quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Vaticano atento a jovens "nativos digitais"

O Conselho Pontifício da Cultura (CPC), da Santa Sé, apresentou hoje a sua assembleia plenária anual, destacando a importância de compreender os jovens como "nativos digitais" na sua comunicação.

"A sua [dos jovens] língua é diferente da minha, e não é só porque usam um décimo do meu vocabulário: os nossos jovens são nativos digitais e a sua comunicação adotou a simplificação do Twitter, a imagem dos sinais gráficos dos celulares", disse o presidente do CPC, cardeal Gianfranco Ravasi, em conferência de imprensa.

A reunião anual do organismo da Cúria Romana será de 6 a 9 de fevereiro e tem como tema ‘Culturas juvenis emergentes'.

O cardeal Ravasi falou num "salto geracional" e destacou que esta mudança se registrou "sobretudo a nível da comunicação".

"A lógica informática binária do ‘save' (guardar) ou ‘delete' (apagar) regula também a moral, que é apressada: a emoção imediata domina a vontade, a impressão determina a regra, o individualismo pragmático é condicionado apenas por eventuais modas de massa", prosseguiu.

O colaborador do Papa aludiu à imagem dos jovens que caminham com os seus fones de ouvido, como se estivessem "‘desligados' da insuportável complexidade social, política, religiosa" criada pelos adultos.

"A diferença dos jovens não é apenas negativa, mas contém sementes surpreendentes de fecundidade e autenticidade", sublinhou, elogiando os compromissos no voluntariado, o esporte, a música, a espiritualidade ou a amizade.

O bispo português Dom Carlos Azevedo, delegado do CPC, apresentou o programa do evento aos jornalistas, frisando a importância de atender a fenômenos como o desemprego, a cultura digital e o "alfabeto emotivo" das novas gerações.

Estas questões, defendeu, "exigem um discernimento por parte da Igreja e uma profunda mudança de linguagem".

"As culturas juvenis emergentes mostram a vulnerabilidade, a insegurança, a fragilidade de fórmulas repetitivas", alertou o prelado.

À Igreja, acrescentou Dom Carlos Azevedo, compete "abrir uma brecha no pessimismo, no medo do futuro, mesmo que as condições econômicas e o desemprego tendam a piorar nos próximos anos".

Os trabalhos da assembleia plenária do CPC vão abordar questões como ‘Do universo ao «multiverso», análise das culturas juvenis', ‘Nativos digitais: linguagem e rituais' ou a ‘Fé na juventude'.

O documento preparatório, distribuído à imprensa, fala da importância de "acolher o anseio dos jovens pela dimensão profética do Evangelho, na denúncia de hipocrisias e incoerências" e alimentar a "esperança que liberta da superficialidade e empenha as pessoas na justiça social, nas causas ecológicas e nos movimentos de superação de preconceitos".

O cardeal Ravasi lançou uma questão aos jovens na sua conta da rede social Twitter como forma de preparar o próximo encontro: "Fé nos jovens: onde e como é que a Igreja se faz mais presente para eles, com suas alegrias, esperanças, medos, necessidades?"

O acesso à reunião anual é limitado aos membros do CPC e seus consultores, entre os quais se conta o padre Tolentino Mendonça, diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura da Igreja Católica em Portugal.

Os participantes vão ser recebidos em audiência por Bento XVI no dia 7 de fevereiro.

Fonte: Agência Ecclesia

Missionário paulista enviado à Amazônia

Nesta quinta-feira (31), às 10h00 foi realizada na sede do Regional Sul 1 da CNBB, a Missa de envio do padre Antonio Luis Fernandes que parte em missão neste ano de 2013 para São Gabriel da Cachoeira, situado ao noroeste do Estado do Amazonas. Ele levará a Boa Nova aos lugares mais distantes.

A celebração foi presidida pelo Cardeal arcebispo de São Paulo e Presidente do Regional Sul 1 da CNBB, Dom Odilo Scherer e concelebra pelo bispo da Diocese de Jundiaí e Presidente do Conselho Missionário Regional (Comire), Dom Vicente Costa e o Bispo Auxiliar de São Paulo e Secretário-geral do Regional Sul 1, Dom Tarcísio Scaramussa.

A Missa contou ainda com a presença dos padres Nelson Rosselli Filho, secretário adjunto do Regional Sul 1; Éverton Aparecido da Silva, assessor do Comire; Joaquim Ferreira Gonçalves, missionário da Consolata e diretor da Revista Missões, entre outros padres. A presidente da Conferência dos Religiosos do Brasil (CRB) - Regional São Paulo, Ir. Geni dos Santos Camargo esteve na celebração. Estavam ainda presentes a mãe do padre Luis - Maria Baioni Fernandes - outros familiares, ex-paroquianos e convidados.

Em sua homilia, Dom Odilo ressaltou a importância deste Ano da Fé. O Cardeal fez um convite para que cada cristão coloque em prática o compromisso de se aprofundar e intensificar uma reflexão sobre esta fé em Cristo Jesus. Assim daremos testemunho de fé em nossas comunidades, em nossas casas e no meio de nossas famílias, para que cada um se sinta membro do "corpo missionário de Jesus Cristo, no mundo".

Por ocasião da celebração de envio, o bispo diocesano de Limeira (SP), Dom Vilson Dias de Oliveira, DC, enviou uma mensagem que foi lida durante a celebração. Na mensagem, o bispo manifestou a sua alegria com a ida do padre Luis. "Ele, conhecedor das necessidades do Regional Norte da CNBB, manifestou o desejo de servir temporariamente a Igreja no Amazonas. Alegramo-nos com sua disponibilidade. Nosso Senhor tem sido generoso conosco e nos tem pedido também generosidade. Pe. Luis será o segundo padre diocesano que enviamos em missão, além de alguns leigos da Sub-Região Campinas que já estão há alguns anos trabalhando nessa região".

Ainda na mensagem, o bispo manifestou "gratidão ao Regional Sul 1 e à coragem do padre Luis pela sua determinação em servir uma Igreja que clama por mais sacerdotes e servidores do Evangelho. Que Deus o abençoe e lhe dê a graça de servir a Cristo na pessoa dos povos amazonenses que ali vivem".

Padre Antonio Luis Fernandes é natural de Leme (SP). Entrou para o Seminário dos Padres Claretianos em 1986. Depois de um ano, prestou vestibular e ingressou no Seminário Diocesano São João Maria Vianney em Limeira (SP), onde cursou filosofia e teologia na PUC-Campinas.

Em junho de 1997 se ordenou padre na Paróquia de São Manoel em Leme.

Nos últimos anos, padre Luis se dedicou aos trabalhos das Paróquias Santa Rita de Cássia (Leme), São Paulo Apóstolo (Limeira) e Senhor Bom Jesus (Americana), onde foi pároco.

Trabalhou, ainda, na formação dos leigos como professor das escolas de teologia, catequética e fé e política. Com especialização em psicodrama, o padre acompanhou a formação dos novos padres na Dimensão humano afetiva.

O padre Antonio Luis Fernandes pertence à Diocese de Limeira e vai ficar três anos na Prelazia de São Gabriel da Cachoeira (AM), através do Projeto Missionário Sul 1 - Norte 1.
Logo após a celebração, padre Luis concedeu esta entrevista:

Quando e como surgiu a ideia de ser missionário?

Existem dois momentos bem distintos da minha vocação missionária. A primeira, quando minha mãe grávida de mim no sexto mês, trabalhando no corte de cana, foi surpreendida por um temporal e não tendo tempo para voltar para o abrigo do caminhão, escondeu-se num capela abandonada e lá, diante de uma imagem de Santa Terezinha do Menino Jesus, rezou e ofereceu a vida da criança para as missões. A segunda, quando já crescido e com capacidade de decidir, aprendi a olhar a Igreja e a sua missão a partir do modelo do grupo de Jesus que é eminentemente missionário, com dedicação a ir adiante criando, formando e animando as comunidades.

O que levou o senhor escolher o Projeto Missionário na Amazônia, especialmente São Gabriel da Cachoeira?

A escolha pelo Projeto se deu por uma questão de comunhão eclesial: a Igreja do Brasil, a partir da CNBB sempre teve um olhar para os desafios que a Amazônia representa para a Evangelização. O Projeto Sul 1 Norte 1 abre uma porta que permite que nós, diocesanos, também realizemos esse ideal proposto pelo Vaticano II de nunca restringir a Igreja e o ministério presbiteral a um local geográfico apenas, mas sim, à extensão do Reino como um grande horizonte a ser contemplado na comunhão e na participação.

Já a minha ida a São Gabriel da Cachoeira (AM) não foi uma escolha pessoal e sim, uma adequação do próprio projeto que, atento à necessidade das dioceses e, a partir da solicitação dos bispos do Regional Norte 1, faz as designações. A gente aceita e tenta fazer o nosso melhor.

Quais são as suas expectativas em relação à sua missão na Diocese de São Gabriel da Cachoeira?

Costumo dizer que a frustração é irmã gêmea da expectativa... Por isso mesmo, tento evitar criar expectativa demais pois isso pode significar algo não tão bom. O que quero, é chegar, conhecer as pessoas, a realidade, a Igreja do lugar, os agentes de pastoral que lá atuam, os diferentes missionários que dedicam suas vidas aquela Igreja, ouvir o bispo, saber das necessidades e, a partir das minhas forças e dons, tentar servir e ajudar no mais que puder. Inegável é o fato de que a realidade por si só já se imponha: um lugar onde 93% da população é indígena, com 23 etnias diferentes, 18 línguas, das quais 3 são oficiais, além da língua portuguesa; onde as distâncias são imensas e as dificuldades de transporte e comunicação são grandes, claro que gera na gente uma sensação de ansiedade e diria até, de medo. Mas Aquele que me chamou é fiel (1Ts 5, 24) já dizia Paulo o grande missionário dos gentios. Todavia, deverei chegar ao lugar, e começar a olhar e descobrir o que a missão pede de mim.

Como o senhor vê a Missão, hoje, na Igreja?

Hoje a Igreja vive um tempo de maturidade acerca da missão. Muitas são as frentes missionárias assumidas por ela. Muitos são os desafios que a Igreja tem se proposto a assumir e responder. Depois, acho que do ponto de vista teórico, o Vaticano II trouxe-nos uma riqueza imensa que abriu horizontes e possibilitou a Igreja assumir a missão como servidora e não como dona do Reino. Mas ainda nos falta a co-responsabilidade com a vida e os projetos missionários para que, os que podem ir, não sejam impedidos de ir por falta de recursos materiais, e nem os que ficam, não se sintam dispensados de também missionar a partir do lugar onde se encontram.

Para o senhor, o que significa esse momento de partir para a Missão além fronteiras?

Então, acho que agora é entender que estou pronto para viver aquilo que sempre me preparei. O desafio de partir nunca é fácil. Ir para uma terra e uma cultura diferentes sempre é desafiador. Mas, o sim dado, não é apenas da pessoa que vai, é também da Igreja toda que envia e acompanha o missionário. Por isso mesmo, aceito o desafio sabendo que comigo vão minha diocese, meus amigos, minha família, as comunidades com as quais trabalhei, o Regional Sul 1. Aceito o desafio sabendo que lá me acolhem uma diocese, os padres e religiosas, os leigos e leigas, o bispo e o povo com quem vou ser Igreja nesse tempo de missão. E o melhor de tudo: aceito sabendo que a obra maior quem fará mesmo é o Espírito que nos socorre em todas as nossas necessidades.

Fonte: Renato Papis - CNBB Sul 1

"Todo ser humano é amado por Deus Pai. Que ninguém se sinta esquecido, pois o nome de cada um está escrito no Coração amoroso do Senhor": tweet do Papa, condensando catequese da audiência geral

"Todo ser humano é amado por Deus Pai. Que ninguém se sinta esquecido, pois o nome de cada um está escrito no Coração amoroso do Senhor." Esta a mensagem tweet enviada pelo Papa nesta quarta-feira nas nove línguas do seu conto twitter. Palavras que condensam o ponto central da sua catequese, na audiência geral desta semana, dedicada por Bento XVI à "definição de Deus que o Credo nos apresenta: Ele é Pai".

Ouçamos o resumo que desta catequese o próprio Papa propôs em português, seguido de uma saudação aos peregrinos lusófonos:

Queridos irmãos e irmãs,
 
Ao recitar o credo, iniciamos com estas palavras: “Creio em Deus Pai todo-poderoso”. Assim, a primeira definição fundamental da profissão de fé é que Deus é Pai. Neste sentido, se por um lado é difícil falar hoje de paternidade, devido a tantos fatores que impedem uma relação construtiva entre pais e filhos, por outro lado, a Revelação ao falar de Deus, nos ensina o que significa verdadeiramente ser pai. Deus é um Pai misericordioso, cujo amor é eterno, e que nos perdoa através do sacrifício de seu Filho, Jesus Cristo, para nos conduzir à alegria plena, que brota de sermos feitos seus filhos adotivos pela ação do Espírito Santo. Contudo, como afirmar que Deus é um Pai todo-poderoso quando se experimenta a presença do mal e do sofrimento no mundo? A onipotência de Deus não é uma força arbitrária, mas sim a força do amor, que em Jesus Cristo, morto e ressuscitado, vence o ódio, o mal, o pecado e nos abre as portas da vida eterna.
Queridos peregrinos de língua portuguesa, sede bem-vindos! Saúdo de modo particular os brasileiros vindos do Rio de Janeiro e de Brasília. Fortalecidos com a certeza de que sois filhos de Deus, anunciai Cristo crucificado e ressuscitado a todas as pessoas com quem tenhais contato, dando testemunho d’Ele através do amor a Deus e ao próximo. E desça a minha bênção sobre vós, vossas famílias e comunidades.

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Calendário das celebrações presididas pelo Papa nos meses de Fevereiro e Março

Foi publicado hoje (dia 29) o calendário das celebrações presididas pelo Santo Padre Bento XVI nos meses de Fevereiro e Março. Assim, já no início do próximo mês de Fevereiro, dia 2 o Santo Padre presidirá na Basilica de São Pedro pelas 17.30h à Santa Missa na Festa da Apresentação do Senhor e também XVII Jornada Mundial da Vida Consagrada. Nesta Eucaristia estarão presentes membros dos Instituto de Vida Consagrada e das Sociedades de Vida Apostólica. Entretanto no dia 13, Quarta-Feira de Cinzas, o Santo Padre celebrará missa na Basilica de Santa Sabina pelas 17h com a tradicional benção e imposição das Cinzas. No dia 17 início o Santo Padre dará início aos exercícios espirituais da Quaresmapara a Curia Romana pelas 18h na Capela Redemptoris Mater no Palácio Apostólico. Recordamos que estes exercícios serão orientados este ano pelo Cardeal Gianfranco Ravasi e serão subordinados ao tema: "O rosto de Deus e do Homem na oração sálmica". Os exercícios espirituais terminarão no dia 23.

Com o mês de Março e a Semana Santa regressam as grandes celebrações à Praça de S. Pedro. Desta forma, destacamos desde logo, o Domingos de Ramos com a benção dos Ramos, Procissão e Santa Missa pelas 9.30h do dia 24. O Tríduo Pascal, centro da nossa vida cristã, terá o seu início solene na Basílica de S. João de Latrão pelas 17.30h com a Missa da Ceia do Senhor. Contudo, na manhão desse mesmo dia 28 de Março o Santo Padre celebrará a Missa Crismal pelas 9.30h na Basílica de S. Pedro. No dia 29, Sexta-Feira Santa na Basílica de S. Pedro pelas 17h o Santo Padre presidirá à Celebração da Paixão do Senhor, dirigindo-se mais tarde para o Coliseu de Roma onde terá lugar a tradicional Via-Sacra pelas 21.15h. No dia seguinte, Sábado dia 30 pelas 20 será celebrada na Basílica de S. Pedro a mãe de todas as vigílias, a Vigília Pascal pelas 20.30h. Finalmente no Domingo de Páscoa o Papa Bento XVI celebra a Santa Missa pelas 10.15h na Praça de S. Pedro dirigindo-se de seguida para a Varanda Central da Basílica de S. Pedro para a tradicional Benção "Urbi et Orbi" que dirige em mundo visão pelas 12h.

Em linhas gerais são estas as principais celebrações a que presidirá o Santo Padre Bento XVI na Quaresma e na Páscoa de 2013, momentos muito importantes para a vivência da fé cristã neste ano de 2013 que lhe é particularmente dedicado. Um calendário muito completo numa agenda intensa de que vos daremos conta com todo o pormenor ao longo dos próximos meses de Fevereiro e Março. (RS)

Fonte: Rádio Vaticano

Celebração inter-religiosa em São Paulo

A  Arquidiocese de São Paulo e o Instituto Vladimir Herzog promoveram encontro entre religiões monoteístas abraâmicas, dia 25 de janeiro, na Catedral da Sé. O ato inter-religioso, lembrou os 50 anos do Concílio Vaticano II e da Declaração Conciliar Nostra Aetate, sobre a relação da Igreja com as religiões não-cristãs.

A matéria é de Nayá Fernandes, especial para o jornal O São Paulo:

O ato terminou com uma cantata cênica que recordou os 70 da morte de Anne Frank,apresentada pela Rede Cultural Luther King com o maestro Martinho Lutero Galati de Oliveira. Representantes das tradições cristã, budista, hinduísta, mulçumana, espírita e de matriz africana estiveram no ato, que contou também com a presença do ator Rodrigo Ramos, na leitura de trechos da Nostra Aetate, intercalados por cantos e falas dos líderes religiosos.

“Desde sua fundação, a cidade foi marcada pela presença e acolhida às diferentes tradições religiosas que sempre deram sua contribuição para a cidade dos mil povos”, ressaltou cônego José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação e encarregado da Pastoral do Diálogo Ecumênico e Inter- religioso da Arquidiocese de São Paulo. Dom Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano de São Paulo, ressaltou a importância do evento na catedral e recordou os documentos conciliares. “Deus é honrado se nós, por meio da religião, soubermos viver o respeito e a valorização recíproca. Cada um tem a própria consciência, onde se encontra consigo mesmo e com o próximo, assim é necessário valorizar a consciência humana, pois ali está a dignidade e a liberdade de cada um”.

“Neste momento, queremos lembrar também a jovem judia Anne Frank e Vladimir Herzog [que morreu em 1975 em decorrência de maus tratos sofridos pelo Departamento de Ordem Política e Social (DOPS)], que foi pessoa de destaque nos tempos obscuros que o Brasil viveu durante a ditadura militar”, continuou o Cardeal. Raul Meyer, membro da diretoria da Federação Judaica de São Paulo e do Centro de Cultura Judaica, destacou alguns fatos da história de Anne Frank e lembrou a importância do respeito às culturas. “Anne foi uma menina que viveu escondida e morreu prematuramente por não ser considerada, pelos nazistas, pertencente à raça pura. Ser diferente não é ser menos. O que nos diferencia não tira nosso valor”. O Diário de Anne Frank, cantata composta em 1958, ilustra a tragédia que assolou o mundo na época. A primeira audição completa foi realizada na Berlin Staats Oper, na Alemanha, em seguida, no Conservatório Giuseppe Verdi de Milano (Itália) e, recentemente, em 2012, no Auditório Ibirapuera de São Paulo.

“É a primeira vez que o coro se apresenta no aniversário de São Paulo. Porém, na grande celebração, presidida por dom Paulo Evaristo Arns, [arcebispo de São Paulo quando morreu Vladimir Herzog], que reuniu milhares de pessoas na catedral, o coro estava presente”, disse ao O SÃO PAULO, Martinho Lutero, maestro e fundador da Rede Cultural Luther King. Para Andréia Balbino, 23 anos, membro da Rede Cultural Luther King, “é sempre muito emocionante cantar com o coro. A gente faz música que diz alguma coisa mais profunda para as pessoas. A morte de Anne foi um acontecimento triste, mas que precisa ser lembrado para que não se repita e é bom fazer isso cantando”.

“Este foi um evento de grande beleza e importância, tanto para a Igreja quanto para a cidade que comemorou 459 anos em grande estilo. Acredito que atos solenes, onde representantes das diversas religiões podem expressar seus pontos de vista acerca de temas fundamentais à sociedade, tornam mais palpável a unidade na diversidade entre os povos e culturas de nosso
mundo”, destacou Luan Rocha, estudante que participou do ato e colaborou como voluntário.

Fonte: Nayá Fernandes - O São Paulo - CNBB

Iniciado o Sínodo para a eleição do novo Patriarca caldeu

Teve início hoje em Roma o Sínodo da Igreja Patriarcal de Babilônia dos Caldeus, convocado por Sua Santidade Bento XVI, para a eleição do novo Patriarca. A presidência do Sínodo – hospedada na casa para exercícios espirituais dos Santos João e Paulo no Célio, administrada pelos Padres Passionistas - é confiada ao Cardeal argentino Leonardo Sandri, Prefeito da Congregação para as Igrejas Orientais, que abriu os trabalho com um discurso em que invocou a iluminação do Espírito Santo sobre as escolhas a que são chamados os Bispos caldeus. "Cada um de suas Excelências – disse entre outras coisas o Cardeal Sandri - é corresponsável por aquilo que deriva da eleição patriarcal, especialmente neste delicado momento histórico: o próprio futuro da Igreja caldeia e da sua tradição, a compreensão dos tempos e das situações eclesiais, históricas e sociais, a elaboração das orientações pastorais e de suas aplicações".

Hoje, para os Bispos caldeus está prevista uma Lectio Divina guiada pelo Bispo Enrico dal Covolo, Reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, e uma conferência do Arcebispo Rino Fisichella, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Nova Evangelização. O dia de amanhã, 29 de janeiro, será reservado aos colóquios e à troca de opiniões sobre a situação da Igreja caldeia. A partir de quarta-feira, 30, terão início as votações, que ocorrerão em conformidade às regras previstas pelo Código dos Cânones para as Igrejas orientais. Do Sínodo participam 15 Bispos caldeus provenientes, além do Iraque, do Irã (2), dos Estados Unidos (2), do Líbano (1), da Síria (1), da Austrália (1), do Canadá (1).

Fonte: Rádio Vaticano

Experiência Missionária na Arquidiocese de Porto Velho (RO)

Participei da 1ª Experiência Missionária da Arquidiocese de Porto Velho, em Rondônia, com outros 50 missionários seminaristas - entre eles meu irmão de caminhada e colega de turma, o Seminarista Luiz Eduardo Dias Lima, também do Seminário Maior Nossa Senhora da Conceição, de Viamão -, mais oito padres, três religiosas, uma leiga e um bispo.

A experiência, que ocorreu de 28 de dezembro de 2012 a 21 de janeiro de 2013, foi realizada em três etapas: formação, visitação e avaliação/retiro.

A primeira etapa foi de formação para todos os missionários, considerando a dimensão da pastoral missionária na formação dos presbíteros, a apresentação de algumas características do local onde atuamos, e os preparativos para as atividades da missão. A segunda etapa foi de visitação tanto das famílias como das comunidades que nos aguardavam para celebrarmos a Palavra de Deus e a Eucaristia. Também nesta etapa realizamos encontros com crianças, jovens, casais, ministros extraordinários da Palavra e da Sagrada Comunhão, bem como a animação das comunidades em suas atividades cotidianas. A terceira etapa foi constituída por dois momentos: avaliação e retiro espiritual. O planejamento e o preparo em conjunto se mostraram fundamentais para uma boa realização das atividades de visitas, e a avaliação auxiliou no apontamento daquilo que foi essencial e indispensável para a Experiência Missionária, tanto na área urbana, quanto na área rural da região.

No decorrer destes vinte e seis dias de experiência missionária todos nós tivemos diferentes experiências de partilha entre nós mesmos (os missionários vindos de onze estados do país), que nos preparávamos para o encontro com a comunidade, e também com as famílias que desde o primeiro dia nos acolheram em suas casas e foram aos poucos nos inserindo naquela realidade. Ao iniciarmos as visitas às famílias, no tradicional método de bater de porta em porta, fomos surpreendidos por pessoas que nos acolheram gentilmente, abrindo não somente a porta de suas casas, mas também as portas de suas vidas: e nós entramos. Este exercício exigiu de cada um de nós abrirmos mão daquilo que nos impedia de avançar por esta porta única que nos estava aberta: assim fizemos e avançamos. E por incrível que pareça lá fora, muitas vezes, deixamos aquele "eu" que parecia tão indispensável e fomos ao encontro do "tu", que foi muito mais interessante, importante, necessitado e real. Foi quando encontramos o "tu" do outro que começamos a experienciar o encontro com o Cristo que estava presente no nosso irmão e na nossa irmã que ali nos acolhiam e conosco partilhavam as situações pelas quais estavam passando ou que já haviam passado. Muitas histórias incríveis, mas nem tudo são flores: também encontramos muitas feridas, muitas tristezas e sofrimentos de diferentes origens, e isso tudo também nos marcou. As partilhas eram recheadas de pessoas reais, de fatos reais, de sonhos e expectativas também reais. E entre uma conversa e outra, as pessoas partilhavam conosco aquilo que tinham para oferecer: um copo d'água, um copo de suco, uma xícara de café. As vezes, uma fruta tipicamente amazônica, um bolo de milho verde, um doce preparado pela dona da casa. Coisas simples, assim como aqueles que encontrávamos, mas que nos eram significativamente válidas: descobri que esta simplicidade é muito mais rica que muitos momentos rebuscados que já experimentei.
Ser discípulo missionário na realidade da Amazônia foi uma experiência que me satisfez profundamente. Fez-me crescer humana, espiritual e vocacionalmente. Ser com o outro, sendo aquele que Deus escolhe, chama e envia, numa realidade distinta da minha - afinal, essa diferença é facilmente percebida após atravessarmos o país de sul a norte - e distante daqueles que fazem parte do meu ciclo de convívio habitual. A missão acontece, mas nunca é por mérito próprio, mas sim por graça que só Deus concede a cada missionário que se coloca a disposição do impulso que é um verdadeiro envio. Muitas atitudes que vamos tomando no caminho ganham outro significado quando estamos em realidades como essa que vivenciei, favorecendo muito a reflexão e a renovação dos propósitos vocacionais que um dia fiz, de modo especial ao entrar no seminário. A experiência viabilizou este momento também em minha caminhada, e hoje consigo dar (novas) razões do meu chamado vocacional. Ao mesmo tempo foi uma realidade que me desafiou e da qual tiro novos pensamentos e projetos para minha vida e para minha formação.

A experiência missionária foi um verdadeiro encontro com o Cristo que se revela a nós na pessoa do outro, naquele que é pobre e sofredor, mas que é rico por saber dar tanto de si ao outro, à comunidade, ao que precisa mais. Naquele que deixa brotar a esperança, que nasce da fé em Nosso Senhor, de ter dias ainda melhores, condições de sobrevivência que garantam segurança, educação, saúde, lazer, bem estar para todos. Foi um encontro com os irmãos que buscam fazer a experiência do Senhor que está vivo, pois ressuscitou, e nos ama tanto que nos deu o seu Santo Espírito para nos orientar, iluminar e conduzir pelas estradas da vida, na justiça e na paz.

Deus seja louvado por todos os que estiveram envolvidos de alguma forma na realização desta 1ª Experiência Missionária da Arquidiocese de Porto Velho - assim como em outras propostas missionárias -, pois se trata de uma bela iniciativa que busca formar missionários leigos, religiosos, seminaristas e, de modo especial, missionários presbíteros disponíveis ao chamado e ao envio que vem do próprio "Cristo, que é a nossa paz" (cf. Ef 2,14), seja na nossa realidade do Sul do Brasil, na realidade da Amazônia, na realidade que ultrapassa fronteiras, seja na realidade que Ele desejar.


Fonte: *Tiago Ávila Camargo/POM
*Tiago Ávila Camargo é seminarista da Arquidiocese de Porto Alegre (RS), e cursa o segundo ano de teologia na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Papa no Angelus: Nunca mais o horror do holocausto. Supere-se qualquer forma de ódio e racismo. Saudada a "caravana da paz"

Neste dia da Memória, em recordação do Holocausto das vítimas do nazismo. Foi com um apelo a não esquecer essa tragédia que atingiu duramente o povo hebreu que o Papa deu início às suas palavras no Angelus. Nessa ocasião o Papa disse que o Holocausto deve representar para todos uma advertência constante a fim de que não se repitam os horrores do passado e se ultrapasse todas as formas de ódio e racismo e se promovam o respeito e a dignidade da pessoa humana.

Neste domingo 27 de Janeiro, Dia Mundial dos Leprosos, o Papa exprimiu, depois da oração do Angelus na Praça de São Pedro, a sua proximidade em relação às pessoas que sofrem deste mal e encorajou os investigadores, agentes da saúde e os voluntários, de modo particular os que fazem parte da organização católica “Associação Amigos de Raoul Follereau”. O Papa invocou para todos o apoio de São Damião de Veuster e de Santa Mariana Cope, que deram a vida pelos doentes de lepra.
Bento XVI recordou também a Jornada especial de intercessão pela Paz na Terra Santa, que ocorre neste domingo, agradecendo todos quantos a promovem em muitas partes do mundo, e saudou de modo particular os que estavam presentes na Praça…

Outro momento especial do encontro do Papa com os fiéis neste domingo foi a saudação especial que dirigiu às crianças e jovens da Acção Católica de Roma, dois dos quais estavam ao lado dele, juntamente com os seus responsáveis diocesanos.

“Caros jovens, a vossa “Caravana de Paz” é um belo testemunho!” – disse-lhes, exprimindo o desejo de que seja também sinal de empenho quotidiano pela construção da paz onde quer que se encontrem. Depois os jovens dirigiram-se ao Santo Padre dizendo-lhe que querem gritar bem alto a necessidade de paz que há no mundo. E afirmaram que é necessária justiça e compreensão, por isso, trouxeram as suas pequenas renúncias para entregá-las a um grupo de rapazes e raparigas egipcios que com a ajuda da comunidade jesuíta de Alexandria criaram uma pequena companhia teatral. Assim, os meninos e meninas que viviam nas ruas da cidade de Alexandria passaram a ser, através deste projecto, protagonistas do seu futuro.

O encontro que começara com as reflexões do Santo Padre sobre as leituras bíblicas deste domingo, concluiu-se com a libertação de algumas pombas, símbolo do Espírito de Deus, que disse Bento XVI, doa a paz a quantos acolhem o seu amor….

Amor que somos chamados a manifestar também através da santificação do domingo como Dia do Senhor, disse o Papa ainda antes da reza das Ave Marias. Inspirando-se na liturgia deste domingo, em que São Lucas, nos fala de um certo Teófilo, nome que significa “amigo de Deus”, Bento XVI disse que podemos ver nele o crente que se aproxima de Deus e quer conhecer o Evangelho.

Bento XVI comentou depois uma outra passagem do Evangelho deste domingo que apresenta Jesus na sinagoga de Nazaré a participar, juntamente com os seus concidadãos, na oração, na escuta das Escrituras (texto do Torah ou dos Profetas) seguidas de comentário. Aconteceu que naquele dia o texto referia-se a Ele. No fim Jesus comentou: “Hoje realizou-se esta escritura que vocês acabaram de ouvir” .

Este hoje – continuou Bento XVI citando São Cirilo de Alexandria, posto entre a primeira e a última vinda de Cristo, está ligada à capacidade do crente de ouvir e rever a própria vida. Mas o Papa foi ainda mais além, afirmando que “em sentido mais radical, é o próprio Jesus o “hoje” da salvação na história porque leva à concretização a plenitude da redenção”. E prosseguiu:

“Caros amigos esta passagem interpela “hoje” também a nós. Antes de mais faz-nos pensar no nosso modo de viver o domingo: dia de repouso e da família, mas antes ainda dia que deve ser dedicado ao Senhor, participando na Eucaristia, na qual nos nutrimos do Corpo e Sangue de Cristo e da sua Palavra de vida”.
O evangelho deste domingo convida-nos ainda – afirmou o Papa – a interrogar-nos sobre a nossa capacidade de escuta.

“Antes de poder falar de Deus e com Deus, é preciso escutá-lo, e a liturgia da Igreja é a “escola” desta escuta do Senhor que nos fala”.

A liturgia de hoje recorda-nos ainda – frisou o Papa – que qualquer momento pode tornar-se num “hoje” propício para a nossa conversão, porque a salvação é história que continua para a Igreja e para cada discípulo de Cristo. Este – concluiu Bento XVI – é o sentido cristão do “carpe diem” ou seja acolhe o “hoje” em que Deus te chama para te dar a salvação!

Fonte: Rádio Vaticano

Papa envia telegrama a dom Hélio Adelar e expressa pesar pela tragédia ocorrida em Santa Maria (RS)

A Secretaria de Estado do Vaticano divulgou na manhã desta segunda, 28 de janeiro, o telegrama enviado pelo Papa ao arcebispo de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, expressando seu pesar pela tragédia ocorrida na cidade universitária. No incêndio da boate ‘Kiss’ morreram 232 jovens e 80 estão hospitalizados em estado grave.
“Consternado pela trágica morte de centenas de jovens em um incêndio em Santa Maria, o Sumo Pontífice pede a Vossa Excelência que transmita às famílias das vítimas suas condolências e sua participação na dor de todos os enlutados. Ao mesmo tempo em que confia a Deus Pai de misericórdia os falecidos, o Santo Padre pede ao céu o conforto e restabelecimento para os feridos, coragem e a consolação da esperança cristã para todos atingidos pela tragédia e envia, a quantos estão em sofrimento e ao mesmo procuram remediá-lo, uma propiciadora bênção apostólica”.
O telegrama de Bento XVI é assinado pelo cardeal Tarcísio Bertone, secretário de Estado de Sua Santidade.
Fonte: Rádio Vaticano

quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Moçambique: dimensão missionária e social de um país africano

De férias em Belém (PA), a leiga Raimunda Maria de Oliveira Soares, 56, missionária em Moçambique, África, há cinco anos e meio, concedeu entrevista à Assessoria de Imprensa das Pontifícias Obras Missionárias (POM) e contou como se dá a evangelização em terras africanas.

Raimunda é maranhense do município de Carutapera. Ela faz parte do projeto missionário Além-Fronteiras, desenvolvido pelo Regional Nordeste 5 da CNBB (Maranhão). De acordo com a missionária, a experiência tem dado certo e avançado. "Temos três congregações que assumiram três missões na região. A última foi em Nipepe; as outras são em Metarica na diocese de Lichinga e Mopea na diocese de Quilimane".

Além dela, também integra a comunidade a leiga consagrada Célia Cota e está previsto para março a ida de Elza dos Santos, outra leiga do Amapá, para reforçar a equipe.

Os desafios da missão em Moçambique são diversos, conta Raimunda. Eles estão presentes principalmente no campo social. "Por causa da fome a incidência de doenças é maior em Moçambique e a população sofre com a baixa expectativa de vida em torno de 40 anos (no Brasil é 73,4). Esse é um dos grandes desafios", disse. A entrada de empresas multinacionais é outro problema, segundo a missionária. "A empresa brasileira Vale está construindo um imenso corredor de exploração de minério que vai passar por Cuamba em direção ao porto de Nacala, no norte do país. Ali muitas famílias serão desapropriadas e irão perder o pouco que têm", contou.

Outro projeto tem a parceria do Brasil, Japão e Moçambique. "O projeto Pró-Savana tem o objetivo de plantar soja transgênica e deverá engolir milhares de hectares de terras. A princípio os moçambicanos gostam porque eles irão receber dinheiro, mas a longo prazo eles que irão arcar com as conseqüências", relatou a missionária.

Há também, no entanto, projetos bons, que devem melhorar a vida da população. Como é o caso da construção de rodovias. "Tem um grupo de portugueses e chineses que asfaltam as principais rodovias do país. Os trechos ligarão as províncias de Nampula e Niassa; Nampula a Cuamba e esta a Lichinga, em mais de 500 km de estradas".

No campo missionário, a comunidade brasileira atua na educação numa escola diocesana de Lichinga, na saúde alternativa e na promoção das mulheres ensinando corte e costura, bordado, crochê e numa fábrica de pães da paróquia. No campo pastoral, elas desenvolvem trabalhos com o dízimo, leitura orante da Bíblia, pastoral dos jovens e com a Infância e Adolescência Missionária (IAM).

O trabalho não tem hora. E se necessário, as missionárias atendem as pessoas a qualquer hora do dia ou da noite. Os desafios e diferenças culturais são gritantes, mas Raimunda Maria faz questão de dizer que ama o que faz e pretende continuar em Moçambique. "É muito bom ser missionária. É um trabalho gratificante e por isso renovei minha permanência por mais três anos naquele país. Não sei onde estarei depois disso, porque fiz a opção pela vida missionária, mas se preciso for eu continuarei lá", concluiu.

Fonte: Assessoria de imprensa - POM

CNBB é representada em Encontro Latino-Americano e Caribenho das Missões no México

Entre os dias 21 a 25 de Janeiro de 2013, acontece na Sede da Conferencia Episcopal Mexicana (CEM), na Cidade do México, o Encontro Latino Americano e Caribenho das Comissões Episcopais das Missões. No evento, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), está sendo representada pelo presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB, dom Sérgio Arthur Braschi, e pela assessora da comissão, irmã Dirce Gomes da Silva.

Também estiveram presentes os responsáveis da Missão Continental, além de outros organismos como as Pontifícias Obras Missionárias (POM), representadas por seu diretor nacional, padre Camilo Pauletti.

O encontro tem como objetivo “Animar as Conferências Episcopais, em virtude da Espiritualidade de Comunhão, para que assumam a responsabilidade e solidariedade e compromisso com a Missão Ad Gentes, como fruto maduro da Missão Continental e concretização da Nova Evangelização, com novo ardor, métodos e linguagem, expressando assim a natureza missionária da Igreja que anuncia Cristo na América e Caribe”.

A meta é unir os esforços do processo da Missão Permanente para que o Continente Americano assuma a Missão Ad intra como missão permanente e Ad gentes como desafio prioritário no caminho da conversão pastoral.

Para isso, estão sendo realizadas reflexões sobre sete pontos específicos: 1) A caminhada missionária da America Latina desde o Concilio Vaticano II a Aparecida; 2) História dos Congressos Missionários na América; 3) Missão Continental; 4) O que nos diz o Sínodo da Nova Evangelização sobre a Missão; 5) Identidade do Departamento de Missão e Espiritualidade do CELAM; 6) As Pontifícias Obras Missionárias a serviço da animação missionária nas Igrejas Particulares; 7) Missão: a Fé se fortifica dando-a; e partilhas de experiências Missionárias.

Fonte: CNBB

"As redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização" - tema da Mensagem do Papa para o Dia Mundial das Comunicações Sociais

Foi hoje publicada a Mensagem do Papa Bento XVI para a Jornada Mundial das Comunicações Sociais. A Mensagem deste ano de 2013 tem como tema - as redes sociais: portais de verdade e de fé; novos espaços de evangelização. Às redes socias se refere o Santo Padre, desde logo, considerando-as como espaços que contribuem para favorecer formas de diálogo e debate que, se realizadas com respeito e cuidado pela privacidade, com responsabilidade e empenho pela verdade, podem reforçar os laços de unidade entre as pessoas e promover eficazmente a harmonia da família humana.

O desenvolvimento das redes sociais requer dedicação: as pessoas envolvem-se nelas para construir relações e encontrar amizade, buscar respostas para as suas questões, divertir-se, mas também para ser estimuladas intelectualmente e partilhar competências e conhecimentos. Assim as redes sociais tornam-se cada vez mais parte do próprio tecido da sociedade enquanto unem as pessoas na base destas necessidades fundamentais. Por isso, as redes sociais são alimentadas por aspirações radicadas no coração do homem. O desafio, que as redes sociais têm de enfrentar, é o de serem verdadeiramente abrangentes: então beneficiarão da plena participação dos fiéis que desejam partilhar a Mensagem de Jesus e os valores da dignidade humana que a sua doutrina promove.

O Santo Padre afirma ainda que a capacidade de utilizar as novas linguagens requer-se não tanto para estar em sintonia com os tempos, como sobretudo para permitir que a riqueza infinita do Evangelho encontre formas de expressão que sejam capazes de alcançar a mente e o coração de todos. No ambiente digital, a palavra escrita aparece muitas vezes acompanhada por imagens e sons. Uma comunicação eficaz, como as parábolas de Jesus, necessita do envolvimento da imaginação e da sensibilidade afectiva daqueles que queremos convidar para um encontro com o mistério do amor de Deus. Aliás sabemos que a tradição cristã sempre foi rica de sinais e símbolos: penso, por exemplo, na cruz, nos ícones, nas imagens da Virgem Maria, no presépio, nos vitrais e nos quadros das igrejas. Uma parte consistente do património artístico da humanidade foi realizado por artistas e músicos que procuraram exprimir as verdades da fé.

E o Papa Bento XVI conclui a sua Mensagem considerando que no ambiente digital, existem redes sociais que oferecem ao homem actual oportunidades de oração, meditação ou partilha da Palavra de Deus. Mas estas redes podem também abrir as portas a outras dimensões da fé. Na realidade, muitas pessoas estão a descobrir – graças precisamente a um contacto inicial feito on line – a importância do encontro directo, de experiências de comunidade ou mesmo de peregrinação, que são elementos sempre importantes no caminho da fé. Procurando tornar o Evangelho presente no ambiente digital, podemos convidar as pessoas a viverem encontros de oração ou celebrações litúrgicas em lugares concretos como igrejas ou capelas. Não deveria haver falta de coerência ou unidade entre a expressão da nossa fé e o nosso testemunho do Evangelho na realidade onde somos chamados a viver, seja ela física ou digital. Sempre e de qualquer modo que nos encontremos com os outros, somos chamados a dar a conhecer o amor de Deus até aos confins da terra. (RS)

Nota: Mensagem integral no campo Mensagens, Homilias, Documentos deste site.

Fonte: Rádio Vaticano

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Comitê de solidariedade a dom Pedro Casaldáliga e ao povo Xavante

Desde novembro de 2012, d. Pedro Casaldáliga, bispo emérito da Prelazia São Félix do Araguaia, no Mato Grosso, vem recebendo ameaças de morte devido à sua luta pela devolução das terras batizadas como Marãiwatsédé aos índios da etnia Xavante. No início de dezembro, após a Justiça derrubar dois recursos que tentavam adiar a retirada dos não índios da região, agora chamada Gleba Suiá Missú, ele teve de se deslocar contra sua própria vontade para uma localidade não revelada para sua própria segurança.

Ainda assim, d. Pedro retornou em 29 de dezembro a São Félix, estando agora sob proteção policial. Porém, além de Casaldáliga, diversas lideranças indígenas e agentes da pastoral também estão sendo ameaçados desde que o Incra iniciou o processo de desintrusão da região.

Breve Histórico:
Com 165.241 hectares (ha) a Terra Indígena (TI) Marãiwatsédé está localizada entre os municípios de São Félix do Araguaia, Alto da Boa Vista e Bom Jesus do Araguaia. Estudos antropológicos comprovam que o povo Xavante já ocupava o território desde muito antes dos primeiros não índios lá chegarem. Contudo, em 1966 o Governo Militar de Castelo Branco os removeu forçadamente em aviões das Forças Aéreas Brasileiras (FAB) para cerca de 400 quilômetros de seu território tradicional, enviando-os para a Missão Salesiana São Marcos, onde dois terços dos indivíduos acabaram sendo dizimados devido a um surto de sarampo.

A remoção foi influenciada pela família Ometto, de origem paulista e então proprietários da Fazenda Suiá Missú, para que pudessem ampliar seu latifúndio. Os proprietários convenceram os superiores da Missão Salesiana S. Marcos a aceitarem os índios e a fazenda se tornou uma das maiores propriedades rurais do mundo, senão a maior. Documentos da Prelazia de São Félix relatam que desde então os Xavantes "voltam anualmente a sua terra para apanhar o Pati, árvore por eles usada na confecção dos seus arcos e flechas".

Em 1980, no entanto, as terras da Suiá Missú foram vendidas à empresa petrolífera italiana Agip Petróleo, que foi pressionada, inclusive internacionalmente, a devolver o território aos indígenas. Em 1992, na conferência Eco 92, ocorrida no Rio de Janeiro, a empresa finalmente informou que realizaria a devolução das terras aos Xavantes. Porém, na mesma semana do evento, o então gerente da fazenda, Renato Grilo, se reuniu com diversos políticos e representantes locais no Posto da Mata (distrito de Estrela do Araguaia) para incentivar a população a se apropriar definitivamente da região.

Na ocasião, estavam presentes o então prefeito de São Félix do Araguaia (e atual, eleito para a gestão 2013-16), José Antonio de Almeida (PPS/MT), o "Baú", e o advogado Ivair Matias, além de muitos grandes fazendeiros e a população que começava a chegar na região. Em gravação da Rádio Mundial FM, registrada em 20 de junho de 1992, Baú conta à população presente que "em 1966 (os índios) 'foram embora' para uma outra reserva". Dr. Ivair incentiva a invasão por parte do povo: "vem vindo por aí, caravanas imensas de famílias (...) aqueles que têm alguma esperança de ver concretizada essa reserva (indígena), pode 'tirar o cavalinho da chuva'; e isso está nas mãos dos senhores".

Na mesma reunião também estava o ex-prefeito de São Félix, Filemon Gomes Costa Limoeiro (PSD/MT), que incitava o ódio da população contra os índios: "Aqueles que estão preocupados com os índios que tem que assentar, tem um monte de país que não tem índio, pode levar a metade. (...) Na Itália tem índio? Não, não tem. Leva! Leva pra lá!... Carrega pra lá! Agora, não vem jogar em nós [sic], não". E Baú enfatiza: "Se a população achou por bem tomar conta dessas terras em vez de dá-la para os índios, nós temos que dar respaldo a esse povo (...) é o próprio povo que está entrando. (...) Esta área ainda não foi passada a escritura para os índios, ainda é da fazenda. (...) Não queríamos índios aqui porque se não ia desvalorizar toda a região (...) e nós esperamos que tenhamos sucesso em não aceitar o retorno dos índios".

Entretanto, são estes mesmos proprietários que atualmente, em diversas entrevistas, têm relatado à imprensa que nunca tiveram conhecimento de nenhum Xavante na região. Como o ex-prefeito Filemon, proprietário das fazendas Aripuanã e Saraiva, que juntas somam 565,5 ha.

O estudo entre Funai, Incra e Ibama confirma que apenas 22 fazendas pertencentes a grandes proprietários ocupam um terço do território, ou 43 mil hectares. "Estas fazendas foram as principais responsáveis pelo rápido desmatamento da área (...) é a terra indígena com maior área desmatada da Amazônia Legal, com 61,5% do território desmatados", aponta o relatório.

Entre os grandes proprietários estão o ex-vice-prefeito do município de Alto da Boa Vista, Antonio Mamede Jordão, dono da Fazenda Jordão, com a maior propriedade registrada: 6.193,99 ha; e o ex-prefeito, também de Alto da Boa Vista, Aldecides Milhomem de Cirqueira, que possui seis fazendas, num total de 2.200 ha; e o desembargador do Tribunal de Justiça do Mato Grosso, Manoel Ornellas de Almeida, cuja fazenda tem 886,8 ha.

Também estão entre estes proprietários os irmãos Gilberto Luiz de Resende, o Gilbertão, e Admilson Luiz de Resende, responsáveis por incentivar a invasão dos posseiros, o que na época foi apelidado de "reforma agrária privada". Gilbertão é citado em inquérito da Polícia Federal por grilagem de terra, trabalho escravo e por utilizar capangas para espancar trabalhadores, além de ser dono de quase 2.700 ha de terras da região. Admilson é ex-vereador de Alto Taquari e tem três fazendas que somam o total de 6.641,3 ha.

A população mais uma vez é feita de refém e utilizada como massa de manobra nos ataques contra o povo Xavante, d. Pedro Casaldáliga e agentes da pastoral. Os conflitos são inflamados justamente pelos grandes proprietários que, em sua ganância e poder, passaram a ameaçar Casaldáliga e os indígenas envolvidos com o processo de desintrusão de Marãiwatsédé.

O Estado Brasileiro também se coloca como cúmplice dos conflitos na região, quando permite que por mais de vinte anos estas terras fossem invadidas e os processos judiciais caminhassem em tamanha morosidade. Também chama atenção o fato de que o advogado da Associação dos Produtores Rurais da Suiá Missu, entidade que representa os invasores, é Luiz Alfredo Abreu, irmão da senadora Kátia Abreu (PSD/TO), representante maior da chamada "bancada ruralista" no senado.

Durante todo este período o território Xavante foi ocupadoprincipalmente por poderosos fazendeiros, políticos, e empresários que se apoderaram de grandes fatias da terra, enquanto os pequenos produtores eram incentivados a obter áreas de no máximo 100 ha. Os estudos que identificaram a área foram concluídos em 1993 e a demarcação do território homologada em 1998, pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso.

Somente em 2004 os Xavantes conseguiram retomar uma reduzida parcela de seu território após ocupar por 10 meses a Rodovia BR-158. Mas foi apenas em 2010, após muito tempo entre êxodos e sofrimento do povo Xavante que a Justiça Federal determinou, em decisão unânime da 5ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, a saída dos não índios das terras que compõem Marãiwatsédé.

Apesar de sua indiscutível resistência, o processo de retomada e permanência dos povos originários às suas terras é sempre muito árduo e doloroso para os índios. Tem sido assim com os Guarani Kaiowás, no Mato Grosso do Sul; com os Pataxós Hãhãhãe e Tupinambás de Olivença, no sul da Bahia; os Tembé, no nordeste do Pará; entre tantas outras etnias espalhadas pelo Brasil. Também não podemos esquecer da luta pela preservação da relação sociocultural e ambiental destes territórios, como tem sido com as mais de 20 etnias residentes na Bacia do Rio Xingu, ameaçadas pelas obras de Belo Monte.

Como todos estes, os Xavantes batalham e esperam há mais de 50 anos pela devolução de seu território ancestral. Sua luta, assim como a de dom Pedro Casaldáliga, é legítima e é também nossa, e não pode se tornar mais um capítulo entre tantos, cujos desfechos resultaram em mortes e derramamento de sangue.

Nesse sentido, manifestamos nossa irrestrita solidariedade ao povo Xavante e a d. Pedro Casaldáliga, que no próximo 16 de fevereiro completará 85 anos de idade. Pedimos que entidades em defesa dos direitos humanos, movimentos populares, sindicatos, pastorais, partidos políticos, movimento estudantil e todos que lutam e se colocam enquanto sujeitos ativos na transformação da sociedade estejam em unidade para denunciar a situação de violência e tensão na região de Marãiwatsédé, que mais uma vez ameaça vidas em nome da acumulação de capital.

Comitê de solidariedade a dom Pedro Casaldáliga e ao povo Xavante.
São Paulo, janeiro de 2013

Leia a carta da comunidade Xavante de Marãiwatsédé à sociedade brasileira:
http://goo.gl/AMr4V

O ato acontecerá na Câmara Municipal de São Paulo, 07 de fevereiro (quinta-feira), às 19h, no Salão Nobre - 8º andar.

Contatos para inclusão de assinaturas e dúvidas:
Paulo Pedrini: pcpedrini@ig.com.br
Alexandre Maciel: alexandre.maciel.silva@gmail.com
Alexandre Ferreira: aleterralivre@riseup.net

Assinam esta nota:

Pastoral Operária

Intersindical

Terra Livre - Movimento Popular do Campo e da Cidade

CSP Conlutas

Jornal Voz da Comunidade

ECLA - Espaço Cultural Latino Americano

Rede de Proteção Autônoma aos Militantes Ameaçados de Morte

Agenda Colômbia-Brasil

Sindicato dos Químicos Unificados de Campinas, Osasco e Vinhedo

Mand. Vereador Toninho Vespoli / PSOL

Escola da Cidadania da Região Sul de São Paulo

Mand. Deputada Federal Luiza Erundina / PSB

CORSA - Cidadania, Orgulho, Respeito, Solidariedade e Amor

Tribunal Popular

Instituto Zequinha Barreto

Pastoral da Diversidade

Sindicato dos Bancários de Santos e Região

SINTARESP - Sind. dos Téc. em Radiologia do Estado de São Paulo

Coletivo Bancários na Luta

Coletivo Socialismo e Liberdade / PSOL

Fonte:  Comitê de solidariedade a dom Pedro Casaldáliga e ao povo Xavante
 www.evernote.com 

Envio missionário de um sacerdote de Czestochowa ao Cazaquistão

Domingo, 20 de janeiro, na Paróquia da Divina Misericórdia, em Cieciulów, na arquidiocese de Czestochowa, foi celebrado o envio missionário de um sacerdote da Arquidiocese, pe. Slawomir Porebski, que a partir de 3 de fevereiro, vai trabalhar no Cazaquistão. Segundo informações enviadas à Agência Fides, o Arcebispo metropolita de Czestochowa, Dom Waclaw Depo, destacou em sua homilia que “o Evangelho permanece atual e vital com o trabalho dos missionários” e “hoje, na sociedade atual, as pessoas que crêem são quase sempre vistas como fora de moda”. Pe. Slawomir Porebski pediu aos fiéis que rezem por sua missão, recordando que “todo cristão é missionário por natureza” e que em virtude do Batismo, todos nós temos um dever missionário.

Pe. Slawomir Porebski nasceu em 26 de dezembro de 1979 em Olesno e foi ordenado sacerdote em 29 de maio de 2004 na Catedral de Czestochowa. Atualmente os sacerdotes e os leigos missionários da Arquidiocese de Czestochowa que trabalham no mundo são 55: 12 sacerdotes diocesanos, 17 religiosas, 22 religiosos e 4 missionários leigos. Estão presentes em vários países da África, Ásia, América Latina (Camarões, Zâmbia, Argentina, Papua Nova Guiné, Brasil, Equador, Filipinas, Tunísia) e também no leste da Europa (Belorus e Ucrânia).

Fonte: Agência Fides
Local: Czestochowa - Polônia

"Os olhos da fé são capazes de ver o invisível" - o Papa Bento XVI na Audiência Geral

Esta manhã o Santo Padre recebeu os peregrinos em Audiência Geral na Sala Paolo VI. Ouça aqui a sua síntese da catequese e a saudação em língua portuguesa:

Na Sala Paolo VI o Papa recebeu esta manhã milhares de peregrinos em Audiência Geral. Como habitualmente dedica os primeiros minutos da audiência para propôr uma catequese. Hoje deu início a um ciclo de catequeses sobre o Credo. Desde logo pelo príncipio:

O Credo começa assim: "Eu acredito em Deus..." É uma afirmação fundamental, aparentemente simples na sua essencialidade, mas que abre ao infinito mundo da relação com o Senhor e com o seu mistério.

Acreditar em Deus implica adesão a Ele, acolhimento da Sua Palavra e obediência alegre à sua revelação. Como nos ensina o Catecismo da Igreja Católica "a fé é um ato pessoal: é a livre resposta do homem à iniciativa de Deus que se revela". Mas, onde podemos escutar o deus que nos fala? Fundamental é a Sagrada Escritura, onde a Palavra de Deus faz-se audível para nós e alimenta a nossa vida de amigos de Deus. Toda a Bíblia fala da fé e ensina-nos a fé narrando uma história em que Deus leva em frente o seu projeto de redenção. O Santo Padre concretiza estas afirmações:

Muito belo, neste particular, é o capítulo 11 da Carta aos Hebreus onde se fala da fé e se colocam em evidência as grandes figuras bíblicas que a viveram, tornando-se modelo para todos os crentes: A fé é fundamento daquilo que se espera e prova daquilo que não se vê"

Os olhos da fé são capazes de ver o invisível e o coração do crente pode esperar para além de cada esperança, precisamente como Abraão, de quem Paulo diz na Carta aos Romanos "acreditou profundamente na esperança, contra qualquer esperança". A fé conduz Abraão a percorrer um caminho de paradoxo. Ele será abençoado mas sem os sinais visíveis da benção. Abraão, o crente, ensina-nos a fé e é como estrangeiro que nos indica a verdadeira pátria. A fé, assim, faz de nós peregrinos, inseridos no mundo e na história mas em caminho para a pátria celeste. Afirmar "Eu creio em Deus", leva-nos a sair continuamente de nós mesmos, como Abraão, para levar na realidade em que vivemos a certeza que nos vem da fé. O Santo Padre sintetizou a catequese apresentada e saudou os peregrinos presentes em língua portuguesa.

Queridos irmãos e irmãs,

Hoje quero começar a reflectir convosco sobre o Credo, a nossa Profissão de Fé, que inicia com estas palavras: «Creio em Deus»; um Deus, que Se revela e fala aos homens, convidando-os a entrar em comunhão com Ele. Assim no-lo mostra a Bíblia na vida de muitas pessoas. Uma delas é Abraão, chamado «o pai de todos os crentes». A fé leva-o a percorrer um caminho paradoxal, pois será abençoado, mas sem os sinais visíveis da bênção. Abraão, na fé, sabe discernir a bênção divina para além das aparências, confiando na presença do Senhor mesmo quando os seus caminhos são misteriosos. Os olhos da fé são capazes de ver o invisível. Também nós, quando dizemos «Creio em Deus», afirmamos como Abraão: «Entrego-Me nas vossas mãos! Entrego-me a Vós, Senhor!», para fundar em Vós a minha vida e deixar que a vossa Palavra a oriente nas opções concretas de cada dia.

Amados peregrinos por rotas e caminhos diversos, mas hoje com paragem comum neste Encontro com o Papa que vos dá as boas-vindas e saúda, especialmente à tripulação da fragata «Liberal» do Brasil e à delegação de várias entidades eclesiais e civis comprometidas na Jornada Mundial da Juventude no Rio de Janeiro e guiadas pelo Arcebispo local, Dom Orani. Só de mãos dadas, podereis realizar a travessia… Agradecido pela visita, dou-vos a minha Bênção, extensiva às vossas famílias.

Fonte: Rádio Vaticano

Site da JMJ terá a Leitura Orante em linguagem jovem

Um novo instrumento de preparação para a Jornada Mundial da Juventude Rio2013 estará disponível para os jovens a partir do próximo mês. É o canal “Prepara-se”, que todo mês, até a JMJ, disponibilizará conteúdos para a formação espiritual dos peregrinos, como a Lectio Divina jovem, que é a Leitura Orante voltada para os jovens, com um tema diferente a cada mês.

Segundo padre Anísio José Schwirkowski, que reuniu esse conteúdo, seguindo o lema da JMJ Rio2013, “Ide e fazei discípulos entre todas as nações (Mt 28, 19), a Lectio Divina tem o objetivo de  preparar o coração do discípulo no encontro com o Mestre. “Muitas vezes, num encontro, a coisa mais bonita é a preparação. O evento tem outro gosto quando você se prepara bem. Então, queremos formar o coração do discípulo com a Palavra. É ouvindo a Palavra, partilhando-a e colocando-a em prática que se vai formando o discipulado”, destacou.

No canal, serão publicados o subsídio para os jovens realizarem a Lectio Divina e um manual com orientações para os guias, que são aqueles que conduzirão as reuniões. Entre as dicas, estão o tamanho ideal do grupo, que deve ter de 10 a 15 pessoas, a necessidade de uma preparação cuidadosa de cada encontro pelos guias e a utilização das novas mídias, sobretudo as redes sociais, para o contato constante entre os integrantes do grupo.

De acordo com o sacerdote, esta Lectio Divina jovem foi preparada por especialistas. “Um biblista que já esteve mais de 20 vezes na Terra Santa escreveu os comentários para cada Lectio Divina de forma exclusiva. Então, são comentários novos. E também as dinâmicas que são sugeridas para os guias foram preparadas também por um especialista”, disse.

Fonte: CNBB

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

JMJ Rio2013 leva mostra oficial do Vaticano para o Brasil

Pela primeira vez, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude, o Estado do Vaticano vai ao Brasil. Entre os dias 11 de junho e 15 de setembro de 2013, o Museu Nacional de Belas Artes/Ibram/MinC, no Rio de Janeiro, sedia mostra oficial do Vaticano, “Nas pegadas do Senhor - obras-primas dos museus italianos e do Vaticano”.

O presidente do Ibram, Jose do Nascimento Junior, o Gerente de Atos Culturais da JMJ Rio2013, Gustavo Ribeiro e a Diretora do MNBA, Monica Xexeo se reuniram, nesta última semana,com o professor Antonio Paolucci, Diretor dos Museus do Vaticano para confirmar e selar a realização da exposição no Brasil. Participaram da reunião o professor Giovanni Morello, curador da mostra, o Doutor Marcello Bedeschi, presidente da Fundação João Paulo II e o Doutor Andrea Carignani, responsável pelas mostras dos Museus do Vaticano.

A JMJ espera reunir milhões de jovens católicos de todo o mundo e a mostra é uma oportunidade de sensibilizar os visitantes por meio das pinturas, esculturas, manuscritos e obras mestras que contam um pouco da historia da arte e da igreja.

Mais de 100 obras dos museus do Vaticano e de instituições de toda a Itália compõem a exposição, entre elas “Il Volto di Cristo”, datada dos séculos III a V, quadros de Leonardo Da Vinci, relicários e uma peça relacionada ao Papa João Paulo II.

A delegação brasileira, chefiada por José do Nascimento Jr., visitou os museus do Vaticano para conhecer alguns objetos que estarão na mostra. A Pontifícia Sacristia Secreta, local reservado, utilizado pelo Papa para se preparar antes da primeira aparição publica após a anunciação foi um dos locais vistos. A sala possui um rico acervo histórico dos papados e algumas obras guardadas ai também comporão a mostra.

Fonte: CNBB

Imagem de São Sebastião visita Comitê Organizador Local da JMJ

O arcebispo do Rio e presidente do Comitê Organizador Local (COL) da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) Rio2013,  Dom Orani João Tempesta,  levou a imagem peregrina do padroeiro da cidade e da Arquidiocese do Rio de Janeiro e Patrono da Jornada, São Sebastião, para visitar a equipe na tarde de hoje, 16 de janeiro. Todos rezaram pela intercessão de santo para o Rio e para a JMJ.

Dom Orani comentou o texto da Carta aos Hebreus, lido durante a trezena e que fala de acolhida, afirmando que a leitura foi iluminadora para todos ali presentes. “A vida de fé, pois somos amigos na fé, nos leva acolher uns aos outros. Para que a cidade possa ter mais acolhimento, começamos por aqui entre nós, no Comitê, para que o sejamos ainda mais entre nós”, disse o presidente do COL.

O arcebispo também falou sobre o acolhimento aos peregrinos, da disponibilidade e boa vontade de voluntários e funcionários, do Brasil e do exterior, que vivem em comunhão e conseguem vencer as dificuldades para organizar esse grande evento.

Segundo dom Orani, quanto mais dermos testemunho, maior será espírito de unidade para semear na cidade a acolhida. Ele falou da importância de sermos generosos: "Aquele mesmo Jesus, que São Sebastião e Odettinha seguiram, é quem seguimos também hoje. É Jesus que vai realizando a Jornada dentro de nós”, completou.

A busca dentro da organização é criar um ambiente favorável para a santidade da juventude que virá para o Rio de Janeiro e possam voltar para suas casas com o coração transbordante de alegria querendo viver ainda melhor a vida cristã, em seu chamado missionário.

Setor do Vaticano

Um novo setor do COL foi apresentado durante a celebração. O Setor do Vaticano, o 17º  da organização, cuidará da estadia do Papa Bento XVI no Rio de Janeiro durante a JMJ. O responsável pelo novo setor é o bispo auxiliar da Arquidiocese do Rio, Dom Roque Souza, que irá organizar os detalhes, desde a comida, contato com o Governo, transporte até verificar tudo o que for necessário nos vários apartamentos que serão ocupados pelos que virão de Roma. No final do mês de janeiro todos os detalhes serão definidos.

Fonte: CNBB

Caminhemos para a Unidade - o Papa no Angelus

Foi numa manhã fria e húmida que o Santo Padre se dirigiu, da janela do seu apartamento no Palácio Apostólico, aos milhares de peregrinos que vieram à Praça de S. Pedro para o saudar. A liturgia de hoje (dia 20) propõe-nos o Evangelho das Bodas de Canã. O episódio narrado por S. João, verdadeira testemunha ocular, é o início dos sinais que Jesus nos dará, o primeiro milagre com o qual se manifesta em público a sua glória suscitando a fé dos seus discípulos. Este capítulo fundamental da vida de Cristo está colocado neste domingo precisamente por ser aquele que sucede ao tempo de Natal logo a seguir à Epifania e ao Baptismo de Jesus.

Nas Bodas de Canã acontece algo inesperado, mas possível de acontecer nos matrimónios hebreus, faltou o vinho... Maria, Mãe de Jesus disse-o a seu filho e Ele considerou que não tinha chegado ainda a sua hora. Contudo, depois seguiu a solicitação de Maria e fez encher de água seis ânforas. Essa água transformou-se em vinho, um vinho ainda melhor daquele precedente. Um milagre que o Papa comenta desta forma:

"Com este sinal Jesus revela-se como o esposo messiânico, que veio estabelecer com o seu povo um eterna aliança, segundo a palavra dos profetas: "Como se alegra o esposo pela sua esposa, assim o teu Deus se alegrará por ti".

O vinho é o símbolo da alegria do amor mas refere-se também ao sangue, que Jesus versará no final na Cruz, para confirmar o seu pacto nupcial com a humanidade. A Igreja é a esposa de Cristo, o qual a faz santa e bela com a sua graça. Todavia é uma esposa, formada por seres humanos e sempre necessitada de purificação e uma das suas mais graves culpas é a separação entre os cristãos. A isto se refere o Papa:

"Precisamente nestes dias de 18 a 25 de Janeiro acontece a Semana Anual de Oração pela Unidade dos Cristãos, um momento sempre muito do agrado dos crentes e das comunidades, pois reacende em todos o desejo e o empenho espiritual para a plena comunhão. Neste sentido foi muito significativa a vigília que celebrei no mês passado nesta praça com milhares de jovens de toda a Europa com a Comunidade Ecumenica de Taize: um momento de graça em que experimentamos a beleza de formar uma coisa só em Cristo."

No seguimento destas palavras o Papa convidou todos a rezarem para que o tema desta Semana proposto por algumas comunidades da Índia que nos convida a caminhar decididamente para a unidade visível entre cristãos e a superar, como irmãos em Cristo, todo o tipo de injusta discriminação. E, assim, o Santo Padre marcou encontro para a próxima sexta-feira (dia 25) na Basílica de S. Paulo Fora de Muros para as Vésperas a que presidirá com a presença dos representantes das outras igrejas e comunidades eclesiais.

Após o Angelus e nas saudações nas várias línguas o Papa Bento XVI presenteou-nos com uma saudação em português, expressamente referindo-se à presença de Dom Gilberto, Bispo de Setúbal e um grupo de diocesanos.

Dirijo agora uma saudação cordial aos peregrinos de língua portuguesa, nomeadamente ao Senhor Bispo Dom Gilberto com os seus fiéis da diocese de Setúbal, sobre todos invocando a solicitude materna da Virgem Maria para que, em cada lar cristão, se mantenha viva a chama da fé, do amor e da concórdia, como suma e preciosa herança cuja entrega aos filhos deve acontecer em vida dos pais. A todos vós, às vossas famílias e às vossas terras: saúde, paz e a graça do Senhor, com a minha Bênção!

Fonte: Rádio Vaticano

Hoje, festa de Santa Inês, seguindo a tradição, Papa Bento XVI benzeu dois cordeiros, cuja lã servirá para confecionar os "pálios" a conferir aos novos arcebispos

A Igreja celebra hoje, 21 de janeiro, a memória litúrgica de Santa Inês. Conforme uma antiga tradição, foram apresentados ao Santo Padre, nesta manhã, os cordeiros cuja lã servirá para confeccionar os “pálios” - a fita que o Papa entregará na festa de São Pedro e São Paulo (29 de junho) aos novos arcebispos metropolitas como insígnia da sua responsabilidade. Os cordeiros, que Bento XVI benzeu, na audiência que teve lugar ao fim da manhã, são o símbolo do martírio de Santa Inês.

Também esta manhã, Bento XVI recebeu em audiências sucessivas, o cardeal Angelo Bagnasco, arcebispo de Génova, presidente da Conferência Episcopal Italiana, e quatro bispos da Calábria (região do Sudeste da Itália).


Fonte: Rádio Vaticano

O compromisso dos jovens de Hong Kong com a Semana de oração de unidade dos cristãos

Cerca de trinta jovens cristãos de Hong Kong (católicos, anglicanos, pentecostais e de outras confissões cristãs), de idade entre 18 e 35 anos, se reuniram em vistas da Semana de oração pela unidade dos cristãos, para refletir e rezar juntos sobre o tema “Rumo à nova solidariedade e a comunhão”. Segundo informa o Kung Kao Po, boletim semanal da diocese de Hong Kong, o encontro foi promovido pela Comissão de Pastoral Juvenil de Hong Kong e se realizou de 11 a 13 de janeiro “não só para trocar experiências, rezar juntos e escutar a direção espiritual, mas também como uma prova de unidade: através da atenção pelas faces mais vulneráveis da sociedade demonstramos a nossa unidade” – disse o organizador católico. Com efeito, nos três dias de encontro, os jovens cristãos visitaram juntos o cárcere de Hong Kong, o convento dos missionários de Maryknoll, um colégio anglicano de 110 anos de história, e o mosteiro das Carmelitas descalças, “para conhecer a contribuição das várias comunidades cristãs na sociedade de Hong Kong”.

Para celebrar a Semana de oração pela unidade dos cristãos, de 18 a 25 de janeiro, sobre o tema “O que o Senhor quer de nós” (cfr Miqueias 6, 6-8), o Primaz da Igreja anglicana de Hong Kong presidirá um Encontro pela unidade dos cristãos na Igreja católica de São Judas, sábado, 19 de janeiro. Desde 2010, a Comissão de Pastoral Juvenil de Hong Kong organiza a cada mês um retiro espiritual para jovens com uma participação sempre maior de jovens cristãos de diversas confissões.

Fonte: Agência Fides
Local: Hong Kong

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Campanha da Fraternidade completará 50 anos em 2013

Este ano, a igreja do Brasil estará mais voltada para as temáticas relativas à juventude. No dia 13 de fevereiro, quarta-feira de Cinzas, será lançada mais uma edição da Campanha da Fraternidade (CF), com o tema “Fraternidade e Juventude” e o lema “Eis-me aqui, envia-me!” (Is 6,8). Mas além da atenção voltada à juventude, em sua temática, outro motivo de celebração é que a campanha estará completando o seu cinquentenário de fundação.

A Campanha da Fraternidade, coordenada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), é realizada anualmente pela Igreja católica, sempre no período da Quaresma. A cada ano é escolhido um tema, que define sob qual perspectiva a solidariedade será despertada, em relação a questões que envolvem toda sociedade brasileira.

O secretário executivo da Campanha da Fraternidade, padre Luiz Carlos Dias, afirma que um dos papéis da CF é ser um “elo” entre a igreja, os fiéis e a sociedade. “A campanha da Fraternidade é a igreja a serviço da sociedade, é uma evangelização que ultrapassa as fronteiras da igreja e, dessa forma, a igreja cumpre, de fato a sua missão, que é evangelizar de uma forma bem ampla”, explica o padre.

A história da fundação da CF teve início quando três padres responsáveis pela Cáritas brasileira, em 1961, idealizaram uma campanha para arrecadar fundos para as atividades assistenciais e promocionais da instituição e torná-la autônoma financeiramente. A atividade foi chamada Campanha da Fraternidade e realizada pela primeira vez na quaresma de 1962, em Natal (RN), com adesão de outras três Dioceses e apoio financeiro dos Bispos norte-americanos.

No ano seguinte, 16 dioceses do Nordeste realizaram a campanha. A princípio não houve grande êxito financeiro, mas foi o embrião de um projeto anual dos Organismos Nacionais da CNBB e das Igrejas Particulares no Brasil, realizado à luz e na perspectiva das Diretrizes Gerais da Ação Pastoral (Evangelizadora) da Igreja em nosso País.

“Esta Campanha, desde seu nascedouro na arquidiocese de Natal, mostrou que seria um importante instrumento para os fiéis viverem intensamente a quaresma, pois foi capaz de fazer convergir as orações e reflexões para gestos concretos de conversão e transformação da realidade, em vista do mistério pascal de Nosso Senhor Jesus Cristo”, elucida padre Luiz.

Este projeto foi lançado, em nível nacional, no dia 26 de dezembro de 1962, sob o impulso renovador do espírito do Concílio Vaticano II, o que foi fundamental para a concepção e estruturação da CF. Ao longo de quatro anos, durante as sessões do Concílio, onde houve diversos momentos de reunião, estudo, troca de experiências, nasceu e cresceu a CF.

Sobre a celebração aos 50 anos da CF, padre Luiz Carlos revela que este é um momento de “voltar às raízes do espírito que levou ao nascimento da CF”. Para o lançamento, ficou definida na manhã da quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013, uma visita ao município de Nísia Floresta (RN), localidade onde a Campanha teve início.

A programação seguirá ainda no dia 14, à tarde, quando haverá uma entrevista coletiva com a imprensa. No dia 15, será realizado um seminário sobre a temática da CF 2013 – “Fraternidade e Juventude”. Neste mesmo dia, às 17h, será realizada a solenidade oficial de lançamento, e, às 20h, será celebrada uma missa na Catedral Metropolitana de Natal (RN).

Fonte: CNBB

Dom Orani comenta processo de beatificação de Odetinha

O arcebispo do Rio de Janeiro (RJ), dom Orani João Tempesta, concedeu uma entrevista coletiva à imprensa nesta quarta-feira, 16 de janeiro, na qual falou sobre o início do processo arquidiocesano de beatificação da Serva de Deus Odette Vidal de Oliveira, “Odetinha”. A coletiva foi realizada na sede da arquidiocese do Rio.

Dom Orani agradeceu a presença de todos os comunicadores e destacou que a ocasião antecedeu um momento inédito e histórico para todos os fiéis da arquidiocese: a abertura de um processo de beatificação, que será realizada nesta sexta-feira, 18 de janeiro.

"Nunca é demais recordar que, quando há um certo clamor popular, a Igreja sempre procura investigar para poder colocar aquele ou aquela que morreu com fama de santidade como um exemplo de vida que pode ser sinal também para que saibamos que em todas as épocas da humanidade e em todos os momentos das nossas vidas temos a oportunidade de nos santificar", afirmou.

O arcebispo contou ainda que desde que chegou ao Rio de Janeiro sempre ouviu algumas pessoas falarem sobre cariocas, personagens da vida real, que poderiam ter suas vidas investigadas para uma possível beatificação.

"Depois de consultarmos o Governo Diocesano e começarmos a deixar chegar a nós esses pedidos e discerni-los, encontramos alguns testemunhos que falavam sobre a Odetinha, que aqui no Rio tem uma fama de santidade, de uma pessoa que viveu uma vida cristã exemplar".

O vigário episcopal para os Institutos de Vida Religiosa, Sociedades de Vida Apostólica e Novas Comunidades, dom Roberto Lopes, também participou da coletiva. Ele fez uma breve apresentação sobre a história de vida de Odetinha e sua família, relatando que ela viveu em um ambiente de rica formação cristã. Após fazer a primeira comunhão, com sete anos de idade, ela tornou-se catequista.

"De acordo com a comissão histórica, no dia do sepultamento da Odetinha – 25 de novembro de 1939 –, já havia manifestações do povo de Deus e existem relatos que enquanto seu corpo ainda estava na Praia de Botafogo uma multidão já chegava ao cemitério São João Batista", contou dom Roberto.

O processo

O postulador das Causas dos Santos, no Vaticano, Paolo Vilotta, afirmou que se surpreendeu durante a exumação do corpo de Odetinha, realizada no último dia 10 de janeiro, pois encontrou uma grande quantidade de ossos, o que não é normal tendo em vista o tempo em que a Serva de Deus já havia sido sepultada. Paolo explicou ainda cronologicamente um pouco da metodologia utilizada no caso de Odetinha.

"O primeiro passo foi um encontro aqui no Rio de Janeiro com o arcebispo e a Comissão Arquidiocesana. Logo depois dom Orani fez um pedido a Congregação das Causas dos Santos, que não responde sozinha, mas solicita que outras congregações do Vaticano respondem também. Após a resposta com o “nihil obstat” vindo de Roma, começa a parte mais importante do trabalho que são as pesquisas não para reconhecer milagres, mas para reconhecer a venerabilidade, se ela viveu as virtudes em grau heróico, que são: a fé, a esperança, a justiça, a caridade, a humildade, a castidade, e tudo o que conserve a virtude em grau heróico, em um grau mais elevado, e não são todas as pessoas que conseguem viver essas virtudes assim", ressaltou.

Sobre a expectativa dos fiéis para receber o corpo de Odetinha, o responsável pela Associação Cultural Odetinha, cônego Marcos William Bernardo, contou que eles veem esse translado como uma graça. "A comunidade se prepara em festa e já estamos preparando um lugar adequado para ela. Em seguida pensamos em um memorial onde teríamos a reprodução do próprio túmulo com um pouco da história e dos objetos dessa Serva de Deus, e isso fica sob a responsabilidade da Associação Cultural Odetinha", contou o cônego.

Fonte: CNBB

"O Evangelho ilumine as sociedades em questões morais" - o Papa à delegação ecumênica finlandesa

Bento XVI recebeu ontem (dia 17) no Vaticano a delegação ecuménica da Finlândia, por ocasião da festa de Santo Enrico, Padroeiro do País. Nas vésperas da Semana da Unidade dos Cristãos, o Papa sublinhou a importância do caminho ecuménico, um percurso que deve ser levado a cabo antes de tudo com humildade, e exortou aos cristãos para permanecerem unidos na missão de levar a luz do evangelho sobre as grandes questões morais que a sociedade enfrenta hoje.

O espírito que deve caracterizar os esforços ecumênicos, sublinhou Bento XVI, deve ser aquele de quem caminha com humildade na presença do Senhor para alcançar a meta da unidade. E o Papa, dirigindo-se à delegação finlandesa mas também a todo o mundo, apelou para que os cristãos sejam unidos e se tornem “um farol de alegria e esperança” para os que buscam um porto seguro “num mundo que muda rapidamente”.

Para progredirmos no caminho da comunhão ecuménica, disse o Papa, devemos ser sempre unidos na oração, sempre mais empenhados na busca da santidade e mais comprometidos na pesquisa teológica e na cooperação”, ao serviço de uma sociedade “justa e fraterna”, já que “somos chamados a avançar juntos na estrada estreita da fidelidade à vontade de Deus, enfrentando quaisquer dificuldades e obstáculos que possamos encontrar”.

Fonte: Rádio Vaticano

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Papa: pedir com insistência o dom da unidade entre os cristãos

No final da Audiência Geral desta quarta-feira, Bento XVI recordou que sexta-feira, 18 de janeiro, tem início nos países do hemisfério norte a Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, que este ano tem como tema: «O que Deus exige de nós?», inspirado num trecho do profeta Miquéias (cf Mq 6, 6-8).

“Convido todos a rezarem, pedindo com insistência o grande dom da unidade entre todos os discípulos do Senhor. A força inesgotável do Espírito Santo nos estimule a uma compromisso sincero de busca da unidade, para que possam professar todos juntos que Jesus é o Salvador do mundo”, disse o Papa.

No Brasil, esta semana é realizada no período de Pentecostes. Os subsídios para esta celebração já foram traduzidos em português pela Comissão Episcopal Pastoral para o Ecumenismo e o Diálogo Inter-religioso da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).

Este ano, os subsídios foram preparados pelo Movimento de Estudantes Cristãos da Índia, com a consultoria da Federação de Universidade Católica de Toda a Índia e do Conselho Nacional de Igrejas na Índia. O material está disponível aqui.

Fonte: CNBB

Comitê Organizador Local da JMJ Rio2013 viaja a Roma

Parte da comitiva do Comitê Organizador Local (COL) da JMJ Rio2013, coordenada pelo secretário-executivo, monsenhor Joel Portella Amado, está em Roma desde 9 de janeiro. O arcebispo da arquidiocese do Rio de Janeiro e presidente do COL, dom Orani João Tempesta, chega a Roma na próxima semana.

Nesta segunda-feira, 14 de janeiro, desembarcaram na capital italiana os demais membros da comitiva com os bispos auxiliares da arquidiocese do Rio e vice-presidentes do COL, dom Paulo Cezar e dom Antonio Augusto Dias Duarte.

Durante a permanência na capital italiana, três integrantes da comissão, padre Márcio Queiroz, diretor do Setor de Comunicação, padre Leandro Lenin, diretor do Setor de Preparação Pastoral e dom Antonio Augusto Dias Duarte, participaram do programa “Em Romaria”, produzido pelo Programa Brasileiro da Rádio Vaticano (RV). Ainda na manhã de segunda-feira, dom Antonio Augusto foi hóspede da habitual reunião de redação semanal da RV, ocasião em que os redatores destacam os temas a serem abordados na programação da emissora.

Neste especial, dom Augusto ressalta que o trabalho da Comissão, nestes dias, está se centrando em questões relacionadas à hospedagem e ao patrocínio; fala da sinergia entre os três níveis de governo no país, e dá destaque à receptividade dos cariocas e à religiosidade popular dos brasileiros.

Fonte: CNBB

Sentinelas da Manhã na Espanha: o sucesso continua

Uma ideia vencedora: colocar no centro as pessoas, não as atividades

Depois do sucesso do primeiro Congresso Nacional da Pastoral Juvenil Ibérica, o pe. Andrea Brugnoli e as Sentinelas da Manhã voltaram à Espanha para um novo e importante evento.

Foram realizadas em Toledo, de 11 a 13 de janeiro, as "Jornadas da Pastoral", com o título emblemático de "Chamados a evangelizar”. O primaz da Espanha e arcebispo de Toledo, dom Braulio Rodríguez Plaza, convidou para o evento também o pe. Brugnoli, depois de ouvi-lo contar suas experiências e sua proposta de primeiro anúncio e de nova evangelização em Valência, em novembro passado.

As Sentinelas, projeto que nasceu na Itália 15 anos atrás, estão inflamando muitas dioceses espanholas ansiosas por atravessar a tormenta secularista dos últimos anos e chegar a um novo despertar da fé. A proposta das Sentinelas é formar um novo tipo de cristãos (justamente os "sentinelas"), caracterizados por um estilo atraente e capaz de abordar as pessoas afastadas da fé, nas suas comunidades, de forma inovadora.

O sucesso é evidenciado pela participação massiva de jovens que participam todo mês, em Barcelona, de "Uma Luz na Noite", evento de evangelização e de primeiro anúncio, organizado pelas Sentinelas da Manhã, durante o qual os próprios jovens evangelizam outros jovens.

"Nós temos um plano”, diz Brugnoli, fundador do projeto. “E o realizamos através do método escolhido por Deus: através das pessoas. Cada sentinela é único para alguém, é um homem ligado ao próprio chamado a ajudar outros jovens a se tornarem únicos. A novidade que trazemos são as pessoas, não as atividades".

Fonte: Paola Frittoli - Zenit

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Jovens da JMJ terão assistência médica integral

Cerca de 500 profissionais, entre médicos, enfermeiros, técnicos e acadêmicos de medicina e enfermagem, são esperados para trabalhar como voluntários na Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em julho de 2013. Um núcleo de dez pessoas, coordenado pelo médico e voluntário da saúde na JMJ, Pedro Pimenta de Mello Spinetti, já trabalha para garantir o bem estar de todos os participantes no evento.

Com o aumento das temperaturas e o acúmulo de pessoas em um só local, o risco da proliferação de bactérias e vírus é grande. Pedro explica que além da oração é preciso se preocupar com o estado de saúde dos voluntários e milhões de peregrinos que virão para o Rio de Janeiro.

"Algumas ações estão sendo planejadas desde 2011 para capacitar os voluntários, não só da área da saúde, mas de todas, para garantir um evento sem riscos. Pequenas ações como distribuição de água potável em grande quantidade, lavar as mãos antes de distribuir alimentos, coleta e separação do lixo são atitudes fundamentais para reduzirmos o número de eventos adversos à saúde durante a JMJ", explica o médico.O número ideal de médicos e enfermeiros para atuar na saúde, segundo Pedro, seria de 600 voluntários, mas os peregrinos não deixarão de ser atendidos em qualquer emergência: "O Brasil é um dos poucos países do mundo com sistema de saúde com atendimento universal e até mesmo os estrangeiros têm direito a assistência nos Hospitais do SUS. Certamente, durante a JMJ, todo o sistema de saúde da cidade estará de prontidão para receber os peregrinos que dele necessitarem", finaliza.

Fonte: Rádio Vaticano

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Dia Mundial do Migrante e do Refugiado - reflexões do Papa Bento XVI

Celebrou-se domingo passado o Dia Mundial do Migrante e do refugiado. Ao facto se referiu o Papa, na oração do Angelus, ao meio-dia. Recordando o tema da Jornada: “Migrações: peregrinação de fé e de esperança”, Bento XVI comparou o migrante a Abraão, peregrino da esperança: “Quem deixa a própria terra, fá-lo porque espera num futuro melhor, mas fá-lo também porque confia em Deus que guia os passos do homem, como Abraão. E é assim que os migrantes são portadores de fé e de esperança”.

Na mensagem para este Dia Mundial, como aliás noutras suas intervenções passadas, o Papa chama a atenção para a precariedade da situação dos que deixam a sua terra em busca de melhores condições, convidando as nações de chegada a abrir as portas, em sinal de solidariedade. O colega italiano Alessandro De Carolis propõe algumas considerações de Bento XVI sobre este tema.: Como é que se acolhe um imigrado? Com o máximo de indiferença e com o mínimo de consideração pela sua pessoa, pela sua família, pelos fantasmas que traz consigo?!... Somos capazes de pensar no que terá sofrido ao abandonar terra e família para empreender uma viagem cheia de riscos e incógnitas?! Pensar nas situações traumáticas por que muitos imigrantes passaram é importante para quem - forças da ordem, médicos, enfermeiros, voluntários - tenta restituir um pouco de dignidade a quem tem ainda nos olhos o reflexo do inferno que acaba de viver. Há um sentido de inércia e mal-estar generalizado – chegando por vezes até a expressões de ódio – na reacção de tanta gente que, mais ou menos conscientemente, acaba por criar um deserto à volta dos migrantes. Contudo, para vós, cristãos - disse mil vezes Bento XVI - não deve ser assim: “Na sua acção de acolhimento e de diálogo com os migrantes e os itinerantes, a comunidade cristã tem, como ponto constante de referência a pessoa de Cristo, nosso Senhor. Ele deixou aos seus discípulos uma regra de ouro em conformidade com a qual se deve organizar a própria vida: o novo mandamento de amor”. (Audiência ao Pontifício Conselho dos Migrantes, 15 de Maio de 2008).

Para que na bagagem daqueles que emigram em razão de situações difíceis não haja só um calvário assegurado pela viagem e um futuro indecifrável mas “fé e esperança” – como deseja o Papa na Mensagem deste ano - é preciso promover um verdadeiro salto de civilização. E o cristianismo ajuda a mudar essa visão: “As migrações convidam a pôr em claro a unidade da família humana, o valor do acolhimento, da hospitalidade e do amor pelo próximo. Isso deve ser, todavia, traduzido em gestos quotidianos de partilha, de comparticipação e de solicitude para com os outros, sobretudo para com os necessitados (…) Eis porque a Igreja convida os fiéis a abrir o coração aos migrantes e às suas família, sabendo que eles não são somente um “problema”, mas também um recurso”. (Congresso mundial dos migrantes, 9 de Novembro de 2009).

Fonte: Rádio Vaticano