papa, os cardeais poderão se confessar.

Participarão do Conclave 115 cardeais, sendo necessário o voto favorável de 77 purpurados para eleger o Papa, ou seja, os 2/3 dos votantes.

Fonte: CNBB

quinta-feira, 7 de março de 2013

Cardeais reunidos pela quarta vez. Faltam poucos eleitores. Esta tarde, oração pela Igreja, na basílica de São Pedro

Pela quarta vez neste período de Sé Vacante, 153 membros do Colégio dos Cardeais (113 dos quais eleitores) reuniram-se nesta quarta-feira de manhã, às 9.30h, prosseguindo com diversas intervenções livres, 18 ao todo, sobre a situação da Igreja e do mundo a ter em conta na eleição do novo Papa, no Conclave. Falou-se nomeadamente de: Igreja no mundo de hoje e exigência da nova evangelização; relação entre Cúria Romana e os Bispos do mundo; perfil do futuro Papa, face às expectativas existentes. Foi decidido que amanhã haverá duas congregações gerais, uma de manhã e outra de tarde. Ainda desta vez não ficou marcada a data para o início do Conclave.

Dos Cardeais eleitores que ainda faltavam, três deles participaram hoje pela primeira vez na congregação geral, tendo acabado de chegar a Roma. Eram eles o patriarca Naguib, egípcio; o alemão Lehmann, de Mainz; John Tong, de Hong Kong. Os únicos cardeais eleitores ainda ausentes são, neste momento, o cardeal Nicz, polaco, arcebispo de Varsóvia, cuja chegada está prevista para esta tarde; e o cardeal Pham Minh-Man, do Vietname, que deverá chegar amanhã, quinta-feira.

Entretanto, segundo quanto ficara decidido ontem, os Cardeais promovem esta tarde, às 17 horas, na basílica de São Pedro, junto ao altar da Cátedra, um momento de oração pela Igreja. A celebração terá início com o Terço do Rosário (mistérios gloriosos), em latim e italiano. Seguirá a exposição solene do Santíssimo Sacramento, com um tempo de adoração; finalmente, a recitação de Vésperas (presididas pelo cardeal Angelo Comastri, arcipreste da Basílica), concluindo com a bênção do Santíssimo.

Fonte: Rádio Vaticano

Dia Mundial das Comunicações é tratado na reunião do Conselho Permanente

Dom Dimas Lara Barbosa, presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, fez um breve relato sobre o significado do 47o Dia Mundial das Comunicações, 12 de maio de 2013, que já recebeu do Papa emérito, Bento XVI, uma mensagem especial.

“Redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização” é o tema deste ano. Dom Dimas, na apresentação da Mensagem, recorda que Bento XVI considera que “o desenvolvimento das redes sociais estão contribuindo para a aparição de uma nova ágora, de uma praça pública e aberta onde as pessoas partilham ideias, informações, opiniões, e podem ainda ganhar vida novas relações e formas de comunidade”.

Dom Dimas também enviou uma carta a todas as dioceses do Brasil para informar e animar a celebração do Dia Mundial das Comunicações. Nesta carta se comunica que cada diocese vai receber um exemplar da Mensagem do Papa para ser enviado às comunidades de modo que se possa dar ênfase ao dia mundial de forma festiva e celebrativa e, desse modo, aprofundar uma verdadeira cultura de comunicação.

A seguir, a íntegra da carta:

Aos Senhores
Cardeais, Arcebispos e Bispos da Igreja no Brasil
Em suas sedes

Prezados irmãos no episcopado,

A Editora “Paulinas”, atendendo às solicitações da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação, publicou, como cortesia, o livreto para o Dia Mundial das Comunicações com uma tiragem de 15.000 exemplares. Esses livretos serão encaminhados às diversas (Arqui) Dioceses, em quantidade proporcional ao número de Paróquias de cada uma. Pedimos que eles sejam direcionados aos senhores Párocos ou Administradores Paroquiais, ou às equipes de comunicação ou liturgia das diversas Paróquias ou Comunidades, para que possam, com a mensagem do Santo Padre, organizar a Liturgia do dia, e outras atividades comemorativas ao Dia Mundial das Comunicações.

O livreto contém, além da mensagem do Papa, uma reflexão de Dom Luiz Mancilla Vilela, sugestões de como celebrar o Dia Mundial das Comunicações e uma relação de todos os temas já abordados nessa mesma circunstância ao longo da história. E é desejo do Santo Padre que o Dia Mundial para as Comunicações seja celebrado em todas as Igrejas de forma participativa, reflexiva e celebrativa, para que cada vez mais os cristãos desenvolvam uma consciência crítica frente aos meios e processos de comunicação.

Muito obrigado por sua atenção. Desejo a todos muita alegria e paz no Senhor.

Fraternalmente,

Dom Dimas Lara Barbosa
Arcebispo de Campo Grande
Presidente da  Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação

Pe. Clovis Andrade de Melo
Assessor de Comunicação Social
 
Ir. Élide Maria Fogolari
Assessora de Comunicação Social

Novo site do Regional Sul 1 da CNBB está no ar

O bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e secretário-geral do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Tarcísio Scaramussa, publicou sua mensagem de boas-vindas aos visitantes do novo site da instituição.

O site www.cnbbsul1.org.br, totalmente reformulado, vem em boa hora, haja vista o rápido avanço das comunicações nas redes sociais, Facebook, Twitter, smartphone, iPad ou tablet, blogs e outros.

O novo site, explica Dom Tacísio, quer ser um meio de comunicação eficaz a serviço de todos e cada um dos meus irmãos no episcopado, como também das pastorais, organismos, associações e movimentos do Regional Sul 1 da CNBB, além de transmitir, com mais dinamismo, as suas ações e as diversas informações da Igreja em São Paulo, no Brasil e no mundo.

Na mensagem, Dom Tarcísio recordou o Papa emérito Bento XVI: "Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra", disse.

Em sua reflexão, o bispo ressalta ainda que "a Igreja é chamada a marcar presença também na rede, onde as pessoas estão se encontrando, e manifestar aí neste espaço o testemunho de sua fé, as ‘razões de sua esperança'".

Dom Tarcísio convidou também todos os internautas "a serem protagonistas da evangelização nesse ambiente digital, que certamente não é tarefa fácil e que exige novos métodos e novas atitudes", disse ele. Lembrando alguns entendidos, como o padre, escritor e teólogo Antonio Spadaro, afirmou que "não se trata apenas de uma questão técnica": "Não é somente aprender a ‘usá-la' bem, mas porque foram chamados para ajudar a humanidade a compreender o significado profundo da própria rede no projeto de Deus: não como um instrumento a ser ‘usado', mas como um ambiente a ser ‘habitado'".

A respeito do novo site, o bispo conclui "Que este site seja expressão do mandato missionário de Jesus Cristo a seus dicípulos: 'Ide pelo mundo inteiro e anunciai a Boa Nova a toda criatura'" (Marcos 16,15), concluiu Dom Tarcísio.

A íntegra da mensagem escrita pelo secretário geral do Regional Sul 1 da CNBB pode ser lida no seguinte link:  http://www.cnbbsul1.org.br/?p=649

Fonte:Renato Papis - www.cnbbsul1.org.br

segunda-feira, 4 de março de 2013

SHOCKWAVE 2013

Entre os dias 1 e 3 de março, jovens do mundo inteiro se reuniram em oração pela Igreja Perseguida.

"A oração pode ir aonde nós não podemos." - Irmão André

Organizado desde 2001 pelo Underground, ministério de jovens da ONG Portas Abertas, o SHOCKWAVE é um evento internacional que, esse ano, acontece de 1 a 3 de março. Jovens em mais de 50 países estarão unidos em oração pela Igreja Perseguida, com o intuito de impactar a vida de cristãos que sofrem por amor ao evangelho!

O objetivo do SHOCKWAVE é que você se reúna com alguns amigos para orar em prol dos cristãos perseguidos. Para participar, basta organizar uma reunião de oração e chamar o máximo de pessoas que puder. Pode ser em qualquer lugar: em casa, na igreja, no trabalho, na faculdade, em um parque, etc. Para muitos cristãos, a perseguição não para, por isso, não se esqueça deles! Durante esses dias, faça algo diferente: alcance os cristãos perseguidos com a sua oração! Somos UM COM ELES!

Em 2013, o tema do SHOCKWAVE será a Igreja chinesa. Onde, mesmo sob severa perseguição, um grande avivamento teve lugar! De um milhão de cristãos em 1949, a Igreja conta, hoje, com mais de 80 milhões de pessoas.

Como uma igreja que sofria com prisões, agressões e falta de Bíblias cresceu tanto? O que explica este, que é um dos maiores avivamentos da história, é a oração! Cristãos perseveravam em oração pelo seu país. Eles não oravam por si próprios, por conta do seu sofrimento, mas pediam por avivamento. Jovens comprometidos com Cristo que oraram pela transformação da China, para que seu país conhecesse a liberdade que há em Jesus.

Fonte: www.portasabertas.org.br - Portas Abertas

Qual é o papel da missiologia no mundo atual?

Terminou nesta sexta-feira, 1º, o 2º Simpósio de Missiologia, realizado em Brasília desde segunda-feira, 25. O evento reuniu mestres e doutores em missiologia, docentes e teólogos de outras áreas, representantes de instituições e organizações missionárias, assim como agentes de pastoral em torno de discussões sobre a teologia das missões, com foco para o atual contexto da América Latina.

Mas, afinal, o que é missiologia, qual é o seu papel? De acordo com o mestre em Missiologia e diretor do Centro Cultural Missionário (CCM), padre Estêvão Raschietti, sx, o objetivo da missiologia, ou seja, da teologia das missões, é ajudar a centralizar o discurso sobre a missão.

Segundo padre Estêvão, há o risco de criar uma confusão, considerando como missionária todo tipo de ação, inclusive aquilo que não o é. "Missão é ir pra fora, é convidar a paróquia, a comunidade a se lançar fora de seus hábitos, de seus ambientes, porque missão implica sempre um partir, um caminhar e se aproximar dos outros".

O sacerdote ressalta que a acolhida, por exemplo, é algo feito nas paróquias e que é um gesto muito bom. Porém, explica que a ação especificamente missionária não é aquela que acolhe, mas que se dispõe a ser acolhida pelo outro. "Quem acolhe é o dono da casa, quem se dispõe a ser acolhido é o hóspede. Então missionária é uma Igreja que se torna hóspede na casa dos outros, tem que fazer esse movimento de sair para ir ao encontro dos outros", disse.

Sobre as ações previstas para este campo de estudo tendo em vista o mundo atual, padre Estêvão enfatiza a necessidade de formação. Ele cita o desejo de que todos os seminários e escolas teológicas tenham um curso consistente de missiologia para os seminaristas. "O próprio Documento de Aparecida fala que fazer uma opção por uma Igreja missionária é fazer uma opção pela formação", comenta.

E com relação aos avanços feitos nessa área desde o primeiro simpósio, realizado há 14 anos, padre Estêvão faz uma análise positiva, acreditando que houve evoluções e que o tempo presente está propício para voltar a focar nestas discussões.

"A realidade mudou, tanto eclesial como social. Eu acho que também a Igreja caminhou positivamente em relação a uma Igreja sempre mais missionária. Eu acho que nós estamos em um período muito mais favorável, graças também ao Documento de Aparecida, e também menos conflitual, quer dizer, à procura mais de uma comunhão".

Para o sacerdote, essa busca de comunhão é algo muito importante para a missiologia, uma vez que a missão leva sempre mais para a colaboração, participação, para a procura de unidade dentro da Igreja. "Também na Igreja no Brasil temos que dar um testemunho de unidade e a missão é uma ocasião muito propícia para isso".

Fonte: www.noticias.cancaonova.com - Jéssica Marçal / Canção Nova

Simpósio de Missiologia propõe criação de Associação de Missiólogos

"A Igreja no Brasil precisa sistematizar uma visão global de missão, uma reflexão orgânica sobre a missão, a partir da realidade latino-americana que tenha como fonte as experiências missionárias". Este foi um consenso entre os participantes do 2º Simpósio de Missiologia ao propor a criação de uma Associação de Missiólogos e Missiólogas no Brasil. A entidade deve reunir pesquisadores e acadêmicos na área de especialização, mestrado, doutorado em missiologia, aberto também a especialistas afins.

Numa visão de interdisciplinariedade orgânica, foram definidas algumas áreas de atuação, tais como a elaboração e divulgação de produção acadêmica, promoção de eventos científicos, intercâmbios com outros agentes e entidades comprometidos com a ação missionária, interação com grupos pastorais.

A partir de uma "carta de intenção" haverá possibilidade de se inscrever como membro da futura Associação. Foram discutidos ainda assuntos relacionados à manutenção, aspectos organizativos e a localização da sede da entidade. O diretor do Centro Cultural Missionária (CCM), padre Estêvão Raschietti, foi aclamado como secretário "ad hoc" até a constituição legal da Associação. Já existe um Site que disponibiliza conteúdos e divulga as atividades na área da missiologia (www.missiologia.org.br).

Promovido pelo Centro Cultural Missionário e a Rede Ecumênica Latino Americana de Missiólogos e Missiólogas (RELAMI) o 2º Simpósio de Missiologia teve como tema: "Teologia para uma missão a partir da América Latina hoje". O encontro reuniu em Brasília (DF), entre os dias 25 de fevereiro e 1º de março, cerca de 50 pessoas envolvidas na ação e na reflexão missiológica em todo o Brasil.

Fonte: Jaime C. Patias - POM

Primeiro domingo sem Angelus, após renúncia de Bento XVI

Este domingo, 3 de março, é o primeiro sem a oração mariana do Angelus, após a renúncia ao ministério petrino de Bento XVI e início da Sé Vacante.Desde o início de seu pontificado, milhões de pessoas, todos os domingos, esperaram por Bento XVI para ouvi-lo e rezar com ele a oração do Angelus, ao meio-dia, na Praça São Pedro.

Em quase oito anos de pontificado, por 455 vezes, de maio de 2005 a fevereiro de 2013, aquele momento tornou-se uma ocasião privilegiada para o Papa emérito falar aos fiéis como um mestre de fé sólida e compreensível. Um guia que imediatamente deixou claro o fundamento de seu magistério: "A palavra que resume toda a revelação é esta: Deus é amor e o amor é sempre um mistério, uma realidade que ultrapassa a razão, sem contradizê-la, mas exalta o seu potencial", disse o pontífice.

Estas palavras foram proferidas por Bento XVI em 22 de maio de 2005 em seu primeiro Angelus da janela da residência apostólica vaticana. Naquele dia, começou a se delinear a função e o valor que Bento XVI atribuiu ao Angelus: fazer uma pequena homilia sobre a liturgia do dia, a lectio divina em forma breve com a qual todos os domingos, na igreja a céu aberto da Praça São Pedro, o Papa teólogo tornou-se pároco para aqueles que pararam para ouvi-lo no meio da multidão ou diante da televisão, pelo rádio, ou pela internet.

O pontífice incentivou os cristãos a redescobrirem a beleza do domingo: "Toda paróquia é chamada a redescobrir a beleza do domingo, Dia do Senhor, em que os discípulos de Cristo renovam na Eucaristia, a comunhão com Aquele que dá sentido às alegrias e dificuldades de cada dia. Nós não podemos viver sem o domingo: assim professaram os primeiros cristãos, mesmo a custo da própria vida, e assim somos chamados a repetir hoje."

Em seu último Angelus, de 24 de fevereiro, Bento XVI disse: "Obrigado pela vossa presença e todas as manifestações de afeto e solidariedade e, sobretudo, pelas orações neste momento particular para mim e para a Igreja. Desejo a todos um bom domingo e uma boa semana. Obrigado! Estamos sempre unidos na oração."

Fonte: CNBB

"Despedida na esperança": Editorial do P.Lombardi comenta últimos dias do Papa Bento XVI

Os últimos dois dias do Pontificado de Bento XVI permanecerão certamente gravados na memória de inumeráveis pessoas e marcarão uma etapa importante, nova e sem precedentes, na história da Igreja peregrina. Para muitos, foi quase uma descoberta da humanidade e da espiritualidade do Papa, para outros uma confirmação da sua humilde e ao mesmo tempo altíssima vida na fé.
Se o Papa Wojtyla tinha dado com coragem admirável diante dos olhos do mundo o seu testemunho de fé no sofrimento da doença, o Papa Ratzinger com não menos coragem deu-nos o testemunho da aceitação diante de Deus das limitações da velhice e do discernimento no exercício da responsabilidade que Deus lhe tinha confiado. Ambos nos ensinaram, não apenas com o magistério, mas também, e talvez até mais eficazmente, com a vida, o que significa procurar e encontrar cada dia a vontade de Deus para nós e para o nosso serviço, mesmo nas situações mais cruciais da existência humana.

Como ele próprio nos disse de forma muito eficaz, a renúncia do Papa não é, de maneira nenhuma um abandono, nem da missão recebida, e menos ainda dos fiéis. É um continuar a confiar a Deus a Sua Igreja, na firme esperança de que Ele continuará a guiá-la. Com humildade e serenidade Bento XVI afirma ter "tentado fazer" todo o possível para servir bem a Igreja, uma Igreja que não é sua, mas de Deus, e que pela contínua obra do Espírito "vive, cresce e desperta nas almas".
Neste sentido, o legado do Papa Bento é hoje um convite à oração e responsabilidade para todos. Antes de tudo, naturalmente, para os Cardeais, a quem cabe o dever da eleição do Sucessor, mas também, e não menos para toda a Igreja, que deve acompanhar na oração o discernimento dos eleitores e deverá acompanhar o novo Papa na tarefa de anunciar eficazmente o Evangelho "para o bem da Igreja e da humanidade", e guiar a comunidade a uma fidelidade cada vez maior ao próprio Evangelho de Cristo. Porque isto nenhum Papa pode fazê-lo sozinho. Fá-lo-emos, portanto, também nós com ele, e o "Papa Emérito" continuará a acompanhar-nos "trabalhando" para isto - são as suas últimas palavras públicas - "com seu coração, o seu amor, com a sua oração, com a sua reflexão ". Obrigado, Papa Bento.

Fonte: Rádio Vaticano

Cardeais já reunidos no Vaticano, para prepararem o Conclave e fixar a data do início

Os membros do Colégio Cardinalício da Igreja Católica começam hoje a reunir-se no Vaticano para as reuniões [congregações] gerais, na sequência do final do pontificado de Bento XVI e em vista a preparação do próximo Conclave. Os encontros decorrem na Sala Nova do Sínodo (no mesmo edifício da Sala das Audiências Gerais; na foto, chegada de cardeais esta manhã). A primeira reunião teve início às 9.30, convocada pelo Cardeal Decano, D. Ângelo Sodano, que preside ao Colégio de cardeais. Às 17h00, uma segunda congregação geral. Durante o período de Sede vacante – entre a renúncia de Bento XVI e a eleição do seu sucessor – compete aos cardeais a gestão de assuntos "ordinários ou inadiáveis" da Igreja, sem qualquer poder ou jurisdição sobre questões que competem ao Papa (por exemplo, a nomeação de bispos). Este interregno está regulamentado pelas leis eclesiásticas, em particular pela Constituição Apostólica “Universi Dominici Gregis”, de João Paulo II, de 22 fevereiro 1996.

“Durante a vagatura da Sé Apostólica, o Colégio dos cardeais não tem poder ou jurisdição alguma no que se refere às questões da competência do sumo pontífice, enquanto estava vivo ou no exercício das funções do seu ofício; todas essas questões deverão ser exclusivamente reservadas ao futuro pontífice”, lê-se no número 1 da referida Constituição Apostólica, que determina também, por exemplo, a forma de vestir nas congregações gerais: "Os cardeais usam a habitual batina preta filetada e a faixa vermelha, com o solidéu, cruz peitoral e anel".

Há atualmente 207 cardeais, 117 dos quais com direito a voto, por não terem ainda completado 80 anos a quando do início da Sé vacante. Destes 117, pelos menos dois deles anunciaram que não participarão no Conclave: o arcebispo emérito de Jakarta, na Indonésia, D. Julius Darmaatmadja, e o arcebispo emérito de Edimburgo, na Escócia, D. Keith Michael O’Brien. Participará, pelo contrário, o cardeal Walter Kasper, alemão, presidente emérito do Conselho Pontifício para o Diálogo Inter-religioso, que faz 80 anos nesta terça, 5 de março, uma vez que o que conta para ser ou não eleitor é a idade dos cardeais no momento do início da Sede Vacante.

Nas reuniões hoje iniciadas participam também os cardeais com mais de 80 anos (embora alguns destes tenham anunciado que serão ausentes, geralmente por razões de saúde). Uma das decisões que os cardeais terão que tomar é estabelecer a data para o início do Conclave, que pode ser antecipado desde que se encontrem em Roma todos os eleitores.

Fonte: Rádio Vaticano

O Dicastério missionário: “Obrigado a Bento XVI, rezamos pelo sucessor”

No primeiro dia da “Sé vacante”, os oficiais da Congregação para a Evangelização dos Povos (CEP), reunidos para um encontro semanal de trabalho, ouviram a exortação do Secretário do Dicastério Missionário, Dom Savio Hon Tai-Fai, que recordou e agradeceu o Papa Bento XVI, unindo-se à sua oração. O Arcebispo Hon Tai-Fai disse aos presentes que saudou ontem, às 14h30, o Prefeito da "Propaganda Fide", Card. Fernando Filoni, em nome de toda a Congregação. Na parte da manhã, antes do discurso de despedida feito pelo Papa aos cardeais, o Secretário assegurou ao Prefeito “o apoio e a oração pelos trabalhos que os Cardeais realizarão”. Dom Hon Tai-Fai frisou que “o Prefeito não foi sozinho à audiência de despedida do Santo Padre, mas levou consigo a devoção filial de todos nós que trabalhamos na CEP e, por meio de nós, a devoção e o carinho das Igrejas nos territórios de missão”. Os oficiais ouviram então o discurso do Papa na audiência de ontem de manhã.

“Sua Santidade Bento XVI é um homem que venera a Verdade e a divulga incansavelmente; é um homem que proclama e pratica a Caridade e promove a comunhão em Cristo, que é a Verdade e nossa esperança” – disse Dom Hon Tai Fai. “Enquanto Bento XVI nos acompanha com a oração – prosseguiu – neste tempo que a Igreja está vivendo, continuamos firmes na fidelidade à missão, rezando para que os Purpurados chamados a escolher o novo Pontífice sejam dóceis à ação do Espírito Santo”. “Precisamos sempre de um Pai, Pastor e Mestre”, acrescentou o Secretário.

O Arcebispo recordou ainda o princípio "Sede vacante nihil innovetur". Durante a oração do Ângelus, os oficiais da CEP também rezaram e expressaram seu “pleno apoio à Igreja, que deve discernir o novo Sumo Pontífice”.

Fonte: Agência Fides